Contribuições para a adaptação de inventários de ciclo de vida de madeira serrada utilizada em estrutura de telhados no estado de São Paulo

Autores

  • Caroline Almeida Souza Centro de Tecnologia de Recursos Florestais, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, SP https://orcid.org/0000-0001-9061-2067
  • Raphael Jaquier Bossler Pigozzo Centro de Tecnologia de Recursos Florestais, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, SP
  • Fernanda Belizario Silva Centro Tecnológico do Ambiente Construído, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, SP http://orcid.org/0000-0002-6866-6445
  • Rachel Horta Arduin Centro de Tecnologias Geoambientais, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, SP https://orcid.org/0000-0001-6271-2394
  • Luciana Alves de Oliveira Centro Tecnológico do Ambiente Construído, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, SP https://orcid.org/0000-0001-6772-3252
  • Cláudia Echevenguá Teixeira Laboratório de Resíduos e Áreas Contaminadas, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, SP https://orcid.org/0000-0003-3771-2653

DOI:

https://doi.org/10.18225/lalca.v1i1.3074

Resumo

Este trabalho teve como objetivo desenvolver o inventário de ciclo de vida para madeira empregada na estrutura de telhado de edificações populares do estado de São Paulo, com base na adaptação de inventários existentes na base de dados ecoinvent (versão 3.1) para a realidade da produção madeireira no Brasil. Considerou-se como sistema de produto a produção de 1m3 de madeira serrada de cambará proveniente de manejo florestal sustentável na Amazônia, desde a extração das toras até a peça de madeira serrada estocada em São Paulo. As informações nacionais foram obtidas da literatura. A despeito das semelhanças entre o sistema de produto da base ecoinvent e a realidade nacional na extração das toras na floresta, há diferenças referentes ao transporte até a serraria, ao desdobro das toras e à geração e destinação de resíduos: no Brasil, todas as etapas são executadas próximas à região de exploração, resultando em alterações no modelo de transporte, máquinas empregadas e resíduos gerados. Além disso, os valores de consumo de diesel e eletricidade apresentaram ordens de grandeza diferentes dos ICVs de referência. Com base nessa análise, conclui-se que a estrutura de dados dos ICVs existentes na base ecoinvent auxilia a construção de inventários nacionais e que a adaptação dos inventários é imprescindível para a realização de estudos de avaliação do ciclo de vida condizentes com as condições do Brasil. Entretanto, considerando as diferenças observadas, é recomendada a apuração dos índices de consumo nacionais por meio de verificação e coleta de dados in-loco.

Referências

ALTHAUS, H-J. et al. (2007) Life Cycle Inventories of Renewable Materials. Ecoinvent Report 21. St. Gallen: The Ecoinvent Centre.

ANP AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO (2011). Fatores de conversão, densidades e poderes caloríficos inferiores. Disponível em: http://www.anp.gov.br/?dw=60993. Acesso em 28 de junho de 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1997) ABNT. NBR 7190: projeto de estruturas de madeira.

CAMPOS, É. F. (2012) Emissão de CO2 da madeira serrada da Amazônia: o caso da exploração convencional. Dissertação de Mestrado – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

CASTRO, A. L. et al. (2015) Análise da viabilidade técnica da adaptação de dados internacionais de inventário de ciclo de vida para o contexto brasileiro: um estudo de caso do concreto para paredes moldadas no local. In: Anais do 57º Congresso Brasileiro do Concreto.

EMER, O. M. P.; MELZ, L. J. (2012) Análise dos custos de extração e transformação de madeira em Cotriguaçú-MT: estudo de caso. Revista UNEMAT de Contabilidade, v. 1, n. 1.

GARCIA, F. M. (2013) Rendimento operacional de uma serraria com a espécie Cambará (Qualea albiflora Warm.) na região Amazônica. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.

HOLMES, T. P. et al. Custos e benefícios financeiros da exploração florestal de impacto reduzido em comparação à exploração florestal convencional na Amazônia Oriental. Belém: Fundação Floresta Tropical - FFT, 2002.

INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE – IPCC (2003). Good Practice Guidance for Land Use, Land-Use Change and Forestry. p. 3.178.

QUIRINO, W. F. et al. (2005) Poder calorífico da madeira e de materiais ligno-celulósicos. Revista da Madeira, v. 89, p. 100-106.

SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO (2016). Banco de dados: madeiras brasileiras. Disponível em: < http://sistemas.florestal.gov.br/madeirasdobrasil/caracteristicas.php?ID=215&caracteristica=311 >. Acesso em 28 de junho de 2016.

SILVA, M. G.; COAN, F. M. J. (2008) Aplicação de métodos de custeio na indústria madeireira. Revista Contabilidade & Amazônia, v. 1, n. 1, p. 33-42.

SILVA, F. B. et al. (2015) Development of a method for adapting international LCI data for Brazilian building products. In: Proceedings of the Sixth International Conference on Life Cycle Assessment – CILCA2015.

Downloads

Publicado

23/08/2017

Como citar

Souza, C. A., Pigozzo, R. J. B., Silva, F. B., Arduin, R. H., Oliveira, L. A. de, & Teixeira, C. E. (2017). Contribuições para a adaptação de inventários de ciclo de vida de madeira serrada utilizada em estrutura de telhados no estado de São Paulo. LALCA: Revista Latino-Americana Em Avaliação Do Ciclo De Vida, 1(2 esp.), 90. https://doi.org/10.18225/lalca.v1i1.3074

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)