Modelagem do processo de criação do conhecimento em um contexto organizacional caracterizado como Ba

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18225/ci.inf.v49i1.4781

Palavras-chave:

Modelagem de Processos de Conhecimento, Conhecimento Organizacional, Contexto Ba, Criação do Conhecimento Organizacional

Resumo

Conhecimento organizacional é a capacidade de uma organização de criar um novo conhecimento, difundi-lo na organização como um todo e incorporá-lo em produtos e processos[1]. Epistemologicamente, o conhecimento construído socialmente é compreendido na sua forma explícita e tácita, que ocorre em um determinado contexto, os quais podem ser incorporados em regras, códigos de conduta, ética, rotinas organizacionais, processos, manuais, cultura organizacional ou produtos. Nesse contexto, salienta-se que Ba[2] representa um espaço, um local, um momento de interação e compartilhamento, onde se cria uma cultura compartilhada: confiança, estima mútua e empatia. Trata-se de uma plataforma de criação do conhecimento organizacional, um ambiente transcendental e de energização agregadora deste conhecimento, integrando ao contexto no qual o mesmo é criado, compartilhado e utilizado. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é propor uma modelagem do processo de criação do conhecimento organizacional em um contexto caracterizado como Ba. A abordagem metodológica utilizada foi baseada em uma pesquisa qualitativa, de natureza descritiva, adotando-se como procedimento de coleta de dados a revisão sistemática de literatura com busca às bases científicas Scopus e Web of Science. Os resultados apresentados apontam que a literatura científica selecionada apresenta os elementos necessários à modelagem do processo de criação do conhecimento organizacional, caracterizado como Ba.

[1] NONAKA, I. & TAKEUCHI, H., The knowledge-creating company: how Japanese companies create the dynamics of innovation. University Press, Oxford, 1995.

[2] O conceito “Ba” foi criado pelo filósofo japonês Kitaro Nishida, o qual define bem o que é contexto organizacional, na perspectiva da Gestão do Conhecimento

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do autor

Edegilson de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Possui graduação em História pela Universidade do Vale do Itajaí (1991), graduação em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí (1997) e mestrado em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade do Vale do Itajaí (2006). Atualmente é professor titular da Prefeitura Municipal de Itajaí. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, política públicas, políticas públicas, gestão, planejamento, organização, esporte e lazer. Atuou como professor no ensino superior em cursos de graduação e pós-graduação lato sensu. Doutorando em Engenharia e Gestão do Conhecimento, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Neri dos Santos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (1976), especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Santa Catarina (1977), Mestrado em ?Ergonomie? pela Université de Paris XIII (1982) ? França, Doutorado em ?Ergonomie de l?Ingenierie?; pelo Conservatoire National des Arts et Metiers (1985) ? França e Pós-doutorado em ?Ingenierie Cognitive? pela École Polytechnique de Montréal ? Canadá. Ex-Presidente da ABEPRO ? Gestão 92/93 e 94/95. Ex-Decano da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR 2015/2018. Atualmente é CEO do Instituto STELA e professor Sênior do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (EGC/UFSC). Faz parte do Conselho Editorial das seguintes revistas: American Journal of Industrial Engineering, International Journal of Knowledge Engineering and Management, Ação Ergonômica, Gestão Industrial, INGEPRO ? Inovação, Gestão e Produção e Revista de Ciência & Tecnologia. Tem experiência na área de Engenharia & Gestão do Conhecimento, atuando principalmente nos seguintes temas: Cognição, Gestão do Conhecimento e Inovação.

Referências

AMIN, A., & COHENDET, P., Architectures of knowledge: firms, capabilities, and communities: Oxford University Press, 2004.

AUGIER, M.; SHARIQ, S. G.; VENDELO, M. T. Understanding context: its emergence, transformation and role in tacit knowledge sharing. Journal of Knowledge Management Volume 5. Number 2., 2001 pp. 125±136.

BRÄNNBACK, M.; CARSRUD, A.; SCHULTE, W. D. Exploring the role of Ba in family business contexto. VINE, v. 38, n. 1, p. 104-117, 2008. Disponível em: <https://www.emeraldinsight.com/doi/abs/10.1108/03055720810870923?journalCode=vine>. Acesso em: 15 jul. 2017.

BOTELHO, L. L. R.; CUNHA, C. C. A.; MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade. Belo Horizonte, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011. Disponível em: <https://www.gestaoesociedade.org/gestaoesociedade/article/view/1220>. Acesso em: 25 jul. 2017.

BROWN, T. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Tradução Cristina Yamagami. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017.

CALDAS, P. T.; CÂNDIDO, G. A. Inter-organizational knowledge conversion and innovative capacity in cooperative networks. Journal of Technology Management and Innovation, v. 8 (SPL.ISS.2), p. 104-114, 2013. Disponível em: <http://www.jotmi.org/index.php/GT/article/view/1169>. Acesso em: 17 jul. 2018.

CHOO, C. W.; DE ALVARENGA NETO, R. C. D. Beyond the Ba: Managing enabling contexts in knowledge organizations. Journal of Knowledge Management, v. 14, n. 4, p. 592-610, 2010. Disponível em: <https://www.emeraldinsight.com/doi/abs/10.1108/13673271011059545>. Acesso em: 17 jul. 2018.

DE ALVARENGA NETO, R. C. D.; CHOO, C. W. Expanding the concept of Ba: Managing enabling contexts in knowledge organizations. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 16, n. 3, p. 2-25, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362011000300002>. Acesso em: 17 jul. 2018.

DeTIENNE, K., et al., Toward a model of effective knowledge management and directions for future research: Culture, leadership and CKOs. Journal of Leadership & Organizational Studies, N. 10, pp. 26-43, 2004.

ENGESTRÖM, Y., Activity theory and individual and social transformation. In Y. Engeström, R. Miettinen, & R. Punamäki-Gitai (Eds.), Perspectives on activity theory: 19-38: Cambridge University Press, 1999.

ERMINE J-L., Une théorie structurelle de la connaissance. Projet BourbaKeM, élément n°2, 2017.

FAYARD, P. M. Strategic communities for knowledge creation: A Western proposal for the japanese concept of Ba. (2003) Journal of Knowledge Management, v. 7, n. 5, p. 25-31, 2003. Disponível em: . Acesso em: 18 ago. 2018.

GOURLAY, S., Conceptualizing Knowledge Creation: A Critique of Nonaka’s Theory. Journal of Management Studies 43:7, November 2006.

JAKUBIK, M., Emerging knowledge creation spaces: Why should HR managers participate in knowledge creation? International Journal of Learning and Intellectual Capital, v. 6, n. 4, pp. 362-379, 2009. Disponível em: <https://www.inderscienceonline.com/doi/abs/10.1504/IJ LIC.2009.027914>. Acesso em: 18 jul. 2018.

GUITTARD, C., SCHENK, E., BENGHOZI, P., ERMINE, J. & KALIKA, M. (2012). Gestion des Connaissances dans la Société et les Organisations / Knowledge Management in Society and Organizations / Gestión del conocimiento en la sociedad y en las organizaciones. Management international, 16, v–x, 2012.

GÖK, A.; EDLER, J. The use of behavioural additionality evaluation in innovation policy making. Research Evaluation, v. 21, n. 4, p. 306-318, 2012. Disponível em: <https://ideas.repec.org/a/oup/rseval/v21y2012i4p306-318.html>. Acesso em: 18 jul. 2018.

GROSSAN, M. M.; APAYDIN, M. A Multi-Dimensional Framework of Organizational Innovation: A Systematic Review of the Literature. Journal of Management Studies, v. 47, n.6, September, p. 1154-1191, 2010. Disponível em:< https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1467-6486.2009.00880.x>. Acesso em: 18 abr. 2018.

HUANG, K.-Y., GÜNEY, S. Toward a framework o f web 2.0-driven organizational learning. Communications of the Association for Information Systems, v. 31, n. 1, p. 128-152, 2012. Disponível em: <https://www.semanticscholar.org/paper/Toward-a-Framework-of-Web-2.0-Driven-Organizational-Huang-G%C3%BCney/583f75d4b3ba28a2a9fe8d7c4b08b5c9cee23994>. Acesso em: 18 jul. 2017.

KASEM, S.; HAMMAMI, S.; ALRAJA, M. N. Elearning environment as a facilitato r for knowledge creation using SECI model in the context of Ba. Journal of Theoretical and Applied Information Technology, v. 80, n. 2, p. 372-380, 2015. Disponível em: <http://www.jatit.org/volumes/Vol80No2/20Vol80No2.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018.

KOSTIAINEN, J. Learning and the “Ba” in the development network of an urban region. European Planning Studies, v. 10, n. 5, p. 613-632, 2002. Disponível em:<https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09654310220145350>. Acesso em: 18 jul. 2018.

KRAHE, J.A.E.; LALLEY, C.; SOLOMONS, N. M., Beyond survival: Fostering growth and innovation in doctoral study-A concept analysis of the Ba space. International Journal of Nursing Education Scholarship, v. 11, n. 1, 2014. Disponível em: <https://www.degruyter.com/view/j/ijnes.2014.11.issue-1/ijnes-2013-0020/ijnes-2013- 0020.xml>. Acesso em: 17 jul. 2018.

LINDBLOM, A.; TIKKANEN, H., Knowledge creation and business format franchising. Management Decision, v. 48, n. 2, p. 179-188, 2010. Disponível em: <https://www.emeraldinsight.com/doi/pdfplus/10.1108/00251741011022563>. Acesso em: 17 jul. 2018.

NONAKA, I. & TAKEUCHI, H., The knowledge-creating company: how Japanese companies create the dynamics of innovation. University Press, Oxford, 1995.

NONAKA, I.; KONNO, N. The Concept of “Ba”: building a foundation for knowledge creation. California Management Review, v. 3, n. 40, p. 39-54, Spring, 1998. Disponível em: <http://journals.sagepub.com/doi/10.2307/41165942>. Acesso em: 17 jul. 2018.

NONAKA, I.; TOYAMA, R.E.; KONNO, N. SECI, Ba and leadership: a unified model of dynamic knowledge creation. In: Managing knowledge an essential reader. London: Sage Publications, 2002.

PHAM, T. D. & ANTOINE, A., La génération des connaissances au secours du management de projet? Le cas du système d’information d’un établissement de santé. Management international, 16, 75–87, 2012.

RIX-LIÈVRE, G. & LIÈVRE, P., La dimension «tacite» des connaissances expérientielles individuelles: une mise en perspective théorique et méthodologique. Management international, 16, 21–28, 2012.

SNOWDEN, D. J., The Paradox of Story: Simplicity and Complexity in Strategy, Scenario and Strategy Planning 1, No. 5, 16–20, November 1999.

TAYLOR, S. J; BOGDAN, R. Introduction to qualitative research methods: a guidebook and resource. 3. Ed. New York: John Wiley, p. 3-23, 1997.

TEE, M. Y.; KARNEY, D., Sharing and cultivating tacit knowledge in an online learning environment. International Journal of Computer-Supported Collaborative Learning, v. 5, n. 4, p. 385-413, 2010. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s11412-010-9095-3>. Acesso em: 18 jul. 2017.

WIERZBICKI, A. P.; NAKAMORI, Y. Decision support versus knowledge creation support. Studies in Computational Intelligence, v. 10, p. 219-250, 2006. Disponível em: <https://link.springer.com/chapter/10.1007/11508083_7>. Acesso em: 18 jul. 2018.

Downloads

Publicado

24/01/2020

Como citar

Souza, E. de, & dos Santos, N. (2020). Modelagem do processo de criação do conhecimento em um contexto organizacional caracterizado como Ba. Ciência Da Informação, 49(1). https://doi.org/10.18225/ci.inf.v49i1.4781

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)