Instaurações discursivas da Organização do Conhecimento: H. E. Bliss e a International Society for Knowledge Organization (ISKO)

Autores

  • Rodrigo de Sales Universidade Federal Fluminense
  • Eduardo Ismael Murguia Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.18225/ci.inf.v44i3.1949

Palavras-chave:

Henry Evelyn Bliss, Organização do Conhecimento, International Society for Knowledge Organization (ISKO).

Resumo

O discurso da organização do conhecimento encontra espaço de fortalecimentos científico e institucional no âmbito da International Society for Knowledge Organization – ISKO, desde finais do século XX. Comumente, os enunciados desse discurso atribuem à Bliss (1929, 1933) a origem da organização do conhecimento enquanto espaço investigativo, pautado, sobremaneira, pelas questões atinentes aos sistemas de classificação e aos sistemas de relações conceituais, como os tesauros. Mediante a consideração de que o termo organização do conhecimento já aparece em um artigo de Otlet (1903), este trabalho consiste em observar e refletir a respeito das possíveis associações teóricas entre os conceitos de Bliss e Otlet. O escopo textual da presente reflexão são, além dos já citados textos de Bliss e Otlet, os artigos de Dahlberg (1993, 1995) e Hjørland (2003, 2008), que podem ser considerados como fundantes de novas proposições discursivas. Do ponto de vista metodológico, esse estudo foi norteado pela perspectiva de um texto de Michael Foucault – O que é um autor?(1992), para o qual o autor sendo um nome próprio não é simplesmente uma referência, ele possui outras funções indicadoras. Os resultados deste estudo reflexivo e interpretativo apontam que Dahlberg outorgou um estatuto especial à obra de Bliss, o que implica que ela, e autores posteriores, desdobraram o pensamento e a aplicabilidade dessa obra, instaurando Bliss como fundador de um discurso, apropriado e reinterpretado pela ISKO. A respeito de Otlet, verifica-se que ele não é fundador de um discurso no qual se articule à organização do conhecimento tratada no âmbito da ISKO. Porém, percebe-se uma aproximação de sua obra no que diz respeito à questão da recuperação da informação, presente nos enunciados de Hjorland. Assim, o discurso da organização do conhecimento de Otlet pode vir a contribuir e se associar com o discurso fomentado pela ISKO.

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Biografia do autor

Rodrigo de Sales, Universidade Federal Fluminense

Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil. Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil. Graduação em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil. Professor da Universidade Federal Fluminense, UFF, Brasil. Pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil.

Eduardo Ismael Murguia, Universidade Federal Fluminense

Pesquisador CNPq 2. Possui bacharelado em História pela Pontificia Universidad Catolica Del Peru (1981), Post Graduate Diploma in Information Work at the Leeds Polytecnich (1987), mestrado em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1990), doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e pós doutorado plo Instituto Brasileiro de Informação e Ciêcnia e Tecnologia (2010). Atualmente é professor efetivo, adjunto I, do Departamento de Ciência da Informação e do PPGCI da Universidade Federal Fluminense (UFF); e do PPGCI da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Possui experiência nas áreas de Ciência da Informação e Documentação, atuando principalmente com colecionismo, memória e instituicões documentais.

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Publicado

26/06/2017

Como citar

Sales, R. de, & Murguia, E. I. (2017). Instaurações discursivas da Organização do Conhecimento: H. E. Bliss e a International Society for Knowledge Organization (ISKO). Ciência Da Informação, 44(3). https://doi.org/10.18225/ci.inf.v44i3.1949

Edição

Seção

Artigos