Editorial

Papel do Estado nos serviços de informação



Anaíza Caminha Gaspar
Chefe do Departamento de Cooperação e Desenvolvimento do IBICT

No Brasil, são inúmeros os esforços governamentais no sentido de incorporar novas tecnologias empresariais ao serviço publico, mediante processos antiburocráticos e descentralizados, na tentativa de revolucionar velhas técnicas anacrônicas. Um bom exemplo desse empenho está retratado no artigo de Ricardo Adolfo de Campos Saur. Nele, o autor observa a necessidade imediata do estabelecimento de políticas governamentais adequadas à velocidade com que a informação se processa e aos diferentes estágios de desenvolvimentos das regiões do país.

Com o avanço do processo de globalização da economia, a informação deve ser fator primordial importância no planejamento, administração e desenvolvimento das nações. Isso pode ser visto no artigo de Gabriela Lopes da Silva, que analisa a política da União Européia em relação ao domínio americano da informação científico-tecnológica. Entre outras afirmações a autora observa que a liderança dos Estados Unidos no mercado mundial das infovias de informaçõ sofreu interferência decisiva do governo.

Um terceiro trabalho, vindo do México, projeta os serviços de informação no próximo milênio, destacando que, se o progresso das tecnologias tornou o acesso à informação mais rápido e abrangente, é preciso capacitar cada vez mais o usuário e é imperioso para os governos investir na infra-estrutura da informação.

Com base nesses três artigos relatados, percebe-se, cada vez mais, que a Informação é tratada como um bem de consumo igual a outro qualquer. É dever do Estado, ou de suas instituições, oferecer este produto da melhor forma, com a melhor qualidade e da maneira mais acessível técnica e financeiramente, já que são muitas as opções do consumidor na iniciativa privada. Compete aos governos, em seus vários níveis, o papel de catalisador da evolução tecnológica da sociedade.

Neste contenxto, o IBICT tem se empenhado na democratização da informação, enquanto atua para a capacitação de recursos humanos preparados para os atuais e futuros desafios da ciência e tecnologia, já que esses irão exigir novas formas de pensar, novas maneiras de usar a inteligência.