A ESCOLA DE FRANKFURT E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Anderson Victor Barbosa Cavalcante [1]
Universidade Federal da Paraíba
victorbarcalv@gmail.com
Leilah Santiago Bufrem[2]
Universidade Federal de Pernambuco
santiagobufrem@gmail.com
Gisele Rocha Côrtes [3]
Universidade Federal da Paraíba
giselerochacortes@gmail.com
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Resumo
Analisa a influência do pensamento da “Escola de Frankfurt” na Ciência da Informação. Realiza estudo descritivo, de caráter epistemológico, subsidiado pela hermenêutica habermasiana. Apresenta interlocuções da “Teoria Crítica” de Frankfurt no campo das ciências sociais, notadamente, no contexto da Ciência da informação, por meio dos estudos e pesquisas publicados junto ao campo, na contemporaneidade. Dimensiona os pensadores frankfurtianos mais referenciados no campo da informação, com base no cenário contemporâneo do conhecimento no campo. Destaca as articulações dos constructos frankfurtianos às tendências e tópicos teóricos, metodológicos e temáticos da Ciência da Informação, evidenciando aqueles mais expressivos, propulsores e representativos dessa articulação na contemporaneidade. Conclui destacando que os encaminhamentos frankfurtianos erguem-se sobremaneira fecundos como via para se conceber e perceber a informação e a Ciência da Informação em termos humanos, sociais e crítico-reflexivos, de modo a reafirmar seu pertencimento à condição de ciência social, muito além de projeções pragmatistas, tecnicistas e positivistas.
Palavras-chave: Escola de Frankfurt. Teoria Crítica. Ciência da Informação. Epistemologia.
THE FRANKFURT SCHOOL AND THE INFORMATION SCIENCE
Abstract
It analyzes the influence of the Frankfurt School thinking on Information Science. This is a descriptive epistemological study supported by the Habermasian hermeneutics. It presents interlocutions of Frankfurt's "Critical Theory" in the area of social sciences, notably in the context of Information Science, through contemporary studies and research published in the area, during the contemporary. It scales the most referenced Frankfurt thinkers in the area of information, based on the contemporary scenario of knowledge in the area. It highlights the articulations of the Frankfurt constructs with the tendencies and theoretical, methodological and thematic topics of Information Science, highlighting those most expressive, propelling and representative of this articulation in contemporary times. The paper concludes by pointing out that the Frankfurtian referrals are extremely fruitful as a way to conceive and perceive information and Information Science in human, social and critical-reflexive terms, in order to reaffirm their belonging to the condition of social science, beyond pragmatist, technicist and positivist projections.
Keywords: Frankfurt School. Critical Theory. Information Science. Epistemology.
1 INTRODUÇÃO
1.1 Nós, frankfurtianos? A direção do perguntar na Ciência da Informação
No curso dos tempos contemporâneos, em especial, desde os idos das grandes guerras, a Escola de Frankfurt se arvora entre nós como símbolo, signo e emblema mais vivo e vívido da Teoria Crítica social (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Desde então, ao tecer teorias críticas para pensar, reflexionar e problematizar o sujeito humano e a sociedade, os constructos frankfurtianos ganham relevo entre nós, provocando inquietações, inspirando transformações e envidando reflexões sobre a vida em sociedade (FREITAG, 1986; NOBRE, 2004). Em vista disso, o pensamento frankfurtiano tornou-se eixo gerado e gerador de estudos e pesquisas, sendo discutido, teorizado e acessado sobremaneira no campo das ciências sociais e, mais recentemente, sendo acessado, apreendido e (re)apropriado pelos estudos e pesquisas nos horizontes da Ciência da Informação.
A Escola de Frankfurt é aclamada por muitos como a escola de pensamento social mais influente do século XX. E embora seu título e fundação remontem a uma dada localização geográfica, à cidade de Frankfurt, em Alemanha, nos anos 1920 do século passado, o sentido “Escola de Frankfurt” guarda em si um significado muito além de fronteiras. Refere-se fundamentalmente a um “grupo de intelectuais” ou a uma “teoria crítica social”, de inspiração marxiana ou marxista (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Situa-se historicamente como uma escola de pensamento perpassada por uma série de acontecimentos marcantes, tristes e decisivos não só para o curso de sua própria história, como também para o curso da história da humanidade no século XX. Constitui-se epistemologicamente como o edifício da Teoria Crítica, lócus da fortuna crítica social, cuja força das ideias atravessa o curso dos tempos e campos científicos, mantendo-se viva e atual nos horizontes contemporâneos do pensamento social.
Por meio de seus porta-vozes, conhecidos como “frankfurtianos”, a Escola projeta-se para o mundo enquanto reduto pessimista, crítico, vigilante da sociedade contemporânea ante os avanços da ideologia do capitalismo (FREITAG, 1986; REPA, 2008). A Escola constitui-se, assim, como uma “nova ágora”, como um espaço de discussão, percepção e sensação de que existem de fato fortes laços e elos entre conhecimento e interesse, entre técnica e ideologia, entre razão e dominação na contemporaneidade (NOBRE, 2004; JAY, 2008). Ergue-se, assim, como terreno fértil ao levante de estudos e teorias de figuras de proa tais como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Walter Benjamin, Jürgen Habermas e Axel Honneth, nomes que o pensamento social e filosófico do século XX consagrou.
Reconhecida enquanto escola de pensamento em todo o mundo, rapidamente a Escola de Frankfurt torna-se sinônimo da “Teoria Crítica”, expressão atribuída a Horkheimer (FREITAG, 1986; REPA, 2008). Revela-se, em razão disso, como horizonte teórico inovador, exatamente por sua verve crítica, fôlego autoral e penetrações inéditas sobre o horizonte social. Projeta-se, neste aspecto, como matriz sociofilosófica a tecer teorias críticas para discutir e reflexionar sobre o sujeito humano e a sociedade ante o avanço do capitalismo. Evidencia-se, em virtude disso, como projeto teórico promissor, como alça teórica válida para pensar e problematizar os acontecimentos e transformações dos tempos contemporâneos, passando, então, a cativar adeptos(as), a inquietar pensadores(as), a inspirar pesquisadores(as). Constituindo-se, portanto, enquanto eixo promissor para estudos e pesquisas, sobretudo no campo de estudos das ciências sociais, reassenta suas discussões e investigações em novas bases, cujos ecos se busca sentir de maneira mais sustentada nos horizontes da Ciência da Informação.
Diante isso, parece-nos oportuno indagar: qual o papel e significado do legado da Teoria Crítica de Frankfurt na Ciência da Informação? Quais delineamentos o pensamento frankfurtiano tem a ofertar à Ciência da Informação? Quais articulações se podem estabelecer entre os constructos frankfurtianos e as tendências e tópicos teóricos, metodológicos e temáticos da Ciência da Informação? Que lições nos cabe tirar do projeto frankfurtiano para pensarmos a sociedade contemporânea, a sociedade da informação? Poderiam os constructos frankfurtianos dar encaminhamento a um projeto de sociedade mais esclarecida, tolerante, democrática, solidária e plural? Ou poderiam dar encaminhamento a um projeto de sociedade na direção de caminhos cada vez mais tortuosos e desiguais, que reduzem as articulações humanas e sociais a interesses finalistas e individuais? Estas e outras questões em torno do cenário em que se situa o pensamento frankfurtiano e a Ciência da Informação na contemporaneidade requerem reflexão e merecem investigação, cada vez mais oportunas e indispensáveis.
Em vista disso, sentimo-nos motivados a analisar as interlocuções da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt e seu legado na Ciência da Informação, suas dimensões, perspectivas e articulações. Perseguindo essa ideia, voltamo-nos sobre as repercussões dos constructos e pensadores frankfurtianos na Ciência da Informação, através dos estudos e pesquisas publicados do campo da informação no Brasil na contemporaneidade, indexados particularmente pela Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI).
Enveredamo-nos em tal incursão, em primeiro lugar, respaldados pelo fato de ocupar a epistemologia da Ciência da Informação lugar de relevo na agenda dos estudos e pesquisas da área, com forte presença em publicações do Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB). Em segundo lugar, amparamo-nos também no fato de que estudiosos e pensadores da Ciência da Informação têm percebido o potencial das ideias do legado da Escola de Frankfurt ou da Teoria Crítica como alça teórica para os estudos e investigações no campo, dentre os quais destacam-se os pesquisadores Maria Nélida González de Gómez e Clóvis Ricardo Montenegro de Lima.
Nesse aspecto, o presente artigo pretende analisar as repercussões do pensamento frankfurtiano na Ciência da Informação. Em vista disso, na direção do perguntar, o estudo ampara-se na seguinte questão norteadora: como se configura o horizonte das tendências teóricas e temáticas da Ciência da Informação ante os encaminhamentos do pensamento frankfurtiano? Na tentativa de responder à questão proposta, partimos do pressuposto de que os delineamentos do pensamento frankfurtiano erguem-se sobremaneira fecundos como via para se conceber e perceber a informação e a Ciência da Informação em termos mais humanos, sociais e crítico-reflexivos, de modo a reafirmar seu pertencimento à condição de ciência social, muito além de projeções pragmatistas, tecnicistas e positivistas.
Em termos metodológicos, fundamentamo-nos na pesquisa descritiva[4] (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006), valendo-nos da hermenêutica habermasiana[5] (HABERMAS, 1987).
2 A ESCOLA DE FRANKFURT: “O BERÇO DE OURO DA TEORIA CRÍTICA”
Complexa, diversa e fascinante, tanto no jeito de filosofar quanto no de pensar a sociedade contemporânea, a Escola de Frankfurt é aclamada por muitos como a escola de pensamento social mais influente do século XX. As razões para isso, dentre outros aspectos, advêm do fascínio exercido pelos seus pensadores e pesquisadores, da profundidade e diversidade de seus temas, e da dialogicidade e complexidade de suas abordagens (DEMO, 2007; GHIRALDELLI JR, 2010). De tal sorte que se chega a sustentar a tese de que, por sua notoriedade, alcance e atualidade, a Escola de Frankfurt foi elevada definitivamente à posição de “berço de ouro da teoria crítica”, ao panteão das teorias sociais (DEMO, 2007, p. 127).
Em termos de inspiração teórica ou fundamentos, a Escola de Frankfurt notabiliza-se por se alicerçar nos constructos marxianos ou marxistas, acessando-os, repensando-os e reassentando-os em novas bases. Por sua característica plural e diversa, típica de um “materialismo interdisciplinar”, com os idos dos tempos, além de Karl Marx, outros pensadores passam a servir de inspiração aos integrantes da Escola, dentre os quais, destacam-se nomes como Immanuel Kant, Arthur Schopenhauer, Sigmund Freud, Max Weber e Georg Wilhelm Friedrich Hegel, nomes que o pensamento social, psicanalítico e filosófico moderno e contemporâneo consagrou (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986).
Conceitualmente, a chamada Escola de Frankfurt, de inspiração marxista, marxiana, hegeliana, refere-se fundamentalmente a um “grupo de intelectuais” ou a uma “teoria crítica social”. Uma escola de pensamento filosófico e social que se notabiliza sobremaneira por tecer teorias críticas para pensar, reflexionar e problematizar a sujeito humano e a sociedade no contexto dos avanços do capitalismo (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Uma escola de pensamento de forte característica crítica, dialética e dialógica, mas também de forte característica complexa, plural e diversa quanto às suas ideias, abordagens e integrantes, conforme aponta Freitag (1986, p. 34):
O termo Escola de Frankfurt ou uma concepção de uma “teoria crítica” sugerem uma unidade temática e um consenso epistemológico teórico e político que raras vezes existiu entre os representantes da Escola. O que caracteriza a sua atuação conjunta é sua capacidade intelectual e crítica, sua reflexão dialética, sua competência dialógica ou aquilo que Habermas viria a chamar de “discurso”, ou seja, o questionamento radical dos pressupostos de cada posição e teorização adotada (grifo nosso).
Em termos históricos, fundada na cidade de Frankfurt am Main, Alemanha, em 1923, pelas mãos de Felix Weil[6], de Max Horkheimer e de outros pensadores, a Escola de Frankfurt tem sua existência perpassada por acontecimentos marcantes e decisivos não só para o curso de sua própria história, como também para o curso da história da humanidade no século XX. Acontecimentos decisivos e marcantes, como a ascensão do nazismo e do fascismo ao poder, a eclosão da Grande Depressão econômica de 1929 e a deflagração da Segunda Grande Guerra atravessam profundamente a trajetória da Escola e igualmente atravessam profundamente a história do século XX (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986; REPA, 2009).
Dentre as consequências mais marcantes sentidas pelo instituto de Frankfurt, destacam-se os destinos dos integrantes da Escola de Frankfurt, exilados ou perseguidos, assim como os próprios destinos institucionais da Escola de Frankfurt, desconstruídos e reconstruídos a cada dia. Erguida em Alemanha, em um primeiro momento, a Escola de Frankfurt mantém seus primeiros vínculos institucionais associados junto ao Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt. Em um segundo momento, perseguida em Alemanha, por força da ascensão do nazismo, a Escola “emigra” para Genebra, Paris e América, e, a partir daí, mantém seus vínculos institucionais associados junto aos institutos e universidades sediados nestes países, em busca de um segundo sol, de oportunidade, de sobrevivência, regressando à sua pátria somente tempos mais tarde (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986).
Em termos de projeto teórico ou inovação teórica, a grande marca da Escola de Frankfurt é sua fortuna crítica, cuja força das ideias mostra-se atemporal, atravessando o curso dos tempos e campos científicos, mantendo o legado da Escola vivo e atual nos horizontes do pensamento social. Seus idealizadores, conhecidos como frankfurtianos, distantes e contemporâneos, dão vida ao que entrou para a eternidade como Teoria crítica, expressão atribuída autoralmente a Horkheimer (FREITAG, 1986; REPA, 2009).
Os frankfurtianos passam a vocalizar um “tom” crítico, vigilante e pessimista sobre a sociedade contemporânea marcada pelos avanços da ideologia do capitalismo (FREITAG, 1986; REPA, 2009). Em suas teorias, os frankfurtianos tornam-se contumazes porta-vozes da percepção, raciocínio e sensação de que existem de fato fortes laços e elos entre conhecimento e interesse, entre técnica e ideologia, entre razão e dominação nesse contexto contemporâneo (NOBRE, 2004; JAY, 2008; GHIRALDELLI JR, 2010). Dentre os frankfurtianos mais célebres, destacam-se nomes como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Erich Fromm, Herbert Marcuse, Walter Benjamin, Friedrich Pollock, Leo Löwenthal, Franz Neumann, Otto Kirchheimer, Jürgen Habermas e Axel Honneth, consagrados pelo pensamento social e filosófico contemporâneo (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986; REPA, 2009).
2.1 Os frankfurtianos
Ainda que se discuta o pertencimento de todos esses pensadores, distintos e complementares, à condição de “frankfurtianos” (FREITAG, 1986; JAY, 2008), não se pode negar que eles se projetam como os fundadores, herdeiros e críticos do legado da Teoria Crítica de Frankfurt. Muitos deles são discutidos e apresentados sendo associados a determinadas fases, momentos e gerações da Escola de Frankfurt, como apontamos adiante.
2.1.1 Primeira geração
Filósofo alemão, Max Horkheimer (1895-1873) é aclamado como um dos cofundadores da Escola de Frankfurt e o genuíno formulador da Teoria Crítica social. Nascido em Zuffenhausen, Alemanha, Max Horkheimer tem atuação prolífica junto a Escola de Frankfurt (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Torna-se Diretor do instituto e logo incumbe-se da tarefa de lançar e editar a Revista de Pesquisa Social, periódico de publicação de estudos e pesquisas sociais, em que se publicavam os estudos e pesquisas da Escola de Frankfurt. A revista foi editada continuamente entre os anos de 1932 e 1942 (FREITAG, 1986; REPA, 2009).
Em seus constructos teóricos, Max Horkheimer lança-se a fazer releituras de diversos filósofos, dentre eles Marx, Hegel e Schopenhauer. Os interesses dos estudos de Horkheimer centram-se em diversos temas, dentre os quais, destacam-se Racionalidade, Epistemologia, Teoria Crítica e Dialética. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, dentre eles, Theodor Adorno, Jürgen Habermas, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Teoria Tradicional e Teoria Crítica, Eclipse da Razão e Dialética do Esclarecimento (obra em parceria com Theodor Adorno).
Nascido em Frankfurt, Alemanha, o filósofo Theodor Adorno (1903-1969) é reverenciado como um dos integrantes da “geração de ouro” da Escola de Frankfurt, primeira geração que exerce papel fundamental na formulação e disseminação da Teoria Crítica social (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Em seus constructos teóricos, Theodor Adorno lança-se a fazer releituras de diversos filósofos, como Marx, Kant, Hegel, Freud e Schopenhauer. Os interesses dos estudos de Adorno centram-se em diversos temas, dentre os quais a indústria cultural, a cultura de massa e a dialética. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, como Jürgen Habermas, Herbert Marcuse e Max Horkheimer. Dentre suas obras mais conhecidas, citam-se Indústria Cultural e Sociedade, Lições de Sociologia e Dialética do Esclarecimento (obra em parceria com Max Horkheimer).
O filósofo, psicanalista e sociólogo alemão Erich Fromm é outro dos integrantes da “geração de ouro” da Escola de Frankfurt (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Também nascido em Frankfurt, Alemanha, Erick Fromm tem atuação destacada e produtiva junto a Escola de Frankfurt (FREITAG, 1986; REPA, 2008). Em seus trabalhos, Erich Fromm se dedica a fazer releituras de diversos pensadores, destacadamente Marx e Freud. Os interesses dos estudos de Fromm centram-se em diversos temas, principalmente a psicologia social e a filosofia humanista. As repercussões de suas reflexões exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, dentre eles, especificamente Theodor Adorno. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Ter ou Ser, Meu Encontro com Marx e Freud, A Crise da Psicanálise e Psicanálise e Sociedade Contemporânea.
Nascido em Berlim, Alemanha, o filósofo e sociólogo alemão Walter Benjamin (1892-1940) é fortemente associado à Escola de Frankfurt, destacadamente à primeira geração, que exerce papel fundamental e decisivo na formulação e disseminação da Teoria Crítica (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Em seus constructos teóricos, Walter Benjamin revisita a obra de diversos filósofos, destacadamente Marx, Kant e Weber. Os interesses dos estudos de Benjamin centram-se em diversos temas, principalmente a teoria da literatura e a filosofia da história. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre os teóricos frankfurtianos, dentre eles, especificamente Jürgen Habermas. Dentre suas obras mais notáveis, destacam-se A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica, Passagens e Magia e Técnica, Arte e Política.
Economista, filósofo e sociólogo alemão, Friedrich Pollock é outro pensador destacado como um dos integrantes da primeira geração da Escola de Frankfurt (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Nascido em Freiburg, Alemanha, Friedrich Pollock tem atuação destacada e produtiva junto ao instituto frankfurtiano (FREITAG, 1986; REPA, 2008). Em sua produção, Friedrich Pollock lança-se a fazer releituras de diversos filósofos, como Marx e Weber. Os interesses dos estudos de Pollock centram-se em diversos temas, notadamente o capitalismo de Estado, Teoria Crítica e socialdemocracia. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, especificamente Theodor Adorno, Jürgen Habermas e Franz Neumann. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se As Consequências Econômicas e Sociais da automação, Escritos Marxistas e Experiência em Grupo e Outros Escritos – A Escola de Frankfurt (obra em parceria com Theodor Adorno).
O sociólogo alemão Leo Löwenthal é mais um dos integrantes da primeira geração da Escola de Frankfurt, a “geração de ouro” que, conforme já salientado, exerce papel fundamental e decisivo na formulação e disseminação da Teoria Crítica (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Também nascido em Frankfurt, Alemanha, Leo Löwenthal tem atuação destacada e produtiva junto a Escola de Frankfurt (FREITAG, 1986; REPA, 2008), dedicando-se a fazer releituras de diversos filósofos, destacadamente Marx, Kant e Hegel. Os interesses dos estudos de Löwenthal centram-se em diversos temas, dentre os quais a sociologia da literatura e cultura de massa. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, especificamente sobre Jürgen Habermas. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Literatura e Cultura de Massa, Cultura Popular e Sociedade e A margem – Teoria Crítica e Sociologia da Literatura.
Nascido em Berlim, o filósofo e sociólogo alemão Herbert Marcuse é aclamado como um dos integrantes mais proeminentes da primeira geração da Escola de Frankfurt, “geração de ouro” que exerce papel fundamental e decisivo na formulação e disseminação da Teoria Crítica (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Em seus constructos teóricos, Herbert Marcuse lança-se a fazer releituras de diversos filósofos, principalmente Marx, Freud e Hegel. Os interesses dos estudos de Marcuse são focados em diversos temas, dentre os quais técnica e ideologia, razão e emancipação e razão e colonização. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, particularmente sobre Jürgen Habermas. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Rumo a Uma Teoria Crítica da Sociedade, A Ideologia da Sociedade Industrial, Marxismo, Revolução e Utopia, Eros e a Civilização – uma reinterpretação filosófica do pensamento de Freud e Razão e Revolução.
Advogado, cientista político e filósofo alemão, Franz Neumann (1900-1954) é mais um dos integrantes da primeira geração da Escola de Frankfurt Nascido em Katowice, Polônia, Franz Neumann tem atuação notável e produtiva junto a Escola de Frankfurt (FREITAG, 1986; REPA, 2009). Franz Neumann usou seus estudos para fazer releituras de diversos filósofos, como Marx, Freud e Hegel. Os interesses de Neumann centram-se em temas como os direitos sociais, a democracia e o Estado autoritário e a socialdemocracia. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, em especial Jürgen Habermas. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Democracia Alemã e A Democracia e o Estado Autoritário.
Natural de Heilbronn, Alemanha, o advogado e sociólogo alemão Otto Kirchheimer (1905-1965) também é reconhecido como um dos integrantes da primeira geração da Escola de Frankfurt, a chamada “geração de ouro” fundamental na formulação e disseminação da Teoria Crítica (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986). Em seus constructos teóricos, Otto Kirchheimer faz releituras de diversos filósofos, dentre eles destacadamente Marx, Freud e Hegel. Os interesses dos estudos de Kirchheimer centram-se em diversos temas, incluindo direito constitucional, democracia e socialdemocracia. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre outros teóricos frankfurtianos, especificamente sobre Jürgen Habermas. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Justiça Política e Política, Lei e Mudança Social.
2.1.2 Segunda geração : Jürgen Habermas (1929-)
Filósofo e sociólogo alemão, Jürgen Habermas é aclamado como o representante mais célebre da “segunda geração” da Escola de Frankfurt, geração responsável por dar continuidade à tradição da Teoria Crítica, repensando-a, aperfeiçoando-a, reassentando-a em novas bases (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986; REPA, 2008). Nascido em Düsseldorf, Alemanha, Jürgen Habermas tem atuação reconhecidamente notável e prolífica enquanto remanescente e crítico da Escola de Frankfurt (FREITAG, 1986; REPA, 2008).
Com seus constructos teóricos, Jürgen Habermas faz releituras de diversos filósofos, destacadamente de Marx, Kant, Hegel, Weber e Adorno. Os interesses dos estudos de Habermas centram-se em diversos temas, dentre os quais técnica e ideologia, comunicação, epistemologia, racionalidade, democracia deliberativa e esfera pública e sociedade. As repercussões de seus estudos exercem destacada influência sobre outros teóricos remanescentes e críticos da Escola de Frankfurt, como Axel Honneth, assim como sobre inúmeros outros pensadores e pesquisadores contemporâneos. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Mudança Estrutural da Espera Pública, Técnica e Ciência como Ideologia, Conhecimento e Interesse, Discurso Filosófico da Modernidade e Teoria da Ação Comunicativa.
2.1.3 “Terceira geração”: Axel Honneth (1949-)
Filósofo e sociólogo alemão, Axel Honneth é reconhecido como um dos representantes mais célebres da “terceira geração” da Escola de Frankfurt, geração que exerce papel fundamental e decisivo em dar continuidade à tradição da Teoria Crítica, repensando-a, aperfeiçoando-a, reassentando-a em novas bases (ROUANET, 1983; FREITAG, 1986; REPA, 2008). Nascido em Essen, Alemanha, Axel Honneth tem atuação reconhecidamente destacada e produtiva enquanto remanescente da Escola de Frankfurt (FREITAG, 1986; REPA, 2008).
Em seus constructos teóricos, Axel Honneth revisita a obra de diversos filósofos, dentre eles destacadamente Hegel, Adorno e Habermas. Os interesses dos estudos de Honneth perpassam diversos temas, como filosofia social, política, moral, relações de poder e reconhecimento e sociedade capitalista. As repercussões de seus constructos exercem destacada influência sobre inúmeros pensadores e pesquisadores contemporâneos. Dentre suas obras mais relevantes, destacam-se Luta Pelo Reconhecimento, Reificação, Teoria Crítica e Patologias da Razão.
Ante essa constelação de pensadores, a Teoria Crítica se mantém viva entre nós, nos horizontes do pensamento contemporâneo social. Permanece atual enquanto alça teórica para entender, problematizar e (re)pensar os acontecimentos e transformações dos tempos contemporâneos. Mantém-se, assim, válida enquanto via promissora a favorecer caminhos para ser acessada, discutida e reflexionada no campo das ciências sociais, notadamente, nos horizontes da Ciência da Informação.
3 A ESCOLA DE FRANKFURT E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: CAMINHOS, PERSPECTIVAS E DESAFIOS
Nos horizontes da Ciência da Informação no Brasil, os caminhos do pensamento frankfurtiano ou da Teoria Crítica se cruzam aos caminhos do campo científico de forma decisiva já em fase avançada, a partir do alvorecer do novo milênio.
De acordo com dados obtidos junto a Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), dentre os anos de 1972 e 2019, 94,28% dos trabalhos que se propuseram a fazer algum uso dos termos “Escola de Frankfurt” e/ou “Teoria Crítica” foram publicados no século XXI (2001-2019). O fato sugere que no campo da informação, notadamente deste lado do Atlântico, o legado da Teoria Crítica de Frankfurt passou a ser acessado, discutido e percebido pelos estudiosos e pesquisadores do campo, de forma decisiva, a partir do século XXI (BRAPCI, 2019).
Essa guinada à Teoria Crítica nos horizontes da Ciência da Informação, muito além dos números, revela na verdade uma mudança de comportamento e perspectiva do campo no contexto contemporâneo. Revela que a Ciência da Informação vem, através de seus estudos e pesquisas, envidando esforços para reassentar suas teorias, metodologias e temáticas em novas bases, lançando mão para isso, dentre outros horizontes téoricos, da Teoria Crítica enquanto arcabouço teórico, firmamento e/ou fundamento em tal empreendimento.
Em vista disso, sendo acessado, teorizado e discutido nos horizontes da Ciência da Informação, claramente o legado da Teoria Crítica passa a se manifestar de forma expressiva, propulsora e representativa em diálogo com alguns tópicos e tendências temáticas do campo, dentre os quais, destacam-se “regime de informação”, “competência em informação”, “filosofia da informação”, “competência crítica em informação”, “ética da informação”, “epistemologia da ciência da informação”, dentre tantos mais, segundo apontam dados coletados junto a BRAPCI (2019) (QUADRO 1).
Quadro 1 – O Legado da Teria Crítica de Frankfurt nos Tópicos Teóricos e Temáticos da Ciência da Informação
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Tópicos expressivos e representativos do legado da Teoria Crítica na Ciência da Informação |
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Regime de Informação |
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Competência Crítica em Informação |
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Teoria Crítica da Informação |
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Epistemologia da Ciência da Informação |
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Filosofia da Informação |
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Formação Crítica em Ciência da Informação |
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Informação e Sociedade |
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Competência em Informação |
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Comunicação e Informação |
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Correntes Teóricas/Paradigmas da Ciência da Informação |
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Fenômeno da Informação |
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Ética da Informação |
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Organização da Informação e do Conhecimento |
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Fluxo de Informação |
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Prática Biblioteconômica |
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Biblioteca Escolar |
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Biblioteca Comunitária |
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Subjetividade e Tecnologia da Informação e Comunicação |
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Investigação nas Ciências Sociais e Humanas |
Fonte: BRAPCI (2019).
Enquanto representantes da tradição da Teoria Crítica de Frankfurt, os pensadores frankfurtianos passam a sobressair-se nos horizontes dos estudos e pesquisas da Ciência da Informação. Dentre os referenciados, destacam-se nomes como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Jürgen Habermas, Herbert Marcuse e Axel Honneth, segundo os dados obtidos junto à BRAPCI (2019[7]) (Quadro 2).
Quadro 2 – Os Pensadores Frankfurtianos nos Horizontes dos Estudos e Pesquisas Publicados na Ciência da Informação
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Pensador Frankfurtiano |
Quantitativo de trabalhos |
|
Max Horkheimer |
6 |
|
Theodor W. Adorno |
11 |
|
Erich Fromm |
0 |
|
Walter Benjamin |
13 |
|
Friedrich Pollock |
0 |
|
Leo Löwenthal |
0 |
|
Herbert Marcuse |
4 |
|
Franz Neumann |
0 |
|
Otto Kirchheimer |
0 |
|
Jürgen Habermas |
12 |
|
Axel Honneth |
1 |
|
TOTAL |
47 |
Fonte: BRAPCI (2019).
Dessa constelação de pensadores, dois em específico, Walter Benjamin e Jürgen Habermas, notabilizam-se entre seus pares como aqueles mais reverenciados no cenário contemporâneo de conhecimento em Ciência da Informação, segundo a BRAPCI (2019). Dentre as razões para tamanha audiência junto ao campo da informação, sugere-se pensar a profundidade e diversidade de seus temas, assim como a dialogicidade e complexidade das abordagens destes dois pensadores, como as possíveis razões que justificam o elevado prestígio que gozam ante os horizontes dos estudos, pesquisas e investigações da Ciência da Informação.
Ainda assim, mesmo ante tal presença evidente e reveladora de paisagens promissoras para a Teoria Crítica no campo, o horizonte da Teoria Crítica na Ciência da Informação conserva em si paisagens desafiadoras. Destaca-se, entre elas, a ainda diminuta representatividade em termos quantitativos da Teoria Crítica em trabalhos publicados no campo (BRAPCI, 2019). Para se ter uma breve noção disso, basta dizer que, no período de desenvolvimento deste estudo (28/02/2019), somente exatos 0,35% dos trabalhos (69 textos[8]) indexados pela BRAPCI (2019) se propuseram fazer algum uso dos termos “Escola de Frankfurt” e/ou “Teoria Crítica”, de um universo de 19.225 trabalhos indexados pela plataforma (BRAPCI, 2019[9]).
Isso tudo evidencia, em sentido amplo, que ainda existe todo um caminho a percorrer, um mundo a desbravar, um universo a desvendar acerca do legado da Teoria Crítica de Frankfurt na Ciência da Informação. Há todo um potencial de contribuição da Teoria Crítica a ser acessado, explorado e desvendado pela Ciência da Informação, em suas tendências e tópicos teóricos, metodológicos e temáticos, em várias abordagens, interesses e fundamentos na contemporaneidade.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS: PELO FORTALECIMENTO DA TEORIA CRÍTICA NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Esforçamo-nos neste estudo a destacar a influência do pensamento crítico frankfurtiano na Ciência da Informação, de modo a redimensioná-lo. Propusemo-nos a pensar e problematizar o papel e significado do legado da Teoria Crítica de Frankfurt na Ciência da Informação, suas articulações, dimensões e perspectivas. Esforçamo-nos a discutir e reflexionar a fase contemporânea da Ciência da Informação como contexto ainda marcado por paisagens desafiadoras para a Teoria Crítica no campo.
Em virtude disso, com vistas a iluminar tal horizonte desafiador, enveredamo-nos a defender uma presença sustentada em estudos e pesquisas que se valham dos encaminhamentos da Teoria Crítica de Frankfurt na Ciência da Informação. Lançamo-nos nessa direção por entendermos que os constructos da Teoria Crítica de Frankfurt erguem-se como via sobremaneira fecunda ao revigoramento da percepção da Ciência da Informação em termos mais humanos, sociais e crítico-reflexivos, de modo a reafirmar seu pertencimento à condição de ciência social.
Posicionamo-nos nessa defesa por entendermos que os delineamentos frankfurtianos projetam-se como um caminho a fazer frente à percepção de Ciência da Informação predominantemente voltada a projeções pragmatistas, tecnicistas e positivistas. Isto porque partimos da compreensão de que os postulados frankfurtianos erguem-se como via promissora a iluminar a Ciência da Informação a posicionar-se de forma mais sustentada enquanto ciência social.
Enveredamo-nos nessa direção por entendermos que os encaminhamentos frankfurtianos erguem-se em defesa do próprio futuro da Ciência da Informação em sua projeção social e humanística e por entendermos que os encaminhamentos frankfurtianos erguem-se em direção contrária à formação de uma Ciência da Informação do futuro puramente pragmatista, funcionalista e tecnicista.
Conscientizamo-nos de que os desafios que se impõem no horizonte são inúmeros. Ainda assim, inspirados pelos encaminhamentos da Teoria Crítica de Frankfurt, encorajamo-nos a alinhavar os fios do futuro de uma Ciência da Informação para o avanço do pensamento crítico. Uma Ciência da Informação envolvida e comprometida com o livre pensar, fundada em discursos livres, em ações autônomas, humanamente envolvida e comprometida com a reestruturação dos dilemas e desigualdades sociais, muito além da condição empiricamente funcional, tecnicamente útil, instituída ao campo ao longo sua trajetória.
Esperamos, portanto, que as inquietações, trajetos e reflexões delineados por este estudo somem-se a outros que possam fundamentar o projeto e outras possibilidades de veredas científicas no campo das ciências sociais, particularmente na Ciência da Informação. Esperamos specialmente que se percorra na direção de se estudar e pesquisar os impactos e influências de conceitos como indústria cultural, técnica, ciência e ideologia, emancipação social e Teoria Crítica, dentre outros conceitos oriundos da fortuna crítica de Frankfurt, nos horizontes da Ciência da Informação.
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[1] Mestrando em Ciência da Informação.
[2] Doutora em Ciências da Comunicação.
[3] Doutora em Sociologia.
[4]A pesquisa descritiva “busca especificar propriedades e características importantes de qualquer fenômeno que se analise” (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 102). Ergue-se como a via metodológica em que “se medem, avaliam ou coletam dados [informações] sobre diversos aspectos, dimensões ou componentes do fenômeno a ser pesquisado” (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 101).
[5]A hermenêutica ou ciência da interpretação, na perspectiva habermasiana, ergue-se como um método situado muito além da condição de método exclusivamente voltado à abstração, circunscrito tão somente à interpretação “pura” e simples de textos. Projeta-se muito mais como um método de compreensão e ao mesmo tempo de reflexão (crítica) sobre as coisas. Projeta-se, na verdade, como um método que concebe a interpretação de textos vinculando-os a seus contextos, em que os fios do texto perpassam os fios da vida (HABERMAS, 1987a, b).
[6]Felix Weil (1898-1975). Cientista político germano-argentino. Fundador da Escola de Frankfurt (FREITAG, 1986; REPA; 2008).
[7]Dados obtidos junto à plataforma BRAPCI (2019) após refinamento de busca por pensador frankfurtiano. A partir disso, chegou-se ao quadro de representatividade dos pensadores da Escola de Frankfurt na Ciência da Informação.
[8]Pesquisa realizada em 28/02/2019. Período da pesquisa: 1972 a 2019 (BRAPCI, 2019).
[9]Pesquisa realizada em 28/02/2019. Período da pesquisa: 1972 a 2019 (BRAPCI, 2019).