A BIBLIOTECA ESCOLAR

ato pedagógico por meio de uma vivência empática em uma perspectiva antropológica e fenomenológica

Gleice Pereira[1]

Universidade Federal do Espírito Santo

gleiceufes@gmail.com

Wallace Bertoli Moreira[2]

Prefeitura Municipal de Vila Velha-Espírito Santo

nataliatognoli@id.uff.br

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Resumo

Este estudo tem como tema a biblioteca escolar, vista como um espaço pedagógico que promove a vivência empática, analisado em uma perspectiva antropológica e fenomenológica. A justificativa se baseia na dimensão pedagógica e antropológica da biblioteca escolar, que tem a pessoa humana como centro de seus processos e possibilita a reflexão sobre a experiência no mundo social e cultural, bem como a manifestação da intersubjetividade humana. O objetivo geral foi compreender a empatia como ato pedagógico vivenciado na biblioteca escolar, a partir de um viés fenomenológico, e considerando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Antropologia Filosófica. A pesquisa foi de natureza teórica, bibliográfica, exploratória e descritiva e se delimitou no conceito de empatia na Antropologia Filosófica e na BNCC, com a finalidade de problematizar e investigar se a vivência empática pode contribuir para o ato pedagógico na práxis cotidiana da biblioteca escolar. Os resultados apontaram que a biblioteca escolar, ao aplicar a vivência empática em sua dimensão pedagógica mediadora, revela a sua concepção antropológica e se constitui como um lugar privilegiado para o ato educativo empático, a pedagogia humanizadora, o diálogo, a reflexão sobre o outro, a promoção do respeito e dos direitos, a formação cidadã, o acolhimento à diversidade social e cultural, a abertura para a subjetividade e as relações intersubjetivas humanas.

Palavras-Chave: biblioteca escolar; empatia; educação; fenomenologia; antropologia

 THE SCHOOL LIBRARY

 a pedagogical act through an empathetic experience from an anthropological and phenomenological perspectiva

Abstract

This study's theme is the school library, seen as a pedagogical space that promotes empathetic experience, analyzed from an anthropological and phenomenological perspective. The justification is based on the pedagogical and anthropological dimension of the school library, which has the human person as the center of its processes and enables reflection on experience in the social and cultural world, as well as the manifestation of human intersubjectivity. The general objective was to understand empathy as a pedagogical act experienced in the school library, from a phenomenological perspective, and considering the National Common Curricular Base (BNCC) and Philosophical Anthropology. The research was theoretical, bibliographic, exploratory and descriptive in nature and was limited to the concept of empathy in Philosophical Anthropology and BNCC, with the purpose of problematizing and investigating whether the empathic experience can contribute to the pedagogical act in the daily praxis of the school library. The results showed that the school library, when applying the empathetic experience in its mediating pedagogical dimension, reveals its anthropological conception and constitutes a privileged place for the empathetic educational act, humanizing pedagogy, dialogue, reflection on the other, the promotion of respect and rights, citizenship training, welcoming social and cultural diversity, openness to subjectivity and human intersubjective relationships.

Keywords:  school library; empathy; education; phenomenology; philosophical anthropology

1 INTRODUÇÃO                               

Este estudo teve como objetivo analisar, com base em uma fundamentação teórica, a biblioteca escolar em seu ato pedagógico por meio de uma vivência empática em uma perspectiva antropológica e fenomenológica, tendo como justificativa uma fundamentação da dimensão pedagógica e antropológica da biblioteca escolar. Todos os seus processos têm como centro a própria pessoa humana, em um espaço para reflexão da vivência no mundo social e cultural, em um ambiente de manifestação da intersubjetividade humana.

O objetivo geral do trabalho foi compreender a empatia como ato pedagógico vivenciado na biblioteca escolar sob um viés fenomenológico; analisar a vivência empática em uma perspectiva da Antropologia Filosófica; compreender a empatia como ato pedagógico à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC); e entender a práxis da biblioteca escolar e sua relação com o ato pedagógico e a vivência empática sob um viés antropológico e fenomenológico.

A pesquisa básica teórica, bibliográfica e exploratória descritiva teve como objetivo apresentar a biblioteca escolar em uma aplicabilidade da vivência empática, mediante a dimensão pedagógica, em sua essência mediadora. Em sua dimensão antropológica, a biblioteca escolar se manifesta como um dos lugares privilegiados na escola para o ato educativo empático e a vivência de uma pedagogia humanizadora, de diálogo e reflexão sobre o outro, de promoção de respeito e direitos, de formação cidadã, de acolhimento à diversidade social e cultural e da abertura para a subjetividade e as relações intersubjetivas humanas.

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A pesquisa básica, teórica, bibliográfica e exploratória descritiva, foi fundamentada em contribuições de pesquisadores das áreas da Ciência da Informação, Educação, Antropologia e Filosofia, por meio de bibliografia direcionada, livros impressos, periódicos, artigos científicos, tais como: Sberga (2014, 2021), Rocha (2014, 2021), Bello (2006), Parise (2018), Texeira (2017), Rus (2015), Mondin (1980), Brasil (2018) e Duarte (2021), com a finalidade de desenvolver uma compreensão da biblioteca escolar e sua relação com o ato pedagógico por meio de uma vivência empática em uma perspectiva antropológica e fenomenológica.

 

 

 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa básica teórica, bibliográfica de caráter exploratório-descritivo, com uma abordagem qualitativa, aplicada como instrumento de procedimento metodológico na construção do conhecimento científico que, de acordo com, Lima e Mioto (2007), mantem o caráter epistemológico na coleta e na análise dos dados, foi dividida em três fases: investigação das soluções (definindo: identificação da obra, caracterização da obra e contribuição da obra para o estudo); análise explicativa; e síntese integradora.

Para o desenvolvimento deste artigo, o universo da pesquisa está delimitado no conceito de empatia, em uma perspectiva da Antropologia Filosófica e da BNCC, considerando competência, habilidade, atitude e valor, com a finalidade de investigar se a vivência empática pode contribuir para o ato pedagógico na práxis cotidiana da biblioteca escolar.

Foram estabelecidos alguns critérios de seleção das obras relevantes para o tema conforme o Quadro 1.

 

Quadro 1 – Seleção dos conteúdos pesquisados

CRITÉRIOS

SELEÇÃO / CONTEÚDO

Temática

Identificação de obras que abordavam o objeto de estudo de forma direta ou indireta

Linguístico

Obras escritas em língua portuguesa para facilitar a análise e compreensão dos textos

Fontes de consulta

Levantamento bibliográfico: livros de especialistas na temática e periódicos científicos disponíveis nas bases de dados Brapci e via Portal de Periódicos da Capes: Scielo e Revistas Científicas de Biblioteconomia e Ciência da Informação

Termos de busca: “Ato pedagógico” AND biblioteca escolar; “Empatia” AND biblioteca escolar; “Educação” AND biblioteca escolar; “Educação” AND biblioteca escolar AND BNCC; Biblioteca escolar AND “BNCC”, “BNCC” AND “empatia”

Resultado aproximado: 548 recursos online; 487 periódicos revisados por pares; 73 disponíveis na base de pesquisa da Scielo; 241 disponíveis na base de pesquisa da Brapci; 58 títulos de periódicos de Revistas Científicas de Biblioteconomia e Ciência da Informação

Obs.: Selecionados os textos relevantes para a pesquisa, outras obras servirão para posteriores consultas

Cronológico

Não foi definido um período específico de publicação das obras. Foram selecionados os textos mais relevantes para o estudo

Fonte: Do autor (2023).

 

A pesquisa adotou um viés do método fenomenológico[3] , que propõe uma atitude reflexiva e teórica para observar e analisar o objeto de estudo. Esse método foi desenvolvido pelos filósofos Edmund Husserl e Edith Stein, e explicado pela autora Angela Ales Bello (2006). Segundo ela, o método fenomenológico consiste em duas etapas: a redução fenomenológica —   Epoché[4]   —    e a redução transcendental.

Na primeira etapa, busca-se o sentido dos fenômenos: a redução eidética (suspensão e imersão: observação da vivência da leitura dos conteúdos intencionais propostos na pesquisa); na segunda etapa, o sujeito procura o sentido, a redução transcendental nos atos da consciência, composto de dois níveis: primeiro nível de consciência — nível dos atos perceptivos (vivência do ato); e o segundo nível de consciência — nível dos atos reflexivos (vivência reflexiva e conceitual).

A análise do fenômeno objetivado pelo método fenomenológico propõe, na apreensão subjetiva: a suspensão  dos juízos prévios; o ato de colocar entre parênteses as opiniões, crenças e preconceitos; e, posteriormente, a descrição do fenômeno, como ele se apresenta à consciência do pesquisador de forma reflexiva e conceitual, captando a sua essência e/ou sentido.

 

4 VIVÊNCIA EMPÁTICA NA PERSPECTIVA DA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

O ser humano é um ser complexo, visto e compreendido de muitas formas, obtendo-se uma quantidade de imagens interpretativas dele no decorrer da história. Segundo Mondin (1980), temos o homem econômico em Marx, o homem instintivo em Freud; o homem angustiado em Kierkegaard; o homem  tópico em Bloch; o homem existente em Heidegger; o homem falível em Ricoeur; o homem hermenêutico em Gadamer; o homem problemático em Marcel; e o homem religioso em Luckmann, uma diversidade conceitual e sistemática da pessoa humana.

Partindo da Antropologia Filosófica, mediante uma fenomenologia, trilha uma possibilidade de conhecimento do homem de forma integral e em sua totalidade. Para Mondin (1980), a realização de uma fenomenologia como um olhar filosófico sobre o homem possibilita a compreensão dessa universalidade e integralidade, pelas quais a pessoa humana se apresenta como fenômeno em suas dimensões:  de corporeidade nas realidades temporais e mundanizantes; na vida humana, como ser vivente no mundo, com todas as complexidades da sua origem e vida existencial; em seus atos sensitivos e intelectivos; em sua problemática humana de vontade, liberdade, amor e linguagem; em suas dimensões social, política e cultural; em suas dimensões do trabalho, lazer e religião; e, por fim, em suas dimensões ontológica e metafísica.

Para a filósofa e fenomenóloga Edith Stein, a pessoa humana, na sua integridade e universalidade, deve ser vista em sua estrutura e constituição. O ser humano, a pessoa inteira, é corpo e alma. De acordo com Sberga (2014), a filósofa percebe que a pessoa humana é constituída em três dimensões: corpo, psique e espírito, e que todos os seres humanos possuem as mesmas dimensões. É possível conhecer essa estrutura humana mediante as experiências das vivências. Entre elas, podemos destacar a vivência da empatia: “Edith Stein escolheu a investigação sobre a empatia, isto é, uma particular vivência presente no sujeito humano “[...] a capacidade de comunicação interpessoal” (Costantini; Costantini apud Sberga, 2021, p. 60-61).

O ser humano é um ser aqui e presente no mundo existencial. Por meio de vivencias, é possível apreender o ser humano em sua interioridade e exterioridade; em sua dimensão corpórea (corpo), vinculada pela percepção dos sentidos; em sua dimensão da psique, que revela seus instintos, suas reações, seus desejos e impulsos, de modo muito instintivo e reativo; e em sua dimensão do espírito, contendo as atitudes reflexivas e motivacionais da inteligência, do intelecto, da vontade, da razão e da liberdade (Sberga, 2014).

A pessoa humana não está pronta desde o seu nascimento, é necessário, em sua vivência viver a formação de forma contínua, por meio de experiências intersubjetivas, ativando as suas potencialidades interiores e exteriores para sua formação singular e social, construindo a sua originalidade (Sberga, 2014).

A vivência, no mundo social e cultural, faz parte da natureza humana. A vivência empática se torna o núcleo intersubjetivo de autoformação e de autoconstrução da pessoa no mundo. O ser humano tem uma vivência relacional consigo mesmo e com os outros, tendo uma abertura de vivências como ser social.

De acordo com Parise (2018), o ato empático está em relação com as vivências intersubjetivas, vividas mediante a corporeidade para formação da própria personalidade. A dimensão corpórea da pessoa humana não é somente para o envolvimento do Eu, a identidade profunda do ser humano, mas é por meio dela que a individualidade se manifesta de modo original, para si e para o outro. Por meio da relação empática com os outros, a pessoa humana toma consciência de si mesma, sendo capaz de se autoconstruir, autoformar de maneira mais plena e consciente.

Portanto, segundo Sberga (2021), a filósofa Stein (2021), segue com a base de conhecimentos do ser humano fundamentada nos conceitos antropológicos e filosóficos, direcionando que o ato empático, em seu dinamismo e complexidade, promove a compreensão das estruturas presentes na subjetividade e intersubjetividade da pessoa humana

Para Savian Filho (2014), Stein identifica três níveis para a vivência empática: o primeiro é a emersão da experiência e/ou vivência; o segundo é a explicação preenchedora de sentido; e o terceiro, a objetivação compreensível da experiência, portanto a vivência explicitada.

No primeiro momento do ato empático, aprende-se a vivência de um outro, como um objeto externo. O ato empático se dá pela aparição de uma vivência alheia. No segundo momento, a vivência, que era objeto, é transferida para o interior do sujeito. É nesse momento que temos uma explicação preenchedora do sentido da vivência. No terceiro momento, o ato empático tem a sua objetivação, ou seja, torna-se uma vivência explicitada, objeto para o sujeito, sendo possível sua compreensão e verificação do que é experimentado da vivência do outro. Podemos, portanto, concluir que o ato empático completo se dá em três momentos: o ato empático é uma experiência que ocorre no segundo momento, é a atuação vivencial da empatia; e o primeiro e o terceiro são a dimensão da percepção e compreensão (Parise, 2018

 

O primeiro grau é aquele no qual a vivência do outro surge improvisadamente diante de mim (sei que meu amigo perdeu um irmão); no segundo, venha atualizada a vivência no momento em que cumpro as tendências nelas implícitas, ou seja, sou envolvido no estado de ânimo do outro experimento a dor vivida pelo meu amigo; no terceiro, enfim, a vivência explicitada é objetivada, ou seja, retoma diante de mim como objeto correlativo à consciência [...] é no segundo momento que a empatia se realiza plenamente, alcança a sua plenitude (Sberga, 2021, p. 63).

 

Portanto, por meio do ato ou da vivência empática, temos a possibilidade de compreender, aprender a essência ou sentido do que está sendo vivenciado na consciência do outro, possibilitando vivenciar em primeira pessoa o que está sendo sentido e vivido por ele, com a compreensão de que existe um outro e que ele tem a sua vivência. Assim, a empatia, contribui para a fundamentação da intersubjetividade humana, uma vez que somos capazes de aprender o conteúdo das vivências de outros sujeitos, o que favorece uma possibilidade de comunicação. Essa percepção contribui para sustentar que cada pessoa humana possui a sua individualidade, um próprio modo e único repetível de viver, sentir e vivenciar as realidades da vida no campo: social, cultural e no aspecto econômico.

Para Rocha (2021), a empatia é uma vivência humana, que se expressa na singularidade da pessoa humana e nas reciprocidades das relações entre indivíduos, direcionada no ato vivencial de tomar conhecimento da experiência alheia. Para Pezzella (2007 apud Rocha, 2021, p. 72), “[...] a empatia é um instrumento, tipicamente humano, mediante o qual é possível compreender os outros e suas vivências”. Da mesma forma como os estados de ânimos e os seus sentimentos, a empatia é inerente à pessoa, ela permite o compartilhamento

 

5 COMPREENDER A EMPATIA COMO ATO PEDAGÓGICO À LUZ DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) E SUA RELAÇÃO COM A BIBLIOTECA ESCOLAR

A BNCC é um documento que, possuindo um caráter normativo, tem um conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais para as etapas de educação básica. Nela encontramos o desenvolvimento de dez competências gerais e as competências e habilidades específicas dentro dos atos pedagógicos e educacionais.

Com o objetivo de aprender o fenômeno, ato pedagógico, por meio de uma vivência empática, partimos da nona competência geral da BNCC, que propõe o exercício da empatia, com a finalidade de promover o diálogo, respeito e acolhimento de diversidades.

 

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza (Brasil, [2018], p. 10).

 

A BNCC direciona a empatia para a dimensão do campo de experiências do eu, o outro e o nós, propondo a vivência da empatia em relações aos outros, no ato de perceber que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir (Brasil, [2018]).

Para a International Federation of Library Association (IFLA, 2016), a biblioteca escolar é um espaço de aprendizagem físico e digital na escola onde leitura, pesquisa, investigação, pensamento, imaginação e criatividade deverão contribuir para o itinerário dos estudantes no caminho informacional em direção ao conhecimento, gerando crescimento pessoal, social e cultural tanto para a unidade escolar quanto para os educandos.

Dessa forma, o bibliotecário deve ser atuante na aprendizagem dos estudantes, e as atividades desenvolvidas na biblioteca, integradas ao currículo, possibilitam uma intencionalidade pedagógica. Da mesma forma, a biblioteca escolar contribui para conhecimentos formais e não formais, efetivando o compartilhamento de saberes no espaço da unidade educacional (Duarte, 2021). Portanto, o espaço biblioteca escolar se torna um lugar pedagógico para uma aplicabilidade da vivência experiencial de relações intersubjetivas de diálogo, colaboração, valorização e percepção do outro, seguindo um itinerário formativo com colaboração dos planejamentos pedagógicos da unidade escolar.

A biblioteca escolar tem, em sua natureza, uma relação pedagógica, e por característica, a especificidade que lhe é própria como lugar para a manifestação do fenômeno humano da vivência empática, proporcionada pelas atividades dialógicas, literárias, de pesquisa, de reflexão crítica e autônoma da diversidade e das multiplicidades das dimensões sociais e culturais. Portanto, a biblioteca torna-se um lugar para uma manifestação antropológica da pessoa humana, para o exercício da empatia. O centro das operações da biblioteca escolar é a pessoa humana, que contribui para a vivência intersubjetiva, para o encontro com o outro em uma experiência no universo da escrita, da mediação cultural, das manifestações artísticas e de tantas outras possíveis atividades de expressão do fenômeno humano. A biblioteca escolar é, em sua natureza, antropológica, e o ser humano é central, essência, sentido de todas as ações.

Conforme Rus (2015), para que o gesto educacional se efetive, há uma exigência de suma importância, que é a fundamentação antropológica para dar a devida consistência aos os caminhos possíveis para a educação.

Segundo Peretti (2018), a vivência empática faz a pessoa humana transcender a si mesma e a sua própria condição. O gesto educativo empático faz crescer a pessoa em si, possibilitando uma vivência pedagógica humanizadora, que propicia a vivência do reconhecimento do outro e o diálogo com as diferenças e diversidades.

 

Em nível educativo, o ato empático nos leva ao autoconhecimento, desenvolve extratos do eu que estão adormecidos na própria estrutura, na relação com os outros nos permite compreender de modo mais claro que somos, e o que somos mais ou menos com respeito a todos os outros. Assim, além de aumentar o nosso conhecimento próprio, a empatia nos auxilia na nossa autoavaliação e a nos reconhecermos como sujeitos humanos [...] (Peretti, 2018, p. 15).

 

De acordo com a BNCC (Brasil, [2018]), arte e literatura são formas de expressão que nos permitem entrar em contato com diferentes valores, comportamentos, crenças, desejos e conflitos da humanidade. Compreendendo essas diferenças, podemos ampliar nossa visão de mundo e desenvolver uma atitude de respeito e valorização pela diversidade, o que nos ajuda a entender a nós mesmos e nossa identidade, reconhecendo o valor da diversidade a partir do diálogo e da vivência empática.

A empatia, como ato pedagógico, em sua aplicabilidade educacional, contribui para vivenciar as diferenciações de contrastes culturais e históricos, objetivando a reflexão de sentidos e causas dos fenômenos sociais e culturais. Na BNCC, a literatura e a leitura do texto literário ocupam uma gravitação nuclear no ensino fundamental e no ensino médio, sinalizando a necessidade de se colocar essa práxis literária como ponto de partida para o trabalho com a literatura de tal forma a intensificar a vivência e convívio com os estudantes (Brasil, [2018]). Para a BNCC, a literatura tende a contribuir com o ato pedagógico em uma vivência empática.

 

O exercício literário inclui também a função de produzir certos níveis de reconhecimento, empatia e solidariedade e envolve reinventar, questionar e descobrir-se. Sendo assim, ele é uma função importante em termos de elaboração da subjetividade e das inter-relações pessoais. Nesse sentido, o desenvolvimento de textos construídos esteticamente – no âmbito dos mais diferentes gêneros – pode propiciar a exploração de emoções, sentimentos e ideias que não encontram lugar em outros gêneros não literários (e que, por isso, devem ser explorados) (Brasil, [2018], p. 504, grifo nosso).

 

O manifesto Ifla/Unesco referente à biblioteca escolar (1999) aponta que a biblioteca, no ensino e aprendizagem para todos, deve propiciar um benefício para a sociedade em relação à informação e ao conhecimento, contribuindo com os estudantes no desenvolvimento de uma aprendizagem ao longo da vida, promovendo aprendizagem e oferecendo livros para a formação de pensadores críticos e usuários da informação. Sinaliza o importante trabalho em colaboração entre bibliotecários e professores para o desenvolvimento da “[...] literacia na leitura e escrita, aprendizagem, resolução de problemas, uso da informação e das tecnologias de comunicação e informação” (Ifla/Unesco, 1999, p. 2).

Segundo Ramires e Fujita (2022), as bibliotecas escolares estão vinculadas ao conhecimento. Nelas se tem a oportunidade de acesso a uma diversidade de literatura, possibilitando o desenvolvimento de habilidades e o acesso informacional. Portanto o interesse pela leitura é muito importante para o desenvolvimento cognitivo e a formação integral do discente.

A biblioteca se torna um lugar de espaço escolar para a vivência empática por meio do desenvolvimento de suas atividades próprias e de sua essência mediadora na unidade escolar. Assim, a dimensão literária se torna fonte de conhecimento interpretativo, motivando o diálogo intersubjetivo com os escritores e autores da mesma forma que proporciona um diálogo aberto entre professores, bibliotecários e alunos, levando a uma reflexão crítica sobre as realidades humanas em sua complexa diversidade social e cultural.

 

O bibliotecário, ao assumir seu papel de educador no espaço escolar, se torna também protagonista no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, proporcionando um contato mais transformador da literatura, da informação, podendo extrapolar a rigidez curricular e contextualizando temas atuais e de relevante necessidade de discussão e reflexão pela comunidade escolar (Duarte, 2021, p. 36).

 

Na reflexão histórica, a dimensão da problematização de ideia do outro assim como sua diversidade cultural e social, por meio do ato empático e dialógico, abrem a possibilidades de construção de respeito à vivência social, valorizando um pensamento crítico e autônomo em uma perspectiva em confronto com as diferenças encontradas na sociedade. Dessa forma contribui para os questionamentos das diversas hipóteses dos contextos históricos com a finalidade de exercitar “[...] a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito” (Brasil, [2018], p. 402).

A BNCC faz uma sinalização de que, mediante a educação básica, é possível direcionar a consciência para a construção de uma cultura de paz e respeito às pessoas, por meio da empatia, educacionalmente, propondo discussões e análises das causas de violências sociais e culturais principalmente contra as populações que são marginalizadas: “[...] negros, indígenas, mulheres, homossexuais, camponeses, pobres etc.” (Brasil, [2018], p. 431).

A proposta que os educandos devem vivenciar e participar de diferentes práticas socioculturais, refletindo sobre a vida pessoal, contribuindo para os processos de construção de identidade, ampliação da reflexão, gerando uma ideia do aprender a aprender para construir uma consciência crítica em relação ao mundo informacional e um posicionamento crítico em relação à realidade social, à reflexão sobre a vida pública, à dimensão ética e ao reconhecimento da diversidade e da multiculturalidade  (Brasil, [2018]).

Nesse sentido, precisamos refletir sobre os ensinamentos da citação a seguir:

 

Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza (Brasil, [2018], p. 490, grifo nosso).

 

A educação para a BNCC, com referência à empatia, está vinculada ao exercício da cidadania, liberdade, autonomia, consciência crítica, responsabilidade, direitos e respeito aos direitos humanos, em uma percepção política e da vida pública, com o intuito de gerar o enfrentamento dos problemas sociais, valorizando o protagonismo dos seus cidadãos, com a finalidade de promover o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança (Brasil, [2018]). Portanto,

 

A biblioteca escolar é um espaço onde estimula-se a leitura e a escrita de crianças, de adolescentes e de jovens por meio da oferta de livros, da consulta a variadas fontes de informação e, além disso, por meio da criatividade, elaboram-se ações e atividades que visem atender às requisições dos documentos normativos relacionados à educação que também são atreladas às ações sociais, visando bons frutos e noções de cidadania (Pacheco et al., 2022, p. 5, grifo nosso).

 

De acordo com Ramos, Real e Oliveira (2018, p. 87) a biblioteca escolar é local em que extrapolam os serviços de guarda de acervo e de preservação da memória, tornando-se um espaço que promove acesso a livros, à pesquisa, incentivo à leitura, manifestações culturais e à formação de leitores, dentro de uma perspectiva transformadora, contribuindo para a educação cidadã e pontuando a valorização da unidade escolar para a formação humana e cultural, isso é, um espaço de produção de conhecimentos.

 

6 A BIBLIOTECA ESCOLAR E A VIVÊNCIA EMPÁTICA COMO ATO PEDAGÓGICO SOB UM VIÉS ANTROPOLÓGICO E FENOMENOLÓGICO

Partimos da identificação dos três níveis vivenciais, segundo a filósofa e educadora Stein (ANO): 1) o primeiro é a emersão da experiência e/ou vivência; 2) o segundo, a explicação preenchedora de sentido; 3) e o terceiro a objetivação compreensível da experiência, portanto a vivência explicitada (Savian Filho, 2014). Nosso foco de estudo é compreender o fenômeno da biblioteca escolar e a vivência empática como atos pedagógicos, promovendo o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito ao outro e a seus direitos. Isso possibilita a vivência do acolhimento e a valorização da diversidade em uma reflexão crítica e autônoma contra os preconceitos de qualquer natureza, conforme os pontos importantes sinalizados na nona competência geral da BNCC (Brasil, [2018]).

Das atividades fins da biblioteca escolar, temos a mediação literária como instrumento e meio educacional oferecidos aos estudantes. Na experiência com a literatura e com os livros, os estudantes se encontram utilizando a diversidade dos gêneros literários, das dimensões sociais e culturais manifestadas na escrita.

Temos o primeiro nível da dimensão empática na imersão da experiência vivencial do mundo pela porta da literatura. Pelo ato empático, é possível compreender a vivência do outro, pelo contexto das histórias, mediante as narrativas, fatos, problemas e enredo, em suas sequências de ações e eventos, conduzindo à reflexão sobre os conflitos, clímax e o desfecho da narrativa.

Temos, então, o segundo nível da vivência empática, com a explicação preenchedora de sentido, no qual o leitor pode viver a experiência da empatia em seu interior. É nesse momento que se dá a atuação vivencial da empatia plenamente, contribuindo para que o estudante potencialize em seu interior a prática em outros atos de encontros intersubjetivos:

 

Para Stein, podemos compreender o sentimento que o outro experimenta, pois somos capazes de reconhecer os estados de ânimo que também existem em nós, mas não é possível sentir originalmente o que o outro está experimentando. Podemos ter vivências comuns, mas cada pessoa, as podem vivenciar de maneira única e pessoal (Rocha, 2014, p. 76).

 

Entramos no terceiro nível da vivência empática, que é a objetivação compreensível da experiência, portanto a vivência explicitada se torna objeto para a reflexão pessoal, para sua autoformação e autoconstrução, com a mediação educacional, por meio de professores e bibliotecários na promoção de diálogos, saraus literários, com a produção de textos, fruto da experiência literária empática.

Sberga (2021), comentando Edith Stein, sinaliza que a percepção interna possibilita à própria pessoa averiguar como está sendo a sua atuação no mundo e como ela está desenvolvendo os próprios talentos e capacidades. Dessa forma, a pessoa pode compreender a si mesma, por meio da reflexão e observação interna, possibilitando um autoconhecimento, contribuindo e constituindo uma força e capacidade para agir no mundo externo.

Temos, na própria estrutura do ato antropológico da vivência da empatia, a aplicabilidade do ato pedagógico. A biblioteca escolar, pela vivência do exercício literário, tem a possibilidade de aplicabilidade da reflexão de subjetividade e intersubjetividade humanas, empatia e literatura. Assim, o sujeito entra na dimensão do campo de experiências do eu, do outro e do nós, abrindo portas para a vivência da empatia, na percepção literária, e suas possíveis diferenciações de  sentimentos e maneiras de pensar e agir no mundo, confrontado, nos três níveis estruturais da empatia, os diferentes valores, comportamentos, crenças, desejos, conflitos da humanidade, diferenças CULTURAIS, contribuindo, assim para uma visão de mundo mais ampla, na formação da razão para a vivência do respeito e valorização pela diversidade.

Formando a razão, colabora para a capacidade de dialogar com serenidade, de acolher com maior abertura o diferente, de assumir com humildade os próprios limites, de comunicar-se com maior Liberdade, de julgar com critérios e amplidão divisão (Sberga, 2021, p. 382).

Nesse movimento da própria vivência empática, podemos contribuir para o ato pedagógico na práxis cotidiana da biblioteca escolar, possibilitando a formação humana, ajudando a compreender a nós mesmos e nossa identidade a partir do diálogo, refletindo sobre os contrastes culturais e históricos e objetivando a reflexão de sentidos e causas dos fenômenos social e culturalmente apresentados na vivência literária. A problematização objetiva do outro, em sua diversidade cultural e social, por meio do ato empático, abre as portas para a construção de respeito à vivência social nas discussões hermenêuticas das causas de violências sociais e culturais, promovendo, educacionalmente, o exercício da cidadania, liberdade, autonomia e consciência crítica.

 

7 SÍNTESE INTEGRADORA DA REDUÇÃO TRANSCENDENTAL: VIVÊNCIA REFLEXIVA E CONCEITUAL

Portanto, é possível perceber que o fenômeno da vivência empática faz parte da pessoa humana e está em relação à estrutura da própria pessoa, vista em sua integridade e totalidade, perpassando a dimensão corpórea, psíquica e espiritual. A pessoa está em processo de autoconstrução no mundo e, então, em formação contínua, ela se autoavalia, se autoforma e se desenvolve como ser humano nas vivências intersubjetivas, contribuindo com a sua singularidade e originalidade em uma abertura de vivências como ser social e cultural.

O ato pedagógico, por meio de uma vivência empática, manifesta-se como ato antropológico. Esse processo de ensino pressupõe uma fundamentação antropológica, e o ato educativo empático gera uma vivência pedagógica humanizadora, na base de diálogo e reflexão do outro. A BNCC (Brasil, 2018) relaciona a vivência empática com as relações dialógicas, promoção do respeito ao outro e aos seus direitos, acolhimento à diversidade social e cultural com base nas experiências do eu, do outro e do nós, atitude de respeito e valorização pela diversidade. Um dos lugares privilegiados para a vivência é o exercício literário com a finalidade de gerar reconhecimento, empatia e solidariedade para a formação cidadã.

A biblioteca escolar se manifesta como fenômeno de aplicabilidade da vivência empática, em uma dimensão pedagógica, mediante a sua essência mediadora e colaboradora. Na unidade escolar, apreende-se a sua dimensão antropológica, pois o centro de todas as suas ações é a pessoa humana. Nela é possível refletir sobre a vivência no mundo social e cultural, partindo da própria especificidade da natureza humana, mediante a vivência empática para o mundo intersubjetivo com o qual os estudantes podem se confrontar dialogicamente por meio da literatura, conforme proposta na BNCC, em uma abertura à própria interioridade e à diversidade da exterioridade do mundo social e cultural.

 

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta deste estudo consistiu em compreender a empatia como ato pedagógico vivenciado na biblioteca escolar, partindo da fundamentação e perspectiva da Antropologia Filosófica e da compreensão da empatia como ato pedagógico à luz da BNCC.

Desenvolvendo uma pesquisa básica bibliográfica, vivenciada em uma atitude reflexiva, em um viés antropológico e fenomenológico, percebemos, com a manifestação do fenômeno estudado, que a vivência empática pode contribuir para o ato pedagógico na práxis cotidiana da biblioteca escolar. Foi possível apreender que a biblioteca é, por sua natureza antropológica e pedagógica, mediante a sua essência mediadora, um instrumento de formação humana. Contribuindo para a reflexão do mundo social e cultural, a vivência empática está como possibilidade para a construção do processo educacional intersubjetivo.

A pesquisa implementou o processo de fundamentação pedagógica na biblioteca escolar para os campos da Ciência da Informação, Biblioteconomia e Educação. Com a finalidade de contribuir teoricamente com os educadores e profissionais da informação, a pesquisa não exauriu o fenômeno proposto no estudo, sendo necessário que outros estudos sejam realizados sobre o objeto-problema, direcionados para outras pesquisas bibliográficas, de campo e de estudo de caso, com base na identificação dos três níveis citados pela filósofa Stein (2021): vivenciais para vivência empática de fundamentação antropológica; explicitação preenchedora de sentido; e a objetivação compreensível da experiência.

 

 

 

REFERÊNCIAS

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[1]   Professora assistente do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo, Doutora em Ciências da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais.

[2]   Bibliotecário da Prefeitura Municipal de Vila Velha.

[3] FENOMENOLOGIA (in. Phenomenology, fr. Phénoménologie, ai. Phãnomenologie, it. Fenomenologia). Descrição daquilo que aparece ou ciência que tem como objetivo ou projeto essa descrição (Abbagnano, 2007, p. 437). A fenomenologia é, portanto, ciência das essências, dos modos típicos do aparecimento e da manifestação dos fenômenos à consciência, cuja característica fundamental é a intencionalidade. Edmund Husserl (1859-1938) é o criador da fenomenologia (Reale; Antiseri, 2006, p. 179-182).

[4] Epoché significa - Colocar entre parênteses