Influências teóricas de Jürgen Habermas na Ciência da Informação indexada na Brapci
Rene Faustino Gabriel Junior[1]
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Leilah Santiago Bufrem[2]
UFPE/UFPR
Marcia Heloisa Tavares de Figueredo Lima[3]
UFRGS
marciahelolima@gmail.com
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Resumo
Parte do reconhecimento do filósofo alemão Jürgen Habermas, pertencente à segunda geração de Escola de Frankfurt, participante da tradição da teoria crítica e do pragmatismo, considerando sua importância não só nos estudos de informação, como em outros domínios. Tem como objetivo assinalar sua presença material via base de dados BRAPCI a fim de mapear em uma série de pesquisas, as influências das reflexões deste filósofo. Para este fim, nesta fase, utiliza a metodologia dos Estudos Métricos da Informação com análises dos textos completos dos artigos indexados na Brapci. O resultado recupera os primeiros trabalhos indexados na BRAPCI produzidos no Brasil e fora dele; diagnostica a maior concentração de frequência em razão de um congresso (?) publicado na Revista “Comunicação & Informação” e na Revista Logeion; apresenta uma prevalência de pesquisadores no núcleo do IBICT/UFRJ e UNIRIO que mais foram influenciados por Habermas, estabelecendo uma reflexão sobre a rede de influências derivadas de orientações de Maria Nélida González de Gómez e identifica a obra mais citada “Mudança estrutural da esfera pública” a qual deverá ser o ponto de partida para a continuidade das reflexões sobre a presença do autor na literatura em CI no Brasil. Conclui apresentando uma série de questões desdobradas a partir desses resultados iniciais.
Palavras-chave: Jürgen Habermas. Estudos Métricos da Informação. Análise de citação.
THEORETICAL INFLUENCES OF JÜRGEN HABERMAS IN THE SCIENCE OF INDEXED INFORMATION IN BRAPCI
Abstract
Part of the recognition of the German philosopher Jürgen Habermas, belonging to the second generation of the Frankfurt School, participating in the tradition of critical theory and pragmatism, considering its importance not only in information studies, but in other domains. It aims to signal its material presence via the BRAPCI database in order to map in a series of researches, the influences of this philosopher's reflections. For this purpose, at this stage, it uses the methodology of Metric Information Studies with analyzes of the full texts of articles indexed in Brapci. The result recovers the first BRAPCI indexed works produced in Brazil and abroad; diagnoses the highest concentration of frequency due to a congress (?) published in the magazine “Comunicação & Informação” and in the magazine Logeion; presents a prevalence of researchers at the core of IBICT / UFRJ and UNIRIO who were most influenced by Habermas, establishing a reflection on the network of influences derived from guidelines by Maria Nélida González de Gómez and identifies the most cited work “Structural change in the public sphere” which should be the starting point for the continuation of reflections on the presence of the author in the literature on CI in Brazil. It concludes by presenting a series of questions unfolded from these initial results.
Keywords: Jürgen Habermas. Metric Information Studies. Citation analysis
1 INTRODUÇÃO
Neste “vasto mundo”, pandemia e guerras nos assolam. Fortes retrocessos legislativos neoliberais avançam sobre frágeis comunidades, muitas das quais mal experimentaram concessões protetivas de incipientes iniciativas de bem estar social características do pós-segunda guerra. A fome endêmica e a falta de saneamento básico não foram superadas para grande parcela da humanidade. Este amálgama forma um aparente plano ou horizonte de impossibilidades para um diálogo racional que possibilite contra discursos argumentativos que se contraponham a tais práticas político-econômicas instrumentais e hegemônicos neste início do século XXI. Ainda assim, esse conjunto tsunâmico não justifica, para Habermas, posições derrotistas daqueles que pretendem contribuir para a reflexão em torno dos complexos e imbricados problemas que compõem nosso caótico presente. Apesar dessas ondas que geram morte, os direitos humanos têm sido um dos temas mais enaltecidos na literatura científica - vide, na Ciência da Informação atual, temas como o direito de acesso, a busca de ferramentas mais inclusivas e amigáveis, o open access e a competência informacional.
Na Ciência Política, desde os anos 80 do século passado, havia indícios de crescente interesse pelo tema, não só de natureza acadêmica, como em outros setores de ação e produção de saber, como, por exemplo, o chamado “terceiro setor” (a sociedade civil organizada, especialmente as ONGs). Eram inúmeras as iniciativas de luta pelos direitos que se faziam acompanhar da respectiva produção documentária a respeito do tema. Koerner (2002), por exemplo, sinalizava em artigo de revisão um interesse destacado pelo tema dos direitos humanos, afirmando que:
O levantamento bibliográfico preliminar mostrou ser imensa a produção bibliográfica sobre os direitos humanos. O tema foi abordado pelas mais variadas correntes políticas, perspectivas disciplinares e orientações intelectuais. (KOERNER, 2002, p. 90)
No âmbito da Filosofia do Direito, Maia (2000) afirma que “os direitos humanos constituem um tema central das reflexões atuais da Filosofia Política e do Direito Internacional” e citando Michel Villey como a principal figura do pensamento jusfilosófico francês do século XX, sinaliza uma aparição quantitativa significativa de textos acadêmicos sobre os direitos humanos “uma literatura tão gigantesca que nos faz hesitar de a ela algo acrescentar”. Ele afirmou, naquele momento, que os direitos humanos suplantam, em número de publicações, artigos ou números especiais de periódicos, temas privilegiados antes pela comunidade acadêmica. como a psicanálise, o marxismo, a ética e a revolução sexual. Para esse autor, destarte, os direitos humanos constituíam-se em um dos poucos temas que adquiriram relevância concreta no mundo das relações políticas ora como padrão crítico das instituições vigentes, ora como escudo, ora como bandeira contra as arbitrariedades do poder político.
Há, ainda, do ponto de vista da História dos séculos XVIII, XIX e XX, para além da teoria, todo um conjunto de duras lutas físicas pelos direitos humanos, travadas no mundo real que envolvem passeatas, greves, boicotes, enfrentamentos físicos e discursivos, incêndios, assassinatos e genocídios suficientes para construir uma “horrenda história” das lutas pela conquista dos direitos humanos.
Bobbio (1992), do lugar de fala da Filosofia Política, também esteve atento para esta centralidade dos direitos humanos nas cartas constitucionais contemporâneas, realçando sua construção histórica e contingente mais do que explicando o fundamento desta centralidade, com fez Habermas. Essa centralidade dos direitos no Direito Ocidental contemporâneo foi percebida por diversos constitucionalistas brasileiros que a enfatizaram na Carta Constitucional de 1988, “a Constituição cidadã”. Do mesmo modo, foi notável a construção de um direito comunitário europeu empreendido sob a luz dos direitos humanos, como um minimum comum a ser reconhecido para todos os cidadãos dos países signatários dos acordos que constituíram a comunidade Europeia.
Para Maia (2000), o pensador que mais tem realçado o caráter central dos direitos humanos no Direito – seu papel, justificação e consequências - é Jürgen Habermas. Defensor dos valores da Modernidade e, na investigação por modelos de ação “amáveis” e inclusivas, os trabalhos do filósofo alemão dirigem-se à construção de um modelo societal pautado nas virtudes comunicacionais do diálogo entre seres humanos racionais.
Herdeiro tanto de Kant como de Weber, aliando contribuições da Antropologia, entre outras áreas, Habermas propõe-se a refletir sobre a contemporaneidade a partir da referência europeia e apresentar um complexo modelo de ação racional dialógica-argumentativa voltado à realização de um mundo possível mais “hospitaleiro” aos muitos. Nesta empreitada teórica, traz para seus livros o conjunto de trabalhos de um grupo de pesquisadores que congrega (listados em notas de rodapés e nas bibliografias dos seus livros) comprovando a validade axiológica e a facticidade empírica de seus pressupostos.
Os pressupostos cosmopolitas e universalistas do projeto habermaseano são evidentes e problemáticos e, como tais, discutidos no domínio da Ciência da Informação, no qual alguns autores tomaram Habermas como o modelo para apoiar e justificar a reflexão sobre a validade ontológica de um direito específico: o direito à informação. Este direito implícito nas práticas profissionais de prestação de serviços informacionais foi seu fundamento desde a incorporação da máxima kantiana do sapere aude (ouse conhecer), seu motivo e sua justificativa, mas sua tematização parecia irrelevante enquanto discurso acadêmico, posto que bastava o seu reconhecimento histórico ligando-o aos pressupostos iluministas de acesso à informação pelos “muitos”, o que já se encontrava na história fundadora de instituições como as bibliotecas públicas e a imprensa e de saberes como a Biblioteconomia.
No domínio da Ciência da Informação, a percepção do direito ao acesso à informação foi vista de modo “regionalizado”. Nesta, oriunda dos esforços bibliográficos, das práticas da Documentação (FREITAS, 2003) e das demandas governamentais, dos setores econômicos - sobretudo indústria e setor de seguros as reflexões sobre o direito à informação (na verdade enunciado como “necessidade de acesso” à massa documental dispersa em uma “explosão da informação”) e sobre as práticas que lhe deram concretude circunscreveram-se, de início, a discutir a informação como necessidade específica das comunidades de Ciência e Tecnologia. Somente na década de 1980 veríamos o início de pesquisas em CI voltarem-se para a questão do acesso à informação por outros segmentos sociais como as ONGs, os movimentos sociais, (GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2000; LIMA, 2005)
Dentre os direitos humanos que interessam à Ciência da Informação está o direito de informação, considerando sua bifacialidade, quanto à sua natureza e que se concretiza de modo tripartite, pois inclui a face do direito a comunicar e informar (o de produzir e veicular informações) e a face do direito de informar-se (procurar, pesquisar, investigar) e a ser informado (isto é, o direito de, passivamente, receber informações corretas, fidedignas, verdadeiras) quer na suas relações e cidadão com o Estado, quer nas suas relações enquanto consumidor com os entes privados (SEELAENDER, 1991).
No entanto, no domínio da Ciência da Informação, esta temática do direito à informação teve um crescimento não geométrico, mas aritmético. Freitas (2001), em seus estudos para elaboração de tese de doutorado pela ECA/USP, constatou que, de 1968 até 1999, dos 206.955 itens de informação incluídos, na principal base de dados da área de Ciência da Informação, a Library and Information Science Abstracts (LISA), apenas 91 documentos incluíam alguma referência ao tema direito à informação, representando apenas 0,044% do total. Isto significa que a cada novos 10.000 itens de informação incluídos na base, somente 4 trataram de direito à informação.
Em pesquisas bibliográficas em base de dados especializada em Direito, a base RVBI (Rede Virtual de Bibliotecas do Senado Federal), constatamos crescimentos aritméticos importantes sobre DI, desde 1988. Eram 7 trabalhos por ano, chegamos à casa de quase 2 centenas até 2013 e hoje estamos na casa de uma centena em média/ano (LIMA, ARGENTA, MORAES, 2020).
O Direito contemporâneo é para Habermas um pressuposto para a reconstrução modelar e prática da sociedade. Ele realça os direitos humanos como centrais, cujos conhecimentos devem ser reconstruídos. Assim, a temática do direito à informação, tendo Habermas como guia condutor já seria justificativa suficiente como tema de pesquisa, considerando a relativa raridade de abordagem em nossa área de interesse, a Ciência da Informação, inobstante houvesse sinais de verdadeira explosão informacional escrita - documentária, portanto, sobre os demais direitos humanos em outras áreas das ciências sociais clássicas e aplicadas.
Embora a temática dos direitos humanos esteja explícita em Direito e Democracia, Habermas já discutia a importância de um público bem informado para a construção das modernas sociedades ocidentais desde a publicação da Mudança Estrutural da Esfera Pública. Sua tese de 1961, como veremos no resultado deste artigo, já era uma leitura destacada em nosso domínio, pela análise que fez da consolidação das formas de comunicação e troca de informações pelas camadas letradas da burguesia na esfera pública para a fundação da Modernidade na Inglaterra e na França. Dos cafés às praças, passando pela alfabetização das massas e pela leitura e discussão das notícias de jornais pelas camadas cultas europeias, da construção dos primeiros jornais até a fase de oligopolização das mídias, a temática do acesso a uma informação verdadeira e de qualidade é considerada por ele, ao mesmo tempo, como causa e consequência daquele modelo de mundo inclusivo e hospitaleiro aos “muitos” e, mais recentemente ao “outro” devido à questão das migrações que marcaram o fim do Século XX e marcam o início do Século XXI.
A presença do autor na literatura de CI é perceptível em estudos anteriores, como o de Zattar e Lima (2013), com questões relativas a Habermas na literatura da área e ênfase na discussão sobre a relação entre informação e linguagem, identificando os principais assuntos encontrados, com fundamentos na “teoria do agir comunicativo” e no conceito de “esfera pública”. Em estudo mais específico, Castro e Silva (2016) apoiam-se na teoria crítica de Habermas, a partir de um olhar histórico-hermenêutico para compreender os paradigmas da CI.
Este estudo é o primeiro do que pretendemos, seja uma série sobre a presença de Habermas na CI, permitindo aventar a possibilidade de ampliar o espectro temporal, a partir de um questionamento sobre quais as influências teóricas de Habermas na área de Ciência da Informação brasileira, tendo como corpus as obras indexadas na Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BUFREM et al., 2010). O objetivo do trabalho é assinalar a presença concreta de Habermas na literatura da área, via base de dados BRAPCI, a fim de mapear as influências das reflexões deste filósofo. Desdobram-se como objetivos específicos: analisar os autores e publicações que mais citataram obras de Habermas na CI brasileira; descrever as obras mais citadas de Habermas nos artigos no contexto da CI.
2 filósofo alemão JÜRGEN HABERMAS
Jürgen Habermas é o mais destacado filósofo e sociólogo alemão vivo. Considerado membro da segunda geração de Escola de Frankfurt, participa da tradição da teoria crítica oriunda do marxismo e marcado pelo pragmatismo quanto à importância das trocas linguísticas via discurso. Dedica sua vida ao estudo da democracia, especialmente por meio de suas teorias do agir comunicativo, da política deliberativa e da esfera pública. Sua atividade acadêmica e sua rede colaborativa envolve acadêmicos que vão dos estudos linguísticos a psicológicos.
É muito conhecido um discurso seu acerca do papel de Kant como inaugurador do compromisso de refletir sobre o seu tempo presente a ser assumido pelo filósofo. “Habermas é um pensador cujos eventos históricos da época em que ele vive influenciam a direção do seu pensamento” (...), “traz para suas pesquisas os temas do mundo que o cerca” (FELDHAUS, 2015, p. 113). No mesmo sentido, para Rouanet (2008), foi o intelectual que melhor incorporou as ideias acerca de uma filosofia comprometida com seu entorno social e contemporâneo. O compromisso de Habermas com a discussão do tempo presente (tema filosófico que ele atribui a Kant no texto “Que é o Iluminismo”) é de tal ordem que o vemos nos anos 80, após a queda do muro de Berlim, o fim da guerra fria e o conflito ideológico entre marxistas e liberais publicando em 1992 “Direito e Democracia”. O início de sua trajetória acadêmica próximo aos vinte anos foi como assistente de Theodor Adorno na década de 1950/1960 em Frankfurt. Na época, foi o primeiro a publicar no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) uma crítica severa a Heidegger.
Ainda, segundo Rouanet (2008), nos anos 70, Habermas passou uma temporada na New School em Nova York, centro de estudos e pesquisa onde conheceu não só filósofos americanos como Richard Rorty, John Rawls, Lawrence Kohlberg, como também Hannah Arendt, Hans Jonas, Richard Bernstein, entre outros. A partir desta experiência se tornaria colega, amigo e interlocutor de um grupo importante da Filosofia Pragmática, que o levou a incorporar à Teoria Crítica os horizontes de várias outras disciplinas como a Psicologia, a Linguística, o Direito, a Sociologia. As citações a Talcott Parsons e C. Wright Mills, Searle, Austin são inúmeras em seus livros, observa Freitag. Em Direito e Democracia, o agenciamento de todo este diálogo é intenso, a ponto de ser ainda necessária uma sistematização didática de toda esta intensidade dialógica.
Habermas voltou e permaneceu na Alemanha e, nos anos 80, assumiu a cátedra de Filosofia no Institut für Sozialforschung e depois do Departamento de Filosofia da J. W. Goethe Universität de Frankfurt, como seu modelo e predecessor Theodor W. Adorno (ROUANET, 2008).
Quanto ao teor de suas análises, segundo Feldhaus e Pinzani (2015), ao contrário dos pessimistas, Habermas propõe um olhar positivo sobre um Estado construído segundo pressupostos argumentativos - dialógicos e humanos - presentes na constituição do direito moderno, ao contrário de um direito sagrado que emanava das ordens divinas ou de uma autoridade sagrada, rei ou chefe. A reunificação da Alemanha, a unificação europeia, a motivação religiosa (após 11 de setembro), o crescimento da engenharia genética, o intervencionismo ocidental no Oriente Médio são temas de sua profícua obra. Se a ordem do dia é discutir a queda das torres gêmeas ou as migrações, Habermas continua, hoje com mais de 90 anos, produzindo livros como “A Inclusão do Outro”.
A vasta obra de Habermas deixou um extenso legado de ideias e teorias que também tiveram influências na Ciência da Informação, principalmente no Rio de Janeiro. Suas obras contribuíram para a área, com reflexões sobre a compreensão da política, da ética e da comunicação.
3 METODOLOGIA
Para este estudo de natureza descritiva, foram utilizados os Estudos Métricos da Informação, mais especificamente a bibliometria, para a produção de indicadores. Para a construção do corpus de análise, foi realizada uma busca na Brapci no campo de “texto completo”[4] utilizando o termo “Haberma*”, de forma a possibilitar recuperação do nome do autor “Habermas” ou também possíveis variações como “Habermans” (erros de grafia) e “habermaseano”, dentre outras.
A busca foi realizada no dia 28 de fevereiro de 2020, quando foram recuperados 559 trabalhos com a identificação dos termos no texto completo. Deste total, a incidência do termo “Habermas” aparece em 16 trabalhos no título, nove nas palavras-chave, 68 no resumo, ou seja, o corpus foi ampliando em 8,2 vezes na utilização em texto completo em relação a busca tradicional no título, resumo e palavras-chave. Os trabalhos foram organizados em uma lista no Excel. Da lista dos 559 trabalhos foram recuperados os autores, o periódico/evento, e o ano de publicação.
Também foram recuperados os arquivos de texto completo em formato texto (TXT) dos 599 trabalhos do corpus. Um algoritmo feito em PHP[5] fez uma varredura em todos os arquivos buscando a todas as referências dos trabalhos. O resultado da extração resultou em um terceiro arquivo salvo em forma de planilha Excel. Utilizando o filto de dados do Excel, foi possível localizar 413 trabalhos citados. Chamou a atenção que o número de citações é inferior ao número de trabalhos coletados, ao analisar o ocorrido, identificou-se que alguns trabalhos tratavam de editoriais (sem referências) e outros citavam a fisolosofia habermaseana, porém sem citar obras do autor. Todas as 413 citações foram organizadas por odem alfabética e identificado o idioma de publicação, de forma a agrupar obras iguais publicadas em vários idiomas.
4 RESULTADOS
A Figura 1 apresenta a evolução cronológica da quantidade de trabalhos que citaram Habermas em suas referências. Observa-se que o primeiro trabalho citando Habermas foi em 1985 e em 2018 foi o ano que ele mais foi citado. Observa-se também que a linha de tendência (pontilhada) aponta para um crescimento constante. A redução de 2019 ainda não pode ser conclusiva, principalmente porque a coleta de dados foi realizada em fevereiro de 2020, quando algumas revistas, com fasciculos atrasados, não haviam disponibilizados todos os fascículos de 2019.
Figura 1 - Linha de tendências e trabalhos publicados dos que utilizaram Habermas no referencial teórico |
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Fonte: dados da pesquisa (2020). |
Na análise dos artigos, foi possível identificar que o trabalho mais antigo que citou o autor, recuperado na BRAPCI na data de encerramento do levantamento, foi publicado em 1985 na Revista Interamericana de Bibliotecología, editada na Colômbia, com o título de “Acción pedagógica para el comportamiento lector en la sala infantil de lectura. Un ensayo de aproximación” por Nelson Mosquera González, Bibliotecário da Universidad de Javeriana e estudante de Pós-Graduação de Pedagogia. No estudo, este autor buscou refletir sobre os serviços modernos da biblioteca pública, por meio de várias modalidades e o comportamento de leitura na comunidade de usuários de sua área de influência, tendo com influência o livro “Conhecimento e interesse” de Habermas publicado na Espanha.
No Brasil, a primeira citação a Habermas foi realizada por Regina Maria Marteleto em 1987, publicada na Revista Ciência da Informação no trabalho “Informação: elemento regulador dos sistemas, fator de mudança social ou fenômeno pós-moderno”, no qual a autora apresenta um quadro conceitual sobre a questão informacional nas sociedades modernas, comparando a Ciência da Informação como um elemento regulador dos sistemas, e as Ciências Sociais como elemento que altera as estruturas, ou seja, um fator de mudança. Este trabalho faz muitas referências a Habermas como continuador da Escola Sociológica de Frankfurt, como crítico da ideologia do positivismo e do "tecnicismo".
Tendo como foco Habermas, Francisco Ricardo Rudiger (1989), professor no domínio de Comunicação, apresenta o primeiro trabalho tendo Habermas presente no título, o qual foi publicado pela Revista de Biblioteconomia & Comunicação, atualmente Revista Em Questão da UFRGS, no qual o autor faz uma reflexão das teorias de Habermas no trabalho “Habermas e a reconstrução da problemática teórica da comunicação”.
Ao analisar os periódicos ou publicações seriadas, fontes que mais publicaram trabalhos que citaram Habermas, obtém-se resultados organizados na tabela 1, indicando título, afiliação, tipo e frequências.
Tabela 1 - Publicações mais frequentes dos trabalhos que citaram Habermas |
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Fonte: dados da pesquisa (2019) |
As duas revistas mais produtivas, as que mais publicaram artigos recuperados na busca, têm uma conexão com eventos que congregam ou congregaram pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Destacam-se, neste sentido, com 44 trabalhos cada uma a Revista Comunicação & Informação, editada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Revista Logeion: Filosofia da Informação editada pelo Ibict.
Em uma análise da proficuidade do tema na Revista Comunicação & Informação, pode-se observar que muitos dos trabalhos publicados na revista são resultados do 3º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa, realizado na Universidade de Extremadura, em Badajoz na Espanha, em julho de 2014.
A Revista Logeion tem como editor chefe Clóvis Ricardo Montenegro de Lima, pesquisador do IBICT que coordena e congrega pesquisadores brasileiros e estrangeiros nos Colóquios Habermas e Colóquios de Filosofia da Informação, encontros anuais de pesquisadores de diversas áreas, brasileiros e estrangeiros, com estudos em torno de Habermas. É possível inferir um fluxo de trabalhos originários dos autores que participam dos Colóquios, quer apresentados em versões iniciais nos colóquios, quer como artigos originais propostos.
As outras três revistas que concentram o maior número de trabalhos são Liinc em Revista (39); Ciência da Informação (34) e DataGramaZero (25). Somados os artigos publicados nessas três revistas, com aqueles publicados na Logeion (44), temos um total de 142 artigos publicados nessas quatro revistas, todas com relação direta com o Ibict e a UFRJ.
Do total de trabalhos analisados no corpus, foram identificados 624 autores, sendo que destes 508 (81.4%) publicaram um único trabalho referenciando Habermas, 73 (11,8%) tem duas publicações, e outros 42 (6,8%) autores publicaram três ou mais trabalhos citando Habermas.
Dos autores mais produtivos sobre o autor tema, destacam-se Clóvis Ricardo Montenegro de Lima com 32 trabalhos; Maria Nélida González de Gómez com 18 trabalhos; e Aldo Albuquerque Barreto com 16 trabalhos.
Tabela 2 - Pesquisadores que citaram Habermas e o número de trabalhos (f >= 10) |
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Fonte: Dados da Pesquisa (2020). |
Completando o grupo, com 13 trabalhos cada, Geni Chaves Fernandes e Gustavo Silva Saldanha da Unirio. Esses cinco pesquisadores formam o núcleo principal de docentes e pesquisadores em Ciência da Informação influenciados pelos estudos de Habermas, sendo também propagadores desse conhecimento.
Sobre estes autores mais produtivos é interessante estabelecer uma rede acadêmica, rede de vinculação acadêmica ou de conexão acadêmica, conforme dados registrados em seus currículos Lattes.
Aldo de Albuquerque Barreto (falecido em 20/02/2018) orientou o doutorado de Maria Nélida González de Gómez de 1985 a 1992, a qual foi posteriormente orientadora de mestrado e doutorado de Geni Chaves Fernandes (1988-1993 e 1999-2004, respectivamente) e de doutorado de Gustavo Silva Saldanha (2009-2012), ambos hoje professores na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Clóvis Ricardo realizou estágio pós-doutoral de 2008 a 2010 sob supervisão de Maria Nélida González de Gomez e foi seu colega no Ibict, onde esta pesquisadora trabalhou desde 1983, tendo lá se aposentado em 2010 e com a qual mantém vínculo como professora colaboradora do Programa de pós Graduação em Ciência da Informação. A produção expressiva deste autor, provavelmente reside na organização dos Colóquios Habermas (15 edições até 2019), dos quais participa desde as primeiras edições e na criação dos Colóquios de Filosofia da Informação (já com 6 edições até 2019).
Quantitativamente, ao lado deles aparece o Prof. Flávio Beno Siebeneichler, professor aposentado da Universidade Gama Filho, coordenador da tradução brasileira de Direito e Democracia, dentre outros livros de Habermas (vide, por exemplo, “O Pensamento Pósmetafísico”, em 1988 e “A Era das Transições”, editado no Brasil em 1993). Filósofo, o professor Flávio continua apresentando conferências e estudos nos Colóquios Habermas e publicando os textos de sua autoria. Apesar de não ser um pesquisador em Ciência da Informação, o professor Flávio aparece com forte presença na BRAPCI dada à sua participação nos Colóquios Habermas e Revista Logeion.
A Figura 2 evidencia os autores que mais publicaram em coautoria sobre Habermas, observando-se a existência de dois grupos institucionais, ambos cariocas, propagadores das ideias habermaseanas, liderados por um dos lados pelo Prof. Clovis Montenegro Lima (IBICT), e em outro lado o Prof. Gustavo Saldanha (UNIRIO/IBICT). Ressalta-se que ambos foram orientados pela Profa. Maria Nélida Gonzalez de Gomez. A única autora que publicou trabalhos nos dois grupos foi Geni Fernandes, professora associada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), porém em períodos diferentes, a profa. Geni também é colaboradora na revista Logeion: filosofia da informação.
Figura 2 - Autores que mais publicaram em coautoria que citaram Habermas |
Fonte: Dados da pesquisa (2020) com o VOSviewer. |
Entre os autores mais produtivos, fora do eixo do Rio de Janeiro, destaca-se Leilah Santiago Bufrem, filósofa e bibliotecária graduada pela UFPR e professora da área de CI e Educação junto à UFPR, e junto aos programas de pós graduação em CI da Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Federal da Paraíba, criadora da BRAPCI e radicada no Paraná.
Ainda sob o ponto de vista quantitativo, destaca-se também Carlos Alberto Ávila de Araújo, graduado em Comunicação Social e doutor em Ciência da Informação pela UFMG, onde atua como professor associado da nas áreas de Arquivologia e Museologia.
Os dados permitem observar que existe uma preferência dos autores publicarem em autoria única, representando 325 (58,1%) dos 559 trabalhos analisados. Em dupla autoria foram identificados 150 (26,8%) trabalhos, 60 (10,7%) em autoria tripla e 24 (4,4%) com quatro ou mais autores.
Estes indicadores demonstram um descolamento do comportamento autoral médio da área de Ciência da Informação em relação às demais ciências sociais aplicadas, as quais, segundo dados de 2016 da pesquisa de Queiroz e Vilan Filho (2019), apresentam uma taxa de 22,9% dos trabalhos publicados com autoria única.
A seguir, apresentaremos o quadro dos trabalhos mais citados de Habermas na pesquisa realizada na BRAPCI e descreveremos brevemente as questões mais fortemente tratadas no livro original mais citado destes trabalhos. Lembramos que este trabalho tem natureza exploratória e aqui são registradas análises preliminares que merecem aprofundamento posterior. Aqui assentaremos as bases do pensamento exposto na obra para futuras comparações com os artigos recuperados na BRAPCI.
O Quadro 1 apresenta as obras mais citadas identificadas nas referências das revistas em Ciência da Informação Brasileiras. São descritos o título da obra, as editoras e os locais de publicação, bem como o ano. Destaca-se também a contagem das citações recebidas por cada obra.
Quadro 1 - Obras de Habermas com mais de cinco citações recebidas |
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Fonte: Autores com base nos dados de pesquisa (2020) |
Dos trabalhos citados de Habermas o que apresentou maior número de citações foi a obra com o título “Mudança estrutural da esfera pública: investigações” publicado em 1984 e 2003 pela editora Tempo Brasileiro com 50 citações. Esse destaque justifica-se pela especial ênfase atualmente dada à noção de esfera pública proposta por Habermas, na Ciência da Informação. A evidência da relação entre o conceito de informação e democracia deliberativa concretiza-se na esfera pública, constituindo-se em categoria analítica habermasiana.
Foram identificadas também obras com quatro citações, sendo elas, “A inclusão do outro: estudos de teoria política”, da editora Loyola de 2002; e “O futuro da natureza humana”, da editora Martins Fontes de 2004.
Do exposto, reconhecidas as questões de abrangência universal colocadas por Habermas, reforça-se, neste momento, a convicção sobre a possibilidade de obter as respostas “sob as condições ineludíveis da contingencialidade”, como argumenta González de Gómez (p. 115), pois, qualquer seja a premissa sustentada, o seu julgamento fica atrelado aos limites e possibilidades de uma “assinatura histórica”.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O olhar do pesquisador dirige-se ao seu objeto de estudo como um ser em movimento, portanto, é um olhar que busca captar o objeto desde uma perspectiva histórica de mudanças dinâmicas entre natureza qualitativa e quantitativa, a partir de situações concretas e, portanto, a partir de contradições presentes nessa dinâmica conjuntural com a qual se compromete.
Chegando a esta fase do trabalho, as questões futuras de pesquisa começam a delinear-se, a saber: como os autores da CI brasileira apropriaram-se das ferramentas analíticas habermasianas? Quais os conceitos fundamentais utilizaram? Qual a profundidade das análises realizadas? Ou, por outro lado: será que os conceitos de “esfera pública”, “camadas cultas e informadas da sociedade burguesa”, a “co-originariedade das instituições públicas”, como escola, bibliotecas públicas e a escolarização foram suficientes do ponto de vista histórico analítico para identificar os princípios iluministas que estão na raiz de nossas profissões ligadas à informação? Essas questões implicam a aceitação não exclusiva da lógica dedutiva como caminho para capturar a racionalidade. Ao ampliar a racionalidade argumentativa e as formas de investigação científica, defende-se argumentações consistentes, sem prejuízo das propostas emancipatórias do iluminismo. Em relação aos objetivos da pesquisa, considera-se que os resultados obtidos apresentam dados concretos da presença de Habermas na Ciência da Informação Brasileira, com a prevalência de pesquisadores no núcleo do IBICT/UFRJ, UNIRIO, mais influenciados pelo filósofo e propagadores de suas ideias.. Foi possível, também, estabelecer-se uma reflexão sobre a rede de influências derivadas de orientações de Maria Nélida González de Gómez.
O estudo propiciou o aperfeiçoamento de um modelo analítico de organização da informação da própria base de dados, como fonte de pesquisa, ao alargar a cobertura de sua extensão. Transita por domínios como a comunicação, incorporando os estudos de citação como práticas recorrentes, disponibilizadas para pesquisadores, que se estabeleçam e relativizem os recortes analíticos, desde que municiados por um suporte argumentativo em defesa de pretensões e resultados almejados a partir de contraposições ativas suficientes para impulsionar a busca de informações.
Finalmente, quanto à intenção inicial, este trabalho era vocacionado a fazer análises quantitativas do uso - os sintomas e os efeitos - das ideias de Habermas em nosso domínio. Percebemos que a intenção da empreitada, por estimulante e intensa que é, não cabe na estreita extensão de um artigo apenas. Aqui, para nós, se inicia um verdadeiro projeto de pesquisa. Aguardemos os próximos balanços e análises.
Subamos à tona, suspiremos, continuemos nadando contra a corrente e contra os tsunamis. E sigamos com Drumond na memória e Habermas na mão. Aqui, o nosso compromisso.
REFERÊNCIAS
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[1] Doutorado em Ciência da Informação (Conceito CAPES 6). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Brasil. Mestrado em Ciência, Gestão e Tecnologia da Informação. Graduação em Biblioteconomia e Documentação.
[2] Graduada e licenciada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1964), graduada em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal do Paraná (1963). Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1981), doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1991), pós-doutora pela Universidad Autónoma de Madrid (1995).
[3] Professora adjunta do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2016-), área de Usos e Usuários da Informação e pesquisadora do Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação UFRGS (2018-).
[4] Busca no conteúdo de todo o texto, ferramente em testes na Brapci
[5] Linguagem de script open source interpretada para uso em computadores por programadores