ASPECTOS ÉTICOS, LINGUÍSTICOS E CULTURAIS NA ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO

 

Ingrid Ferreira Coutinho[1]

Universidade Federal do Rio de Janeiro

ingridferreiracoutinho@gmail.com

 

Raimunda Fernanda dos Santos

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

raimunda.fernanda@ufrn.br[2]

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Resumo

Tem como objetivo geral analisar de que modo os aspectos éticos, linguísticos e culturais são contemplados nas produções da área de Organização e Representação da Informação e do Conhecimento em âmbito nacional. Utiliza como metodologia as pesquisas bibliográfica, exploratória, descritiva, partindo de uma abordagem qualiquantitativa. Para tanto, foram analisadas as produções científicas que abarcam a temática, mediante consultas realizadas na Base de Dados Referencial de Artigos de Periódico em Ciência da Informação (BRAPCI) e nos anais da ISKO BRASIL (International  Society for Knowledge Organization). Como resultados, observou-se que o eixo cultural vem sendo ligeiramente mais estudado nos últimos cinco anos, se comparado aos eixos relacionados à ética e linguagem. No que diz respeito à ética, assumem a posição de destaque os estudos sobre os valores éticos na atuação do profissional da informação, bem como questões de gênero e sexualidade. Em relação ao aspecto linguístico, destacam-se os estudos sobre semântica e linguística aplicada à Organização do Conhecimento. Já no tocante ao aspecto cultural, observou-se a incidência de estudos que contemplam questões relacionadas à representação da cultura negra e diversidade cultural em Sistemas de Organização do Conhecimento (SOC).

Palavras-chave: ética; linguagem; cultura; Organização e representação da informação e do conhecimento.

 

ETHICAL, LINGUISTIC AND CULTURAL ASPECTS IN THE ORGANIZATION AND REPRESENTATION OF INFORMATION NAD KNOWLDEGDE

Abstract

General objective is to analyze how ethical, linguistic and cultural aspects are considered in productions in the area of ​​Organization and Representation of Information and Knowledge at a national level. It uses bibliographical, exploratory and descriptive research as a methodology, based on a qualitative and quantitative approach. This end, scientific productions covering the topic were analyzed, through consultations carried out in the Reference Database of Periodical Articles in Information Science (BRAPCI) and in the annals of ISKO BRASIL (International Society for Knowledge Organization). Result, it was observed that the cultural axis has been studied slightly more in the last five years, compared to the axes related to ethics and language. With regard to ethics, studies on ethical values ​​in the work of information professionals, as well as issues of gender and sexuality, assume a prominent position. Regarding the linguistic aspect, studies on semantics and linguistics applied to Knowledge Organization stand out. Regarding the cultural aspect, there was an incidence of studies that address issues related to the representation of black culture and cultural diversity in Knowledge Organization Systems (SOC).

Keywords: ethic; language; culture; Organization and representation of information and knowledge.

 

ASPECTOS ÉTICOS, LINGÜÍSTICOS Y CULTURALES EN LA ORGANIZACIÓN Y REPRESENTACIÓN DE LA INFORMACIÓN Y EL CONOCIMIENTO

 

Resumen

Su objetivo general es analizar cómo se consideran los aspectos éticos, lingüísticos y culturales en las producciones en el área de Organización y Representación de la Información y el Conocimiento a nivel nacional. Utiliza como metodología la investigación bibliográfica, exploratoria y descriptiva, basada en un enfoque cualitativo y cuantitativo. Para ello, se analizaron producciones científicas que cubren el tema, a través de consultas realizadas en la Base de Datos de Referencia de Artículos Periódicos en Ciencias de la Información (BRAPCI) y en los anales de ISKO BRASIL (Sociedad Internacional de Organización del Conocimiento). Como resultado, se observó que el eje cultural ha sido ligeramente más estudiado en los últimos cinco años, en comparación con los ejes relacionados con la ética y el lenguaje. En lo que respecta a la ética, asumen una posición destacada los estudios sobre valores éticos en el trabajo de los profesionales de la información, así como las cuestiones de género y sexualidad. En cuanto al aspecto lingüístico, destacan los estudios sobre semántica y lingüística aplicada a la Organización del Conocimiento. En cuanto al aspecto cultural, hubo incidencia de estudios que abordan cuestiones relacionadas con la representación de la cultura negra y la diversidad cultural en los Sistemas de Organización del Conocimiento (SOC).

Palabras clave: principio moral; idioma; cultura; Organización y representación de la información y el conocimiento.

 

1  INTRODUÇÃO

A humanidade, desde as civilizações passadas, busca representar sua realidade e o mundo ao seu redor. Inicialmente, através de pinturas, desenhos, esquemas, bem como através da oralidade. Nota-se ainda que desde os hieróglifos até a escrita digital, a necessidade de representar e classificar o mundo são práticas intrínsecas à formação social. A representação, por sua vez, encontra-se intimamente atrelada à substituição, ou seja, quando representamos estabelecemos uma relação entre o que se apresente e seu signo.

O crescimento exponencial das informações jamais seria contornado sem o auxílio de práticas de Organização da Informação, Organização do Conhecimento, Representação da Informação e Representação do Conhecimento. Essas práticas tornam-se imprescindíveis para a Ciência da Informação, pois estão articuladas com os avanços de pesquisas, melhorias para os processos relacionados à informação, além de minimizarem os impactos dessa crescente disposição de itens informacionais. Não obstante, também contribuem diretamente para a recuperação e uso da informação, uma vez que somente representando e organizando, é possível tornar a informação acessível, bem como filtrá-la de acordo com as necessidades dos usuários.

Organização da Informação e a Organização do Conhecimento, possuem funções específicas. A primeira se concentra no objeto informacional propriamente dito, portanto, aplica-se ao mundo dos objetos físicos. Em nítido contraste, a Organização do Conhecimento associa-se ao mundo dos conceitos, termos e definições. Essa última consiste em um processo de estruturação e sistematização de conceitos, os quais são considerados por Dhalberg (1978) como unidades do conhecimento.

Assim como os processos de Organização da Informação distinguem-se dos processos da Organização do Conhecimento, a Representação da Informação e a Representação do Conhecimento também se diferenciam. Segundo Brascher e Café (2008), a Representação da Informação trata-se de um conjunto de operações que objetivam representar fisicamente e tematicamente objetos informacionais, essas operações estão intimamente relacionadas à Organização da Informação. A importância da representação da informação se reafirma ao passo que se encontra nas mãos dos profissionais da informação a responsabilidade de representar de forma eficiente e confiável todo e qualquer objeto informacional em sistemas, visando à recuperação destes itens de modo facilitado por parte dos usuários da informação. Essa representação efetiva se dá somente após uma análise da estruturação conceitual e identificação dos elementos informativos contidos nos itens informacionais.

A Representação do Conhecimento, por sua vez, relaciona-se à estruturação conceitual que representa modelos do mundo por meio da sistematização de conceitos e das relações semânticas que se estabelecem entre eles. Essa representação é feita através dos diversos Sistemas de Organização do Conhecimento (SOC) existentes, tais como: sistemas de classificação bibliográfica, tesauros, ontologias, taxonomias, mapas conceituais, redes semânticas e Folksonomias.

Nesse ínterim, cabe ainda ressaltar que nesses processos de Organização e Representação da Informação e do Conhecimento, não raramente, algumas perspectivas não são significativamente consideradas como impasses, apesar de o cotidiano revelar que o são.

Diante do exposto, torna-se importante considerar aspectos éticos, linguísticos e culturais no âmbito da Organização e Representação da Informação e do Conhecimento.

Em primeiro lugar, sabe-se que os aspectos éticos estão atrelados a princípios e valores que estão discutidos os indivíduos e em suas práticas. Deve-se esperar que os profissionais da informação em suas práticas de organização e representação da informação e do conhecimento também não estão isentos de uma percepção política e ideológica. Assuntos como etnia, gênero e sexualidade devem ser observados nas práticas supracitadas.

Faz-se necessário compreender ainda as linguagens documentárias como indispensáveis no processo de representação da informação, corroborando para a recuperação da informação. Quando se aborda os aspectos linguísticos devem-se considerar também os pontos como as variações linguísticas, o domínio da linguagem, a acessibilidade linguística, bem como a eficiência das linguagens documentárias.

Ademais, sob a perspectiva cultural, deve-se apontar nestes processos, os costumes e tradições de alguns povos e suas origens, pois esses pontos interferem diretamente no acesso à informação. Assim sendo, esses aspectos são importantes quando se pensa em organizar a informação e o conhecimento, bem como representa-los, pois é fundamental garantir a individualidade humana e respeitar a diversidade, de modo que as informações sejam de fato acessíveis, sem excluir determinados grupos.

É nítido que as práticas de organização e representação da informação e do conhecimento são de suma importância, pois sem elas seria impossível organizar e recuperar os objetos informacionais em diferentes suportes (áudios, imagens, textos, vídeos, etc.) existentes em diversos cenários, assim como seria inviável filtrar o que é ou não interessante para os usuários de acordo com as suas demandas informacionais. É sob essa ótica que esta pesquisa se encontra ancorada, no intuito de evidenciar como os estudos da área contemplam alguns dos aspectos que influenciam direta ou indiretamente no modo de representar e recuperar a informação.

Nesse entendimento, surge o seguinte questionamento: de que maneira os aspectos éticos, linguísticos e culturais são contemplados nas produções científicas nacionais da área de Organização e Representação da Informação e do Conhecimento?

Seguindo essa linha de raciocínio, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar de que modos os aspectos éticos, linguísticos e culturais são contemplados nas produções científicas da área supracitada.

Com esta pesquisa pretende-se suscitar os aspectos éticos, linguísticos e culturais, a fim de explicitar de que modo eles estão presentes na literatura do campo da Organização e Representação da Informação e do Conhecimento.  Além disso, pretende-se evidenciar o status do tema atualmente, trazer reflexões para as práticas e para a formação de bibliotecários, bem como fomentar estudos futuros sobre o tema.

 

2 ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO

Acerca das práticas de Organização e Representação da Informação e Organização e Representação do Conhecimento existem diferentes concepções e abordagens. Mediante a visão de Brascher e Café (2008, p. 6) a Organização do Conhecimento (OC) é compreendida como um processo de estruturação e sistematização das unidades do conhecimento. Essas autoras ainda conceituam a OC como uma “construção de modelos de mundo que se constituem em abstrações da realidade”. Portanto, a OC está intrínseca à organização de conceitos, termos e definições em domínios do conhecimento, também considerados como comunidades discursivas. Isto posto, no que concerne à Organização da Informação (OI), as autoras descrevem como um processo que envolve a descrição física (representação descritiva) e de conteúdos dos recursos informacionais (representação temática). Sabe-se ainda que a OI, possibilita o acesso ao conhecimento contido nos objetos informacionais, ou seja, está aplicada ao mundo dos objetos físicos. Portanto, a OI está intimamente ligada à organização de coleções e acervo em ambientes como bibliotecas, museus, centros de documentação, arquivos e afins (Brascher; Café, 2008).

Nesse contexto, cabe ainda salientar que a Organização da Informação engloba alguns elementos constituintes, como: processos, instrumentos e produtos (Brascher; Café, 2008).

 Assim sendo, as atividades realizadas pelos profissionais da informação se configuram como processos com vistas a organizar os recursos informacionais. Esses processos consistem em maneiras pelas quais se realizam as operações, são exemplos: análise da informação, condensação, representação, classificação. Já os instrumentos são dispositivos utilizados para auxiliar os processos de organização da informação, a saber: tesauros, ontologias, tabelas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos. Os produtos, por sua vez, tratam-se dos resultados gerados pelos processos com auxílio dos instrumentos. São exemplos: índices, resumos, fichas catalográficas, notações de classificação, por exemplo.

Nesse enquadramento, é cabível ainda suscitar a colocação de Baptista (2013) no tocante às justificativas possíveis para o questionamento do porquê organizar a informação e o conhecimento. A autora levanta algumas justificativas como: “[...] explosão e ubiquidade de informação; diversidade do conhecimento; produção exponencial de literatura científica; diversidade de mídias e públicos [...]” (Baptista, 2013, p. 273). Portanto, nota-se a importância de organizar a informação e o conhecimento a fim de possibilitar que os usuários explorem plenamente as informações e obtenham o conhecimento.

Ora, partindo da afirmação que OI e OC são conceitos discrepantes, pode-se afirmar que seus desdobramentos no tocante à representação também o são. Conforme Brascher e Café (2008, p. 5) a representação da informação é compreendida como um conglomerado de “elementos descritivos que representam os atributos de um objeto informacional específico”, a representação da informação, portanto, explicita dados contidos nos documentos que representa. Dados esses que se referem aos autores, como nome e sobrenome, bem como aspectos da produção, como editora, local e data, por exemplo (Galvão, 2003).

Para Novellino (1996, p. 38), a representação da informação é “a substituição de uma entidade linguística longa e complexa - o texto do documento - por sua descrição abreviada”. Assim sendo, essa operação propicia ao usuário a oportunidade da tomada de decisão, avaliando se deseja ou não consultar o documento que dá origem à representação. Portanto, a representação da informação trata-se essencialmente de explicitar dados contidos no documento, visando à recuperação por parte do usuário. Para tanto, ao realizar uma catalogação, o profissional da informação analisa as informações presentes em determinado documento, a fim de absorver e registrar os pontos mais relevantes de um documento, prática que resulta na construção de produtos como fichas catalográficas que viabilizam diferentes pontos de acesso para fins de recuperação da informação. Conclui-se ainda que “[...] a representação não substitui o documento, mas possibilita identificar seus atributos fundamentais” (Alvares; Lima, 2012, p. 36).

As reflexões da área da Ciência da Informação (CI) centram-se, majoritariamente, na disseminação e acesso da informação, no entanto, alguns aspectos relevantes para essas reflexões têm sido pouco abordados, tais como: aspectos éticos, linguísticos e culturais, sobretudo em relação à forma como os vieses interferem no processo de indexação.

No que diz respeito aos aspectos linguísticos, faz-se necessário considerar o princípio de garantia literária, que consiste na ideia de que as terminologias presentes em determinado documento, também devem ser incorporadas nos sistemas de organização do conhecimento. Esse critério foi adotado e contribuiu para a renovação dos dois maiores sistemas de classificação existentes, a saber: Classificação Decimal de Dewey (Dewey Decimal Classification - CDD) e Classificação Decimal Universal (Universal Decimal Classification - CDU) (Barité et al., 2019). Nessa direção, os vocabulários controlados constituem-se ferramentas indispensáveis nas etapas de indexação e recuperação documental.

Cabe ainda ressaltar que na etapa de construção de um vocabulário controlado, também deve-se considerar o critério de garantia do usuário tanto no planejamento destas linguagens, quanto na elaboração. Nesse contexto, as linguagens documentárias servem como ponte e viabilizam a comunicação sistema-usuário (Oliveira; Araujo, 2012).

No tocante aos aspectos culturais, a Ciência da Informação analisa, no contexto da Organização e Representação da Informação e do Conhecimento, como sendo de âmbito da epistemologia sociocognitiva, ou seja, acredita-se que todos os processos pelos quais a informação passa são influenciados pelo contexto sociocultural. Apesar de observarmos que existe uma crescente abordagem do tema, nota-se que as práticas nas unidades de informação ainda são insuficientes, sobretudo no que concerne aos instrumentos de classificação (Manhique; Casarin, 2019).

Conforme Azevedo (2010, p. 318), a ética pode ser compreendida tanto como “princípio, preceito, norma”, quanto como “conduta, comportamento, procedimento, gestão, liderança, norma”. No que concerne aos valores éticos percebe-se que na contemporaneidade ainda é um assunto que carece de mais atenção, não apenas pela escassez de estudos acerca deste tema, mas também devido à sua relevância. Quando se analisa a questão ética, não podemos dissociá-la das práticas de organização e representação da informação e do conhecimento, afinal esse trabalho é realizado por profissionais que são dotados de uma visão de mundo e possuem um parecer político e ideológico (Baptista, 2013).

Assim como argumenta Japiassu (1981), acerca da impossibilidade de a ciência ser neutra, os profissionais da informação também não são. Nesse cenário, Milani e Guimarães (2011) reforçam a necessidade de seguir rigorosamente o Código de Ética, pois este serve como uma diretriz aos profissionais bibliotecários nas práticas que viabilizam a recuperação de objetos informacionais.

Para representar assuntos, os profissionais da informação utilizam instrumentos de controle terminológico. Ao representar e ao construir esses instrumentos de controle terminológico, o bibliotecário depara-se com situações que exigem tomadas de decisão éticas, e nem sempre possui os conhecimentos necessários para lidar com esses impasses, ou até mesmo encontram-se perdidos haja vista a insuficiência de pesquisa na área. Quando essa etapa não é realizada de maneira adequada, culmina em uma representação distorcida, excludente ou desrespeitosa.

No contexto da Biblioteconomia ao representar, o profissional da informação cria um substituto documental. Dependendo da forma como esse recurso for realizado, poderá impactar negativamente toda uma comunidade de usuários. Isso se dá, principalmente, quando o profissional imprime em seu trabalho alguns valores éticos, podendo inserir descritores preconceituosos e dotados de inclinações e vieses. Milani e Guimarães (2018) compreendem essas inclinações como “biases”. Os autores afirmam ainda que os recursos utilizados por esses profissionais precisam ser imparciais e, consequentemente, não devem exprimir valores pessoais, pois estes podem “promover, censurar, omitir e distorcer informações” (Milani; Guimarães, 2018, p. 73). É justamente para isso que existe um controle linguístico: para representar de forma eficaz, sem privar os usuários do acesso a diferentes óticas sobre os assuntos. Essa padronização ampara a comunidade de usuários.

Em seu artigo, Milani e Pinho (2020), suscitam também as questões de gênero e sexualidade e reforçam a necessidade de abordar esse assunto e estudá-lo. No contexto da OC, os autores evidenciam a necessidade de um vocabulário controlado que abarque esses aspectos, somado a isso, a importância de ter uma normalização vocabular que possibilite uma indexação eficiente e adequada sobre esses temas.

Em linhas gerais, verifica-se que os aspectos éticos, linguísticos e culturais influenciam e encontram-se diretamente articulados com as práticas de organização e representação da informação e do conhecimento. Tais aspectos carecem ser explorados sob a ótica de profissionais e pesquisadores da área de Ciência da Informação. Seguindo essa linha de raciocínio, o capítulo a seguir objetiva descrever os procedimentos metodológicos empreendidos neste estudo.

 

 

 

 

 

3 PROcedIMENTOS METODOLÓGICOS

Com vistas a alcançar seus objetivos, a pesquisa proposta é de caráter bibliográfico, exploratório e descritivo, e apropria-se de uma abordagem qualiquantitativa, visando descobrir e propor soluções para as problemáticas que norteiam esta pesquisa, como já mencionado previamente.

Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica e exploratória em fontes que agregam as produções científicas sobre a área de Ciência da Informação, bem como da área de Organização e Representação da Informação e do Conhecimento, foram elas: Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI[3]) e os anais da ISKO Brasil[4] (International Society for Knowledge Organization).

A escolha destas fontes de informação deu-se mediante a importância delas para a área de Ciência da Informação, bem como em virtude de contemplar pesquisas relacionadas à temática. A primeira por tratar-se de uma base de dados de artigos periódicos na CI que agrega todas as produções científicas sobre o tema. A ISKO Brasil, por sua vez, por ser uma sociedade internacional e representar a área de organização e representação do conhecimento em território nacional. Ademais, devido a sua relevância e por reunir profissionais da área da Ciência da Informação, Linguística, Filosofia, História, Artes e outas. Cabe ainda salientar que essa sociedade tem por objetivos: promoção da pesquisa, ser a ponte entre instituições nacionais e internacionais, proporcionar meios de comunicação para os seus membros e aliados e afins (ISKO Brasil, 2023).

Para buscas realizadas na BRAPCI, foram utilizados os seguintes termos: “ética na representação da informação”, “ética na representação do conhecimento”, “ética na representação da informação e do conhecimento”, “ética na organização da informação”, “ética na organização do conhecimento”, “cultura e representação do conhecimento”, “cultura e representação da informação”, “cultura e representação da informação e do conhecimento”, “linguística e representação da informação”, “linguística e representação do conhecimento”, “linguística e representação do conhecimento e da informação”, “linguística e organização da informação” e “linguística e organização do conhecimento”. Essas combinações nas estratégias de busca foram utilizadas com vistas a recuperar produções científicas que relacionavam os aspectos contemplados neste estudo (éticos, linguísticos e culturais) com os termos que envolvem a área da pesquisa (Organização e Representação da Informação e do Conhecimento).

Já para buscas realizadas na ISKO Brasil, por tratar-se documentos que se encontram disponíveis nos anais do evento em formato PDF, foi necessária uma análise mais específica, realizando uma leitura com foco nos títulos, autores, resumos e palavras-chave. A análise realizada nesta fonte de informação foi efetuada através de uma leitura individualizada, nos dois anais selecionados correspondentes aos últimos cinco anos, a saber: “Memória, tecnologia e cultura na organização do conhecimento” (2017) e “Organização do conhecimento responsável: promovendo sociedades democráticas e inclusivas” (2019). Os demais anais não foram analisados, uma vez que destoam do recorte temporal pré-estabelecido (2016-2021).

Por tratar-se de distintas fontes informacionais, fez-se necessária uma análise discrepante. Enquanto na BRAPCI a busca resultou em artigos de periódicos que eram recuperados a partir dos termos utilizados na busca, na ISKO Brasil foram recuperados os anais de eventos realizados no Brasil. No entanto, na primeira os metadados aparecem logo no início, mediante a busca dos termos. Já a segunda, requer uma análise no interior do documento.

Tendo em vista a amplitude dos termos utilizados nas buscas e a quantidade significativa de produções científicas no campo da Organização e Representação da Informação e do Conhecimento, fez-se necessário delimitar o recorte temporal considerando os últimos cinco anos, ou seja, de 2016 – 2021, a partir das bases supracitadas e suas respectivas expressões de busca. Considerando que a pesquisa foi realizada no ano de 2021, neste estudo não foi possível contemplar as produções científicas dos últimos três anos acerca do tempo. Além disso, as produções científicas que, de acordo com os critérios pré-estabelecidos, não convergiram com a temática e se repetiram em diferentes termos de busca, foram descartados em todas as vezes conforme a recorrência nos resultados.

Para a análise e descrição das produções científicas recuperadas foi utilizada a técnica análise de conteúdo de Bardin (1977), a qual é definida como um método que reúne técnicas de investigação das comunicações, utilizando esquemas sistemáticos. Os dados foram coletados através de uma análise de conteúdo das produções científicas, baseada nos seguintes metadados: autor, título, resumo e palavras-chave, a partir de uma abordagem qualiquantitativa. Somado a isso, com base nos recursos informacionais dispostos nas fontes de informação, pretende-se demonstrar a situação da temática no Brasil.

Para identificar os enfoques temáticos utilizou-se como base os ensinamentos de Bardin (1977) acerca da análise de conteúdo. O principal propósito foi categorizar os principais enfoques de estudos da área de Organização e Representação da Informação e do Conhecimento sobre os aspectos linguísticos, éticos e culturais e examinar de que maneira esses pontos podem interferir nas práticas de indexação de recursos informacionais. Essas categorias emergiram a partir das análises das produções científicas.

 

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Foi possível notar a abrangência de alguns termos presentes nas produções científicas recuperadas, tais como: cultura, organização, informação, conhecimento e representação, o que resultou na recuperação de itens informacionais que não possuem relação com a temática abordada. Já os que se relacionaram com o tema foram considerados duplicados quando já contabilizados em alguma busca anterior

Para elucidar o efeito da aplicação dos referidos critérios e, consequentemente, os resultados da busca, apresentaremos a seguir um gráfico:

 

Gráfico 1 – Resultados obtidos nas fontes de informação BRAPCI e ISKO Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Elaboração própria.

 

O gráfico anterior elucida a quantidade total de trabalhos recuperados nas fontes de informação BRAPCI e ISKO Brasil, sendo 223 (duzentos e vinte e três) trabalhos recuperados na BRAPCI e 89 (oitenta e nove) na ISKO Brasil, totalizando 312 (trezentos e doze) trabalhos recuperados. Desse total foram descartados 118 (cento e dezoito) na BRAPCI por não convergirem com a temática abordada e 63 (sessenta e três) repetiram-se ao utilizar termos de busca distintos, sendo assim, foram considerados duplicados, restando, portanto, 42 (quarenta e dois) trabalhos que foram julgados válidos.

 Já na ISKO Brasil, dos 89 (oitenta e nove) itens informacionais recuperados, após a análise constatou-se que 70 (setenta) não discutem a questão da ética, linguística e cultura no contexto da ORC e ORI, portanto, foram descartados. Quanto aos anais que abordavam a temática de interesse deste trabalho, somados totalizam 18 (dezoito) anais, sendo somente um considerado duplicado.

Por tudo isso, pode-se afirmar que dos 312 (trezentos e doze) trabalhos recuperados, 15% são duplicados, 71% foram descartados e 14% constituem o corpus final da pesquisa em questão.

Os aspectos éticos, linguísticos e culturais serão denominados de eixos, com vistas a melhor estruturação das análises realizadas neste estudo. 

A maior incidência consta nos trabalhos descartados e considerados duplicados, haja vista que em ambas as fontes de informação, os artigos de periódicos e artigos de anais recuperados, repetem-se consideravelmente. Esses resultados também podem estar atrelados ao fato de os autores englobarem assuntos comuns a mais de um eixo. Portanto, tendo em vista a generalização de alguns termos de busca, pode-se compreender que esses números são explicados devido à repetição de um ou mais termos de busca.

Se por um lado observa-se que os autores optam por uma abordagem mais específica, não englobando os três aspectos conjuntamente, por outro há uma lacuna em relação à explicação do motivo pelo qual isso ocorre, uma vez que os temas possuem relação entre si. Cabe ainda ressaltar que ao analisar os artigos referentes ao período de 2016 a 2021, foi possível constatar a escassez de produções que articulam os três temas na área de Ciência da Informação, além de uma possível centralização da produção acadêmica.      

Feitas tais considerações, trataremos a respeito dos trabalhos considerados válidos para a análise. Assim sendo, foram analisados 60 (sessenta) trabalhos, sendo 33% referentes ao eixo ético, 33% ao eixo linguístico e 34% ao eixo cultural. A seguir, para uma melhor visualização, será apresentado um gráfico referente às produções brasileiras e suas respectivas posições de acordo com os eixos supracitados:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 2 – Produções brasileiras nos eixos ético, linguístico e cultural.

Fonte: Elaboração própria.

 

Nota-se que os eixos ético e linguístico vêm sendo ligeiramente menos contemplados nas pesquisas, se comparado ao aspecto cultural. Cabe ainda suscitar que, dentre os itens recuperados, é notavelmente escassa a abordagem dos três eixos concomitantemente. No entanto, após a análise constata-se a existência de uma correlação direta entre os três tópicos.

A partir da análise isolada de cada eixo, foi possível categorizar os principais enfoques das produções científicas analisadas, os autores e seus respectivos trabalhos, os quais serão apresentados conforme o Quadro 1.

Quadro 1 – Principais enfoques de estudos

Eixos

Enfoques

Autores

 

 

 

 

 

 

 

 

Ético

Valores éticos na atuação do profissional da informação

Arboit (2017)

Milani; Guimarães (2018)

Fujita; Jesus (2019)

Santos; Guimarães (2016, 2019)

Silva (2019)

Simões; Melo; Feranández-Molina (2020)

Ética arquivística/ Código de ética

Silva; Tognoli; Guimarães (2017)

Étnico-racial/Gênero

Moraes (2017)

Santos; Valério (2018)

Questões éticas e deontológicas no campo científico da informação

Porto (2016)

Almeida; Gracio; Castanha (2017)

Santos; Moreira (2021)

Gênero e sexualidade no contexto da OC

Saldanha; Souza (2017)

Guimarães; Nascimento (2017)

Pinho (2017, 2020)

Melo; Oliveira (2019)

Milani (2020)

Aspectos teóricos, técnicos e epistêmicos

     Santana; Girard; Costa; Melo; Girard (2020)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Linguístico

Aspectos linguísticos na organização do conhecimento de comunidades discursivas

(discursos no campo do direito, agropecuária, música, etc.)

Maculan; Pierozzi (2016)

Oliveira (2016, 2017)

Miranda; Santos (2018)

Carmo; Conceição (2018)

Semiótica e signos linguísticos como repertório metodológico para a análise e representação de objetos informacionais

Felipe; Santos; Silva (2017)

Cultura informacional sob uma perspectiva léxico-morfológica

Martines; Woida; Almeida (2021)

Estudos linguísticos e semânticos aplicados aos Sistemas de Organização do Conhecimento (SOC’s)

Fujita; Santos (2017)

Campos (2017)

Jesus; Moreira (2018)

Pret; Cordeiro (2018)

Almeida; Emygdio (2019)

Mendonça; Castro; Souza; Almeida; Felipe (2021)

Relação entre os arquivos pessoais, linguagem e os contributos da OI

Leal; Costa (2020)

As contribuições da OC para a Ciência da Informação

Sales (2017)

Ensino da análise de assunto

Fujita; D’al Evedove (2017)

Representação colaborativa e suas tendências e perspectivas de estudos

Santos; Corrêa (2017)

Influência de estudos semânticos para a Organização do Conhecimento

Pret; Cordeiro (2019)

Alencar; Cervantes (2019)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cultural

Religiões e a sua representação em Sistemas de Organização do Conhecimento (islamismo, umbanda, etc.)

Miranda; Silva (2019)

Miranda; Costa (2019)

Representação da cultura negra nos Sistemas de Organização do Conhecimento

Lima; Cândido (2019)

Santos; Costa; Barros; Vital (2020)

Sá; Oliveira; Bufrem (2020)

Silva; Almeida; (2021)

 

Construção de uma política de indexação com foco na cultura africana e afro-brasileira

Lima; Fujita; Almeida (2019)

Representação da cultura musical nordestina

Almeida; Targino (2018)

Lima; Cavati Sobrinho (2021)

Análise das comunidades epistêmicas sob a perspectiva dimensão cultural na OC

Goms; Evangelista; Martinéz-Ávila; Grácio (2017)

Diversidade cultural e Sistemas de Organização do Conhecimento

Moura; Trivelato (2017)

Gomes; Frota (2019)

Lima; Almeida (2019)

Questões culturais no campo científico da informação

Leite; Silva (2018)

Silva (2018)

Cultura imaterial

Marcondes (2019)

Memória e representação da cultura indígena

Oliveira; Albuquerque; Pinheiro (2017)

Memória de lugares políticos na América Latina

Jatene; Crivelente; Kobashi (2019)

Memória e representação da cultura gaúcha

Marinho; Morigi (2018)

Fonte: Elaboração própria.

 

O quadro anterior demonstra que dentro de cada eixo existem ramificações que têm ganhado maior destaque e despertado o interesse dos pesquisadores. Dentre os enfoques que apresentam destaque em cada eixo nos dois últimos anos que fizeram parte do recorte da pesquisa (2020-2021) é possível mencionar:

      Eixo ético: a) valores éticos na atuação do profissional da informação; b) questões éticas e deontológicas no campo científico da informação; c) gênero e sexualidade no contexto da Organização do Conhecimento; d) aspectos teóricos, técnicos e epistêmicos relacionados à ética;

      Eixo linguístico: a) cultura informacional sob uma perspectiva léxico-morfológica; b) Estudos linguísticos e semânticos aplicados aos Sistemas de Organização do Conhecimento (SOC); c) relação entre os arquivos pessoais, linguagem e os contributos da Organização da Informação.

      Eixo cultural: a) representação da cultura negra nos Sistemas de Organização do Conhecimento; b) representação da cultura musical nordestina.

Quanto à incidência de publicações em cada eixo, no eixo ético a incidência é maior quando se trata de valores éticos na atuação do profissional da informação, bem como nas questões de gênero e sexualidade. No que tange ao eixo linguístico, notou-se um destaque para os estudos linguísticos e semânticos aplicados aos Sistemas de Organização do Conhecimento (SOC), seguido dos aspectos linguísticos na organização do conhecimento de comunidades discursivas (discursos no campo do direito, agropecuária, música, etc.). Quanto ao eixo cultural, houve maior inclinação para estudos relacionados à representação da cultura negra e diversidade cultural nos Sistemas de Organização do Conhecimento.

Visando ainda ressaltar alguns autores relevantes para a Ciência da Informação e suas contribuições para os estudos relacionados aos aspectos supramencionados, foi estabelecido um ranking com os autores com maior destaque e quantitativo de publicações.

Inicialmente, o critério adotado para estabelecer o ranking de autores mais relevantes em cada eixo foi de acordo com o número de publicações tanto na BRAPCI quanto na ISKO Brasil. Uma vez que os autores se repetiam nas buscas por itens informacionais distintos, foi possível aferir que esses pesquisadores são os mais engajados na temática. Embora esse critério permita uma análise minuciosa, só foi passível de aplicação nos eixos éticos e linguísticos, quando houve a tentativa de aplicá-lo no eixo cultural, fez-se inviável porque não ocorria a repetição de autores nos trabalhos selecionados.  Desse modo, no que tange o aspecto cultural não foi considerado o mesmo critério estabelecido nos eixos anteriores, uma vez que não foram identificadas incidências nas publicações.

Após a análise foi possível selecionar, de acordo com a recorrência com que publicam, bem como pela relevância de suas publicações, os autores mais notáveis para a Ciência da Informação no âmbito da Organização e Representação da Informação e do Conhecimento. Os resultados obtidos serão apresentados de acordo com seus eixos, através de uma figura a seguir:

 

Quadro 2 – Eixos e seus respectivos autores de acordo com a relevância.

Eixos

Autores

Eixo Ético

1. Moreira (2016; 2017; 2021) – 3 publicações.

2. Guimarães. (2016; 2017; 2020) – 3 publicações.

3. Milani (2016; 2020) – 2 publicações.

4. Pinho (2017; 2020) – 2 publicações.

5. Fujita (2019) – 1 publicação.

Eixo Linguístico

1. Oliveira (2016; 2017; 2018; 2019) – 4 publicações.

2.Almeida (2019; 2020; 2021) – 3 publicações.

3. Moreira (2017; 2018; 2018) – 3 publicações.

4. Jesus (2018; 2018)

5. Santos (2018; 2019) – 2 publicações.

Eixo Cultural

1. Oliveira (2017) – 1 publicação.

2. Albuquerque (2017) – 1 publicação.

3. Pinheiro (2017) – 1 publicação.

4. Miranda (2019) – 1 publicação.

5.Silva (2019) – 1 publicação.

Fonte: Elaboração própria (2021).

 

Por tudo isso, foi possível averiguar a presença de autores que se debruçam sobre dois eixos distintos, sobretudo quando se tratam dos eixos linguístico e cultural, com destaque para os autores que publicaram dos dois últimos anos do recorte temporal estabelecido nesta pesquisa: Guimarães (2020), Milani (2020), Pinho (2020), Almeida (2020), Moreira (2021) e Almeida (2021).

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em linhas gerais, no que diz respeito ao que vem sendo estudado pelos pesquisadores da Ciência da Informação acerca da temática, constatou-se que há pormenores temáticos dentro de cada um dos três eixos analisados.

No que tange à tentativa de examinar de que modo os aspectos éticos, linguísticos e culturais podem interferir nas práticas de indexação e recuperação de recursos informacionais, foi realizado um levantamento bibliográfico a respeito da temática. Como resultado, identificou-se que, visando a atribuição de notações de classificação e termos de indexação aos documentos, a representação de assunto e os Sistemas de Organização do Conhecimento (SOC’s) se configuram como elementos imprescindíveis para as práticas que viabilizam a recuperação da informação.

Por conseguinte, é comum deparar-se com barreiras éticas, linguísticas e culturais durante tal processo. Nota-se que, embora esse dilema chame atenção para a necessidade da padronização de termos de modo inclusivo, as limitações da presente pesquisa não permitiram abordar os possíveis meios para tanto, muito menos a elaboração de sugestões complementares. Outrossim, em prol de avanços nas pesquisas sobre o tema, recomenda-se estudos mais aprofundados, que contemplem, simultaneamente, os aspectos éticos, linguísticos e culturais.

Outra sugestão de estudos futuros é a análise da temática com a utilização de outras fontes de informação (como os anais do GT2 do ENANCIB) e outras bases de dados que, embora não tenham sido utilizadas neste trabalho, provavelmente proporcionariam contribuições relevantes.

 

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[1] Bacharel em Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

[2] Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba (PPGCI/UFPB). Docente do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DECIN/UFRN). Professora permanente externa do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina (PPGCI/UEL).

[3] Disponível em: https://brapci.inf.br/. Acesso em: 21 maio 2024.

[4] Disponível em: https://isko.org.br/. Acesso em: 21 maio 2024.