DIALÉTICA E REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
experiência aplicada ao Cibercordel
Sale Mário Gaudêncio[1]
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
mario@ufersa.edu.br
Maria Elizabeth Baltar Carneiro de Albuquerque[2]
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
ebaltar2007@gmail.com
Gisele Rocha Côrtes[3]
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
giselerochacortes@gmail.com
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Resumo
Apresenta investigação sobre a relação entre a Representação da Informação e a Dialética, demonstrando que enquanto campos de estudos podem contribuir para um repensar da forma como o conhecimento pode se estabelecer. Traz como questão-chave: Por qual motivo devemos fazer uso dos princípios que regem a Dialética para representar cibercordéis? Para responder a esse problema de pesquisa, tem-se como objetivo geral: Apresentar a Dialética como uma proposta teórico-metodológica capaz de auxiliar no processo de Representação da Informação de cibercordéis. Metodologicamente, a investigação é qualitativa, trazendo como a abordagem o próprio Campo da Dialética e corpus, os Cordéis Digitais (cibercordéis) presentes em grupos de facebook com buscas orientadas pela hashtag cordel (#cordel). Nos resultados identificou-se a presença de 8 (oito) Marcadores Sociais, a saber: Classe Social, Étnico-racial, Gênero, Geração, Nacionalidade, Regionalidade, Religião e Sexualidade. Uma vez categorizados, com a análise dos dados, foi possível melhorar o processo de Representação da Informação através do uso do princípio da contradição, por exemplo, e assim, tornar a prática informacional mais robusta e eficaz. Nas conclusões, foi possível chegar a um posicionamento basilar para podermos compreender a ideia do que é Representação Dialética da Informação, especialmente, se tomado como ponto de apoio e partida, princípios como os da contradição e o da totalidade.
Palavras-chave: Dialética. Representação da Informação. Cibercordel. Estética.
DIALECTICS AND INFORMATION REPRESENTATION
experience applied to Cibercordel
Abstract
It presents research on the relationship between Information Representation and Dialectics, demonstrating that as fields of study they can contribute to rethinking the way knowledge can be established. It brings as a key question: Why should we make use of the principles that govern Dialectic to represent cybercordéis? In order to respond to this research problem, the general objective is: To present Dialectics as a theoretical-methodological proposal capable of assisting in the process of Information Representation of cybercordéis. Methodologically, the investigation is qualitative, bringing as the approach the Field of Dialectic and corpus, the Digital Cordéis (cybercordéis) present in facebook groups with searches guided by the hashtag cordel (#cordel). The results identified the presence of 8 (eight) Social Markers, namely: Social Class, Ethnic-Racial, Gender, Generation, Nationality, Regionality, Religion and Sexuality. Once categorized, with data analysis, it was possible to improve the Information Representation process through the use of the principle of contradiction, for example, and thus make the informational practice more robust and effective. In the conclusions, it was possible to arrive at a basic position so that we can understand the idea of what Dialectical Representation of Information is, especially, if taken as a point of support and starting point, principles such as contradiction and totality.
Keywords: Dialectics. Information Representation. Cybercord. Aesthetics.
O mundo contemporâneo é cada vez mais difícil de ser representado, seja pela influência como se estabelecem os modos de produção ou porque a sua complexidade impeça compreender para além das bolhas de domínio.
Conjunturalmente, o ser humano está imerso em um mundo que vive sob profundas e constantes transformações, onde, se percebe uma regressão socioeconômica, constatam-se rupturas políticas e profundos déficits educacionais.
Soterrados por incertezas e instabilidades geradoras de desigualdades sociais que levam à cenários de Infodemia, fakenews e “cancelamento midiático”, muitas vezes acompanhamos passivamente a forma como os “tempos atuais” vão consolidando e se perpetuando em meio a conjuntura em curso.
Surge aí a sociedade da aparência, da superficialidade e do imediatismo, como forma de aprofundar quantitativa e qualitativamente o que conhecemos por uma cultura de massa hedonista e niilista.
Esta realidade, impulsionada pela cultura do consumo, direta ou indiretamente é introjetada no ser humano, fazendo com que ele seja, muitas vezes, incapaz de separar a relação relevância versus irrelevância, plural versus singular, inclusão versus exclusão, aparência versus essência.
Vale salientar que esta assertiva também impacta na vida do profissional da informação, e nesse caso em especial, naquele que estuda e trabalha no âmbito da Representação da Informação.
No contexto brasileiro essa realidade torna-se ainda mais grave ao perceber que a nação continua imersa a um caos educacional, onde grande parte da população ainda está presa ao nível mais baixo de analfabetismo, que não é diferente com o analfabetismo funcional, digital e de competência informacional.
O modelo educacional em curso esqueceu-se de educar com vistas à cidadania ativa e democracia participativa. Ele perdeu a oportunidade de amplificar no seu corpo educacional, os repertórios cognitivos (Capurro, 2003) inerentes às suas vivências, assim como, de sua capacidade crítica para compreender o mundo e a sua realidade social.
Com esse cenário dado, o ser, se torna vítima de um sistema cognitivo e social opressor e hegemônico, que nos faz pensar de forma limitada e enviesada sobre o que de fato é importante. Por isso é nítido perceber que as transformações globais e locais, que promovem tensões políticas, impasses socioculturais e as lutas de narrativas, que influenciam diretamente a nossa presença na vida acadêmica, social e na forma de representar o conhecimento registrado.
Por essa razão a Representação da Informação feita pelo profissional da informação, tende potencialmente a ser influenciada pelo meio sociocultural e a reverberar posturas relacionadas à suas experiências pessoais de Ideologia, Hegemonia, Verdade, Vontade, Poder e Liberdade, por exemplo.
Somos muitas vezes induzidos por um debate sobre legitimação de determinados modelos ontológicos de conhecimento que podem impactar diretamente nas práticas informacionais, inclusive nas de representação, pois se não conseguimos pensar para além do que está cristalizado, continuaremos reproduzindo modelos que são capazes de silenciar e segregar determinados grupos de domínios, impactando na memória coletiva de todo um povo.
Diante disso, se faz necessário se afastar do estabelecido e pensar para além do aspecto tradicionalista-conservador e apresentar como problema-chave desta pesquisa a seguinte questão: Por qual motivo devemos fazer uso dos princípios que regem a Dialética para representar Cibercordéis?
Essa questão-chave traz à tona uma pesquisa direcionada a pensar a realidade social, promovendo a partir de sua gênese, um olhar dialético, cujo desdobramento resultará em uma posição crítica e dialógica. Para fazer isso se tem como Objetivo Geral: Apresentar a Dialética como uma proposta teórico-metodológica capaz de auxiliar no processo de Representação da Informação de Cibercordéis.
Destarte, o presente texto traz nas suas seções fundamentais, os olhares sobre: Dialética, Representação da Informação, Procedimentos Metodológicos, Análise e Interpretação dos Resultados e Considerações finais.
2 DIALÉTICA
O termo dialética é um conceito que remete à antiguidade clássica. Ela procura demonstrar que tem em sua natureza a busca por compreender os fenômenos por meio de sua realidade social, considerando as suas múltiplas contradições.
Para Takeuchi e Nonaka (2008), a Dialética remete a uma antiguidade clássica que valoriza duas características conceituais: a mudança e a oposição.
Nesta mesma linha de pensamento, via-se que na
[...] Grécia Antiga, a palavra ‘dialética’ expressava um modo específico de argumentar que consistia em descobrir as contradições contidas no raciocínio do adversário (análise), negando, assim, a validade de sua argumentação e superando-a por outra (síntese). Sócrates foi considerado o maior dialético da Grécia. [...] Mas a dialética é anterior a Sócrates. Lao Tsé, [...] é considerado o ‘autor’ da dialética, [...] (Gadotti, 1990, p. 15, grifo do autor).
Percebe-se que sem presença dos fenômenos manifestados aqui através dos termos nominados como: mudança, oposição, análise e síntese, não haverá dialética.
É nessa linha de pensamento que temos algumas contribuições como as de Gomes (1983), Gadotti (1990), Triviños (2006), Nozaki (2008), Mészaros (2013), Silva (2013), Bufrem e Pinho (2017), Lukács (2018), Morschbacher (2019) e Melo (2023), para citar alguns dos textos representativos do Campo.
No caso de Gadotti (1990, p. 21, grifos do autor), por exemplo, que traz um texto de referência aos estudos dessa disciplina, vê-se que a “dialética considera cada objeto com suas características próprias, o seu devir, as suas contradições. Para a dialética não existem, portanto, ‘regras universais’ more matemático, como queria Descartes, [...]”.
Todavia, existem princípios que norteiam a dialética, conforme vemos em Gadotti (1995, p. 24-26): “1) Tudo se relaciona (princípio da totalidade); 2) Tudo se transforma (princípio do movimento); 3) Mudança qualitativa (princípio da mudança qualitativa); 4) Unidade e luta dos contrários (princípio da contradição)”.
Tomando por base esses princípios, é de suma importância delinear algumas especificidades do pensamento e do método dialético. De antemão, é necessário entender que a dialética pode ser categorizada em “três níveis, saber: 1) Dialética da natureza; 2) Dialética da história; 3) Dialética do conhecimento” (Gadotti, 1990, p. 27). Todavia, a nossa intenção ocorre no sentido de se debruçar sobre a última, por entender que, além de se ter uma questão terminológica relacional em torno do uso do termo conhecimento, também se tem nesta relação uma aproximação mais significativa com a Ciência da Informação pelo fato de permitir desvelar questões ainda em aberto para o campo, como por exemplo, a reflexão da Organização e Representação da Informação e do Conhecimento.
A dialética pode considerar como um dos elementos fundamentais a contradição (tese, antítese e síntese), por entender que seus pressupostos “não oferecem qualquer garantia para o conhecimento da verdade. Porque não há verdade objetiva. Só existem verdades” (Gadotti, 1990, p. 27).
Tendo em vista essa afirmação, infere-se que a percepção da utilização do princípio da verdade em essência vai se manifestando de acordo com as relações de poder vigentes e dos consensos Estatais praticados por meio de contratos sociais que são viabilizados em virtude de uma hegemonia cultural estabelecida.
Por esse motivo, a Dialética tem o papel de promover relações interdisciplinares críticas, capazes de mediar cenários reflexivos que transcendem processos ortodoxos e dogmáticos de análise e síntese no fazer da Ciência da Informação, especialmente do processo de Representação da Informação.
Favorecer a construção do conhecimento balizado pela Dialética significa na prática oportunizar uma filosofia da práxis, conforme explicita Gramsci (1978). Essa práxis se concebe no sentido de romper com ideais conservadores ideológicos, abrindo espaço para um cenário emancipatório. Por esse motivo, a filosofia da práxis apresentar-se
[…], inicialmente, em uma atitude polêmica e crítica, como superação da maneira de pensar precedente e do pensamento concreto existente (ou mundo cultural existente). E portanto, como crítica do ‘senso comum’ [...]” (Gramsci, 1978, p. 18).
O que na prática Gramsci observa é que o senso comum é reprodutor da hegemonia cultural na qual a sociedade está imersa, e para superar o que Althusser (1970) chama de “aparelhos ideológicos do Estado”, é preciso uma ruptura paradigmática.
É justamente em virtude disso que, ao passo que se concebe uma proposta de Dialética, se permite contribuir criticamente e de forma articulada para maturar o que Morin (2015, p. 48, tradução nossa) chama de “ciência nova”, por entender que esta deve “situar-se num lugar em movimento (não lugar-trono onde sempre pretendem sentar-se os doutrinadores arrogantes), num pensamento complexo que conecta a teoria à metodologia, [...]”.
Essa Dialética de acordo com (Gadotti, 1990), considera as coisas e os fenômenos como um movimento permanente, seja de expansão ou retração, onde “tudo tem a ver com tudo” (Gadotti, 1990, p. 25) fazendo do entendimento de “totalidade” (Carvalho, 2008, p. 51) como um princípio fundamental.
Percebendo este parecer, Leandro Konder observa que o conhecimento dialético é “totalizante e a atividade humana, em geral, é um processo de totalização, que nunca alcança uma etapa definitiva e acabada” (Konder, 2008, p. 35, grifo do autor).
Esse posicionamento e movimento em torno da Dialética, nos leva àquilo que o profissional da informação chama de percepção e atividade multifacetada, especialmente por considerar que as partes e o todo do processo humano informacional devem ser compreendidos e valorizados. Com isso, “qualquer objeto que o homem possa perceber ou criar é parte de um todo. Em cada ação empreendida, o ser humano se defronta, inevitavelmente, com problemas interligados” (Konder, 2008, p. 35, grifo do autor).
Nesse entender, a Dialética nos apresenta o processo de síntese, que “é a visão de conjunto que permite ao homem descobrir a estrutura significativa da realidade com que se defronta, numa situação dada. E é essa estrutura significativa – que a visão de conjunto proporciona – que é chamada de totalidade” (Konder, 2008, p. 36, grifo do autor).
Por isso, conhecer a realidade social em suas múltiplas dimensões significa compreender como atuar em torno das dinâmicas de análises e sínteses. Isso nos leva e permite um aprendizado conjuntural e crítico, podendo oportunizar tanto uma apreensão de um conhecimento que transcende as barreiras dos posicionamentos cristalizados, como também permite a amplificação da forma de ver e encarar o mundo. Disso, Konder (2008, p. 44-45, grifo do autor), sugere:
Para que o nosso conhecimento avance e o nosso laborioso (e interminável) descobrimento da realidade se aprofunde – quer dizer: para podermos ir além das aparências e penetrar na essência dos fenômenos – precisamos realizar operações de síntese e de análise que esclareçam não só a dimensão imediata como também, e sobretudo, a dimensão mediata delas.
Para que isso se viabilize em sua plenitude, Leandro Konder, inspirado pelo pensamento de Antonio Gramsci, percebe que se faz necessário dar voz a novas abordagens teóricas e metodológicas, pois “se o determinismo persistir dificultará sempre o desenvolvimento do espírito crítico e da criatividade [...]” (Konder, 2008, p. 66).
Nesse entender, Konder (2008, p. 77) observa que a “experiência vem ensinando a um número cada vez maior de indivíduos que há problemas que dependem da pessoa e somente dela e cuja solução não pode ser transferida para nenhuma organização social”.
Por isso, optar pelo conhecimento oriundo do pensamento dialético, e, de uma filosofia da práxis, requer ressignificação cultural, social e institucional, pois a “dialética intranquiliza os comodistas, assusta os preconceituosos, perturba desagradavelmente os pragmáticos ou utilitários” (Konder, 2008, p. 84).
Desta maneira, vê-se uma cosmovisão entre os autores supracitados com o que se propõe esse texto, primeiro porque se faz necessário ressignificar muitos dos pressupostos teóricos e metodológicos que são anunciados pela ciência vigente.
É preciso de uma integração entre teoria e prática, como é sugerido por Marx e Gramsci, tomando como ponto de partida que “[...] o conceito de práxis passa por processos de desconstrução e reconstrução [...]” (Cancian, 2023, online).
Isso na prática, representa uma reconexão entre a forma como a dialética se apresenta e o que se busca com os Sistemas de Organização do Conhecimento (SOCs). Os SOCs tradicionais não podem ter a sua razão de existir apenas em virtude de convenções institucionais positivistas e deterministas centradas na hegemonia cultural dos países do Norte, desenvolvidos.
É preciso que se faça emergir e valorizar nos países do Sul a “categoria dos intelectuais orgânicos, isto é, os intelectuais nascidos no mesmo terreno [...]” (Gramsci, 1982, p. 17), das civilizações subdesenvolvidas e em fase de desenvolvimento que podem contribuir de maneira significativa com o processo de ressignificação do conhecimento nas suas mais distintas dimensões dos campos do saber.
Então qual o papel da Dialética para a Representação da Informação? É de valorizar uma representação localizada em categorias, como: a Contradição, o Movimento, a Mediação e a Totalidade. Nesse sentido, temos:
Quadro 1 - Categorias da Dialética
Categoria |
Descrição |
Nota comentada |
Contradição |
Comte-Sponville (2011, p. 124, grifos do autor), que esta categoria se dá com o “fato de se contradizer, [...] (de dizer ao mesmo tempo uma coisa e sua negação: p e não-p). |
O resultado gerador entre os polos opositores ou de construção alternativa a partir de visões ou narrativas diferentes, permite chegar a uma síntese que garante uma verdade possível. |
Movimento |
Segundo Mészaros (2013, p. 33), em dialética é “[...] ‘a unidade entre continuidade e descontinuidade, isto é, a ‘suprassunção’ (Aufhebung) de um estágio anterior em uma complexidade cada vez maior’”. |
Permite a exposição de “uma vida” em constante transformação, seja por retração ou expansão. É o ser que se movimenta e contribui para a transformação contínua da forma como a materialidade se estabelece e se manifesta. |
Mediação |
Para Cumont, nas palavras de Abbagnano (2011, p. 757), Vê-se a partir da História da Filosofia, que “Mitra era concebido como mediador, mais precisamente como mediador entre a divindade inatingível das esferas etéreas e o gênero humano”. |
Nos leva uma mediação capaz de permitir a facilitação ou atuar para o fim seja alcançado por meio do ser ou de ferramentas conciliadoras de aproximação. |
Totalidade |
Para Comte-Sponville (2011, p. 597, grifos do autor), são “Todos os elementos de um conjunto, mas na medida em que este constitua uma unidade. [...] uma totalidade é a unidade de uma pluralidade”. |
É o domínio total de um todo. É parte local em sua especificidade e é total em sua natureza. |
Fonte: Dados da pesquisa (2023).
Historicamente, o processo de Representação da Informação, como parte do conceito de Representação, sempre esteve assentado sob a ideia de “classificar o mundo”. É por isso que Arthur Schopenhauer (2021, online), observa que o “mundo é a minha representação”. Do mesmo, temos o pensar de Souza (2015, online), que, dialogando com Arthur Schopenhauer, entende que “o mundo seria por um lado representação, e por outro, vontade”.
Neste sentido, compreendemos um mundo possível, estabelecido por convenções sociais, regras institucionais ou aquilo que se torna senso comum e que é reverberado como verdade, mas também é importante perceber que a forma de representar e o resultado dela, é fruto de vontade individuais e coletivas, nos levando a ter a configuração do estabelecimento do que somos, queremos, pensamos e agimos.
Essa compreensão parte de uma vertente filosófica, ensinando que desde a Antiguidade, se fez uso de técnicas ou narrativas para expressar ou convencionar algo de maneira que pudesse ser compreendido e difundido na forma de conhecimentos.
A exemplo disso estão as pinturas rupestres pintadas, os mitos, a filosofia, a ciência e o ser, para expressar a cultura e a sociedade, como também a escrita composta por códigos e disseminada por meio de contratos sociais e direcionamentos informacionais.
É natural do ser humano representar, classificar ou categorizar. Representar é uma forma eficaz de estabelecer uma conexão comunicativa entre pessoas e grupos de domínio, seja do mesmo interesse ou de fora da “bolha”, porém, o ato de representar ganha contornos distintos ao longo do tempo.
Mais recentemente, com a Revolução Técnica, Científica e Informacional (em meados do século XX), a partir da segunda metade do século passado e a chegada do século XXI, imprimiu-se mudanças substanciais em um curto espaço de tempo.
A exemplo disso, estão os fenômenos da Globalização consumista, da Cibercultura, do Neoliberalismo Capitalista e da Pós-Verdade, que provocaram mudanças profundas na forma como observamos, atuamos, consumimos e nos portamos na contemporaneidade.
Não foi diferente com o Campo da Representação da Informação. Nesse domínio, o impacto também está sendo profundo, fazendo com que categorias como: Ideologia, Hegemonia, Verdade, Vontade, Poder e Liberdade, que de alguma forma, relacionam as nossas práticas informacionais ao ato de representar conteúdos, direta ou indiretamente, fazendo com que a nossa relação com o objeto informacional e a sociedade não seja algo harmônico e passífico.
Isso se torna mais explícito quando se compreende o significado dessas categorias sinalizadas, a saber:
Quanto a Ideologia, temos:
Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com nossa própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremente, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos um poder invisível que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A esse poder que é social - ele deu o nome de ideologia (Hernández; Pasqualin, 2011, online).
No caso do conceito de Hegemonia, Lourenço Neto (2020, p. 78), observa que “seria um tipo de domínio que algumas classes podem exercer tanto dentro do território nacional quanto em escala internacional, mas que é baseado mais na influência ideológica do que no exercício da força”. E com isso, “uma hegemonia completamente desenvolvida deve repousar no consentimento ativo, numa vontade coletiva em torno da qual vários grupos da sociedade se unem” (BOTTOMORE, 1983, p. 284).
Sobre a Verdade, temos:
Nos escritos de Marx e Engels, “verdade” normalmente significa “correspondência com a realidade”, ao passo que o critério para a avaliação das pretensões à verdade é ou envolve a prática humana. Ou seja: Marx e Engels subscrevem um conceito clássico (aristotélico) e um critério praticista da verdade (Bottomore, 1983, p. 631).
No caso da Vontade:
[...] não é a vontade finita dos indivíduos, mas uma vontade una, indivisível e independente de qualquer singularidade, e que devido a isso habita todo ser do mundo, seres vivos e seres puramente materiais. A vontade seria, portanto, o que há de mais essencial por detrás e para além da multiplicidade que o mundo da representação oferece, uma vontade infinita, sem limites temporais ou espaciais, limites estes pertencentes apenas aos fenômenos (Souza, 2015, p. 22, online).
Em se tratando do conceito de Poder, ele está atrelado a “três concepções: a) poder como resultado da posse de recursos; b) poder como resultado do comportamento ou poder relacional; e c) poder como produtor da realidade” (Fingermann, 2020, p. 117).
Ao que tange ao conceito de Liberdade, Abbagnano (2012, p. 699), entende que esse “termo tem três significados fundamentais, correspondentes a três concepções [...]”, contudo a que mais se adequa ao recorte proposto nesse texto é a que apresenta o seguinte significado: “Liberdade como possibilidade ou escolha, segundo a qual a Liberdade é limitada e condicionada, isto é, finita”.
Considerando esses conceitos fulcrais, o mundo contemporâneo nos impõe um dilema epistemológico e ontológico, no sentido de rever práticas cristalizadas e rumar frente a construção alternativas na forma de representar o mundo e a sociedade.
É por isso que
[…] hoje, na pesquisa em Organização e Representação do Conhecimento, temos dificuldades de tratar documentos em face à manifestação das diversidades sociais, culturais e políticas. Que ferramentas teremos de desenvolver para dar conta da produção do conhecimento e de sua recepção quando verificamos que as referências da documentação ainda estão assentadas nas hierarquias, no privilégio dos substantivos (as essências) e, muitas vezes, em parâmetros universais? (Lara, 2013, p. 238).
Nesta mesma linha de pensamento apresenta-se a provocação de Saldanha e Souza (2017, p. 16), onde:
A grande questão se coloca aqui: em que medida as teorias propriamente ditas e os métodos da OC problematizam o real em seu estatuto de formação culturalmente tecida, ou seja, qual a capacidade de refletir sobre a condição social e qual a propensão de lutar pelas mudanças (de seus construtos e daqueles imersos na complexidade do mundo social)?
É neste sentido que esta investigação se apresenta, trazer ao centro do debate o imbricamento da Representação da Informação com a Dialética. Esta relação se torna necessária à medida que compreendemos que, somente os modelos atuais e estabelecidos não são suficientes para as demandas latentes da sociedade e do meio científico.
Por esse motivo, Bufrem e Pinho (2017, p. 233), entendem que o caminho poderia ser a “superação das posições contraditórias do racionalismo e do empirismo” que “se obtém pela síntese, procedimento intelectual de superação dos opostos, possível graças à dialética imposta pelo movimento do real”. Bufrem e Pinho (2017, p. 233), observam que esse entendimento é feito por compreender que “a dialética do conhecimento não se constitui em construção teórica especulativa”.
É com a adoção da Dialética aplicada a Representação da Informação que teríamos um método que forneceria, segundo Bufrem e Pinho (2017, p. 233), “os elementos e base necessários para a sistematização teórica de seus procedimentos, assim como para a busca da compreensão dos caminhos para o conhecimento e, portanto, de sua representação”.
Setores como o da Ciência da Informação, têm visto a necessidade de abrir o debate do processo de Organização e Representação da Informação e do Conhecimento em busca de alternativas para a agenda política, social e cultural do século em curso, para minimizar a equação científica entre a visibilidade e a invisibilidade teórica e metodológica no campo.
Faz-se necessário refletir questões que até o momento eram silenciadas e/ou marginalizadas no campo científico. Segundo Albagli (2018, p. 104), “é preciso se colocar como espaço transversal de encontro e visibilidade de temas e autores que propõem subverter as agendas e enfoques da pesquisa sobre informação e conhecimento. [...]”.
É em virtude do que vai sendo enunciado e anunciado, infere-se que pensar o processo de Representação da Informação calcado no que Hall (2016) chama de uma relação dialética e crítica entre cultura e representação, oferecendo à comunidade científica a possibilidade de transcender reflexões a partir de debates já cristalizados na ciência, incluindo a brasileira.
Portanto, para se pensar para além do que está estabelecido e romper com o cristalizado, é preciso adotar formas alternativas de apoio à Representação da Informação, um pensar dialético que vai se tornar uma aproximação com conceitos ou categorias como a contradição, o movimento, a mediação e a totalidade.
3.1 Representação da Informação aplicada a Estética do Cibercordel: reflexão indiciária
Essa reflexão tem como ponto de partida o conceito de Estética, cujo significado pode ser uma “[...] disciplina autônoma” que “pressupõe, portanto, o modo de filosofar que consiste em analisar nossas representações das coisas, não as próprias coisas” (Drucker, 2009, p. 22).
Após considerar o que fora observado conceitualmente por Drucker (2009), ressalto aqui que o presente texto toma como pontos basilares de apoio, posições filosóficas como as de Goldmann (1979), Williams (2013) e Hall (2016).
Nesse sentido, a Estética aplicada a Ciberliteratura de Cordéis Digitais ou simplesmente Cibercordéis, em sentido lato, é algo que permite refletir sobre a arte e o belo representado pelo Cibercordel, cuja materialidade foi forjada a partir de zeros e uns e sendo capaz de sensibilizar e emocionar. Possibilita aflorar as sensações por meio de sentidos, como: visão, audição, paladar, olfato e tato, direta ou indiretamente.
É uma relação física e metafísica, que em um viés Stricto, se coloca como um indutor desafiador e motivacional, que parte da intencionalidade espiritual e permite chegar à externalidade material.
O processo de Representação da Informação do Cibercordel é um trabalho dialético que permite a manifestação da materialidade informacional de distintas maneiras, seja por meio de uma mídia social ou através de um canal de streaming, por exemplo.
A Representação nesse contexto, é desafiadora porque a materialidade é líquida, conforme tomamos como ponto de partida o pensamento de Bauman (2007, 2013, 2014). Dito de outra maneira, ela é volátil e instável.
Essa materialidade se baseia em informações que estão assentadas e foram configuradas por meio dos pressupostos e princípios da Cibercultura e no contexto do Ciberespaço, tendo uma capacidade híbrida singular, seja ela de adaptação temporária ou metamorfose permanente.
É motivadora em virtude de se ter a capacidade de preservá-la e permitir a sua organização e recuperação informacional. A materialidade líquida, apesar de se apresentar como uma potência de maior dificuldade de controle, se comparada aos registros informacionais convencionais, ela também é significativa, organizável, tratável e recuperável.
Sua concretude pode ser, uma vez controlada e tratada, se tornar por exemplo um Recurso Educacional Aberto disponível em um banco de dados comum ou em outro derivado dele, como o caso dos Repositórios Institucionais.
A exemplo disso está a pesquisa de Gaudêncio (2020), que conseguiu apresentar uma proposta de Representação Sociocultural para a cultura da Literatura de Cordel, em especial dos Cibercordéis, onde coletou, armazenou, tratou e permitiu a sua recuperação, tanto do ponto de vista quantitativo, quanto do qualitativo.
Os resultados, além do que estão disponíveis na tese, também podem ser encontrados, em conjunto com outros dados no “Catálogo Brasileiro de Literatura de Cordel”[4], que é coordenado pelo Grupo de Pesquisa Leitura, Organização, Representação, Produção e Uso da Informação (UFPB/CNPq), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba (PPGCI-UFPB).
O outro fator relevante é que a Representação em seu contexto estético, estará relacionada não somente a sua materialidade explícita, ou seja, do registro informacional. Ela terá uma base de estruturação de categorias baseadas em Marcadores Sociais, que são: Classe Social, Étnico-racial, Gênero, Geração, Regionalidade, Nacionalidade, Religião e Sexualidade.
Esses Marcadores Sociais dão os contornos necessários para se entender o que escritores escrevem, como escrevem, quais são os principais temas e de que forma são influenciados a produzirem as criações artísticas no âmbito dos Cibercordéis.
Portanto a Estética do Cibercordel, possibilita em primeiro lugar, se vê através do espelho e para além dele. Em segundo lugar, contribui para um entendimento do que ela é e do que representa. Por fim, mesmo tendo uma natureza volátil, sua Representação da Informação é possível, viável e necessária, não apenas por uma questão de legitimação junto ao Campo, mas por possibilitar a construção e o fortalecimento de uma prática informacional que permitirá compreendê-la como uma alternativa de singular de acesso ao conhecimento registrado.
Para fins metodológicos, a pesquisa é parte de uma investigação mais ampla, conforme expressa Gaudêncio (2020), onde a mesma, em estágio indiciário passou por 4 fases, a saber: a) Análise de Redes em Mídias Sociais; b) Marcadores sociais; c) Semântica Discursiva; d) Dialética.
Todavia, para efeito deste texto, será apresentada uma construção textual atualizada, a partir da contribuição da Dialética ao Campo Informacional, com ênfase na Representação da Informação aplicada a Literatura de Cordel Digital.
Do ponto de vista de sua Tipologia, a investigação se enquadra através de uma Pesquisa Qualitativa, tendo como corpus, os Cordéis Digitais (Cibercordéis) presentes em grupos do facebook com mais de 500 membros. A Recuperação da Informação se deu por meio da hashtag Cordel (#cordel). Sua coleta, e respectivamente a sua análise, ocorreu inicialmente entre o último trimestre de 2019 e primeiro de 2020, com uma atualização em 2022.
A partir dos resultados das etapas supracitadas, conformes: alíneas “a”, “b” e “c” (GAUDÊNCIO, 2020), chegou-se a quarta etapa (alínea d), tomando como referência 8 (oito) Marcadores Sociais, a saber: Classe Social, Étnico-racial, Gênero, Geração, Nacionalidade, Regionalidade, Religião e Sexualidade, conforme serão explicitados a frente.
Nessa última etapa, foi feito uso de princípios da Dialética, com análises feitas mediante os aspectos da contradição e da totalidade. Portanto, de forma específica, são apresentados na sequência os resultados inerentes ao processo de Representação da Informação de base Dialética, fruto dessa investigação.
Considerando a necessidade de validar os aspectos conceituais e terminológicos oriundos da investigação, vê-se que a Dialética a partir dos princípios da contradição (da diferença) que permite a ressignificação e da totalidade, permitindo uma alternativa a este dilema informacional.
A Dialética parte de algo construído (concreto) e em movimento; observa o estabelecido e nega possíveis inconsistências; traz uma proposta alternativa a partir do que estava posto; compara a duas propostas anteriores, nega-as novamente e estabelece um adicional parâmetro. Tem-se assim, um paradigma conceitual alternativo proposto, como é possível visualizar à frente:
Quadro 2 - Proposição terminológica e conceitual por meio da Dialética
Resultado via Semântica Discursiva |
Contradição/ Negação[5] (com nova opção terminológica)[6] |
Resultado/Ressignificação (Compara os dois e estabelece outro Conceito) |
Marcador Social: Classe Social |
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Desigualdade social: cisão entre ricos e pobres causando exclusão social. |
Desigualdade social: má distribuição de riquezas entre sociedades diversas (DICIONÁRIO DIREITO, 2020). |
Desigualdade social: distúrbio no processo de distribuição das riquezas de um país ocasionando exclusão sociocultural. |
Igualdade Social: busca pela igualdade na sociedade das mais distintas formas. |
Igualdade Social: igualdade social é a igualdade de todos os cidadãos perante a Lei (SIGNIFICADOS BR, 2020). |
Igualdade Social: É a garantia de direitos a população sem nenhum nível de privilégios para determinadas camadas sociais. |
Pobreza: parcela da sociedade que subsiste de forma precária e desigual em relação aos grupos da população abastada. |
Pobreza: estado de pobre. 2. falta daquilo que é necessário à subsistência; penúria. 3. a classe ou o conjunto dos pobres (GOOGLE DICIONÁRIO, 2020). |
Pobreza: Estado ou condição social dos pobres, onde sofrem por diferentes cenários de ausência de direitos e aprofundamento de desigualdades sociais. Para esta classe social, os direitos fundamentais não são garantidos, conforme é estabelecido pela Constituição. |
Marcador Social: Étnico-racial |
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Afrodescendente: a origem dos povos negros contemporâneos que têm como matriz civilizatória, os povos advindos da África. |
Afrodescendente: quem é descendente de africanos (PRIBERAM, 2020). |
Afrodescendente: povos descendentes da matriz africana. |
Marcador Social: Gênero |
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Feminilidade: o conjunto de atributos da mulher na sociedade. |
Feminilidade: caráter, índole de mulher (PRIBERAM, 2020). |
Feminilidade: Conjunto de características e atributos da mulher. |
Feminismo: luta social feminina permanente em torno da busca pela redução das desigualdades existentes entre homens e mulheres. |
Feminismo: movimento ideológico que preconiza a ampliação legal dos direitos civis e políticos da mulher ou a igualdade dos direitos dela aos do homem (PRIBERAM, 2020). |
Feminismo: Movimento pela equidade sociocultural, educacional, pelos direitos políticos e de inserção no mundo do trabalho. |
Preconceito (mulher): forma pejorativa e depreciativa com que mulheres são tratadas no contexto da sociedade brasileira. |
Preconceito: opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão; prevenção (MICHAELIS, 2020). |
Preconceito: Forma antecipada e sem comprovações ou critérios estabelecidos de se comportar diante de uma opinião, postura, classe ou grupo social. Neste caso, inclui-se, as mulheres. |
Marcador Social: Geração |
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Terceira Idade: última fase de vida do ser humano. |
Terceira Idade: etapa da vida de uma pessoa que se segue à idade adulta (INFOPÉDIA, 2020). |
Terceira Idade: fase da vida do ser humano que ocorre na última etapa etária. |
Marcador Social: Nacionalidade |
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Nacionalidade: origem a um determinado país. |
Nacionalidade: país onde alguém nasceu e de que é cidadão; pátria; naturalidade (INFOPÉDIA, 2020). |
Nacionalidade: país onde uma determinada pessoa nasce ou adquire cidadania. |
Nacionalismo: exaltação de determinados valores ideológicos e nacionais. |
Nacionalismo: ideologia que considera que a forma ideal de organização política é o Estado nacional e que defende que a prioridade da ação governativa deve ser o reforço da sua autoridade e dominância (INFOPÉDIA, 2020). |
Nacionalismo: pensamento ideológico que defende que o Estado exerça valores socioculturais e políticos únicos para população do país, mesmo que para isso sejam adotadas medidas autoritárias e totalitárias. |
Marcador Social: Regionalidade |
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Costume: hábito, modo de pensar e agir de um determinado grupo social. |
Costume: modo de proceder habitual; hábito (INFOPÉDIA, 2020). |
Costume: modo habitual de agir de um determinado grupo de domínio presente na memória social de um povo. |
Cultura: distintas facetas culturais do povo brasileiro. |
Cultura: conjunto de conhecimentos, costumes, crenças, padrões de comportamento, adquiridos e transmitidos socialmente, que caracterizam um grupo social (MICHAELIS, 2020). |
Cultura: conceito polissêmico que busca retratar um conjunto de facetas socioculturais que integram a formação do povo brasileiro, considerando as suas vivências, práticas, conhecimentos e experiências humanas. |
Folclore: manifestações culturais existentes na memória coletiva da sociedade, sejam elas mitos, lendas ou rituais.
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Folclore: conjunto das tradições, lendas, canções e costumes populares de um país, ou região (DICIO, 2020). |
Folclore: conjunto de tradições populares que representam a forma como determinados grupos sociais vivenciam crenças, lendas e manifestações. |
Identidade: sentimento sociocultural de pertença identitária para um grupo de domínio que compartilha da mesma memória coletiva. |
Identidade: série de características próprias de uma pessoa ou coisa por meio das quais podemos distingui-las (MICHAELIS, 2020). |
Identidade: sentimento de pertença sociocultural identitária. |
Linguagem: forma como são atribuídos a língua, os termos e os dialetos de um determinado grupo social. |
Linguagem: expressão do pensamento pela palavra, pela escrita ou por meio de sinais (PRIBERAM, 2020). |
Linguagem: terminologia expressa de maneira formal (língua) ou informal (dialeto) condizente a um determinado país ou região. |
Regionalidade: área geográfica e sociocultural com a qual as pessoas a compõem. |
Regionalidade: são todos os aspectos ou elementos econômicos, social, cultural (comidas típicas, arte, vestuário, músicas, festejos, arquitetura, religião, sotaque linguístico) e paisagístico de uma determinada região (DICIONÁRIO INFORMAL, 2020). |
Regionalidade: área geográfica e de influência sociocultural. |
Utensílios Domésticos: objetos ou itens utilizados no cotidiano nordestino. |
Utensílios Domésticos: todo objeto usado para auxiliar atividades domésticas (DICIONÁRIO INFORMAL, 2020). |
Utensílios Domésticos: objetos domésticos utilizados para auxiliar no dia a dia das pessoas. |
Marcador Social: Religião |
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Religiosidade: formas de se relacionar com o sagrado. |
Religiosidade: sentimento que nos impele a reconhecer a divindade independentemente de culto determinado (PRIBERAM, 2020). |
Religiosidade: sentimento transcendental que aproxima as pessoas de Deus ou de um ser supremo independentemente da maneira que se é cultuada a divindade. |
Marcador Social: Sexualidade |
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Desejo (sexual): vontade afetiva e/ou carnal nas relações entre pessoas. |
Desejo: impulso pelo prazer através de relações sexuais: desejo sexual (DICIO, 2020). |
Desejo: busca pelo prazer para satisfazer relações sexuais. |
Sexo: relação sexual que existe entre pessoas. |
Sexo: instinto genésico, atração sexual ou sua manifestação na vida e na conduta (MICHAELIS, 2020). |
Sexo: atração com vistas a relação sexual entre pessoas. |
Fonte: Dados da pesquisa (2023).
Deste novo paradigma conceitual, estabelecido a partir dos temas indexados, infere-se que se tem desenvolvido um conceito ressignificado minimamente aceitável e potencialmente válido, especialmente por permitir que a investigação em curso possa apresentar padrões robustos para auxiliar o pesquisador no processo de Representação da Informação, assim como permite uma melhor recuperação dos conteúdos informacionais na rede do ponto de vista do que representa a totalidade, onde o ser humano é uma faceta da Totalidade sociocultural, mas também remete ao todo de si, do seu conhecimento acumulado, que é construído em meio de constantes tensões dialéticas, mas que permite a ressignificação para uma posterior mediação. Para ilustrar este posicionamento, é importante considerar o cenário apresentado por Caio Prado Júnior onde
O futuro é a ação humana que ainda está por vir; e a ação humana é pensada, deliberada e executada na base dos conhecimentos do agente e da interpretação própria e pessoal que ele dá às circunstâncias em que se encontra e em função das quais age. E se bem que aquele conhecimento derive de sua experiência passada (bem como da alheia por ele aproveitada), e não constitua um dado a priori e sem antecedentes, mas um produto de seu pensamento elaborado com dados fornecidos pelos fatos históricos do passado de que participou ou de que teve notícias, é de um lado na totalidade daqueles fatos, até o momento de sua deliberação, [...] Doutro lado, tal conhecimento que condiciona a deliberação e o ato do indivíduo humano, pode ser mais ou menos amplo, preciso e rigoroso [...] (Prado Júnior, 1980, p. 519).
Como a soma das partes é aquela composta pelas singularidades (Carvalho, 2008), a Dialética neste caso, faz uso de categorias-chave, chegando ao seguinte resultado:
Vale salientar, portanto, que a totalidade irá operar no sentido de fazer entender como tanto as categorias-chave quanto às singularidades irão se integrar e interagir diante do que é posto frente à sua realidade conjuntural. Da mesma forma, as partes funcionarão em uma estrutura tênue (sempre haverá contradição), que para dar certo é preciso que sejam vistas de forma intercruzadas e se relacionando em um movimento contínuo.
Nesta perspectiva, só existirá totalidade se as partes funcionarem em uma rede conceitual de forma permanente, mesmo que existam dicotomia e similaridade frente ao objeto. Assim, para que se possam discutir as diferenças, é preciso incluir a alteridade.
Outrora, é possível constatar que a pesquisa superou os dois princípios dialéticos estabelecidos ao recorte metodológico, a saber: totalidade e contradição, alcançando os outros, como o do movimento e da mudança qualitativa, conforme já explicitado Gadotti (1990).
Do ponto de vista do segundo princípio, de que “Tudo se transforma (princípio do movimento)”, define-se aqui que: Conhecimento é Informação em Movimento[7], conforme nos levou a compreender Zeman (1970 apud Pinheiro, 2004, p. 6), Goldman (1970 apud PINHEIRO, 2004, p. 6), Marteleto, Ribeiro e Guimarães (2002), Freire (2003), Pinheiro (2004), Silva (2013) e Bufrem e Pinho (2017).
O conhecimento é, em essência, um fenômeno dialético. Ele partiu de algo estabelecido, se ressignificou e gerou um “novo” conhecimento. Ele é ao mesmo tempo metafísico e ontológico, permitindo expressar-se em sentido final, no sentido de uma síntese possível, em uma materialidade dialética.
Já da perspectiva do terceiro princípio, que trata da “Mudança qualitativa (princípio da mudança qualitativa)”, foi observado ao final a que se chegou que é melhor e mais profundo que a primeira construção conceitual apresentada por meio das singularidades de cada termo componente das categorias estudadas.
Portanto, considerando o que fora proposto nesta análise, foram apresentados caminhos metodológicos para que seja possível construir o que a pesquisa está apresentando como uma Representação Dialética, cuja finalidade é compreender a realidade conjuntural, questionar as suas estruturas estabelecidas e apontar saídas que valorizem a pluralidade a partir de ressignificações conceituais dos construtos do saber.
No que tange a relação à ideia de Conhecimento, parte-se do pensar dialético para sugeri-la como aquela informação que está em constante movimento. Assim, é possível concluir, nesse contexto, que Conhecimento é Informação em Movimento, conforme podemos utilizar como ponto relacional para ratificar esta assertiva, o pensar de Bufrem e Pinho (2017, p. 234), onde:
O Conhecimento seria realizado, por conseguinte, sob um ponto de vista relacional, pelo questionamento de como esses momentos ‘participam’ uns dos outros; de como entre si se entrosam nas duas dimensões da sucessão - transformação e simultaneidade - e de como cada qual tem um sentido e papel que deriva desse seu entrosamento com os demais.
Por este motivo, no caso da Representação Dialética da Informação, é necessário compreender a realidade conjuntural, questionar as suas estruturas estabelecidas e apontar saídas que valorizem a pluralidade a partir de ressignificações conceituais dos construtos do saber, para desta maneira, avançar em direção a colaborar com a configuração de uma ciência balizada na multiplicidade de saberes.
A Representação Dialética da Informação pode atuar na prática como uma forma alternativa de representação junto ao Campo da Informação, podendo ser vista como uma potência informacional capaz de desclassificar a forma como o conhecimento é estabelecido. É, em essência, questionadora e colaborativa, de valorização das práticas e vivências socioculturais, valorizando as mais diversas formas de pensar.
A Representação Representação da Informação de base Dialética perpassa um pensar além do olhar binário e segregador, ela transcendental, cósmica e por sua vez, transversal e interseccional. Sua razão de existir está na sua capacidade de questionar criticamente, mas também de propor de forma dialógica e dialética, saídas aos cenários de apartheids cognitivos.
Por isso a importância de trazermos ao centro do debate a contribuição da totalidade, articulada com o princípio da contradição, uma contradição profunda, tonando-se assim,aspecto singular ao processo de Representação da Informação de base Dialética.
A totalidade irá se apresentar como uma forma de pensar e agir que não tem fim em si mesmo, tão pouco não vislumbra algo terminalístico: “fechado” e “restrito”. Esse nível de totalidade está focado na essência da ideia de “momento”, que pode, em posterior cenário, sofrer hibridismos culturais, podendo se retrair ou expandir-se, gerando uma nova totalidade, nada universal, tão pouco totalitarista. É algo metamorfoseado, que a todo o momento se adapta e transforma, sempre valorizando as riquezas individuais e coletivas dos construtos do saber humano.
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● Grupo de Pesquisa Leitura, Organização, Representação, Produção e Uso da Informação (UFPB/CNPq), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba (PPGCI-UFPB).
● Grupo de Pesquisa Cultura, Conhecimento e Sociedade (UFERSA/CNPq), vinculado a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).
[1] Doutor e Mestre em Ciência da Informação pela UFPB, Graduado em Biblioteconomia pela UFRN e Graduando em Filosofia pela UNP. Bibliotecário da UFERSA.
[2] Doutora em Letras pela UFPB, Mestra em Biblioteconomia pela UFPB, Graduada em Letras pela UNICAP e em Biblioteconomia pela UFPE. Professora do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba (PPGCI/UFPB).
[3] Doutora e Mestra em Sociologia pela UNESP, Graduada em Pedagogia e em Ciências Sociais pela UNESP. Professora do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba (PPGCI/UFPB).
[5] Dar-se-á por meio de conceitos terminológicos construídos através de dicionários.
[6]Dicionário:representação mental de um objeto abstrato ou concreto, que se mostra como um instrumento fundamental do pensamento em sua tarefa de identificar, descrever e classificar os diferentes elementos e aspectos da realidade (GOOGLE DICIONÁRIO, 2020).
[7] Atualiza o significado construído da relação conceitual entre Conhecimento/Informação, expresso em Gaudêncio (2020).