REVISÃO SISTEMÁTICA DA
LITERATURA: CONCEITUAÇÃO, PRODUÇÃO E PUBLICAÇÃO
Maria Cristiane Barbosa Galvão
Universidade
de São Paulo (USP)
Ivan Luiz Marques Ricarte
Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP)
ricarte@unicamp.br
______________________________
Resumo
Realizar uma
revisão sistemática de literatura vai além da atividade usual de fazer uma
revisão de literatura como parte de um trabalho de pesquisa acadêmica. A
revisão sistemática é uma modalidade de pesquisa, que segue protocolos
específicos e busca dar alguma logicidade a um grande corpus documental. Este
artigo apresenta os aspectos essenciais no desenvolvimento de revisões
sistemáticas da literatura. Após a conceituação e apresentação dos diferentes
tipos de revisão sistemática, são abordadas as etapas de sua produção, desde a
delimitação da questão de pesquisa, a seleção das bases de dados, a elaboração
da estratégia de busca, a seleção dos documentos e a sistematização dos
resultados. Por fim, são abordados aspectos relacionados à divulgação e
publicação de revisões sistemáticas de literatura. A compreensão desses
aspectos é essencial não apenas para autores desse tipo de pesquisa, mas também
para revisores e editores de periódicos de todas as áreas do conhecimento.
Palavras-chave: Revisão sistemática. Metodologia.
SYSTEMATIC LITERATURE REVIEW: CONCEPT,
PRODUCTION AND PUBLICATION
Abstract
Performing a
systematic review goes beyond the usual activity of performing a literature
review as part of an academic research. Systematic review is a type of
research, which follows specific protocols and aims to give some logic to a
large documentary corpus. This article presents the essential aspects in the
development of systematic reviews of literature. After the conceptualization
and presentation of the different types of systematic reviews, the stages of
its production are approached, from the delimitation of the research question,
the selection of databases, the elaboration of search strategies, the selection
of documents and the systematization of results. Finally, aspects related to
the dissemination and publication of systematic reviews are addressed.
Understanding these aspects is essential not only for authors of this type of
research, but also for journal reviewers and editors of all fields of
knowledge.
Keywords: Systematic review. Methodology.
1
INTRODUÇÃO
Revisar a literatura é atividade
essencial no desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e científicos. A
realização de uma revisão de literatura evita a duplicação de pesquisas ou,
quando for de interesse, o reaproveitamento e a aplicação de pesquisas em diferentes
escalas e contextos. Permite ainda: observar possíveis falhas nos estudos
realizados; conhecer os recursos necessários para a construção de um estudo com
características específicas; desenvolver estudos que cubram brechas na
literatura trazendo real contribuição para um campo científico; propor temas,
problemas, hipóteses e metodologias inovadoras de pesquisa; otimizar recursos
disponíveis em prol da sociedade, do campo científico, das instituições e dos
governos que subsidiam a ciência. Não
por acaso, artigos que apresentam revisões de literatura estão usualmente entre
os mais procurados pelos leitores de publicações científicas (BAEK et al., 2018).
Revisão
de literatura é um termo genérico, que compreende todos os
trabalhos publicados que oferecem um exame da literatura abrangendo assuntos
específicos. É possível encontrar diversos artigos de revisão de literatura que
apresentam diferentes abordagens para as diferentes etapas do desenvolvimento
desses trabalhos. Grant e Booth (2009) identificaram 14 diferentes tipos de
revisão de literatura, variando desde a visão geral até as revisões
sistemáticas e meta-análises. Porém, uma diferenciação
básica precisa ser estabelecida entre a revisão de literatura de conveniência e
a revisão sistemática da literatura.
A revisão de conveniência é
aquela na qual o pesquisador reúne e discorre sobre um conjunto de trabalhos
científicos que julga importante para o tratamento de uma temática, mas não
apresenta critérios explícitos sobre como a revisão foi construída para que
possa ser reproduzida por outros pesquisadores. Esta modalidade de revisão pode
ser empregada em diferentes situações: na introdução de um trabalho de
conclusão de curso, de uma dissertação de mestrado ou de uma tese de doutorado,
no editorial de um periódico, em um artigo de opinião, em um artigo com fins
educacionais ou de divulgação científica. Porém, considerando a falta de
explicitação de critérios em sua elaboração, essa modalidade de revisão de
literatura possui baixo nível de evidência científica.
A revisão sistemática da
literatura vai muito além
disso. É uma modalidade de pesquisa, que segue protocolos específicos, e que
busca entender e dar alguma logicidade a um grande corpus documental,
especialmente, verificando o que funciona e o que não funciona num dado
contexto. Está focada no seu caráter de reprodutibilidade por outros
pesquisadores, apresentando de forma explícita as bases de dados bibliográficos
que foram consultadas, as estratégias de busca empregadas em cada base, o
processo de seleção dos artigos científicos, os critérios de inclusão e
exclusão dos artigos e o processo de análise de cada artigo. Explicita ainda as
limitações de cada artigo analisado, bem como as limitações da própria revisão.
De forma geral, a revisão de literatura sistemática possui alto nível de
evidência e se constitui em um importante documento para tomada de decisão nos
contextos públicos e privados. Dito de
outro modo, a revisão sistemática de literatura é uma pesquisa científica
composta por seus próprios objetivos, problemas de pesquisa, metodologia,
resultados e conclusão, não se constituindo apenas como mera introdução de uma
pesquisa maior, como pode ser o caso de uma revisão de literatura de
conveniência.
Pelo exposto, este artigo tem
três objetivos: apresentar a conceituação relacionada ao termo revisão sistemática da literatura;
apresentar seus processos de produção e protocolos mais conhecidos; e,
finalmente, discutir alguns aspectos relacionados à publicação das revisões
sistemáticas.
2
REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA: CONCEITUAÇÃO
Considerando que
existem diferentes campos do conhecimento, diversos autores têm buscado
equacionar as tipologias possíveis de revisões sistemáticas. Assim, Siddaway,
Wood e Hedges (2019) classificam as revisões sistemáticas em revisões
sistemáticas com meta-análise; revisões sistemáticas narrativas; e revisões
sistemáticas com meta-síntese.
Segundo os autores,
quando o revisor deseja reunir muitos estudos que testaram empiricamente a
mesma hipótese, é necessária uma revisão quantitativa, denominada de
meta-análise. Assim, a meta-análise está preocupada com: a estimativa; o relato
de resultados quantitativos semelhantes; o exame dos mesmos construtos e
relacionamentos; ou seja, analisa os estudos que seguem o mesmo desenho de
pesquisa quantitativa. (SIDDAWAY; WOOD; HEDGES, 2019)
Já uma revisão
narrativa, segundo os autores, é apropriada quando os estudos quantitativos a
serem considerados empregam diversas metodologias ou partem de diferentes
conceituações teóricas, construtos e/ou relacionamentos. As revisões narrativas
sintetizam os resultados de estudos quantitativos individuais sem referência à
significância estatística dos resultados. Elas são um meio particularmente útil
de unir estudos sobre diferentes tópicos para reinterpretação ou interconexão,
a fim de desenvolver ou avaliar uma nova teoria. As revisões narrativas também
podem ser usadas para fornecer uma descrição histórica do desenvolvimento da
teoria e da pesquisa sobre um tópico (SIDDAWAY; WOOD; HEDGES, 2019).
Finalmente, a
meta-síntese, também denominada de meta-etnografia e/ou meta-análise
qualitativa é apropriada quando uma revisão visa integrar a pesquisa
qualitativa. O objetivo de uma meta-síntese é sintetizar estudos qualitativos
sobre um tópico a fim de localizar temas, conceitos ou teorias-chave que
forneçam novas ou mais poderosas explicações para o fenômeno sob análise
(SIDDAWAY; WOOD; HEDGES, 2019).
Além da classificação
citada, muitos pesquisadores têm buscado mais intensamente a construção de
revisão de literatura sistemática de caráter misto, ou seja, aquela que
identifica, seleciona, avalia e sintetiza simultaneamente estudos qualitativos,
estudos quantitativos e estudos mistos. Esta abordagem deriva do fato de que
muitas vezes os dados quantitativos carecem de complementos para sua
compreensão que podem ser encontrados em relatos presentes em estudos
qualitativos, por exemplo. Já os dados qualitativos nem sempre suportam a
generalização de resultados para uma grande população, necessitando, muitas
vezes, do suporte dos dados quantitativos. Assim, os adeptos dos métodos mistos
de pesquisa e das revisões mistas de literatura vislumbram que a complexidade
do século 21 exige uma visão mais cooperativa e integrada das diferentes
ciências e seus métodos. São expoentes nessa abordagem Creswell e Clark (2010),
assim como Pope, Mays e Popay (2007).
Galvão, Pluye e
Ricarte (2017) sintetizam quatro tipos de revisões mistas, resumidos a seguir.
A revisão mista de
convergência quantitativa é aquela que transforma os resultados dos estudos
qualitativos, quantitativos e de estudos empregando métodos mistos em achados
quantitativos (sejam variáveis ou valores). Esse tipo de revisão é aplicável
quando os estudos selecionados mencionam grande número de participantes.
A revisão mista de
convergência qualitativa é aquela que transforma os resultados dos estudos
qualitativos, estudos quantitativos e de estudos empregando métodos mistos em
achados qualitativos (por exemplo, em temas). Esse tipo de revisão é aplicável
quando os estudos analisados possuem amostras pequenas e estão voltados para
desenvolver, refinar e revisar um quadro conceitual, por exemplo.
A revisão mista
sequencial exploratória é composta por duas etapas. Na etapa 1, os resultados
dos estudos qualitativos, quantitativos e dos estudos empregando métodos mistos
são transformados em achados qualitativos usando, por exemplo, a análise
temática. Na etapa 2, os resultados quantitativos são tabulados e comparados,
desde que haja uma entidade comum entre os estudos quantitativos.
A revisão mista
sequencial explanatória é empregada nos casos onde se quer medir os efeitos de
ações, intervenções ou programas (etapa 1) e explicar diferenças em seus
efeitos (etapa 2). Nessa modalidade de revisão, a integração ocorre entre as
etapas quantitativa e qualitativa, na medida em que a síntese quantitativa
(etapa 1) fornece subsídios para a síntese qualitativa (etapa 2), e na
interpretação dos achados das duas etapas.
Em que pese a
explanação apresentada sobre os diferentes tipos de revisão sistemática de
literatura, é fato que a qualidade das revisões publicadas ao redor do mundo é
muito variável, podendo gerar muita confusão para estudantes e pesquisadores
iniciantes. Nesse sentido, ferramentas têm sido desenvolvidas para auxiliar na
verificação dos critérios mínimos de qualidade das revisões de literatura,
antes, durante e após publicação.
Uma delas é o Preferred Reporting Items for Systematic
Reviews and Meta-Analyses, bastante conhecida como PRISMA (2015), que traz
uma lista dos itens que devem estar presentes em uma revisão sistemática (PRISMA checklist), assim como apresenta
o fluxo dos critérios de inclusão e exclusão de artigos de uma revisão
sistemática (PRISMA flow diagram). No
checklist do PRISMA, por exemplo,
podem ser encontrados itens como: o título indica de que se trata de uma
revisão sistemática ou uma meta-análise ou ambas?; traz nos objetivos uma
questão clara, ou seja, contendo as pessoas ou o problema que será abordado na
revisão, o tipo de intervenção que será analisado, se haverá comparação entre
diferentes intervenções e quais serão os resultados (outcomes) analisados nos estudos selecionados? há indicação de que
a revisão sistemática segue um protocolo e foi registrada em uma plataforma de
revisões?; indica quais foram os critérios para a inclusão dos estudos na
revisão?; indica quais foram as fontes de informação empregadas, incluindo pelo
menos uma base de dados bibliográfica, e explicita como foram realizadas as
estratégias de busca empregadas?; explicita como foi o processo de leitura e a
aplicação dos critérios de seleção foram realizados?; apresenta o número de
documentos selecionados em cada fase em forma de fluxo?; indica as limitações
da revisão e potenciais vieses?; apresenta um resumo com foco no grande público
e tomadores de decisão?; apresenta informação sobre financiamento ou apoio para
o desenvolvimento da revisão?
Outra ferramenta
usualmente utilizada para verificar a adequação de uma revisão sistemática é o CASP Systematic Review Checklist (CRITICAL,
2018), que propõe uma lista de
questões para verificar uma revisão sistemática, refletindo sobre os resultados
apresentados, a validade desses resultados e sua aplicabilidade local. As
questões são: a revisão abordou uma questão claramente focada?; os autores
procuraram os tipos certos de artigos?; você acha que todos os estudos
importantes e relevantes foram incluídos?; os autores da revisão fizeram o
suficiente para avaliar a qualidade dos estudos incluídos?; se os resultados da
revisão foram combinados, foi razoável fazê-lo?; quais são os resultados gerais
da revisão?; qual é a precisão dos resultados?; os resultados podem ser
aplicados à população local?; todos os resultados importantes foram
considerados?; os benefícios apresentados superam os danos e os custos
envolvidos? Para cada questão, há sugestões para auxiliar a refletir sobre a
resposta que será dada. Por exemplo, na primeira questão, sugere-se que o foco
seja avaliado em termos da população estudada, a intervenção aplicada e o
resultado considerado, ou seja, se tem os elementos essenciais de uma questão.
No contexto das
revisões mistas, uma ferramenta para analisar a qualidade é a Mixed Methods Appraisal Tool (MMAT),
desenvolvida por Hong et al. (2018), que lista os elementos que devem estar
presentes em estudos e revisões mistas. No MMAT podem ser observados itens para
avaliação como: há perguntas de pesquisa claras?; os dados coletados permitem
abordar as questões da pesquisa?; existe uma justificativa adequada para se
desenvolver uma revisão de literatura empregando métodos mistos?; os diferentes
componentes do estudo estão efetivamente integrados para responder à pergunta
da pesquisa?; os resultados da integração de componentes qualitativos e
quantitativos são adequadamente interpretados?; as divergências e
inconsistências entre os resultados quantitativos e qualitativos são
adequadamente tratadas?; os diferentes componentes do estudo aderem aos
critérios de qualidade de cada tradição dos métodos envolvidos?
Referente ainda à
qualidade das revisões, a Classificação dos Níveis de Evidência de Oxford,
construída por Howick et al. (2012), entende que as revisões sistemáticas de
estudos transversais, as revisões sistemáticas de estudos de coorte e as
revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados possuem nível 1 de
evidência, em uma escala de 1 a 5, onde 1 é o nível de maior evidência. Assim,
a classificação de Oxford ressalta a importância das revisões sistemáticas para
o avanço científico e para as diferentes tomadas de decisão, sobretudo no
contexto da saúde.
3
REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA: PRODUÇÃO
Conforme apresentado
no tópico anterior, as revisões sistemáticas seguem protocolos específicos.
Assim, a fim de contribuir para que as revisões de literatura ganhem em
qualidade, serão discutidas, neste tópico, algumas etapas que compõem seu
desenvolvimento, como a delimitação da questão a ser tratada na revisão; a
seleção das bases de dados bibliográficos para consulta e coleta de material; a
elaboração de estratégias para busca avançada; a seleção de textos e
sistematização de informações encontradas; bem como serão apresentados alguns
aspectos sobre a composição da equipe para elaboração da revisão.
3.1 A
DELIMITAÇÃO DA QUESTÃO
Do mesmo modo que as demais
pesquisas científicas, a revisão de literatura demanda a delimitação de
objetivos e questões de pesquisa. Geralmente, entende-se que a questão de uma
revisão sistemática deve contemplar a especificação da população, ou do
problema ou da condição que será estudada, o tipo de intervenção que será
analisado, se haverá comparação entre intervenções e o desfecho que se pretende
estudar. Esta abordagem para a elaboração da questão é conhecida pela sigla
PICO, onde p é população ou problema, i é intervenção, c é comparação e o é
outcome/resultado.
Assim, tem-se: “Qual a
efetividade da contação de histórias para despertar o interesse pela leitura em
crianças de idade escolar?”, onde criança em idade escolar é a população,
contação de histórias é a intervenção, e o interesse pela leitura é o desfecho
a ser analisado na revisão de literatura. Um segundo exemplo: “Disciplinas
sobre metodologia científica melhoram o desempenho de alunos de pós-graduação
na elaboração de projetos de pesquisa?”, onde alunos de pós-graduação é a
população, disciplinas sobre metodologia científica é a intervenção, e
desempenho na elaboração de projetos de pesquisa é o desfecho.
Algumas revisões de
literatura partem de questões focadas na comparação entre diferentes
intervenções. Assim, tem-se o exemplo: “Qual o melhor equipamento para alunos
de graduação buscarem informações acadêmicas: computadores ou dispositivos
móveis?”. Neste exemplo, alunos de graduação formam a população; dispositivo
móvel é uma intervenção, computador é outra intervenção; e busca por informação
acadêmica é o desfecho a ser estudado.
No caso das revisões
de literatura mistas, geralmente, parte-se de duas questões: uma questão
quantitativa e uma questão qualitativa. Assim, tem-se: “Questão quantitativa:
qual a porcentagem de alunos de graduação que usam computadores ou dispositivos
móveis na busca por informações acadêmicas nas diferentes regiões do Brasil?
Questão qualitativa: qual a percepção de alunos de graduação sobre o uso de
computadores e o uso de dispositivos móveis na busca por informações acadêmicas
nas diferentes regiões do Brasil”.
O processo para se
chegar à questão que norteará a revisão exige do pesquisador uma análise prévia
da literatura existente. Recomenda-se para a economia de tempo e recursos que o
pesquisador verifique, por exemplo, se uma revisão ou várias revisões sobre o
assunto já não foram realizadas por outros pesquisadores. Caso já exista uma
revisão sistemática, é possível, por exemplo, optar por sua atualização, ao
invés de construir uma revisão inteiramente nova. De qualquer forma, a
existência de uma questão bem delimitada será essencial para que as demais
etapas da revisão de literatura sejam elaboradas.
3.2 A
SELEÇÃO DAS BASES DE DADOS
Delimitada a questão
que será tratada na revisão, é preciso definir quais bases de dados serão
consultadas para a busca de artigos e outros materiais bibliográficos que
possam ser incluídos ou excluídos da revisão de literatura que se pretende
realizar. Anualmente, surgem novas e mais complexas bases de dados. No entanto,
algumas bases têm se consolidado no que tange ao desenvolvimento de revisões de
literatura, entre elas estão:
●
SciELO. Compreende a produção de artigos produzidos em vários países da
América Latina;
●
LISA (Library and Information
Science Abstracts). Abrange a literatura internacional na área de Ciência
da Informação desde 1969;
●
LISTA (Library, Information
Science & Technology Abstracts). Abrange a
literatura internacional nas áreas de Ciência e de Tecnologia da Informação
desde meados da década de 1960;
●
SCOPUS. Compreende várias áreas do conhecimento, incluindo: análise
bibliométrica, história, educação, psicologia, direito, religião, linguística e
literatura;
●
ERIC (Education Resources
Information Center). Abrange artigos e relatórios em inglês na área de
educação;
●
PsycINFO. Abrange a literatura internacional sobre aspectos a ciência
social e comportamental, incluindo pesquisas acadêmicas em psicologia e áreas
afins;
●
IEEE Xplore. Abrange a coleção de trabalhos na área de tecnologia
publicados pelo Institute of Electrical
and Electronic Engineers;
●
ACM Digital Library. Compreende trabalhos da área de Tecnologia da
Informação desde a década de 1950;
●
Medline Ovid. Abrange a literatura internacional de todas as especialidades
médicas de 1946 até os dias atuais;
●
PubMed. Abrange a literatura internacional de todas as especialidades
médicas de 1966 até os dias atuais;
●
Embase. Abrange a literatura biomédica internacional de 1947 até os dias
atuais, incluindo estudos sobre produtos farmacêuticos, farmacovigilância,
eficácia, medicamentos e dispositivos médicos;
●
CINAHL. Abrange a literatura internacional sobre enfermagem, tecnologia
e áreas afins.
Embora possa haver alguma
duplicação de artigos em diferentes bases de dados, cada base se destina a um
público-alvo, possui uma cobertura de tipos de documentos e uma cobertura
temática, ou seja, conteúdos informacionais que são por ela tratados de forma
preferencial. Portanto, deriva-se que é preciso buscar a informação relevante
em bases de dados adequadas e compatíveis com a temática a ser desenvolvida.
As bases de dados de acesso
restrito são acessíveis internamente em institutos de pesquisa e universidades.
Igualmente, o Portal Brasileiro de Informação Científica, mais conhecido como
Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), disponibiliza bases de dados de acesso restrito, mediante
convênio institucional. Nesse Portal há ainda expressiva quantidade de livros
integrais, artigos de periódicos, patentes, normas, teses e dissertações, e
revistas internacionais e nacionais de todas as áreas do conhecimento
(COORDENAÇÃO, 2019).
Para a revisão de literatura que
envolva tema muito recente, tema pouco estudado como algumas populações
vulneráveis, temáticas latino-americanas e africanas, temáticas relacionadas a
comunidades locais, doenças tropicais, é recomendável também que, além das
bases já citadas, sejam consultados os repositórios de teses e dissertações dos
diferentes países, assim como o buscador Google Acadêmico, pois costumam ser
mais abrangentes. Esses recursos também podem ser úteis quando se pretende
fazer uma revisão sistemática de caráter exaustivo, ou seja, incluindo artigos
científicos, livros, teses, dissertações e literatura cinzenta (publicações
realizadas em eventos, publicações em editores não comerciais, publicações
realizadas em sites pessoais de pesquisadores).
Revisões que foquem inovação
tecnológica devem considerar ainda as bases de patentes, marcas e desenho, como
aquelas disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual
(INSTITUTO, 2009).
3.3
ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE BUSCA
Para o uso das bases de dados
bibliográficos, é necessária a montagem de uma estratégia de busca que envolve
um conjunto de procedimentos e mecanismos tecnológicos existentes para
localizar a informação. Grosso modo, uma base de dados possui formulários
simples e formulários avançados de buscas. Os avançados permitem a busca de
informação por todos os campos da base de dados ou por campos específicos, como
título do documento, resumo do documento, autor, assunto do documento,
periódico no qual o documento foi publicado, data de publicação, país de
publicação, idioma de publicação, tipo de publicação (livro, anais de eventos,
artigos de periódicos, teses e dissertações, normas, imagens, filmes etc.), e
disponibilidade (acesso livre, acesso restrito etc.). Além destas
possibilidades, algumas bases de dados permitem a busca de documentos baseada
no número de citações que tiveram, ou seja, pelo nível de relevância acadêmica
que possuem; busca de documentos por semelhança, isto é, uma vez que se
localizou um documento de interesse, é possível recuperar outros textos com
conteúdo próximo; e busca por navegação, ou seja, diante de um registro
bibliográfico, pode-se navegar na base de dados procurando documentos do mesmo
autor, com assuntos semelhantes, que citam o trabalho registrado ou que foram
publicados em um mesmo periódico. Enfim, bases de dados possuem possibilidades
variadas e se aperfeiçoam com frequência. No entanto, o foco deve ser a
elaboração da estratégia de busca avançada, pois tal estratégia de busca é
reproduzível.
Para empregar estratégias de
busca avançadas uma etapa necessária é a consulta a terminologias, tesauros e
dicionários especializados para realizar o mapeamento de sinônimos, assim como
para traduzir adequadamente os conceitos que integram a questão de revisão para
a língua inglesa, visto que as bases de dados bibliográficos internacionais
priorizam a língua inglesa como idioma de busca.
Assim, dada uma questão de
revisão sobre “quais os efeitos da intervenção dietética e de exercícios
físicos na perda de peso e composição corporal em mulheres obesas na
pós-menopausa” seria preciso levantar potenciais sinônimos e termos em língua
inglesa como: diet, dietary, exercise, obese, obesity, overweight, body weight, body mass index, fat mass, perimenopause, postmenopause, menopause. Se a revisão de literatura envolver vários idiomas é
recomendável realizar o levantamento dos sinônimos em todos os idiomas que
serão tratados na revisão.
Dada outra questão de revisão
sobre “como engajar pessoas sem moradia na área da saúde empregando tecnologias
da informação e comunicação?” seria preciso levantar potenciais sinônimos e
termos em língua inglesa como: homeless,
unstable housing, unstably housed, housing stability, supportive housing,
computer, computers, technologies, communication technology, technology, mobile
technologies, ipad, handheld, mobile computing, smart phone, mobile phone,
iphone, android, app, sms, text message, mobile technology, personal digital
assistant, tablet computer, informatics, Internet, online, Mhealth, m-health,
technology disparities, health, healthy.
Uma vez realizado o
mapeamento terminológico, serão usados os operadores booleanos AND (e), OR (ou)
e AND NOT (e não) para construção das estratégias avançadas de busca, onde AND
equivale à intersecção, OR equivale à união e AND NOT equivale à exclusão.
Assim, para a questão “como engajar na área da saúde de pessoas sem moradia empregando
tecnologias da informação e comunicação?” tem-se a seguinte estratégia
avançada:
Pesquisa 1: homeless OR unstable housing OR unstably
housed OR housing stability OR supportive housing
Pesquisa 2: computer OR computers OR technologies OR communication technology OR technology OR mobile technologies OR ipad OR handheld OR mobile computing OR smart
phone OR mobile phone OR iphone OR android OR app OR sms OR text message OR mobile
technology OR personal digital
assistant OR tablet computer OR informatics OR Internet OR online OR Mhealth OR m-health OR technology
disparities
Pesquisa 3: health OR healthy.
Pesquisa 4: Pesquisa 1
AND Pesquisa 2 AND Pesquisa 3
(homeless OR unstable housing OR unstably housed OR housing stability OR
supportive housing) AND (computer OR computers OR technologies OR
communication technology OR
technology OR mobile technologies OR ipad OR handheld OR mobile computing
OR smart phone OR mobile phone OR iphone OR android OR app OR sms OR text message OR mobile technology OR personal digital assistant OR tablet computer OR informatics OR Internet OR online OR Mhealth OR m-health OR technology disparities) AND (health OR healthy)
Pelos exemplos
mencionados, observa-se que o emprego de estratégias de busca e da terminologia
possui um impacto decisivo sobre os documentos que serão recuperados nas bases
de dados. Recomenda-se, assim, que a estratégia de busca seja registrada e
apresentada no relatório final da pesquisa, explicitando-se, dessa forma,
informações para que a revisão de literatura seja reproduzível.
3.4
SELEÇÃO, SISTEMATIZAÇÃO E EQUIPE
Os documentos
encontrados nas bases de dados podem ser incluídos em software específico para
a gestão de referências bibliográficas, que facilitará a deduplicação e gestão
dos documentos que serão revistos.
Além do software, a
seleção dos documentos que comporão a revisão deve ser realizada de forma
independente por dois pesquisadores da equipe que aplicarão os critérios que
foram estabelecidos no início da revisão. Um terceiro pesquisador será o
árbitro caso haja uma seleção discrepante. Assim, sugere-se que as revisões
sistemáticas sejam elaboradas por, pelo menos, 3 pesquisadores.
O processo de seleção
pode ter várias fases. Em um primeiro momento, a seleção pode considerar apenas
a leitura dos títulos dos documentos encontrados. Em um segundo momento,
pode-se considerar a leitura dos resumos dos documentos encontrados. E em um
terceiro momento, pode-se realizar uma análise crítica geral dos documentos
encontrados, onde serão observados a coerência do estudo, qualidade
metodológica, resultados alcançados, conclusão, financiamento do estudo etc.
Todo o processo de seleção deve ser explicitado na forma de fluxo, conforme as
diretrizes do PRISMA flow diagram
(PRISMA, 2015).
Depois de selecionados
os textos, a equipe de revisão precisará lê-los e coletar informações
comparáveis como data de realização do estudo, país de realização do estudo,
população estudada, intervenção realizada, metodologia empregada, desfechos
encontrados. Essas informações podem ser registradas em um quadro para
posterior uso no relatório da revisão. Recomenda-se que, desde o início da
revisão, se tenha a preocupação de sistematizar as fontes de informação
consultadas a fim de que não seja necessário refazer as etapas da revisão e
para que os direitos autorais sejam garantidos.
Para pesquisadores que
não possuem experiência em revisões de literatura é recomendável incluir na
equipe de revisão um ou mais bibliotecários que sejam responsáveis pela gestão
das terminologias empregadas no estudo, realização das estratégias de busca e
gestão geral dos documentos que serão empregados na revisão, conforme destacado
por Spencer e Eldredge (2018). Além do profissional bibliotecário, é recomendável
que na equipe da revisão tenha ao menos um especialista na questão que será
tratada na revisão. Logo, se a revisão, por exemplo, for sobre religiões
africanas, sugere-se que os pesquisadores tenham algum conhecimento prévio no
assunto a fim de garantir uma melhor interpretação dos estudos que foram
selecionados.
As revisões de
literatura sistemáticas são publicadas em forma de artigos científicos ou
relatórios científicos ou relatórios executivos com foco em tomadores de
decisão no campo da saúde. Além disso, nos últimos anos tem se incentivado que
os pesquisadores publiquem uma versão da revisão sistemática em linguagem
simples, com foco no público leigo e população em geral. Higgins e Green (2011)
explicam no Manual da Cochrane para Revisões Sistemáticas que o resumo em
linguagem simples apresenta a revisão em um estilo simples que pode ser
entendido pelos consumidores, sendo disponibilizados gratuitamente na Internet.
Os resumos de revisões em linguagem simples têm duas partes: um título em linguagem
simples e um texto com não mais que 400 palavras.
4
REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA: PUBLICAÇÃO
O modo usual de
divulgação de resultados de revisões sistemáticas é a publicação em periódicos
científicos. A PubMed, base de dados bibliográfica especializada na área
biomédica, registrou no período de um ano entre 01/09/2018 e 31/08/2019 a
publicação de 25.624 trabalhos com o termo “systematic review” no título ou
abstract (uma média superior a 70 publicações por dia), dos quais 24.795 foram
divulgados em artigos de periódicos.
A área da saúde
apresenta uma longa tradição na valorização e divulgação de revisões
sistemáticas, com organizações dedicadas a este fim. Cochrane é uma dessas
organizações internacionais, estabelecida em 1993 como Cochrane Collaboration e com sede em Londres, que tem por lema
“Evidências confiáveis. Decisões bem informadas. Melhor saúde.” (COCHRANE,
2019a). Para atingir seus objetivos, conta com 11 mil membros e 67 mil
apoiadores em 130 países, sendo uma instituição parceira da Organização Mundial
da Saúde.
Os resultados das
revisões sistemáticas são disseminados tanto em linguagem simples para a
população, no sítio Cochrane Evidence
(COCHRANE, 2019b), como para profissionais da saúde, na Cochrane Library (COCHRANE, 2019c). Adicionalmente, as revisões são
publicadas em um periódico científico, o Cochrane
Database of Systematic Reviews (CDSR), que divulga ainda protocolos,
editoriais e suplementos, como o Cochrane
Methods. Em 2018, o CDSR teve fator de impacto 7,755 no índice InCites
(COCHRANE, 2019d).
Outra organização
internacional voltada à disseminação de resultados de revisões sistemáticas e
outras formas de evidências aplicadas à área da saúde é o Joanna Briggs Institute, estabelecido em 1996 em Adelaide, na Austrália,
e que atualmente conta com 70 centros colaboradores em 34 países, incluindo um
centro no Brasil (JOANNA, 2019). Assim como o Cochrane, também dissemina suas
revisões em uma publicação periódica, o JBI
Database of Systematic Reviews and Implementation Reports (LIPPINCOTT,
2019).
No entanto, revisões
sistemáticas não são desenvolvidas apenas na área da saúde. A Campbell Collaboration (2019) é uma organização criada em Londres, em 1999,
que tem por lema a frase “Melhor evidência para um mundo melhor” e por objetivo
promover mudanças sociais e econômicas positivas por meio da elaboração de
revisões sistemáticas que possam ser usadas para apoiar as decisões de gestores
públicos. São temas contemplados nessas revisões sistemáticas: Educação;
Desenvolvimento internacional; Serviço social; Segurança nutricional; Crime e
justiça; Negócios e administração; além de tópicos transversais como Métodos de
pesquisa e Translação do conhecimento. Assim como as demais organizações
voltadas à disseminação de revisões sistemáticas, a Campbell Collaboration
também divulga seus resultados por meio de uma publicação periódica, a Campbell Systematic Reviews (WILEY,
2019).
É interessante
observar que todas essas publicações trazem, em comum, uma demanda pelo rigor
metodológico na realização das revisões sistemáticas. Por exemplo, uma revisão
sistemática para ser publicada pela Cochrane, deve seguir o preconizado no Cochrane Handbook of Systematic Review of
Interventions (HIGGINS; GREEN, 2011), além de ser elaborada por uma equipe
com pelo menos dois autores, mas geralmente mais, como forma de reduzir
subjetividade e garantir o conhecimento necessário no tema da pesquisa e nos
diversos aspectos metodológicos de uma revisão sistemática. Cochrane ainda
oferece ferramentas para auxiliar a elaboração da revisão sistemática segundo
suas diretrizes, como o Archie, para
a gestão de documentos e contatos, e o Review
Manager, para facilitar a preparação de revisões, incluindo características
e dados dos estudos, bem como tabelas de comparação.
O Instituto Joanna
Briggs também provê um conjunto de ferramentas, na forma de checklists, para assegurar a validade de
suas revisões sistemáticas e o JBI
Database of Systematic Reviews and Implementation Reports, em suas
instruções aos autores, afirma que endossa as diretrizes do PRISMA para relatar
uma revisão sistemática, além de salientar que manuscritos de revisão
sistemática cuja busca tenha sido realizada há mais de um ano são considerados
desatualizados e não aceitáveis para publicação.
A Campbell
Collaboration, além de utilizar algumas diretrizes e ferramentas oferecidas
pela Cochrane, tem também seus checklists
para relatos de revisão sistemática e recomendações detalhadas sobre como
realizar a etapa da busca (KUGLEY et al.,
2017).
Além das revisões
sistemáticas endossadas por essas instituições, pesquisas desse tipo são
publicadas regularmente nos mais diversos periódicos, como Systematic Reviews, Implementation
Science, The Lancet, Journal of the American Medical Association
(JAMA) e British Medical Journal
(BMJ), na área de saúde, bem como em periódicos interdisciplinares e de outras
áreas do conhecimento, tais como PLoS One,
International Journal of Information
Management, Review of Educational
Research, Public Administration, Journal of Data and Information Science
e Library Management, entre muitas
outras.
Particularmente no
campo da biblioteconomia e ciência da informação, Maden e Kotas (2016) fizeram
uma revisão das revisões sistemáticas publicadas neste domínio, com foco na
avaliação de qualidade reportada pelos próprios autores dos estudos. Para
tanto, foram selecionados 40 artigos publicados entre 2003 e 2014 que continham
“systematic review” no título, no resumo ou na metodologia. Os estudos
selecionados foram em sua maioria publicados nos periódicos Health Information and Libraries Journal
(14 artigos), Journal of the Medical
Library Association (4), Information
Research (2), Journal of Academic
Librarianship (2), Journal of
Documentation (2) e Reference Services
Review (2), além de 14 artigos publicados em outros periódicos. Usando os
critérios estabelecidos pelo framework
PRISMA (2015) e por AMSTAR, atualmente na segunda versão (SHEA et al., 2017),
para a apreciação da qualidade dos estudos na revisão sistemática, essas
autoras verificaram que a maior parte dos artigos publicados não atenderam aos
critérios de revisão sistemática. Assim, concluíram que é preciso ampliar a
compreensão sobre os aspectos metodológicos e de qualidade de revisões
sistemática nessa comunidade, não apenas entre autores, mas também entre
revisores e editores de periódicos da área.
Como qualquer pesquisa
realizada com qualidade, um trabalho com uma revisão sistemática rigorosa e
atualizada dificilmente será rejeitada por periódicos de qualquer área do
conhecimento.
5
CONCLUSÃO
No presente estudo,
buscou-se apresentar os principais conceitos relacionados à revisão sistemática
de literatura, discutindo-se seus componentes como a importância da delimitação
da questão de revisão, da seleção adequada da base de dados bibliográficos, do
uso adequado das terminologias, da seleção dos documentos que integrarão a
pesquisa e aspectos relacionados à composição da equipe de pesquisa. Espera-se
que este texto estimule os pesquisadores no desenvolvimento de revisões, já que
esta modalidade de pesquisa científica tem ganhado reconhecimento nos
diferentes cenários científicos, especialmente, no cenário internacional por
seu alto nível de evidência. Igualmente, espera-se que os editores e revisores de
manuscritos científicos estejam mais atentos à qualidade das revisões
sistemáticas de literatura submetidas à publicação.
Para se aprofundar
mais nas questões levantadas, ressalta-se que todas as universidades públicas
brasileiras e muitas instituições de ensino superior oferecem a seus alunos
disciplinas e cursos relacionados à busca e ao uso da informação para fins de
revisão de literatura. Além disso, como o estudo da informação é objeto de
muitas ciências (ciência da informação, biblioteconomia, arquivologia e
museologia, dedicadas aos fenômenos relacionados à seleção, organização,
representação e disseminação da informação), há muita literatura disponível
sobre metodologias para prospecção e recuperação da informação para fins
científicos. Trata-se assim de uma temática que avança diariamente.
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