APRESENTAÇÃO
O grupo de pesquisa do IBICT Filosofia e Política da Informação tem a satisfação de apresentar o primeiro número do oitavo volume da sua revista “Logeion – Filosofia da Informação”. A revista vem se caracterizando como um espaço de discussão de pensamento crítico na Ciência da Informação.
A reflexão sobre o agir torna-se um imperativo de resistência nestes tempos difíceis para a sociedade brasileira, marcados profundamente pela pandemia global da Covid-19. Ao mesmo tempo, temos miséria, fome e desemprego, lado a lado de cortes nos investimentos em Ciência e Tecnologia e de uma onda sinistra de obscurantismo que nega a própria Ciência.
Neste número temos importantes discussões da teoria da informação. Abrimos com a importante questão epistemológica e política se existe uma Biblioteconomia latino americana. É especialmente pertinente quando existe uma atualização das críticas ao colonialismo e ao imperialismo.
A seguir apresenta-se a questão da informação a partir da materialidade em Gilbert Simondon. É uma ousada abordagem não tecnofóbica, que propõe uma análise dos objetos em sua realidade, por seus usos e sua funcionalidade. Este artigo é complementado por outro que fala dos princípios da filosofia, entre uma ontologia e a epistemologia do objeto.
O próximo artigo aborda os diálogos entre Informática (Informatika, no texto) e Ciência da Informação. Define-se o território de indagações entre a onipresente Teoria Matemática da Comunicação e as reflexões da dita epistemologia social. Segue artigo que discute uma importante questão de método: a produção da história e a idealização do futuro.
Segue artigo que discute a representação temática da informação como mediação a partir da teoria do agir comunicativo de Jürgen Habermas. As relações de sentido entre informação, interação e comunicação constituem relevante espaço para discussão na Filosofia da Informação.
Fecha o número artigo que faz uma análise da comunicação sobre Covid-19 na rede social Twitter, particularmente sobre a participação nela dos chefes de governo nas Américas. Deve-se destacar as posições negacionistas sobre a gravidade da pandemia, os meios para controla-la e o tratamento de doentes. Registre-se o protagonismo de Donald Trump, Lopez Obrador e Jair Bolsonaro nas ações de desinformação.
Esperamos estar contribuindo para a ampliação do pensamento reflexivo e do exercício da crítica entre cientistas da informação e todos os que trabalham com ciências sociais e humanidades.
Boa leitura!
Rio de Janeiro, 06 de setembro de 2021
Clovis Ricardo Montenegro de Lima
Editor