FOLKSONOMIA NO CONTEXTO LGBTQIA+:

descortinando o preconceito e a discriminação da informação gênero-sexualidade nos ambientes digitais

 

Sergio Rodrigues de Santana[1]

Universidade Federal da Paraíba

sergiokafe@hotmail.com

Raimunda Fernanda Santos[2]

Universidade Federal do Rio de Janeiro

fernanda@facc.ufrj.br

Maytê Luanna Dias de Melo[3]

Universidade Federal da Paraíba

lumeloo@yahoo.com.br

Carla Daniella Teixeira Girard[4]

Universidade Federal Rural da Amazônia

carla.girard@ufra.br

 

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Resumo

Tem como objetivo refletir acerca do preconceito e da discriminação no âmbito das práticas colaborativas de representação de conteúdos por meio da Folksonomia. A pesquisa possui caráter qualitativo e a hermenêutica enquanto método, aliado à interdisciplinaridade de campos e de teorias. Quando não considerados no âmbito da Folksonomia, o preconceito e a discriminação emergem como uma gap epistêmica, uma vez que ambos podem se apropriar da Folksonomia para prosperar. Destaca que a Folksonomia não pressupõe a imposição de regras para a seleção de tags a serem utilizadas pelos(as) usuários(as) em ambiente web, haja vista o seu caráter colaborativo. Por isso ela pode ser utilizada através da lógica do preconceito e discriminação, aplicada por humanos e/ou robôs (autônomos ou assistidos) para a rápida popularização de fake news e da cultura do cancelamento- algumas das estruturas perversas que promovem a vertigem da Sociedade da Informação, e que têm refletido sobre os sujeitos LGBTQIA+.

Palavras-chave: Folksonomia. Informação Gênero-sexualidade. Epistemologia. LGBTQIA+.

 

FOLKSONOMY IN THE LGBTQIA+ CONTEXT:

discrimination and prejudice of the gender-sexuality information in digital environments

 

Abstract

The aims to reflect on the content of prejudice and discrimination in the context of collaborative practices of content representation through Folksonomy. The research has a qualitative character and hermeneutics as a method, allied to the interdisciplinary nature of fields and theories. When not considered within the scope of Folksonomy, prejudice and discrimination emerge as an epistemic gap, since both can appropriate Folksonomy to prosper. Highlights that Folksonomy does not presuppose the imposition of rules for the selection of tags to be used by users in a web environment, given its collaborative nature. Therefore, it can be used through the logic of prejudice and discrimination, applied by humans and / or robots (autonomous or assisted) for a rapid popularization of false news and the culture of cancellation - some of the perverse structures that promote the vertigo of the Society of Information, and that have reflected on LGBTQIA+ subjects.

Keywords: Folksonomy. Information on gender-sexuality. Epistemology. LGBTQIA+.

1 INTRODUÇÃO

A construção, acesso e uso dos artefatos tecnológicos pelo sujeito humano tem um diferencial, a troca bilateral. Esses artefatos refletem sobre nós e nós refletimos sobre eles. A Web 2.0, no contexto da Sociedade da Informação, tornou-se uma ambiência da extensão mental (vida psíquica[5]), pois ela produz modelos de comportamentos, consensuais e controversos. Um dos ideais do projeto da Sociedade da Informação é o comprimento democrático, que atualmente se encontra em vertigem através de fenômenos opressores e repressores de bases no preconceito e na discriminação, os quais são instanciações da perversão na forma de bits. Demo (2000) desmistificou a Sociedade da Informação antes mesmo desse processo de vertigem, o autor invalida esse paradigma social como o paraíso democrático informacional.

A incidência das fake news (notícias falsas) e a cultura do cancelamento[6] são modelos controversos que ilustra o processo de vertigem da Sociedade da Informação através do pensamento insurgente e divergentes do multiculturalismo no âmbito da dimensão democrática. Essas conexões demandam o exercício da Reponsabilidade Social da Informação por profissionais da informação para minimizar o caos informacional na sociedade, especialmente, nos ambientes digitais.

A Reponsabilidade Social da Informação diz respeito a um conjunto de ações políticas informacionais pautadas na ética e na empatia adotadas por profissional da informação em benefício da sociedade (SILVA, 2019). As ações políticas informacionais consideram as fake news e a cultura do cancelamento como fenômenos que têm refletido sobre os sujeitos LGBTQIA+. Nesse entendimento, Oliveira (2020) destaca as fake news como problemática para a comunidade LGBTQIA+ e, Martins (2021) aponta, a calúnia como força motriz desses conteúdos.

Assim, em linhas gerais, a cultura do cancelamento e, especialmente, as fake news utilizam a Folksonomia como mola propulsora para a disseminação, visibilidade e engajamento dos seus conteúdos. Para Santos e Corrêa (2018), a Folksonomia se baseia na filosofia colaborativa e na interatividade para o tratamento das informações nos ambientes digitais, podendo ser utilizada como uma estratégia para representar a memória, identidades, culturas e conteúdos. Tais conteúdos podem ser vinculados à Informação Gênero-Sexualidade, por exemplo, a qual diz respeito aos conteúdos informacionais, comunicacionais oficiais e científicos produzidos e disseminados pelas redes LGBTQIA+ que consideram a dimensão de gênero, sexualidade, étnico-racial e de classe/econômica (SANTANA et al., 2021).

Diante do exposto, esta pesquisa tem como objetivo refletir acerca do preconceito e da discriminação no âmbito das práticas colaborativas de representação de conteúdos por meio da Folksonomia, tendo como lócus a comunidade LGBTQIA+ e conteúdos relacionados à informação gênero-sexualidade em ambientes digitais.

A relevância deste estudo decorre, em linhas gerais, da necessidade de discutir aspectos concernentes à importância da Responsabilidade Social da Informação e das atividades executadas por profissionais da informação face aos modelos controversos de comportamentos que se apropriam das práticas colaborativas de representação de conteúdos por meio da Folksonomia em ambientes digitais para prosperar.

 

2 REFLEXÕES SOBRE A FOLKSONOMIA

 

A filosofia colaborativa e a interatividade que estrutura a Folksonomia, são duas das dimensões da Web 2.0 propostas por O’Reilly (2005). Existem inúmeras contribuições epistemológicas (teóricas) e pragmáticas (práticas) da Folksonomia no que concerne à classificação, representação, disseminação, recuperação e recomendação da informação.

 

Figura 1 Folksonomia

Fonte: Elaborado pelos(as) atores(as).

 

Conforme encontra-se ilustrado, por meio de letras na Figura 1, as contribuições da Folksonomia são muitas, dentre elas é possível mencionar: a) o potencial de preservar a memória coletiva em meio digital por meio das práticas de registrar, organizar, representar e recuperar as informações na Web; b) as tags manifestam preferências e interesses das pessoas; c) possibilita a organização, representação, navegação, recomendação e recuperação de conteúdos na Web; d) permite múltiplas percepções dos(as) usuários(as) acerca do recurso representado; e) possibilidade de encontrar conteúdos semelhantes graças às conexões criadas pelas tags; f) variedade de comunidades com diferentes níveis de especialização necessária; g) colaboração para a garantia de uso e para a serendipidade em um domínio de especialidade; h) alcance visível e negociável das expressões de vozes minoritárias; i) contribuição para criação e atualização de outros Sistemas de Organização do Conhecimento como ontologias, taxonomias e tesauros; j) rapidez na manipulação de uma quantidade significativa de recursos e indexação exaustiva, entre outras.                                 

Contudo, baseada na colaboração e interatividade, a Folksonomia tem como principal essência a liberdade do(a) usuário(a), que se torna ao mesmo tempo classificador(a) e disseminador(a) dos conteúdos informacionais. Porém, em decorrência dessa liberdade, naturalmente podem surgir alguns problemas, como argumentam Romeiro (2019), Nascimento e Neves (2009) ao mencionar desvantagens em relação à liberdade dos(as) usuários(as) e a falta de controle de vocabulário, dentre elas: ambiguidade terminológica, erros de grafia, emprego de tags que propagam preconceitos e discriminações em ambientes digitais, dentre outros.

Porém, as problematizações apresentadas pelos autores(as) não objetivam diminuir a Folksonomia, pois as discussões entram na lógica epistêmica, de refletir sobre as gaps que a compõe, ou seja, as lacunas epistemológicas, conforme a Figura 2, especialmente, as gaps de corte e fuga.

Matsura (2007) compreende essas últimas gaps como um fenômeno de rompimento, o qual vincula a Folksonomia como estrutura teórica-técnica. Ou seja, ao reconhecer as problemáticas, são desenvolvidos esforços teóricos, práticos e epistêmicos para contorná-las, uma vez que o trabalho da epistemologia também diz acerca da reflexão e ação das gaps epistemológicas, e na Ciência a Informação ela não propõe desvalidar. Nesse entendimento, as práticas colaborativas de representação de conteúdos por meio da Folksonomia têm sido contempladas na literatura da área de Ciência da Informação como ações potencializadoras que podem agregar valor aos processos, produtos, instrumentos e serviços desenvolvidos por profissionais da informação - haja vista o seu caráter democrático e a sua articulação com a garantia de uso.

 O que vai promover as condições de vigilância técnica-científica e ética-política do uso da Folksonomia será a inclinação para a Reponsabilidade Social da Informação nos vetores da empatia e da ética, especialmente, quando se foca o sujeito LGBTQIA+, sobretudo no direcionamento tendencioso que o ameaça, focando assim a vigilância a tudo que compõe o conteúdo informacional. Essa postura deve ser compreendida por profissional da informação LGBTIQA+, ou não.

Noruzi (2007) aponta quatro fragilidades técnica-epistêmicas da Folksonomia, denominadas nesta pesquisa como dimensões: plurais, polissemia, sinonímia e profundidade (especificidade) da marcação. Ao considerar a dimensão Plurais, essa problemática parte do discurso e da ortografia, os quais para Santos e Silva (2016), constituem-se como uma gap para o sistema de informação, uma vez que o mesmo poderá associar palavras no singular e no plural como conteúdos que possuem significados distintos.

Quanto à dimensão ‘Polissemia’, Noruzi (2007) destaca o uso de uma palavra que tem dois ou mais significados semelhantes. Essas ambiguidades entre as tags podem surgir quando usuários(as) empregam a mesma tag em diferentes circunstâncias. Esse autor destaca ainda a ‘Sinonímia’, a qual corresponde às palavras que possuem significados semelhantes ou idênticos. Santos e Silva (2016) argumentam que essa gap faz com que, ao se efetuar uma busca com a utilização de uma tag escolhida pelo(a) usuário(a), o sistema de informação não irá recuperar todos os itens relacionados ao assunto. Há também a dimensão ‘Profundidade (especificidade) da marcação’, ao qual Noruzi (2007) argumenta sobre a quantidade de etiquetas empregadas em um recurso web. Segundo Nascimento e Neves (2009), na Folksonomia cada usuário(a) pode atribuir uma determina tag com alguma motivação pessoal. Porém, ao observar as dimensões de Noruzi (2007), é possível perceber que a Folksonomia se reflete, sobretudo, na dimensão técnica e a motivação pessoal (no sentido da vida psíquica), merece ser evidenciada.

A atribuição de tags enquanto instanciação da vida psíquica aparece na dimensão proposta por Santos e Silva (2016), ao delimitar dimensão egocentricidade a partir do emprego de palavras egoístas, pois os autores argumentam que o fato de que a:

Folksonomia não impõe regras para a escolha das tags a serem utilizadas. Com isso, o usuário poderá fazer uso de certas palavras que fazem sentido exclusivamente a ele, podendo atrapalhar na recuperação da informação, dificultar o desenvolvimento de atividades que necessitem daquela informação e direcionar para a tomada errada de decisões [...] (SANTOS, SILVA, 2016.p. 35).

 

Esses(as) autores(as) destacam também a dimensão ‘Escrita incorreta’, a qual também merece atenção no uso da Folksonomia, especialmente, pelo fato que não há um auxílio de profissionais da informação no processo de representação da informação na Web 2.0, gerando maior probabilidade de haver erros na etiquetagem dos recursos web.  Ao considerar as dimensões de Noruzi (2007) e Santos e Silva (2016), percebe-se uma inclinação essencial para a técnica- tecnologia.

Ao discutir sobre o processo de etiquetagem dos objetos informacionais através da Folksonomia, Wal (2006) menciona três tipos de elementos fundamentais, e um deles é a existência da vida psíquica expressada pela escrita dos descritores. O autor afirma que a subjetividade do(a) autor(a) que atribui uma tag está impresso na ação, o que pode inferir que essa atribuição pode ser em consonância, em meia-consonância e dissonância como o conteúdo informacional, possibilitando considerar uma dimensão essencialmente subjetiva quanto à aplicação da Folksonomia, a dimensão “preconceito e discriminação”.

 

3 CONSIDERAÇÕES DA PSICANÁLISE DO CONHECIMENTO CIENTIFICO SOBRE O PRECONCEITO A DISCRIMINAÇÃO NA WEB 2.0

 

A internet se tornou uma extensão mental quando ela iniciou seu processo evolutivo para a fase Web 2.0, e para Franco (2016) ela se destaca pela interseção entre colaboração, usuário(a) e contexto social. Isso ocorre através do fluxo que gera novas possibilidades com a participação ativa dos(as) sujeitos(as) como protagonista social no arranjo da produção, organização, representação, disseminação, acesso e uso da informação. No arranjo de possibilidades, em especial, destaca-se a militância, pois a Web 2.0 descentralizou os fluxos informacionais dos grandes conglomerados midiáticos. (MARTÍNEZ-ÁVILA et al., 2020). Esse fato ajudou a migração das comunidades subalternas situadas às margens do contexto social geográficos e invisíveis nas mídias tradicionais (TV, cinema, jornal, rádio), como por exemplo a comunidade LGBTQIA+.

A Web 2.0 pode ser visualizada por três caminhos: o social, a cultura e técnica-tecnológica (O’REILLY, 2005). No foco a população LGBTQIA+, a dimensão social versa na renda, os grupos, comunidades, perfis e suas relações de poder e força que compõem a comunidade LGBTQIA+. A técnica-tecnológica, refere-se às práticas dos sujeitos LGBTQIA+ através dos artefatos de um tempo-espaço, assim se destaca pelo acesso TIC, e, especialmente, seu uso que contribuiu de forma prática nas atividades LGBTQIA+.  A cultura, por sua vez, está associada aos costumes, hábitos, filosofia, individualidades e ideologias LGBTTQIA+.

A intersecção das três dimensões da Web 2.0 enquanto acesso e uso pela comunidade LGBTQIA+ visibilizou as identidades, cultura e memória, descortinando mitos delirantes da historiografia perversa cis-hetero e compulsória, pois se trata de fato dos lugares de fala que tomam a dimensão como conjunto de vozes que são ecoadas, e não mais os lugares de crendices acerca da comunidade LGBTQIA+.

A PCC (Figura 2) reflete acerca das três dimensões da Web 2.0 sob a ótica das facetas ingratas, pois ao mesmo tempo que a comunidade LGBTQIA+ teve visibilidade, ela ainda é marginalizada e excluída nesse contexto por movimentos de opressão e repressão na Web 2.0 (CALIXTO; CÔRTES; SOARES, 2018).

Para Bachelard (1996) e Santana e Souza (2019), enquanto fio teórico e prático, a Web 2.0 promove o descortinamento das ações dos(as) sujeitos(as). Nesta pesquisa, destacam-se a opressão e repressão dos pseud-colaboradores e colaboradores por meio dos olhares analíticos dos profissionais da informação através de uma postura coerente com a dignidade humana e da Reponsabilidade Social da Informação para o combate do preconceito e da discriminação no campo da organização e da representação da informação e do conhecimento.

 

Figura 2 - Psicanálise do Conhecimento Científico e Estruturas da personalidade e psicanalíticas

Fonte: Adaptado Santana e Souza (2019).

 

Assim, a psicanálise faz com que esse(a) profissional examine toda valorização: a) fazendo o retorno valorativo de si (Figura 2, setas de dentro para fora), se há intenções e interesses (in) conscientes em validar termos e palavras violentas e; b) a partir de si desvendar as intenções e interesses dos(as) usuário(as) colaborares(as) nos ambientes digitais. Pois, os valores dos(as) profissionais da informação e dos(as) colaborações podem impedir o progresso teórico, técnico e epistêmico da Folksonomia que reflete no âmbito da organização e da representação da informação e do conhecimento. Assim, a PCC expurga os valores impuros que atravessam as imagens mentais na forma das palavras e termos violentos que têm como forças o preconceito e a discriminação e essa forma promove a teoria da abstração científica sadia e dinâmica da Folksonomia, como argumenta Bachelard (1996) ao discursar sobre as bases epistêmicas de uma teoria.

Os valores impuros estão presentes nas três dimensões da Web 2.0, o habitat da Folksonomia, e como ambiente de extensão da vida psíquica- a Web 2.0 invade e percorre também as estruturas da personalidade, a neurose (Figura 2, fatia vermelha), a psicose (Figura 2, fatia laranja) e a perversão (Figura 2, fatia azul). Essa última embasa uma personalidade movida pela discriminação e preconceito, pois a perversão tem a denegação (Figura 2, esfera marrom) como gatilho[7] que promove no sujeito perverso a recusa do outro e esse fluxo ocorre na relação entre o ‘id’(ideal de ego) (Figura 2, esfera preta), ‘ego’ (Figura 2, esfera branca) e ‘superego’ (Figura 2, esfera cinza).

A recusa do outro pode operar pela ‘falta da heterossexualidade’, isso quando se foca o sujeito LGBTQIA+ e, imbuído do ‘poder’, o sádico o usa como ferramenta para pôr em prática a moral compulsória. O sujeito sádico é orientando pelo ‘id’ (ideal de ego) (Figura 2, esfera preta) que é comandado pelo princípio do prazer, que seriam os instintos e impulsos não civilizados (TAVARES, 2016). O sujeito sádico conhece as normas de convívio, inclusive a Lei que criminaliza a homofobia, porém o ‘super-ego’ (Figura 2, esfera cinza) é fragilizado, o que o faz ele transgredi-la para atender as demandas do ego (esfera branca). Assim, a perversão promove um fluxo contínuo que busca o prazer (gozo) no nível da ação em curso através dos comportamentos, como também no nível das fantasias através do poder frente a este outro que acaba sendo seu objeto de prazer. Na perversão:

[...] o desejo aparece como vontade de gozo e o ato é vivenciado como vitorioso triunfo isento de qualquer sentimento de culpa. O perverso sabe o que quer e isto é a base da sua arrogância, já que está convencido de saber a verdade sobre o gozo. Desta forma, ele não está à mercê das apreensões, inibições, recriminações, autoacusações e frustrações que angustiam o sujeito neurótico. Pelo contrário, o perverso não se penaliza e ainda vê o sofrimento do neurótico com desprezo. Para ele o neurótico é um indivíduo que não sabe o que quer, que não sabe gozar (COUTINHO et al. 2004, p.20).

 

A perversão pode emergir na forma do sadismo que é uma ação patológica, segundo Atkinson (2002) e na Web 2.0, a mesma passa a constituir as identidades por meio de pessoas adoecidas que adoecem outras pessoas. Há vários perfis sádicos, esses podem se relacionar por alguns alcances: o perfil essencialmente ligado ao sexo; o perfil ligado aos animais, e o perfil ligado ao campo da dominação e submissão, nesse último se insere o bullying, trollagem, das condutas abusivas de poder no campo da Web 2.0.

O sujeito sádico se refere a aquele que goza ao fazer outro sujeito sofrer, sendo ele/ela o(a) agente direto da ação que pode ter o preconceito e a discriminação como forças motrizes. O sadismo passivo é aquele que é inconsciente, o sujeito sádico não percebe que está efetuando as suas ações, ele pode agir por negligência. Enquanto o sadismo ativo que é a forma mais comum, que arquiteta a intenção e ação de machucar uma pessoa ou animal, e que no âmbito da Web 2.0 de certo modo tem sua conduta mais ou menos livre. E neste contexto o sádico digital se refere à aquele (humano ou robô) que transita pelo fluxo de bits, utilizando o preconceito e a discriminação como estruturas para obter satisfação, haja vista que o preconceito é o ato de julgar e a discriminação é o ato de excluir.

 Myers (2014) conceitua o preconceito (Figura 2, esfera roxa) como um julgamento negativo, assim ele pode operar pela falta de informação, como também pela desinformação, mentiras, mensagens reducionistas que ancoram uma opinião irracional (valores e crenças) preconcebida sobre uma determinada comunidade, grupo e/ou sujeito (perfil).

Assim, acredita-se que essa falta de informação é um fenômeno que se estrutura ainda nos primeiros anos escolares e perpassa a vida adulta, porém Martins (2021) também destaca o caráter perverso, quando há acesso à informação, porem ela não é processada. Ou seja, o preconceito pode operar pela recusa da informação, assim havendo uma dificuldade de um sujeito de acomodar e assimilar a informação uma vez que esse está apegado à sua biblioteca cognitiva de conteúdos desatualizados.

Ao destacar o racismo como preconceito, as autoras Costa e Melo (2021) consideram que o racismo não emerge por falta de informação, lógica que pode ser aplicada à LGBThomofobia enquanto preconceito. Elas destacam que tanto a informação e a desinformação não podem ser consideradas vetores de promoção do racismo, sendo possível afirmar que há mecanismos que se apropriam de ambas as formas que as configuram a partir dos interesses dos sujeitos e que, em tese, esses interesses podem ter como bases a perversão operada pela dissonância cognitiva. O princípio pode ser de dissonância cognitiva, por exemplo: o sujeito sabe que fumar causa câncer, mas essa informação não muda seu hábito.

A discriminação (Figura 2, esfera rosa), por sua vez, é a ação baseada no preconceito (Figura 3, esfera roxa), um sentimento exagerado de medo e aversão por algo ou alguém, assim para Martins (2021, p.108) “[…] discriminar é o ato de separar, que tanto pode ser para privilegiar uma pessoa ou grupo como para prejudicá-lo”. A Homofobia, LGBThomofobia, Transfobia em que o sujeito recebe um tratamento injusto, prejudicando-o, sobretudo no que diz respeito ao acesso à informação, e quando os conteúdos são acessados pelo(a) sujeito(a) LGBTQIA+ é hierarquizada, outras vezes equivocada e essas lógicas operam em todas as dimensões, nas quais Martins (2021) destaca a violência econômica, simbólica e afetiva.

Assim, a LGBThomofobia e a Transfobia são fenômenos que podem emergir e se propagar pela Folksonomia, as vezes de forma sutil e as vezes de forma militante, ou seja, segundo Medeiros (2019) elas são feitas não apenas de mortes, mas também de outra forma de violência: a simbólica – a qual ocorre na Web 2.0, pois nela se estrutura uma rede de cumplicidade que permite a propagação.

A LGBTfobia (homofobia) é considerada qualquer aversão, medo, ódio, repugnância que uma pessoa ou um grupo nutre contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais (BISSOLI et al., 2018). Para Medeiros (2019) a LGBTfobia tem sido agenciada por meio da cumplicidade de um grande número de entidades: sociedade civil; instituições midiáticas, policiais, políticas e jurídicas. Especialmente na conjura atual em que se encontram as falas e ações homofóbicas de um presidente e seus seguidores situados nessas esferas. No epicentro da comunidade LGBTQIA+ também há lugares de privilégios, destaca-se a Transfobia, que se refere à aversão, medo, ódio e repugnância direcionados às mulheres e homens trans, que podem surgir no epicentro da comunidade LGBTQIA+, mas essencialmente fora dos espaços sociais LGBTQIA+.

 

4 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

 

Este estudo adota o caráter qualitativo, pois considera as essências dos fenômenos que compõem a Folksonomia e a Informação Gênero-Sexualidade e os redirecionam para o campo epistemológico. A pesquisa também possui abordagem hermenêutica, pois visualiza os conteúdos manifestos, que em tese tratam acerca da colaboração, objetivando a propagação de informações acerca da Informação Gênero-Sexualidade na Web 2.0 para promoção e qualidade de vida da população LGBTQIA+. A pesquisa se debruça sobre os conteúdos latentes que podem estar ligados à perversão, decifrando os significados nas entre linhas ‘da ação colaborativa’ cujo objetivo tem sido disseminar o preconceito e a discriminação contra a comunidade LGBTQIA+.

O estudo contempla interdisciplinaridade de campos e de teorias (CARLOS, 2007), a primeira versa na intersecção da Ciência da Informação que se dedica a estudar sobre o objeto informação e seu entorno, e a Psicanálise que versa sobre a vida psíquica do entorno da informação. A segunda consiste na intersecção da Representação da Informação que versa representações da vida psíquica, assim a Psicanálise do Conhecimento Científico (PCC) pensa acerca dos reflexos e do descortinamento da vida psíquica no entorno da informação, e a Terminologia na efetivação da vida psíquica a partir das palavras e termos. Ambas as formas interdisciplinares problematizam a Folksonomia enquanto objetos de estudo no sentido de compreender suas gaps epistêmicas, mas sem desconsiderar sua importância para promoção da igualdade e equidade na Sociedade da Informação.

Para a ilustração de algumas ideias apresentadas nesta pesquisa foi utilizada a versão 20 (2018) do software CorelDRAW, tendo em vista que as ilustrações permitem maior clareza e representação das ideias do campo epistêmico. O CorelDRAW é um software produzido pela empresa Canadense Corel Corporation e possibilita a criação de objetos vetoriais como também a manipulação de vários objetos em outros formatos.

Para Krieger e Finatto (2004) a criação e utilização de palavras e termos é uma prática remota humana e na comunidade LGBTQIA+ essa prática ajuda a demarcá-la, pois como forma de resistência ela agrega dialeto como o Pajubá e também utiliza palavras ofensivas que são direcionadas a ela na tentativa ridicularizá-la. Assim, é preciso se debruçar sobre as bases tanto da criação como da adesão dos termos e palavras, nas quais a Representação da Informação e os estudos Terminológicos podem ancorar análises de forma epistêmica, teórica e prática.

Sales, Albuquerque e Pinto (2018), revelam que enquanto teoria, a Representação da Informação pode enfocar questões filosóficas, históricas e também linguísticas, o que lhe confere refletir sobre as dimensões epistêmica, teórica e prática, assim como a interseção delas. Dessa forma, é possível refletir sobre relação intima entre a informação gênero-sexualidade, memória, identidade e cultura LGBTQIA+.

A Representação da Informação deve se voltar para a prática cognitiva flutuante no cotidiano humano na linha tênue entre os termos e palavras cunhadas, emprestadas e usadas (adesão) em consenso na comunidade LGBTQIA+, para distinguir o que é colaboração e perversão ao trazer os reflexos dos arquétipos, estereótipos, rótulos e etiquetas, entre outras muletas cognitivas - as quais, para Candau (2012), são apenas muletas do pensamento e não necessariamente são atos perversos. Elas se tornam problemáticas quando são utilizadas com intenções de diminuir, inviabilizar e desqualificar as coisas e, sobretudo, as pessoas.

Desse modo, a Representação da Informação, pode se apoiar na PCC, considerando que essa última promove as condições de compreender quando há perversidade nas estratégias cognitivas dos(as) sujeitos ao representar as informações nos ambientes digitais colaborativos. E uma vez detectado, os aspectos teóricos, técnicos e epistêmicos refletem de forma positiva nas políticas de informação na faceta técnica-prática da representação da informação no nível do tratamento descritivo e, especialmente, da indexação.

A Representação da Informação envolvida pela PCC, por sua vez toma a Terminologia, na dimensão mental (cognitiva), na cominação/ linguística e o contexto espacial que dizem acerca da formação da vida psíquica dos(as) profissionais da informação, dos(as) usuários(as) etiquetadores(as) LGBTQIA+ e dos sujeitos perversos.

A Terminologia pode agregar no campo da Representação da Informação quanto aos signos ideológicos mencionados por Ferreira (2020), a partir de três eixos: a Teoria Geral da Terminologia (TGT), Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT) e a Socioterminologia. No primeiro eixo sobre a perspectiva de Eugen Wüster, emergem as questões cognitivas (CABRÉ, 1993; LIMA; BOCCATO, 2009; BARROS, 2020). Na TGT, a visão predominantemente onomasiológica, ou seja, em que há prevalência do conceitual sobre o lingüístico, assim na concepção wüsteriana os termos expressam conceitos e não significados. No eixo Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT), na perspectiva de Cabré (1999), nos vetores comunicação e linguagem são evidenciados (CABRÉ,1993; LIMA; BOCCATO, 2009). Assim, na TCT se postula a priori que não há termos, muito menos palavras, mas somente unidades lexicais e essas adquirem estatuto terminológico no domínio das comunicações especializadas (KRIEGER; FINATTO, 2004).

No eixo Socioterminologia, por sua vez, as variantes lexicais e conceituais que constituem um objeto de estudo da Terminologia devem considerar o contexto (BARROS, 2006). Isso significa dizer que a Socioterminologia se dedica aos aspectos sociais da linguagem de especialidade, pois deve partir da conexão onde há prática terminológica e o espaço da ação em que acontecem as práticas de linguagens (CABRÉ, 1993; LIMA; BOCCATO, 2009). Nesse sentido, um dos pontos fundamentais da Socioterminologia, no âmbito da Terminologia, refere-se à valorização da identidade específica dos sujeitos, considerando que ela impulsiona o exame do funcionamento dos termos em seu real contexto de ocorrência (KRIEGER; FINATTO, 2004).

Assim, a intersecção entre a Representação da Informação, a PCC e a Terminologia ancoram a representação no âmbito dos ambientes digitais fortalecendo os três eixos básicos: a) de que se trata o documento, é consensual e ou controverso? b) por que ele foi incorporado ao ambiente Web 2.0, é perversão ou é colaboração? c) quais de seus aspectos relevantes para os(as) usuários(as) LGBTQIA+ e seu valor memorialístico, identitário, cultural e informacional?

 

5 ANÁLISES E DISCUSSÃO

 

Para compreender os fenômenos que estruturam a dimensão ‘preconceito e discriminação’ enquanto gap epistêmica no âmbito das práticas de representação colaborativa de conteúdos por meio da Folksonomia, especialmente no contexto LGBTQIA+, deve-se compreender que essa comunidade é composta por diversos grupos, perfis e amplitude espectral, conforme a Figura 3. Nesse sentido, pode-se inferir que a cultura LGBTQIA+ é diversa e que o uso da sigla LGBTQIA+ é apenas uma das estratégias para representar essa complexidade, não finalizando em si.

 

Figura 3 - Folksonomia LGBTQIA+, campo coletivo e individual

Fonte: Adaptado de Santana et al. (2021).

 

Para compreensão dessa complexidade, é preciso que o(a) profissional da informação pesquise sobre a cultura LGBTQIA+, acesse documentos e informações relacionadas à mesma, em fontes como: glossários produzidos pela rede LGBTQIA+; relatórios do Grupo Gay da Bahia (GGB); Associação Nacional de Travestis e Transexuais(Antra) e Observatórios LGBTQIA+; documentos e projetos da Aliança Nacional LGBTI+; artigos científicos; monografias; dissertações e teses acerca da informação gênero-sexualidade, especialmente, das áreas da Ciência da Informação, Biblioteconomia e Arquivologia.

Questionar sobre as políticas de indexação e sinalizar quais são as mudanças que devem ser feitas no âmbito dos ambientes colaborativos, bem como dos vocabulários controlados, listas de cabeçalho de assunto, tesauros e ontologias. Somente assim o(a) profissional da informação pode ter habilidade básica para fundamentar a técnica de representar no nível temático a informação gênero-sexualidade em bibliotecas tradicionais, digitais, virtuais, híbridas, repositórios dados de pesquisa, repositórios digitais (temáticos e institucionais), bem como analisar a ação dos(as) colaboradores(as) na Web 2.0.

Focando as discussões teóricas e epistêmicas neste artigo e articulando-as com a Figura 3, pode-se inferir que a Folksonomia no contexto LGBTQIA+ é uma instanciação da memória, identidade LGBTQIA+, cultura LGBTQIA+ e informação gênero-sexualidade na Web 2.0. Ela é a reunião de palavras naturais que são cunhadas, emprestadas e usadas (adesão) em consenso no processo comunicacional e informacional no âmbito da comunidade LGBTQIA+, apesar de estar agregada às vezes a sua estatura de forma sútil e outras vezes propaga forças nocivas.

Ainda visualizando a Figura 3, a Folksonomia no contexto LGBTQIA+ é delimitada através da interseção entre campo coletivo e individual, as forças nocivas agregadas emergem das atribuições de tags com base na dimensão gênero, sexualidade, étnico-racial e de classe/econômica, marcadores sociais que são figurados como estigmas. As forças nocivas agregadas estão presentes porque quando se visualiza uma comunidade e/ou grupos não compulsórios, essas forças são promovidas essencialmente de fora para dentro. Assim, devem ser consideradas duas abordagens: a configuração da Folksonomia no contexto LGBTQIA+ com a promoção da disseminação da informação gênero-sexualidade, e nesse ponto de fato se destaca o(a) colaborado(a) LGBTQIA+ como protagonista.

Por outro lado, é possível identificar a Folksonomia no contexto LGBTQIA+ para disseminar e/ou promover o preconceito e discriminação contra a comunidade, assim se destaca o pseud-colaborador(a), os(as) perversos(as), os quais podem ser humanos ou robôs (bots ou trollbots) objetivando manipular a opinião pública.

Sendo assim, entre essas duas lógicas é preciso estar vigilante, especialmente na segunda, e considerar os signos ideológicos aos quais refere Ferreira (2020), inseridas nos três eixos norteadores da representação temática, analisando à luz da atribuição as tags: a) quanto aos conteúdo do documento, as tags devem ser consensuais e não controversas, b) a incorporação dos conteúdos no ambiente Web 2.0 deve ter o objetivo de promover a colaboração e não perversão e, c) os aspectos relevantes dos conteúdos – a partir das tags de valor memorialístico, indenitário, cultural e informacional para a comunidade LGBTQIA+.

Situar os signos ideológicos nesses eixos é importante pois eles fortalecem a condição indenitária LGBTQIA+ e fragilizam as identidades LGBTQIA+. Os signos ideológicos estão flutuantes na tríade Divergente (D), Insurgente (I) e Convergente (C), forças que promovem os distanciamentos e estranhamentos entre as identidades LGBQTIA+, bem como a repulsa e recusa das identidades LGBTQIA+ e não dos sujeitos LGBTQIA+ perversos que precisam ser auditados por profissionais da informação.

Assim, a Insurgência (I) se refere ao sujeito LGBTQIA+ que se rebela contra as lógicas flutuantes no âmbito da comunidade e, nesse caso, ele/ela defende seu ponto vista grupal, estético e comportamental ao mesmo tempo em que certa dosagem diminui e (in)visibiliza pontos de vistas grupais, estéticos e comportamentais diferentes.

As tags na cor roxa (Figura 7) cujos vocábulos são ‘pintosa’ e ‘poc poc’ estão inseridas na dimensão de gênero; as tags ‘feminina ativa’, ‘relativa’ encontram-se na dimensão de gênero e sexualidade; as tags ‘bixa suburbana’ inseridas na dimensão de classe/economia e as tags “bicha preta” na dimensão étnico-racial, são atribuições que representam muito bem essa lógica insurgente, na maioria das vezes a atribuição é intra-comunidade em ambientes colaborativos.

Assim, considerar a Insurgência (I) no seu epicentro dessa comunidade se considera alguns fenômenos que podem surgir das tensões destacadas por Martins (2021) e que promovem contradições latentes, que se pode destacar a partir da noção de homossexualidade frágil que pode ser tóxica, e que muitas vezes está embasada nos pensamentos binários que permeiam as interações na comunidade LGBTQIA+. Vale ressaltar que há muito mais entre o binarismo, por exemplo, entre masculinidade/feminilidade, atividade/passividade, rico/pobre, negror/branco e que o pensamento binário na comunidade LGBTQIA+ merece uma reflexão e ação de lugar de fala mais detalhada para as desconstruções.

A Divergência (D), por sua vez, são opiniões, posicionamentos e falas compulsórias que essencialmente partem dos sujeitos não LGBTQIA+ que diminuem, (in) visibilizam, distorcem, inclusive com a disseminação da fake news, a cultura, memória e identidade LGBTQIA+. As tags ‘viado’, ‘baitola’, ‘traveco’, ‘boyola’, ‘caneco’, ‘frango’ apresentadas na Figura 7 são vocábulos que representam muito bem essa lógica divergente, apresentando um alto grau de perversidade e desprezo. A tag ‘viado’ foi reconfigurada no âmbito da comunidade LGBTQIA+ como resistência, mas fora dela o termo ‘viado’ se constitui como uma representação perversa usada para ofender os sujeitos LGBTQIA+.

Na lógica Divergente (D) as tensões entre comunidade LGBTQIA e as comunidades compulsórias formadas por características heterogemônicas (brancos, homens, cisgênero, heterossexuais, cristãos, entre outros) e, cabe ressaltar, que as características branquitude, homens e cisgênero também operam na dimensão ‘insurgente’ como tensões. Compradas as tensões no âmbito da comunidade LGBTQIA+ e fora dela, é possível dizer que a divergente é muito mais nociva e fragiliza toda comunidade em todos os sentidos, especialmente transexuais e travestis.

E por fim, a Convergência (C) que são os sujeitos LGTBQIA+ que defendem seu ponto vista grupal, estético e comportamental, bem como entendem que há outras possibilidades grupais, estéticas e comportamentais no âmbito da comunidade LGTBQIA+, e essas definitivamente não lhe afetam de forma negativa.

As tags destacadas na cor verde (Figura 7) como ‘Transformista’, ‘Drag Queens’, ‘Gays’, ’Lésbicas’, ‘Urso’, “travesti’ são vocábulos que representam muito bem essa lógica convergente, especialmente as tags ‘Gays’, ’Lesbicas’, “travesti’ que, como ato político, foram reconfirmadas, sendo preferível utilizar a tag “gay” ao invés de homossexual. E a tag ‘Urso’ é uma matriz, pois ela acarreta outras facetas como: filhote (cub), chubbie bear , big bear , chub, urso negro, urso pardo , lontra (otter) , caçador (admirer / chaser / hunter), coala (koala bear), ursófilo , muscle bear e outros. A tag ‘Urso’ diz respeito a uma intra-cultura da comunidade LGTBQIA+, em que a masculinidade é um valor importante, que agrega eventos como a famosa festa paulista Ursound dedicada aos ‘Ursos’ e admiradores(as). Como também a estética, pois o termo ‘Urso’ descreve um tipo físico de homens gays, ou seja, uma identidade específica.

A lógica Convergente (C) ocorre quando à atribuição de tags coerentes com corpo e psique LGBTQIA+ e quando a intenção do colaborador(a) versa na representação da cultura e memória LGBTQIA+ para disseminar por meio da informação gênero-sexualidade de forma que o(a) usuário(a) consiga acessá-la.

Porém, é preciso que o(a) profissional da informação e usuários(as) em geral atentem-se para o uso equivocado das tags convergentes aplicadas por eles/elas mesmos(a), ou na análise delas nos ambientes digitais feita pelos (as) colaboradores(as), pois eles/elas podem representar preconceitos e discriminações, bem como implicar negativamente na recuperação dos conteúdos.

O Quadro 1 detalha essa aplicação, haja vista que ambos(as) podem estar disseminando o preconceito e a discriminação por falta de informação do que por perversão, e se ambos(as) insistem na atribuição tags convergentes quando se em consciência sobre elas, por sua vez se configura a perversão do(a) profissional a informação e os(as) colaboradores(as) na Web 2.0.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tabela 1– Valor da atribuição das tags

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

 

Assim, segundo a Figura 7 e o Quadro 1, se a etiqueta ‘transformista’ for aplicada aos conteúdos informacionais sobre a ‘Transexualidade’ ‘Travestilidade’ e ‘Cultura Cross-dressing’, a lógica pode ser divergente, seja por falta de informação ou por perversão. O Transformista diz respeito à arte, assim pode ser aplicado como tag para representar a cultura ‘Drag Queen’ e ‘Drag King’, mas não para representar a cultura ‘Crossdressing’, muito menos a ‘Transexualidade’ e ‘Travestilidade’ enquanto conteúdos informacionais.

O transexual se refere ao sujeito de qualquer étnico-racial e possui identidade de gênero diferente a do físico/biológico (SANTANA et al., 2021), assim suas vestimentas fazem parte de sua existencialidade e não para interpretar um personagem, seja como objetivo comercial artístico (Drag Queen’ e Drag King) ou satisfação pessoal momentânea (Crossdressing).

Conforme a Figura 7 e Tabela 1, destaca-se o vocábulo ‘baitola’ e a expressão ‘fora-do-meio’, os quais representam forças distintas: a primeira parte do contexto não LGBTQIA+ da lógica compulsória, enquanto ‘fora-do-meio’ emerge da comunidade LGBTQIA+ e expressa uma parcela de sujeitos LGBTQIA+ que não querem ser identificados(as). Um posicionamento que, muitas vezes, pode ser compreendido como acovardamento e se expressa pelo a tag ‘enrustido(a)’. Contudo, esse fenômeno pode denotar questões mais complexas, pode ser mais um mecanismo de defesa que emergem de conflitos e dramas entre corpo, psique e demandas sociais e econômicas. O vocábulo ‘baitola’ é uma forma agressiva para representar, o que pode ser figurado na dimensão insurgente cuja tag é atribuída de forma Divergente (D), ela é uma palavra ofensiva, contudo é preciso estar atento para possibilidade de uma palavra se tornar um termo preferido. Tal fato ocorreu com o termo ‘gay’, que no Brasil era muito usada de forma Divergente (D) na tentativa de ridicularizar o sujeito LGBTQIA+. Assim, o(a) profissional da informação deve se debruçar sobre as bases tanto da criação como da adesão dos termos e palavras em sistemas, instrumentos, processos, produtos e serviços.

Considerando as fragilidades das gap ‘plurais’, ‘polissemia’,‘sinonímia’, ‘profundidade (especificidade) da marcação’ e ‘egocentricidade pela palavras egoístas’, especialmente a dimensão ‘preconceito e discriminação’ pode atravessar outras dimensões positivas, ela pode intoxicar o potencial de preservar a memória coletiva no âmbito das práticas de registrar, organizar e recuperar as informações na Web 2.0.

Sobre a manifestação das preferências e interesses dos(as) sujeitos(as), deve-se considerar o alerta para o interesse obscuro de promover a LGBtfobia. Quanto a possibilidade da organização, representação, navegação, recomendação e recuperação de conteúdo na Web 2.0, considerar o alerta para os termos e palavras violentas que confundem os(as) reais usuários(as) da informação genêro-sexualidade.

No que se refere às múltiplas percepções desses sujeitos acerca do recurso representado, deve considerar o alerta para as percepções que podem estar equivocadas, por falta de informação. Na possibilidade de conexões criadas pelas tags, considera a purificação, pois com a análise do(a) profissional da informação essa conexão pode ser mais eficaz e efetiva.

Quanto à variedade de comunidades com diferentes níveis de especialização necessária, faz-se necessário considerar as forças divergentes intra-comunidade, como também na colaboração para a garantia de uso e para a serendipidade em um domínio de especialidade, o que amplia ao alcance visível e negociável das expressões de vozes minoritárias. E quando bem aplicada, a Folksonomia pode contribuir para a produção significativa de metadados semânticos; para a construção/atualização de outros Sistemas de Organização do Conhecimento como ontologias, taxonomias e tesauros; bem como para a rapidez na manipulação de uma quantidade significativa de recursos e indexação exaustiva.

 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

As gaps epistêmicas “plurais”, “polissemia”, “sinonímia”, “profundidade (especificidade) da marcação”, “egocentricidade/palavras egoístas” e “preconceito e discriminação” devem ser colocadas em suspenção, visualizando a reconfiguração de status de gaps epistêmicas para status de dimensões epistêmicas da Folksonomia enquanto resultado da atribuição de tags em ambientes colaborativos para fins de representação de recursos em diferentes formatos (textos, áudios, imagens e vídeos, por exemplo). Elas não devem ser ignoradas, pois quando as gaps epistêmicas são positivadas através da vigilância, elas passam a contribuir com a manutenção dos sistemas colaborativos, uma vez que através delas se promovem reflexões, reconfigurações, rompimentos, e postura ético-empático político.

      O valor epistêmico da Folksonomia é visto nesta pesquisa ao destacá-la no contexto LGBTQIA+, compreendida como representação da memória, identidade LGBTQIA+, cultura LGBTQIA+ e da informação gênero-sexualidade. Esse foco permitiu através da visualização das problemáticas dos fluxos e características tags no contexto LGBTQIA+ e entre as forças que a compõe para além da coloração, destaca-se a perversão expressada pelo o preconceito e discriminação.

A Folksonomia não pressupõe a imposição de regras para a seleção de tags a serem utilizadas pelos(as) usuários(as) em ambiente web, haja vista o seu caráter colaborativo. Por isso, ela pode ser utilizada através da lógica do preconceito e da discriminação, aplicada por humanos e/ou robôs (autônomos ou assistidos) para a rápida popularização de fake news e da cultura do cancelamento- algumas das estruturas perversas que promovem a vertigem da Sociedade da Informação, e que têm refletido sobre os sujeitos LGBTQIA+. Esses reflexos ocorrem de forma negativa quando instancia de forma perversa a memória, identidade LGBTQIA+, cultura LGBTQIA e a Informação Gênero-Sexualidade na Web 2.0.

Considerar a filosofia colaborativa e interatividade da Folksonomia no fluxo epistêmico do descortinamento, reflete de forma positiva sobre as dimensões epistêmicas das práticas colaborativas de conteúdos em ambientes web. Assim, diante das problemáticas apresentadas nesta pesquisa é possível constatar a necessidade de unir esforços teóricos, práticos e epistêmicos para contorná-las, e manter sua coesão enquanto elemento potencializador da memória coletiva e dos estudos no âmbito da Ciência da Informação, uma vez que há harmonia entre os(as) teóricos(as) quanto ao imperativo e urgência da Folksonomia no campo da Representação da Informação e do Conhecimento, sobretudo no que diz respeito ao seu caráter democrático ancorado em um paradigma social em vertigem.

 

 

 

 

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[1] Doutorando e Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba. Licenciatura em Psicologia e formação de Psicólogo (CRP 13/7901) ambos pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)..

[2] Docente do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CBG/UFRJ). Professora permanente externa do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina (PPGCI/UEL). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba (PPGCI/UFPB).

[3] Doutoranda em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba, Mestra em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba. Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual da Paraíba. Graduanda em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Alagoas.

[4] Doutoranda em Educação pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Mestra em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

[5] A vida afetiva, emocional e sentimental.

[6] É uma campanha em conjunto em ambiente digital em que os sujeitos buscam as fragilidades de uma única fala e/ou ação para desmoralizar o(a) comunicador dela(a), assim descredenciado todo conhecimento construído por esse(essa) comunicador(a) com um único erro, equívoco e o expondo de forma cruel.

[7] Na psicose, ocorreu a ‘foraclusão’ da lei paterna, enquanto na neurose ocorreu o ‘recalque’ da lei paterna e na perversão, por sua vez ocorreu a ‘denegação’ decorrente da lei paterna.