A PRESENÇA DE HABERMAS NA CIÊNCIA DA INFORMAÇAO NO BRASIL[1]
Isa Maria Freire[2]
Universidade Federal da Paraíba
isafreire2011@gmail.com
______________________________
Resumo
Esta é a terceira vez que tenho a honra de participar dos Colóquios Habermas, o qual tem propiciado aos pesquisadores da Ciência da Informação, no Brasil, um encontro com o pensamento do filósofo e sociólogo Jürgen Habermas. No processo, aprendi com meus colegas pesquisadores e entrei na rede de conexões conceituais que tece o fio de Habermas no tear conceitual da Ciência da Informação, no Brasil.Começou em 2020, quando compartilhei o resultado de exercício sobre o conceito de esfera pública aplicado no Laboratório de Tecnologias Intelectuais – LTi[3]. Na revisão da literatura, na Brapci, usando <esfera pública>, identifiquei 94 artigos que fazem menção ao descritor, no período de 1972 a 2020. Alguns desses artigos me ajudaram a compreender o conceito e aplicá-lo às ações de mediação no Portal do LTi na web. Uma nova busca, combinando <esfera pública AND redes sociais> tornou-se necessária, sendo recuperados apenas oito arquivos. O entendimento, ao final, é que as redes sociais do LTi podem ser consideradas como esfera pública, embora não apresentem o aspecto político partidário presente na abordagem habermasiana.
Palavras-chave: Ciencia da Informação. Habermas. Artigo.
THE PRESENCE OF HABERMAS IN INFORMATION SCIENCE IN BRAZIL
Abstract
This is the third time I have the honor of participating in the Habermas Colloquium, which has provided Information Science researchers in Brazil with an encounter with the thinking of philosopher and sociologist Jürgen Habermas. In the process, I learned from my fellow researchers and entered the network of conceptual connections that weaves the Habermas thread in the conceptual loom of Information Science in Brazil. It started in 2020, when I shared the result of an exercise on the concept of public sphere applied at the Laboratory of Intellectual Technologies – LTi. In the literature review, in Brapci, using <public sphere>, I identified 94 articles that mention the descriptor, from 1972 to 2020. Some of these articles helped me to understand the concept and apply it to mediation actions on the Portal do LTi on the web. A new search, combining <public sphere AND social networks> was necessary, only eight files were retrieved. The understanding, in the end, is that LTi's social networks can be considered as a public sphere, although they do not present the partisan political aspect present in the Habermasian approach.
Keywords: Information Science. Habermas. Article.
1 INTRODUÇÃO
Em 2021, apresentei o resultado de exercício sobre Patologias da razão e direitos sociais na Pandemia, abordando as patologias sociais como patologias comunicacionais provocadas pelo avanço do sistema (Economia e Estado) sobre o agir comunicativa do mundo da vida.[4] Foram identificadas fontes de informação científica sobre COVID-19 disponíveis em jornais de circulação nacional, institutos de pesquisa e produção bibliográfica disponível em bases de dados nacionais e internacionais. O relato finaliza ecoando Habermas, quando entende que a própria ação comunicativa contém a possibilidade de uma comunicação livre de dominação pelo sistema. Uma esperança resumida no verso do poeta Thiago de Mello: “Faz escuro, mas eu canto”.
Neste Colóquio de 2022 compartilho resultado de exercício de análise de corpus de pesquisa bibliográfica, a partir de busca realizada na Brapci usando o descritor <Habermas> em todo o período coberto (1972-2022) e em todas as opções de busca. Para minha surpresa, recuperei apenas 10 referências bibliográficas, todas de artigos de periódico, entre elas dois estudos paradigmáticos sobre a presença de Habermas na Ciência da Informação brasileira.
Procurei os artigos que relatam os resultados desses dois estudos, usando-os para identificar os sinais da presença de Habermas na rede acadêmica dos cientistas da informação brasileiros. Li, aprendi com o processo e apliquei as respectivas abordagens à pequena amostra de 10 artigos reunidos aleatoriamente. Os resultados dos estudos foram corroborados, tanto na abordagem da temática quanto na abordagem dos autores.
De modo que, neste ano da Graça de 2022, minha contribuição ao Colóquio será o relato da presença de Habermas identificada por esses estudos e o compartilhamento das reflexões sobre a temática.
2 CONTEXTO[5]
A seguir, um resumo das duas pesquisas sobre a presença de Habermas na Ciência da Informação no Brasil, cujas abordagens foram adotadas como parâmetros para a leitura e análise dos artigos que recuperei na Brapci e constituem a amostra.
2.1 ABORDAGEM DA PRODUÇÃO ACADÊMICA NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Em artigo publicado no periódico Em Questão[6], Fell et al. (2014) relatam resultados da análise de 841 comunicações sobre Direito à informação publicadas nos anais dos Encontros Nacionais de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB), no período de 2003 a 2009, na perspectiva da Teoria do conhecimento de Habermas. O objetivo geral da pesquisa foi identificar a presença concreta de Habermas na literatura da área, a fim de mapear as influências das suas reflexões sobre a produção acadêmica da Ciência da Informação, no Brasil.
Justifica-se a escolha dos anos de 2003; 2005; 2006; 2007; 2008 e 2009 pelo fato de que foi a partir do VI ENANCIB (2003) que a ANCIB passou a disponibilizar os trabalhos aceitos e publicados em mídia digital. Desse modo, na presente pesquisa, foram analisados 841 trabalhos. (FELL et al., 2014, p. 138)
Tabela 1 –O corpus da pesquisa de Fell et al., 2014.
Grupos de Trabalho ENANCIB |
Qt |
GT 01 - Estudos Históricos e Epistemológicos da Ciência da Informação |
105 |
GT 02 - Organização e representação do conhecimento |
154 |
GT 03 - Mediação, Circulação e Apropriação da Informação |
135 |
GT 04 - Gestão da Informação e do Conhecimento |
116 |
GT 05 - Política e Economia da Informação |
97 |
GT 06 - Informação, Educação e Trabalho |
71 |
GT 07 - Produção e Comunicação da Informação em Ciência, Tecnologia & Inovação |
103 |
GT 08 - Informação e Tecnologia |
45 |
GT 09 - Museu, Patrimônio e Informação |
15 |
TOTAL |
841 |
Fonte: FELL et al., 2014, p. 136. Atualmente são 12 GTs.
Na análise das comunicações recuperadas nos Anais do ENANCIB, os autores trazem para a Ciência da Informação o fio conceitual das teorias de interesses constitutivos do conhecimento de Habermas para analisar os resultados da pesquisa, conforme modelo dos tipos, ou domínios, de interessepara oconhecimento: técnico, prático e emancipatório (HABERMAS, 1971 citado por FELL et al., 2014, p. 133).
Quadro 1 – Tipos de interesse paraoconhecimento.
Fonte: FELL et al., 2014, p. 135 (HABERMAS, 1971).
Na pesquisa, Fell et el. (2014) identificaram o predomínio quase absoluto do interesse técnico nos trabalhos publicados nos anais do ENANCIB, no período (2003 – 2009).
Esse interesse, no âmbito geral, engloba aproximadamente 91% dos trabalhos, enquanto o interesse prático representa aproximadamente 8% dos trabalhose o interesse emancipatório constitui aproximadamente 1% de todos os trabalhos nos períodos estudados. (FELL et al., 2014, p. 140. Itálico nosso)
Tabela 2 –Domínios do conhecimento de Habermas nos GTs.
|
Interesses do conhecimento |
|||||
GTs |
Técnico |
Prático |
Emancipatório |
Total |
|
|
GT 1 |
99 |
4 |
2 |
105 |
|
|
GT 2 |
151 |
3 |
-- |
154 |
|
|
GT 3 |
112 |
22 |
1 |
135 |
|
|
GT 4 |
101 |
13 |
2 |
116 |
|
|
GT 5 |
85 |
12 |
-- |
97 |
|
|
GT 6 |
61 |
6 |
4 |
71 |
|
|
GT 7 |
101 |
2 |
-- |
101 |
|
|
GT 8 |
43 |
1 |
1 |
45 |
|
|
GT 9 |
11 |
3 |
1 |
15 |
|
|
TOTAL |
764 |
66 |
11 |
841 |
|
|
Fonte: FELL et al., 2014, p. 139.
No conjunto dos trabalhos analisados na pesquisa, alguns GTs do ENANCIB apresentaram temáticas que foram vistas como sendo de interesse prático: oGT3, com 33% de trabalhos; os GT4 e GT5, com 20% e 18%, respectivamente; e o GT6, com 9% da produção. Os demais GTs não apresentaram quantidade significativa de trabalhos nessa categoria. Por fim, “dos 841 artigos analisados, foram identificados apenas onze com enfoque emancipatório”, denotando, para os autores, que a área da Ciência da Informação ainda não está consciente de “seu papel funcional para o equilíbrio social ou ainda dos procedimentos técnico-funcionais para o seu processamento e uso no âmbito dos sistemas” (FELL et al., 2014 p. 145).
Os autores consideram que que os resultados obtidos “apresentam dados concretos da presença de Habermas na Ciência da Informação Brasileira, com a prevalência de pesquisadores no núcleo do IBICT/UFRJ, UNIRIO” (FELL et al.2014, p. 14). E ressaltam, ao final, que são resultados preliminares, de modo que a reflexão sobre os dados recuperados nos Anais do ENANCIB continuará.
2.2 “INFLUÊNCIAS TEÓRICAS DE HABERMAS NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO INDEXADA NA BRAPCI”[7]
No artigo onde compartilham um relato de pesquisa, publicado na revista Logeion: Filosofia da Informação,Gabriel Junior et al. (2021, p. 11) esclarecem que este é o primeiro estudo “[de] uma série sobre a presença de Habermas na CI, [...] a partir de um questionamento sobre quais as influências teóricas de Habermas na área de Ciência da Informação brasileira”. O campo da pesquisa sãoobras indexadas na Brapci - Base de Dados em Ciência da Informação[8].
A busca foi realizada no dia 28 de fevereiro de 2020, quando foram recuperados 559 trabalhos com a identificação dos termos no texto completo. Deste total, a incidência do termo “Habermas” aparece em 16 trabalhos no título, nove nas palavras-chave, 68 no resumo, ou seja, o corpus foi ampliando em 8,2 vezes na utilização em texto completo em relação a busca tradicional no título, resumo e palavras-chave. Os trabalhos foram organizados em uma lista no Excel. Da lista dos 559 trabalhos foram recuperados os autores, o periódico/evento, e o ano de publicação. (GABRIEL JUNIOR et al., 2014, p. p. 13. Itálico nosso)
A linha do tempo das publicações identificadas na pesquisa começa em 1985[9] e segue até 2020, apresentando crescimento contínuo, como mostra o Gráfico 1, a seguir:
Gráfico 1 - Linha de tempo da produção publicada com Habermas no referencial teórico.
Fonte: GABRIEL JUNIOR et al., 2021, p. 14.
No Brasil, “a primeira citação a Habermas foi realizada por Regina Maria Marteleto em 1987 em artigo publicado na revista Ciência da Informação no trabalho “Informação: elemento regulador dos sistemas, fator de mudança social ou fenômeno pós-moderno”” (GABRIEL JUNIOR et al., 2014). As publicações citando Habermas ou adotando sua abordagem teórica cresceram ao longo de 35 anos, acompanhando o crescimento do campo da Ciência da Informação.
Os autores identificaram os cinco periódicos que mais publicaram artigos nessa temática, observando que as duas revistas mais produtivas têm uma conexão com eventos sobre Habermas[10], os quais congregam pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Os periódicos mais produtivos, com 44 trabalhos cada, são a revista Comunicação & Informação, editada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e a revista Logeion: Filosofia da Informação, editada pelo Ibict (GABRIEL JUNIOR et al., 2014, p. 15). Outras três revistas que concentram o maior número de trabalhos são Liinc em Revista (39 artigos); Ciência da Informação (34 artigos) e DataGramaZero (25 artigos), todas editadas pelo Ibict. Nesse contexto, os autores chamam atenção para o fato de que, “[com] A soma dos artigos publicados nessas três revistas com [os] publicados na Logeion: Filosofia da Informação [44 artigos], temos um total de 142 artigos publicados nessas quatro revistas, todas com relação direta com o Ibict e a UFRJ” (GABRIEL JUNIOR et al., 2020, p. 16).
A pesquisa também identificou os autores dos artigos:
Do total de trabalhos analisados no corpus, foram identificados 624 autores, sendo que destes 508 (81.4%) publicaram um único trabalho referenciando Habermas, 73 (11,8%) tem duas publicações, e outros 42 (6,8%) autores publicaram três ou mais trabalhos citando Habermas.
Nesse corpus, foram identificados os autores mais produtivos sobre a temática: Clóvis Ricardo Montenegro de Lima, com 32 trabalhos; Maria Nélida González de Gómez, com 18 trabalhos; e Aldo Albuquerque Barreto, com 16 trabalhos; todos vinculados ao Ibict. E, completando o grupo dos autores mais produtivos: Geni Chaves Fernandes e Gustavo Silva Saldanha, da Unirio, cada um com 13 trabalhos publicados.
A partir do Currículo Lattes dos autores mais produtivos, Gabriel Junior et al. (2021) desenharam uma rede de conexões acadêmicas, como segue:
Aldo de Albuquerque Barreto (falecido em 20/02/2018) orientou odoutorado de Maria Nélida González de Gómez de 1985 a 1992, a qual foi posteriormente orientadora de mestrado e doutorado de Geni Chaves Fernandes (1988-1993 e 1999-2004, respectivamente) e de doutorado de GustavoSilva Saldanha (2009-2012), ambos hoje professores na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Clóvis Ricardo realizou estágio pós-doutoral de 2008 a 2010 sob supervisão de Maria Nélida González de Gomez e foi seu colega no Ibict, onde esta pesquisadora trabalhou desde 1983, tendo lá se aposentado em 2010 e com a qual mantém vínculo como professora colaboradora do Programa de pós-graduação em Ciência da Informação. A produção expressiva deste autor, provavelmente reside na organização dos Colóquios Habermas (15 edições até 2019), dos quais participa desde as primeiras edições e na criação dos Colóquios de Filosofia da Informação (já com 6 edições até 2019). (GABRIEL JUNIOR et al., 2021, p. 17. Itálico nosso)
Figura 1 – Conexões acadêmicas na formação dos autores mais produtivos.
Fonte: Elaboração própria, 2022. A partir de Gabriel Junior, 2021.
Ao final do relato da pesquisa, os autores apontam que “os resultados obtidos traduzem dados concretos da presença de Habermas na Ciência da Informação Brasileira”, identificando-se a “prevalência de pesquisadores no núcleo do IBICT/UFRJ, UNIRIO, mais influenciados pelo filósofo e propagadores de suas ideias” (GABRIEL JUNIOR, et al., 2014, p. 21).
3 PRESENÇA DE HABERMAS NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Os dois artigos que resumi mapearam a produção científica relacionados à abordagem de Habermas aplicada no campo da Ciência da Informação.
Fell et al. (2014) buscaram identificar a produção acadêmica registrada em Anais do ENANCIB na perspectiva do interesse para o conhecimento, categorizado por Habermas em interesse técnico, interesse prático e interesse emancipatório; no processo, identificaram, também, as conexões acadêmicas que ligam os autores dos artigos entre si. Gabriel Junior et al. (2021), por sua vez, usando método bibliométrico, buscaram mapear as influências de Habermas nos 559 artigos de periódicos recuperados na Brapci.
Descobri esses autores e suas pesquisas maravilhosas quando fiz a pesquisa na Brapci, em busca de indícios da produção que tece a teia de Habermas no tear da Ciência da Informação, resultando na recuperação de um corpus bem mais modesto do que aqueles analisados nas duas pesquisas aqui citadas. Uma amostra composta por 10 artigos, escritos por 21 autores e publicados no período de 1972 a 2022. Esse conjunto inclui os dois artigos aqui resumidos.
Figura 2 – Termo de busca e recuperação da informação
Fonte: Brapci. Disponível em: Https://www.brapci.inf.br/?q=Habermas&type=1&year_s=1972&year_e=2022&order=0.
A busca da presença de Habermas na amostra irá considerar:
(i) a aplicação das categorias dos interesses constituitivos do conhecimento de Habermas (conforme Fell et al., 2014)[11]; e
(ii) a rede acadêmica dos autores (conforme Gabriel Junior et al. (2021).
Quadro 2 – Artigos:Autores, títulos, periódicos/Ano (Amostra = 10).
AUTORES |
TÍTULOS |
PERIÓDICOS/ANO |
Ética do discurso e eugenia liberal: Jürgen Habermas e o futuro da natureza humana. |
||
IULIANELLI, Jorge A. S. |
Contribuições habermasianas para uma ética intercultural da informação: aproximações |
Logeion: filosofia da informação, 2016 (Ibict) |
Contribuições da discursividade para a construção de repositórios digitais |
2015 (UEL) |
|
Justificação e a ação de informação no contexto da pragmática virtual |
Liinc em revista, 2010 (Ibict) |
|
Informação & Sociedade: Estudos, 2013 (UFPB) |
||
Arquivística.net, 2007(AARJ) |
||
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, 2017 (FEBAB) |
||
Agir comunicativo, colaboração e complexidade nas organizações. |
DataGramaZero, 2009 (Ibict) |
|
A Produção Acadêmica no Brasil sobre Ciência da Informação: um estudo a partir da Teoria do Conhecimento de Habermas |
Em Questão, 2014 (UFRGS) |
|
Influências teóricas de Jürgen Habermas na ciência da informação indexada na BRAPCI. |
Logeion: filosofia da informação, 2021 (Ibict) |
Fonte: Elaboração própria, 2022.
Quando aplicadas as categorias de Habermas para os interesses constitutivos do conhecimento à temática dos artigos da amostra, a partir de títulos, palavras-chave e resumos, foi observado um perfil semelhante ao identificado por Fell et al. (2014) em seu estudo sobre a produção acadêmica publicada nos Anais do ENANCIB: a grande maioria dos artigos (80%) foram categorizados como de interesse técnico, sendo um artigo categorizado como de interesse prático e um outro categorizado como de interesse emancipatório.
Na amostra, o artigo categorizado como de interesse prático aborda “a relação entre agir comunicativo, colaboração e complexidade nas organizações, a partir da contribuição da Teoria do Agir Comunicativo de Jurgen Habermas” (FELL et al., 2014, p. 138). O texto tem como objetivo “desenvolver uma argumentação sobre as possibilidades do agir comunicativo na administração de organizações [...]” (LIMA et al., 2009, p. 1). Neste caso, entendi que o tipo de abordagem corrobora Fell et al. (2014, p. 138), que categorizam como de interesse prático trabalhos de pesquisa que “mostram uma ruptura com a racionalidade instrumental, reconhecendo a fundamental relevância dos significados subjetivos na construção do conhecimento”.
Por sua vez, os autores do artigo categorizado como de interesse emancipatório estão interessados em “evidenciar necessidade e possibilidade de mudanças na administração das [organizações] e propor a reconstrução da sua racionalidade prática. Assim, espera-se a participação efetiva dos sujeitos [...], comprometidos com éticas e políticas focadas para a sustentabilidade” (SILVA; LIMA, 2017, p. 616). Na perspectiva de Fell et al. (2014, p. 138), são trabalhos que “possibilitam síntese dialética e reflexiva entre os paradigmas da objetividade e de cognição”.
Os demais artigos da amostra categorizados como de interesse técnico abordam questões de informação a partir de conceitos habermasianos, trazendo os fios da filosofia e sociologia de Habermas para o tear da Ciência da Informação. Desse modo, o contexto se mostra pertinente à definição de Fell et al. (2014, p. 138) como sendo aqueles trabalhos que “apresentam controle, atendendo uma razão instrumental que procura desenvolver mecanismos que mantenham o indivíduo submisso e na condição de instrumento no ambiente de trabalho”.
As temáticas abordadas nos 10 artigos foram identificadas pelos títulos, palavras-chave e resumos, sendo que todos os artigos usaram o nome Habermas como descritor do conteúdo. Outros termos mais usados como descritores, em mais de um artigo, foram Ética do discurso (2), Agir comunicativo (2), Arquivologia (2) e Ciência da Informação (2).
Quadro 3 – Títulos e palavras-chave que descrevem os artigos.
TÍTULO |
PALAVRAS-CHAVE |
Ética do discurso e eugenia liberal: Jürgen Habermas e o futuro da natureza humana. |
Jürgen Habermas; Cultura genética; Sociedade da informação; Ciência e mundo-da-vida; Ética do discurso |
Contribuições habermasianas para uma ética intercultural da informação: aproximações |
Ética intercultural da informação. Ética do discurso. Habermas |
Contribuições da discursividade para a construção de repositórios digitais |
Habermas. Racionalização Discursiva. Humanização na Organização. Repositório Institucional |
Justificação e a ação de informação no contexto da pragmática virtual |
Ciência da Informação; Pragmática; J. Habermas; web; Justificação |
Informação. Jürgen Habermas. Mundo sistêmico. Mundo vivido. Arquivologia |
|
Ação comunicativa. Habermas – Pensamento. Diplomática Arquivística |
|
Habermas; Teoria do agir comunicativo; Discurso; Sistemas; Sustentabilidade ambiental |
|
Agir comunicativo, colaboração e complexidade nas organizações |
Agir comunicativo; Colaboração; Complexidade; Organizações; Ética da discussão; Habermas |
Ciência da Informação. ENANCIB. Teoria do Conhecimento. Jürgen Habermas |
|
Influências teóricas de Jürgen Habermas na ciência da informação indexada na BRAPCI. |
Jürgen Habermas. Estudos Métricos da Informação. Análise de citação |
Fonte: Elaboração própria, 2022.
Com a “pequena ajuda de um amigo”[12] os descritores foram reunidos numa nuvem de tags, como segue:
Figura 1 – Tagsdas palavras-chave dos artigos da amostra.
Fonte: BANDEIRA, P.M. A partir de dados da pesquisa, 2022.
Identificados os autores e temáticas prevalecentes na amostra, observei a concentração de artigos publicados em uma instituição editora, já identificada por Gabriel Junior et al. (2021): dos artigos recuperados 50% foram publicados em periódicos vinculados ao Ibict. Os demais foram publicados em periódicos diversos, vinculados a cinco instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Em Questão); Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (Revista Brasileira de Biblioteconomia e Ciência da Informação); Associação dos Arquivistas do Rio de Janeiro (Arquivística.net); Universidade Federal da Paraíba (Informação&Sociedade: Estudos) e Universidade Estadual de Londrina (Informação&Profissões).
No conjunto de 21 autores da amostra, quatro produziram artigos individuais: Amaral, Iullianelli, Gracioso e Lima, com um artigo cada. Desses, apenas Lima compartilhou uma produção de três artigos com outros seis autores, os quais não produziram entre si. Os autores que publicaram nos periódicos identificados fizeram a formação científica em diversas áreas, prevalecendo a Ciência da Informação e destacando-se o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do convênio Ibict com a UFRJ (7) ou com a UFF (1).
Quadro 4 – Autores, formação vinculação institucional.
AUTORES |
FORMAÇÃO |
INSTITUIÇÃO |
|
Mestre em Sociologia (2000) pela Universidade Federal de Pernambuco; doutorando em Estudos Culturais pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres |
Universidade Federal da Paraíba |
IULIANELLI, Jorge Atílio Silva |
Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006) |
Universidade Estácio de Sá |
|
Doutor emCiência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005) e em Administração pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (2000). Pós-doutorado no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (2010) |
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia |
Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2019) |
Universidade Federal de Goiás |
|
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2017) |
ERNEST & YOUNG – Analista Documental |
|
|
Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e Universidade Federal Fluminense (2008). Pós-doutorado em Ciência da Informação pela Universidade de Coimbra (2019). |
Universidade Federal de São Carlos |
Doutor em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (2008). |
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba |
|
Doutorado em andamento pela Universidade Federal da Bahia (2013) |
Universidade Federal de Pernambuco |
|
Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011) |
Caribbean and Latin America InterPARES Dissemination |
|
|
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) |
Programa de Capacitação Institucional (CNPq) |
Mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010) |
Banco do Brasil (2011) |
|
Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil (2011) |
Consultoria privada |
|
CARVALHO, Lidiane dos Santos |
Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014) |
Fundação Oswaldo Cruz |
VITAL, Luciane Paula |
Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina, (2017) |
Universidade Federal de Santa Catarina |
SILVEIRA, Murilo Artur Araújo da |
Doutor em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2016) |
Universidade Federal de Pernambuco |
PINHO, Fábio Assis |
Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2010) |
Universidade Federal de Pernambuco |
Doutora em Ciências da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2012) |
Universidade Federal de Pernambuco |
|
Doutor em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (2009) |
Universidade Federal de Pernambuco |
|
Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2014) |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
|
Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1991) |
Pesquisadora 1C do CNPq (UFPR) |
|
Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004) |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
Fonte: Elaboração própria, 2022. Negrito: PPGCI do Ibict.
A formação e vinculação institucional dos autores observada na amostra corrobora a rede de relações acadêmicas conforme Gabriel Junior et al. (2021 p. 17): sete fizeram a formação, doutorado[13] ou mestrado[14] no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do convênio entre Ibict e UFRJ ou UFF.
O resultado corrobora, assim, a pesquisa de Gabriel Junior et al. (2014), quando identifica o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do convênio Ibict e UFRJ como lócus para propagação de estudos de problemas da Ciência da Informação a partir da perspectiva de Habermas.
Quanto à vinculação institucional, dos 21 autores 11 estão vinculados a universidades federais (destacando-se a Universidade Federal de Pernambuco). Os outros 10 estão vinculados ao Ibict (1), universidade privada (1), Instituto Federal de Educação e C&T (1), empresa privada (2), instituição financeira (1), organização internacional (1), instituição de pesquisa (1) e instituições de fomento à pesquisa científica (2).
4 TECENDO A REDE CONCEITUAL
A pequena amostra com a qual trabalhei reproduz, pois, padrões identificados nas duas pesquisas realizadas com amplo corpus de dados, formuladas e conduzidas em cooperação por vários pesquisadores e publicadas no intervalo de seis anos.
Fell et al. (2014)aplicaram com sucesso o modelo dos interesses constitutivos do conhecimento,de Habermas,a um corpus constituído pelas comunicações no ENANCIB no período de 2003 a 2009. O relato em si é a própria evidência da presença de Habermas, visto que o corpus da pesquisa foi analisado a partir do olhar habermasiano. O objetivo da pesquisa, em si, foi
[...] avaliar o estado da arte da área de Ciência da Informação no Brasil a partir da análise de trabalhos publicados nos anais do Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB), no período de 2003 a 2009, utilizando-se como base conceitual a teoria do conhecimento de Jürgen Habermas. (FELL et al., 2014, p. 130)
No seu trabalho de pesquisa, os autores trouxeram um fio conceitual das teorias de Habermas para o tear da Ciência da Informação. A meu ver foram bem-sucedidos na sua urdidura conceitual, pois o modelo foi aplicado à amostra que reuni a partir da Brapci e o mesmo padrão foi identificado, privilegiando o interesse técnico. Vale salientar que analisei uma amostra de artigos de periódicos, enquanto Fell et al. (2014) trabalharam com comunicações no ENANCIB. Mas, ao final, trata-se da mesma comunidade dos cientistas da informação, no Brasil. O modelo de abordagem de Fell et al. (2014) se aplica a x comunidades científicas que trabalhem em áreas interdisciplinares, de modo que os pesquisadores estão sempre buscando novos fios conceituais para suas redes teóricas próprias da comunicação científica.
Gabriel Junior et al. (2021), usando método bibliométrico, buscaram a presença de Habermas nos 559 artigos de periódicos recuperados na Brapci para sua pesquisa. Os autores identificaram os periódicos mais produtivos nessa temática, com 44 trabalhos cada: a revista Comunicação & Informação, editada pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e a revista Logeion: Filosofia da Informação, editada pelo Ibict. Identificaram, também, quais os autores mais produtivos e suas conexões acadêmicas, onde o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Ibict em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro sobressai como lócus da formação dos autores. O objetivo do trabalho foi “assinalar a presença concreta de Habermas na literatura da área, via base de dados BRAPCI, a fim de mapear as influências das reflexões deste filósofo” (GABRIEL JUNIOR et al., 2014, p. 11).
De modo que, como era do meu interesse, fui em busca de Habermas no campo da Ciência da Informação, visitando a Brapci e reunindo, aleatoriamente, 10 artigos em uma amostra. A análise desse corpus se mostrou pertinente à análise de Fell et al. (2014) sobre os domínios de interesses constitutivos do conhecimento e às conexões acadêmicas dos autores, reveladas por Gabriel Junior et al. (2021). Três pesquisas buscando os indícios da presença de Habermas na Ciência da Informação.
Enfim, identifiquei a presença de Habermas no campo da Ciência da Informação, na teoria e na prática. Na comunidade acadêmica, muitos estão trazendo fios conceituais do pensamento habermasiano como contribuição à trama tecida no tear da Ciência da Informação. Para criar os tapetes voadores que levam as ideias para longe, ao encontro de outras que trazem contribuições do pensamento de Habermas para o tesouro de conhecimentos da Ciência da Informação.
São fios conceituais que se entrelaçam num contexto comunicacional, na comunidade científica, onde pesquisadores se encontram para dialogar sobre aplicações teóricas, questões epistemológicas, práticas e políticas de pesquisa, comunicação ou tecnologia, na perspectiva de Jürgen Habermas.
REFERÊNCIAS
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[1] O título homenageia o precioso relato de Gabriel Junior et. al. (2021), publicado na revista Logeion: Filosofia da Informação: “Influências teóricas de Jürgen Habermas na Ciência da Informação indexada na Brapci”.
[2]Doutora em Ciência da Informação. Bolsista de Produtividade CNPq.
[3] Disponível em: https://coloquiohabermas.files.wordpress.com/2021/03/e-book-coloquio-habermas-final.pdf.
[4] Disponível em: https://coloquiohabermas.files.wordpress.com/2021/11/coloquio-habermas-2021.pdf.
[5] Contexto: “[Por Extensão] Encadeamento do que compõe o discurso; contextura. Etimologia (origem da palavra contexto). Do latim contextus.us; do latim contexere “unir tecendo”.”. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/contexto/.
[6] Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/40811.
[7] GABRIEL JUNIOR et al., 2014.
[8] Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/about
[9] O artigo mais antigo, dos recuperados na Brapci citando Habermas, foi publicado em 1985, no periódico Revista Interamericana de Bibliotecologia, da Colômbia: “Acción pedagógica para el comportamiento lector en la sala infantil de lectura. Un ensayo de aproximación”, por Nelson Mosquera González, Bibliotecário da Universidad de Javeriana e estudante de Pós-Graduação de Pedagogia.
[10] Destacando, no Brasil, os Colóquios Habermas.
[11] Sobre a abordagem da análise, corroboro com Fell etal., 2014, p. 137) em que, “por ser um trabalho predominantemente qualitativo, do tipo descritivo-interpretativo, constata-se claramente e sem subterfúgios a subjetividade da análise dos pesquisadores”.
[12] Como na canção With a litle help from my friendes, dos Beatles (Lennon e McCartney, 1967).
[13] Orientados, respectivamente, por Clóvis Ricardo Montenegro de Lima, Gilda Olinto, Maria Nélida González de Gómez, Marco André Feldman Schneider e Lena Vania Ribeiro Pinheiro.
[14] Orientados por Clóvis R. Montenegro de Lima.