O ‘FUTURO NÃO É MAIS COMO ANTIGAMENTE’:

visões sobre o Arquivo do Futuro diante os reptos do presente

 

 

Marcelo Calderari Miguel[1]

Universidade Federal do Espírito Santo

marcelocalderari@yahoo.com.br

 

Rosa da Penha Ferreira da Costa[2]

Universidade Federal do Espírito Santo

rosa.costa@ufes.br.br

 

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Resumo

Introdução: as inovações tecnológicas que surgem no contexto dos Arquivos estão diretamente ligadas à sua capacidade de evolução e adaptação. Descobrir e estudar quais dessas novas tecnologias podem ser mais bem aproveitadas nos Arquivos pode ser a diferença entre evoluir ou padecer. Objetivo: mapear as tendências recentes encontradas na literatura científica sobre as mudanças que estão ocorrendo nos Arquivos. Metodologia: foi realizada uma revisão de literatura, para determinar as principais tendências encontradas na literatura científica recente, a partir do ano de 2015, sobre as inovações e mudanças que têm ocorrido nos Arquivos. Resultados: observa que alguns aspectos de destaque no que concerne às Arquivos do futuro: evolução da web, makerspaces, redes sociais e mudança no perfil do profissional que trabalha com Arquivos. Conclusões: O futuro dos Arquivos é ainda incerto, mas aponta em algumas direções, e é definitivamente digital, com acesso universal, porém não gratuito, também admite a esfera de social, interativa e vivo em constante evolução, uma evoluir bem mais rápido e dinâmico do que o observado no século XX.

 

Palavras-chave: Documentos. Práticas Arquivísticas. Arquivos. Inovações em Arquivos. Tecnologia.

 

THE ‘FUTURE IS NO LONGER AS OLD’:

looks on the Archive of the Future in the face of the challenges of the present

 

Abstract

Introduction: the technological innovations that arise in the context of the Archives are directly linked to their capacity for evolution and adaptation. Discovering and studying which of these new technologies can be better used in the Archives can be the difference between evolving or suffering. Objective: to map the recent trends found in the scientific literature about the changes that are occurring in the Archives. Methodology: a literature review was carried out to determine the main trends found in recent scientific literature, starting in the years 2015, on the innovations and changes that have occurred in the Archives. Results: notes that some outstanding aspects regarding Archives of the future: evolution of the web, makerspaces, social networks and changes in the profile of the professional who works with Archives. Conclusions: The future of the Archives is still uncertain, but it points in some directions, and it is definitely digital, with universal access, but not free, inclusive, social, alive and in constant evolution, a much faster and more dynamic evolution than that observed in the 20th century.

 

Keywords: Documents. Archival Practices. Files. Innovations in Archives. Technology.

1 INTRODUÇÃO

 

Efetivamente não podemos dizer como será o futuro, apenas há uma “expectativa” sobre o porvindouro (Barros, 2011, p. 200). De tal modo, o historiador sugere a alusão do vindouro na metáfora do horizonte - isto é “o extremo limite que se oferece à visão, e para além do qual sabemos que há algo, mas não sabemos exatamente o que é. Sempre que nos aproximamos do horizonte, ele recua, de modo que nunca deixará de persistir como uma linha além da qual paira o desconhecido, que logo se tornará conhecido porque se converterá em presente” (BARROS, 2011, p. 201). E nessa via provamos se entende que:

 

[...] Agora a nossa realidade se desmorona. Despencam-se deuses, valores, paredes... Estamos entre ruínas. A nós, poetas destes tempos, cabe falar dos morcegos que voam por dentro dessas ruínas. Dos restos humanos fazendo discursos sozinhos nas ruas. A nós cabe falar do lixo sobrado e dos rios podres que correm por dentro de nós e das casas. Aos poetas do futuro caberá a reconstrução – se houver reconstrução. Porém a nós, a nós, sem dúvida, resta falar dos fragmentos, do homem fragmentado que, perdendo suas crenças, perdeu sua unidade interior. É dever dos poetas de hoje falar de tudo que sobrou das ruínas e está cego. Cego e torto e nutrido de cinzas [...] (Barros, 1996, p. 308-309).

 

Derrida (2001) argui que a ausência de horizonte condiciona o próprio futuro. Para o filósofo (franco-magrebino) antes de qualquer coisa, a palavra ‘arquivo’ remete para a expressão grega ‘arkhé’ (Derrida, 2001) termo que condensa um duplo significado – de começo e o de comando. Nesse painel, o pesquisador da desconstrução filosófica reporta que a dificuldade teórica maior encontrar-se em definir onde e quando começa o Arquivo, por um lado, e quem comanda o Arquivo, pelo outro. Assim sendo, a avaliação do arquivista pós-moderno está em sabe “que há outras narrativas, outras histórias que poderiam ter sido acolhidas nos Arquivos – e essa história não tem fim posto que a história que foi arquivada; é o Arquivo. E nisso cabe um ‘fechamento’ pois os Arquivos se abrem rotineiramente ‘para o futuro’” (Derrida, 2001, p. 37).

Além disso, não se pode olvidar que os Arquivos são templos modernos – templos da memória. Para Cook (1998, p. 148) os Arquivos – como instituição, quanto coleção documental – servem como “monumento às pessoas e instituições julgadas merecedoras de serem lembradas. Igualmente, as que são rejeitadas, por serem julgadas não merecedoras, têm seu acesso negado a esses templos da memória e estão fadadas, assim, ao esquecimento de nossas histórias e de nossa consciência social”.

Costa e Floriano (2010, p. 292) citam que “Frei Betto defende que a construção do futuro ocorre do aprimoramento das heranças positivas do passado. Distintamente, De Masi afirma que o presente é o amanhã, que nosso futuro é produto das escolhas que hoje fazemos, e que o planejamento é fundamental para alcançar nossos objetivos”. Em suma, o foco desta pesquisa perpassa por entende que as esperanças para o futuro repousam na possibilidade (abertura, comando e transformação) que envolve as melhores práticas para uma rede de serviços e produtos de informação. 

Grosso modo, os “documentos de arquivo fornecem informações sobre a instituição ou pessoa que os acumulou” (Smit, 2017, p. 8). Nessa dinâmica Smit (2017, p. 8) esclarece que “a preservação de acervos ou sua representação institucionaliza documentos produzidos no passado (recentíssimo, no caso de arquivos correntes ou distantes - no caso dos arquivos permanentes) permite projetar o futuro, fundamentar decisões, prever variáveis, etc.”. Destarte, pensar no Arquivo do futuro é, na verdade, redescobrir que ele muda e também deve ser mantido, e é neste organismo vivo que situa a redefinição para o conceito de documentos original - dado a imprescindível esfera dinâmica da gestão de documentos eletrônicos.

Em cabal definição Paes (2004, p. 16) declara que “Arquivo – é a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados para a consecução de seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro”. Nesse mesmo sentido, o artigo 2-A, parágrafo primeiro, da Lei nº 12.682/12 (BRASIL, 2012) sobre a elaboração e o arquivamento de documentos em meios eletromagnéticos, com a redação dada pela Lei nº 13.874/19 (BRASIL, 2019), regulamentada pelo Decreto 10.278, de 18 de março de 2020 (BRASIL, 2020), cujo artigo 9º veda o descarte dos documentos digitalizados, que apresentem conteúdo de valor histórico, ou seja, de guarda permanente.

Descobrir e estudar quais dessas NTCIs podem ser mais bem aproveitadas nos Arquivos pode ser a diferença entre revolucionar ou sucumbir. Para Bernardes (2018, p. 204) “os Arquivos sempre aspiram à eternidade...”. Assim, este trabalho apresenta algumas provocações acerca da futurar no universo – visível-invisível, tocante-tocável, sensível-sentido – dos Arquivos. Assim objetiva-se discutir algumas diretrizes e panoramas da literatura científica sobre as transformações que estão ocorrendo nos Arquivos, destacando o papel brasileiro nesse cenário.

A revisão de literatura foi feita a partir dos resultados de estudo retornados em bases de dados, brasileiras e estrangeiras, sobretudo a Elsevier, Scielo e Brapci. Os termos utilizados na montagem das estratégias de busca foram: futuro e vindouro no escopo da ciência da informação, mais especificamente da Arquivística.

O estado da arte é uma revisão não exaustiva que analisou os principais e mais coevos artigos sobre o tema. O marco temporal foi determinado a partir do ano de 2015, apresentando alguns aspectos que concerne às Arquivos do futuro – em uma perspectiva contemporânea, sobretudo em relação à informatização de serviços, digitalização e gestão eletrônica de documentos, makerspaces, inforedes sociais e a mudança no perfil do Moderno Profissional da Informação (MPI) no arquivo. Esses aspectos serão abordados a seguir.

 

2 REFLEXÕES, SENTIDOS E PRÁTICAS

 

Após a leitura dos artigos e análise das informações relevantes para o objetivo da pesquisa, as principais tendências observadas foram divididas em tópicos e são apresentadas a seguir.

 

2.1 O Estabelecer De Significados E Sentidos: História & Redirecionamentos

 

“Não há futuro sem passado. E, da mesma forma, não parece haver futuro sem arquivos. Arquivos são guardadores de tempo e espaços. São lugares de memória e de conhecimento” (Hollós, 2014, p. 55). Assim, há que se destacar que “sem informação digital preservada, melhor dizendo, sem o fortalecimento dos arquivos, não há possibilidade de, no presente e no futuro, manter a informação digital acessível e confiável e se buscar, por exemplo, reparações e garantias de defesa dos direitos humanos” defende Hollós (2014, p. 27).

O Arquivo deve continuar a avocar o seu papel (não somente conservador, mas também gestor), e se reinventar e, dessa forma o serviço de arquivo deve ter impacto de torna a Instituição mais visível do que nunca – a atuação do Arquivista do presente faz com que se perpetue o arquivo no futuro esclarece González (2020).

Bellotto (2003, p. 4-5) assinala que a “informática está definitivamente incorporada aos arquivos, seja na gestão ou na disseminação da informação de documentos tradicionais, seja na organização e descrição de documentos em suportes isolados concretos, seja nos documentos virtuais, integrantes dos bancos de dados e dos sistemas de comunicações”. Em outro material, a pesquisadora destaca:

 

Se o futuro aponta para uma arquivística "sem papel", implantando sistemas virtuais de informações arquivísticas, esta verdade, a das três idades, não desaparece, ainda que os suportes documentais sejam eletrônicos. Isto porque as estruturas e o funcionamento dos órgãos públicos e das empresas privadas seguem com o cumprimento de suas funções, atividades, que evidentemente não poderão lograr êxito sem registros documentais, eletrônicos que sejam. Ainda que prescinda de edifícios, salas e estantes ou armários deslizantes, havendo, da mesma forma, informações em sua fase gestionária, intermediana/precaucional e histórica (Bellotto, 2002, p. 27).

 

Santos, Mota e Araújo (2020, p.6) destacam:

 

Com as novas tecnologias surgem os arquivos digitais, com uma proposta de armazenamento e preservação documental com acesso mais rápido e fácil à informação. Isto demanda um significativo grau de investimentos em equipamentos de hardware e software, bem como, o atendimento às exigências estabelecidas na Lei 13.787 de 27 de dezembro de 2018 que dispõe sobre a digitalização e a utilização de sistemas informatizados para a guarda, o armazenamento e o manuseio de prontuário de paciente. É importante atentar para o Decreto 10.278 de 18.03.2020 que Regulamenta o disposto no inciso X do caputd o art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, e no art. 2º-A da Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012, para estabelecer a técnica e os requisitos para a digitalização de documentos públicos ou privados, a fim de que os documentos digitalizados produzam os mesmos efeitos legais dos documentos originais.

 

Contudo Carvalho; Farina e Carvalho (2019) argumentam que as organizações devido ao elevado custo de custeio de espaços físicos para conservação de seus documentos produzidos, buscam a ‘digitalizar’ os documentos, contudo devido à ao célere progresso das NTCIs, hardwares e softwares se desatualizar num curto espaço de tempo inviabiliza que tais documentos possam ser acessados no vindouro. Todavia, deve-se ponderar que há outros desafios postos e, dessa forma:

 

A digitalização traz inúmeras possibilidades para o universo da preservação de acervos. Entretanto, [...] a facilidade no uso corrente da informação digital provoca, frequentemente, a ilusão de que o usuário detém sua custódia completa, e de que os recursos disponíveis para sua manipulação são, em si, flexíveis e de alta acessibilidade. Uma análise mais esclarecida demonstra, porém, que os dados digitais são fortemente dependentes de todo um contexto tecnológico/social para que se obtenha o mínimo grau de inteligibilidade. Ainda assim, a preservação dessa informação se impõe como uma necessidade cada vez mais urgente, devido não apenas ao crescente patrimônio produzido através de computadores, mas também ao uso da digitalização como técnica de preservação [...], o uso da digitalização como forma principal ou colateral de preservação de acervos requer um cuidadoso ajuste de parâmetros de qualidade, e decisões que variam desde a compra dos equipamentos de aquisição até o formato de armazenamento dos arquivos (Valle; Araújo, 2005, p.141).

 

Portanto, se deve frisar que uma planetária parcela do que “poderia vir a ser arquivo, memória e patrimônio digitais do futuro, corre o risco de uma e-amnésia total uma vez que a arqueologia digital não possui ainda recursos metodológicos e mesmo tecnológicos para a recuperação plena de acervos digitais danificados ou tornados obsoletos, ao longo dos anos” (Hollós, 2014, p. 26).

Bernardes (2018, p. 203) ressalta que a “promessa de redução de custos e a sedução das modernas tecnologias da informação têm levado alguns gestores a adotarem soluções que parecem resolver problemas imediatos, mas que ignoram solenemente as necessidades do futuro, ainda que esse futuro esteja muito próximo”. Para a Especialista em Organização de Arquivos é irrefragável “que a tecnologia da informação presta inestimáveis serviços à eficiência e celeridade da administração, e parece claro também que não se pode imputar à tecnologia o eventual mau uso que dela se possa fazer” (Bernardes, 2018, p. 203).

Já os axiomas referentes à preservação digital são, na acepção de Queiroga (2020, p. 554), conceitos empregados como construtos “norteadores para a organização, tratamento e armazenamento dos documentos arquivísticos digitais em qualquer organização”. A “preservação digital garantirá o acesso às informações para as gerações futuras” argui Queiroga (2020, p. 554).

 

2.2 Arquivistas, Relações Interpessoais E O Processo De Trabalho

 

Os desafios profissionais acarretados pelas tecnologias, pelo refinamento e complexidade crescente dos processos administrativos e pelos ritos indispensáveis da transparência da administração é algo inerente a enfrentar a cada dia; e, ainda mais é preciso, “mais do que nunca, traçar nossa identidade, conhecer-lhe nitidamente os contornos e as fronteiras de modo a não confundir com outra, a nossa profissão” afirma Bellotto (2003, p. 2).

As redes informáticas, segundo Lévy (1999), transformam os circuitos de comunicação e de decisão nas organizações e na medida em que a informatização progride, certas funções são eliminadas, novas habilidades surgem e assim a ecologia cognitiva se transforma. Isto de certa forma expõe que engenheiros do conhecimento e promotores da evolução sociotécnica das organizações serão tão imprescindíveis quanto os peritos em máquinas (Lévy, 1999).

Para Bellotto (2003, p. 2) a “verdade é que o arquivista, ademais de toda essa qualificação de cunho pessoal, deverá ainda estar capacitado profissionalmente para intervir em toda a cadeia do tratamento documental, qualquer que seja o suporte. A respeitabilidade de que é revestida o seu trabalho virá da segurança com que atue no seu métier”. Assim para a pesquisadora aponta que o arquivista hoje:

 

[...] não pode esquecer que vive e atua profissionalmente na chamada "era da informação", na qual, as tecnologias da informação e da comunicação têm presença marcante. Os novos suportes documentais, com os quais terá de lidar, exigem conhecimento, competência, métodos e meios de produção, utilização e conservação físicas especiais. São fatores novos sobre os quais os arquivistas passam agora a serem instruídos e treinados, não obstante correrem o risco de, em virtude do vertiginoso crescimento das possibilidades da eletrônica nas áreas documentais, nunca conseguirem abarcar a plenitude destes conhecimentos tão mutantes e dependentes de equipamentos tão rapidamente tornados obsoletos (Bellotto, 2003, p. 1).

 

Além de abordar a formação acadêmica do arquivista - o mais importante instrumento para que a nossa atividade - Bellotto (2003, p. 3).frisa que concepção da profissição envolve conhecimentos, habilidades e atitudes sobretudo direcionadas ao campo estratégico e tático. Nesse bate pela valorização e visibilidade do arquivista a estudiosa (Bellotto, 2003) defende:

 

Para tanto, é fundamental e indispensável que este papel [proativo] seja compreendido a partir do interior das próprias das entidades onde o arquivista atua como o gestor da informação, seja esta tomada como instrumento da administração e do direito, ou como testemunho da história e do exercício da cidadania. E' preciso fazer compreender ao administrador e ao burocrata, que o arquivista não é um simples trabalhador operacional, dentro de um órgão público ou de uma organização privada, que ali está só para passar papéis ou mídia eletrônica para as mãos dos interessados. Ele é um provedor da informação [...]. Do arquivista depende a eficácia da recuperação da informação: sua uniformidade, ritmo, integridade, dinamismo de acesso, pertinência e precisão nas buscas, porque terá havido precisão na classificação, avaliação e descrição. Sua atuação pode -e muito- influir no processo decisório das organizações e nas conclusões a que chegam os historiadores a respeito da evolução e identidade da sociedade. (Bellotto, 2003, p. 5).

 

Assim, a última década presenciou transformações extraordinárias no mundo do trabalho que emergiram de novas formas de organização, novas tecnologias e modelos inovadores que modificam a própria natureza de alguns modos de trabalhar. O papel da liderança na transformação digital é a habilidade de influenciar e transformar o seu entorno

[...] consolida-se um novo e importante papel para o arquivista: o de atuar no que se convencionou chamar de "informação estratégica", isto é, a informação requerida pelos administradores de uma organização para definir decisões. Para tanto, é necessário ampliar nosso campo de ação para mais além da informação imediata, a do valor primário ou do resgatar a de valor secundário. A verdade é que devemos nos posicionar no front continuum da informação, desde sua criação até todos seus usos possíveis, passando pela sua organização e gestão. Outro não é o papel do arquivista na sociedade contemporânea senão o de colaborar estreitamente para que os fluxos informacionais na sua área de ação arquivística se possam dar de forma plena e mais o satisfatória possível, dentro desta sociedade, toda ela beneficiária de seus arquivos e de seus arquivistas (Bellotto, 2003, p. 6).

 

Couture (2015, p. 148) relata que se “nos pedissem para identificar o elemento mais importante do desenvolvimento experimentado pela arquivística nos últimos anos e que marcará o futuro dessa disciplina, certamente as respostas unânimes seriam as tecnologias da informação e seu impacto na gestão da informação”. Mais adiante, o arquivista canadense aponta que para uma profissão “avance e continue a se desenvolver, para que seja assegurada a competência das pessoas que nela trabalham, há outro elemento essencial: a reunião em associações profissionais” (COUTURE, 2015, p. 159).

O perfeito conhecimento da organização da instituição em que trabalha e dos sistemas de arquivamento é indispensável ao bom desempenho das funções dos profissionais de arquivo, além disso, para Paes (2004, p. 43) há treze misteres características: “saúde, habilidade em lidar com o público, espírito metódico, discernimento, paciência, imaginação, atenção, poder de análise e de crítica, poder de síntese, discrição, honestidade, espírito de equipe e entusiasmos pelo trabalho” Entende-se que o consumidor do futuro vai valorizar cada vez mais produtos e serviços personalizados.

 

2.3 Contemporâneas Percepções Envolvendo O Arquivo E O Futuro

 

O “futuro, sobre qualquer perspectiva que se veja, parece que está relacionado às tecnologias da informação” (Jesus; Cunha, 2019, p. 313). Dessa forma, o século XXI, marcado tecnologicamente pelo desenvolvimento dos computadores e da internet, ainda caminha em busca dessa virtualização da sociedade e arquivos – esses são por natureza “similares aos organismos vivos e que são influenciadas por pressões externas para evoluir constantemente. Tais pressões incluem, nesse caso, mudanças nos ambientes de tecnologia da informação e um elo mais forte com os serviços baseados na web” (Jesus, Cunha, 2019, p. 313).

Especialistas acreditam que 90% dos dados existentes no mundo foram criados nos últimos dois anos. Como exemplo recente dessa nova abordagem, podemos citar Santos e Flores (2017, p. 124), que compreende que as tecnologias da informação exercem um papel renovador na contemporaneidade, e trazem a perspectiva de um futuro cada vez mais orientado ao meio digital.

A informação digital trás consigo diversas vantagens, e desta forma, há um processo de transição entre o físico e o digital, porém, este processo não se trata de uma ruptura, e sim de uma readaptação para o contemporâneo. Prova disto é que a informação está sendo registra por meio de documentos eletrônicos e tradicionais, havendo o aumento da produção de ambos os registros. Há um destaque aos registros em meio digital, em virtude de seu volume, diversidade, e é claro, por se tratar de uma inovação ainda recente. [...] A preservação das fontes de pesquisa requer a compreensão dos problemas oriundos da própria tecnologia e a consequente busca de soluções. O principal objetivo consiste em preservar a documentação através de um método confiável, que garanta a manutenção da integridade e da autenticidade, bem como a capacidade de interpretação dos documentos digitais por tecnologias do futuro, as quais ainda são desconhecidas (Santo; Flores, 2017, p. 124).

 

Segundo Hollós e Paternot (2020, p. 275) é “preciso, ainda, fazer a distinção que preservação não é sinônimo de salvaguarda, uma vez que salvaguarda se relaciona ao dever do Estado em garantir a preservação e o acesso continuado aos conteúdos, sejam eles nascidos digitais ou não”.

 

A transformação digital é realidade em grande parte do mundo e no Brasil. Contudo, em geral, o tema da preservação digital ainda não tem recebido a devida atenção no país, o que é necessário em razão da rápida obsolescência das tecnologias e da ausência de segurança e de estratégias de preservação de muitas delas, que são substituídas por outras em curtos espaços de tempo, muitas vezes incompatíveis com as anteriores (Böttcher; Sliwka, 2020, p. 29).

 

Por meio das ferramentas que a web disponibiliza, os Arquivos podem fornecer produtos, serviços, dentre esses, treinamentos para seus usuários, inserindo-se, assim, em um ambiente tecnológico e digital e confirmando a tendência de outros segmentos da sociedade. Como se pode depreender, uma das grandes provocações do Futurar dos Arquivos se deve a ideia de que ela precisa se adaptar às novas tecnologias. O pesquisar em história social Thiago Lima Nicodemo, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/Unicamp), em entrevista (transcritas literalmente, ipsis verbis) ao programa Conexão Ciência, da Rádio Unicamp, alude o seguinte cerne ao vindouro:

 

[...] os arquivos eles vêm se preparando para o horizonte digital. Acho que é uma questão que tem todo o arquivo que você entra é importantíssima. Por um lado os arquivos eles estão preocupados com as formas de preservação como aqueles documentos que podem ser efetivamente preservados graças ao suporte às mídias digitais e por outro também como os documentos podem ser produzidos. Já quanto a natureza digital aquele documento que já vem certificado e eu acho que esse debate vem sendo amadurecido no mundo inteiro então os arquivistas e os arquivos ali estão se preparando para isso. Dentro do limite em que os recursos permitem acho que no Brasil esse debate também é um debate importante porque ele vem junto com a perspectiva de destruição dos documentos que é uma coisa que está aí está sendo debatida - foi debatida no Congresso Nacional [2018] - e diante do digital os documentos devem ser e não tem porque você tem assumir os custos dos documentos em papel serem mantidos [...]. Aqui está posto nesse contexto o dilema que eu acho que a minha pergunta de pesquisa também é que a gente não sabe muito bem como os documentos vão ser aproveitados no futuro [...]. [Assim] utilizando as técnicas que nós temos hoje de análise big data e inteligência artificial também, os grandes fundos de arquivos os documentos históricos e os documentos também correntes podem passar por análises e massificada e numa escala que nós jamais vimos então [...] temos excelentes indícios de que essa é uma área que é importantíssima porque ela lida, por exemplo, na hora que mais tipo podemos cruzar os metadados do Google ou de qualquer outro grande portal da internet. Nós temos praticamente tudo sobre o mundo, sobre os hábitos das pessoas, sobre onde elas estão... E na hora que esses documentos puderem ser incorporados ou cruzados com os documentos que estão tradicionalmente nos arquivos e os documentos dos arquivos [...] produzirá uma ciência que a gente ainda não conhece (Nicodemo, 2019).

 

Verifica-se, assim, a grande importância do arquivo para a empresa, ciência e sociedade, visto que um arquivo bem organizado e estruturado possibilitará que os documentos desejados sejam recuperados facilmente, diminuindo gastos, dinamizando espaço físico, controle sobre a documentação, mantendo a qualidade etc.

 

[...] tudo que envolve o digital envolve a produção de algo novo. Isso serve para a documentação seja o documento digital ele não é o documento em papel. Ele é outra coisa. A forma de armazenagem digital não é a mesma forma de análise armazenagem em papel, ela é outra coisa. Então a resposta sobre a inclusão social que o digital cria formas de convívio formas de enxergar o mundo ,hábitos que são totalmente diferentes do que existiam previamente. Isso significa que você vai ter uma parcela enorme da população muito significativa que simplesmente vive em outro tempo com relação às pessoas que estão incluídas digitalmente. E isso lógico não pode ser simplesmente resumido a um dentro e o fora. Você já tem hoje diversos graus de inclusão e exclusão acho que isso é uma questão importantíssima. Isso de um lado da população que afeta a todos, mas também do lado da produção e armazenamento de documentos. Você tem cada vez mais o processo de polarização dos arquivos e dos projetos que envolvem o acúmulo de documentos. Então isso significa que a exclusão acontece muito em função desse processo de grande trustes, de grandes portais que acumulam toda informação do mundo e utilizam essa informação para fins comerciais e daí eu volto a insistir. A universidade tem um papel fundamental não só de estudar esses fenômenos mas de estabelecer e propor alternativas para eles. Alternativas que efetivamente democratiza a sociedade e para democratizar o que a gente precisa fazer. A gente precisa entender a extensão desse processo como documentação que a gente produz. Como ela pode ser utilizada. Entendendo isso a gente pode criar alternativa. Então resumindo existe uma corrida pela informação hoje em dia e é uma corrida que estão se perdendo de longe porque simplesmente porque a gente não sabe direito como esta informação pode ser utilizada. E não é num futuro longínquo, é hoje. E esse é o problema; por trás dessa pergunta nós temos o problema da exclusão social e, então só vamos resolveu uma coisa com a outra (Nicodemo, 2019).

 

Desta forma, “seja em arquivos pessoais ou institucionais, em arquivos municipais, estadual ou federal, o valor e a importância dos registros é o que compõe o patrimônio documental e cultural de uma nação, é o que diferencia um país que tem e respeita suas memórias e consequentemente mostra sua história dos que não se importa que elas existam” (Silva, 2019, p. 10).

E longe da pretensão de esgotar o assunto, é significativo resgatar, na obra de Arantes (2014, p. 216) o pronunciar sobre a febre de arquivo ou ‘arquivomania’ - o qual tem intrínseca relação com a chamada crise da história, ou seja, a direcionar os anseios e as necessidades de “escrevermos outras histórias para além daquelas ditadas pelo pensamento hegemônico”. Destarte é impossível “negar que o contemporâneo tem sido arrebatado por uma compulsão de pesquisas que giram em torno do arquivo. Vivemos uma febre de arquivo; anseio que abarca desde discussões mais teóricas que colocam em debate o sentido etimológico, filosófico, jurídico e os diferentes sentidos que o termo pode ter no resgate da nossa história [...]” (Arantes, 2014, p.215).

Se por um lado o ‘futuro tem um coração antigo’ - essa é uma elocução atribuída ao historiador Carlo Levy; isso mostra que a luz da experiência passada, o vindouro cercea a dialética de superar os riscos. Por outro lado, o futuro envolve alguma incógnita e para Paes (2004, p. 159) “as mudanças continuarão ocorrendo e sempre com grande velocidade, o que nos impede de profetizar sobre o futuro”. Logo, futuro é incerto? Por este nexo, também perpassa o exercício de imaginar; afinal, novo normal não há – e, os futuristas preveem mudanças permanentes pós-coronavírus.

 

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

[...] Quem me dera, ao menos uma vez /

Explicar o que ninguém consegue entender /

Que o que aconteceu ainda está por vir /

E o futuro não é mais como era antigamente

♫. (Russo, 1986).

 

O futuro dos Arquivos Público e Privados e da arquivística abrolha nas atuais pesquisas científicas sobre os Arquivos do futuro. É preciso refletir acercar da temática, aceitar e enfrentar as provocações impostas pela infoera contemporânea. Destarte, hodiernamente urgente é que os profissionais de Arquivo sejam treinados para a evolução das práticas – isto é desenvolver competências de relacionamento, pedagógicas e digitais. O treinamento e o aprofundamento da sinergia fazem com que possa imaginar a Arquivo do amanhã, um Arquivo participativo, ativo e conectado, que tem vem mais exclusivamente redirecionar projetos em torno do New Retail (novo varejo) e do Design Thinking como centro de sua gravidade.

O construto desta pesquisa envolve uma revisão de literatura, para determinar as principais tendências encontradas na recente literatura científica, a partir dos anos 2015, sobre as inovações e mudanças que têm ocorrido nos Arquivos. Dessa, forma, o foco do estudo situa as novas inquietações e inovações tecnológicas. Todavia, adentra em outros câmbios, por exemplo, o Moderno Profissional da Informação (MPI) é notado e situado.

O que se nota em relação ao futuro dos Arquivos, é realidade em edificação, e em tal o movimento há uma rol de visão diferente para os vindouros Arquivístico – um lócus mais inclusivo, mais colaborativo, ativo e não passivo em relação à informação. É um futuro que busca trilhar um inventário de inovações e tecnologias em seus ambientes informacionais, visando não só a sobrevivência, mas também a revolução e adaptação como chave que expande o campus da pesquisa científica, a extensão universitária, das memórias públicas e privadas e as aprendizagens – pessoais e coletivas – ao longo da vida.

Tal qual o mercado de consumo, os Arquivos também se apropriam dessas inovações tecnológicas como requisitos essenciais para sua manutenção e evolução. Estar a par das tecnologias que estão se desenvolvendo dentro do segmento dos centros de informação é crucial para determinar a sobrevivência ou não da instituição.  O futuro do Arquivo ainda apresenta diversas questões não exploradas neste artigo, que tem a pretensão apenas de servir como um botão de ignição para a exploração dessas inovações e posterior aplicação na Arquivística.

É sempre abstruso prever o futuro, mas o que está por vir é um trabalho de uma equipe multiprofissional, a qual será capaz de reorganizar processos informativos no âmbito do Big Data, dentro da Arquivologia nova – integradora, englobante e resolutiva, e, para que isto ocorra, há a necessidade de interação profissional, união e adaptação constante. Com este cenário de ‘febre de arquivo’ há a Transformação Digital; reflexão para se entender que a gestão da informação é um valor que pontua uma esfera múltipla de eficácia para as organizações e pessoas. Deste modo, o Arquivo pode ser uma Instituição mais do que é, pode alastrar um rol de prestígio e valores sociais, isso é resignificar o imperativo categórico de servir a cidadania. Nisso, se frisa o lacônico ideal de gritar para o mundo inteiro ouvir – tal como Foresti eVarvakis (2019, p. 531) conclamaram as bibliotecas e bibliotecários – isso cabe aqui e agora dos Arquivos e Arquivistas – de todo o mundo, “uni-vos!”. O futuro é saber fazer, é saber ser, é saber sentir o que pode dinamizar a multiplicar os saberes, o ganho de ciência para humanidade.

Afinal, “quem tem o sabor do arquivo procura arrancar um sentido adicional dos fragmentos, de frases encontradas; a emoção é um instrumento a mais para polir a pedra – a do passado, a do silêncio” aponta Farge (2009, p. 37). Desta forma, a Arquivos e Arquivologia carregam horizontes formidáveis para investigações científicas. Isto pauta novas perspectivas educacionais pós-pandemia (COVID-19), por exemplo, traz a pauta questões os arquivos de artista, os documentos de processos de criação, a experimentação, a curadoria digital, o reuso de dados, o dataCite metadados, a gestão de conteúdos e custódia, a ergologia e biopolítica, entre outros painéis da transformação digital.

 

 


 

REFERÊNCIAS

 

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[1] Especialista em Educação Científica, Educação não Formal de Ciência e Tecnologia (UFMG), Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais (FEAD) e em Biblioteconomia (Ufes) ; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – UFES / Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas.

[2] Doutora em Ciência da Informação (Dinter Unb/UFES - 2012-2016) e Mestrado em Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo (2012). Coordenadora do Mestrado em Ciência da Informação (PPGCI/UFES); Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE).  (Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Ufes - PPGCI / Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas - CCJE).