A COMPETÊNCIA CRÍTICA EM INFORMAÇÃO NA ERA DA PÓS-VERDADE

uma análise conceitual para desenvolvimento do profissional da ciência da informação

Thiago Felipe Soares da Silva[1]

Universidade Federal de Alagoas

 thiagofelipe.mcz23@gmail.com

Marcos Aparecido Rodrigues do Prado[2]

                                                                                                  Universidade Federal de Alagoas

 marcospraddo75@gmail.com

Rosilene Agapito da Silva Llarena[3]

Universidade Federal de Rondônia

 lemellarena@gmail.com

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Resumo

Este estudo explora a importância da competência crítica em informação e sua relação com a ética na sociedade contemporânea. Inicialmente, destaca-se a relevância da ética na determinação das ciências a serem estudadas e na formação de cidadãos críticos e éticos. O objetivo principal do trabalho é discutir como a competência crítica em informação pode contribuir para o desenvolvimento de profissionais da Ciência da Informação preparados para os desafios da era da informação. A metodologia adotada na pesquisa consistiu em uma análise conceitual, baseada em teorias da ética, ciência da informação e educação. Autores como Aristóteles, Ramonet, Elmborg e outros foram consultados para embasar as reflexões apresentadas no artigo. Os resultados apontam para a necessidade de ampliar os estudos e práticas relacionadas à competência crítica em informação, visando formar cidadãos capazes de atuar de forma consciente na sociedade da informação. Conclui-se que a competência crítica em informação é essencial para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e democrática, destacando a importância do desenvolvimento de profissionais da Ciência da Informação comprometidos com valores éticos e sociais.

Palavras-chave: competência crítica em informação; pós-verdade; desinformação; fake news.

 

 

 

 

 

CRITICAL INFORMATION COMPETENCE IN THE POST-TRUTH ERA

 a conceptual analysis for the development of information science professionals

 

Abstract

This study explores the importance of critical information competence and its relationship with ethics in contemporary society. Initially, the relevance of ethics is highlighted in determining the sciences to be studied and in the formation of critical and ethical citizens. The main objective of the work is to discuss how critical information competence can contribute to the development of Information Science professionals prepared for the challenges of the information age. The methodology adopted in the research consisted of a conceptual analysis, based on theories of ethics, information science and education. Authors such as Aristotle, Ramonet, Elmborg and others were consulted to support the reflections presented in the article. The results point to the need to expand studies and practices related to critical information competence, aiming to train citizens capable of acting consciously in the information society. It is concluded that critical information competence is essential for the construction of a society fairer, more equitable and democratic, highlighting the importance of developing Information Science professionals committed to ethical and social values.

Keywords: critical information competence; post-truth; disinformation; fake News.

COMPETENCIA EN INFORMACIÓN CRÍTICA EN LA ERA DE LA POSVERDAD

un análisis conceptual para el desarrollo de profesionales de las ciencias de la información

 

Resumen

Este estudio explora la importancia de la competencia crítica en información y su relación con la ética de la sociedad contemporánea. Inicialmente, destaca la relevancia de la ética en la determinación de las ciencias a serem estudiadas y la formación de ciudades críticas y éticas. El objetivo principal del trabajo es discutir como competencia crítica en información y puede contribuir al desarrollo de profesionales de la ciencia de la información preparados para los desafíos de la era de la información. Una metodología adoptada en la investigación consiste en un análisis conceptual, basado en teorías de la ética, la ciencia de la información y la educación. Autores como Aristóteles, Ramonet, Elmborg y otros foros consultados para embasar como reflexões presentadas no artigo. Los resultados responden a la necesidad de ampliar los estudios y prácticas relacionadas con la competencia crítica en la información, visando formar ciudades capaces de actuar de forma consciente en la sociedad de la información. Concluyendo que la competencia crítica en información es esencial para la construcción de una sociedad más justa, equitativa y democrática, destacando la importancia del desarrollo de profesionales de la ciencia de la información comprometidos con valores éticos y sociales.

Palavras-chave: competencia crítica en información; pós-verdade; desinformación; noticias falsas.

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1 INTRODUÇÃO

A discussão sobre a influência da Ética na determinação das ciências que devem ser estudadas em um Estado, bem como as que cada cidadão deve aprender e o grau de profundidade desses estudos, é um tema amplamente debatido na filosofia. Um dos defensores dessa ideia é Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco (2012). Nela, ele argumenta que a Ética não apenas orienta indivíduos na busca pela vida boa, mas também serve como um guia para a educação cívica e a seleção de conhecimentos científicos que promovem o bem-estar da polis, ou cidade-Estado. Segundo Aristóteles, não basta ao cidadão conhecer qualquer tipo de conhecimento; é essencial que ele aprenda e pratique aquelas ciências que contribuem para o desenvolvimento de seu caráter e para a harmonia e prosperidade da sociedade. 

No campo filosófico, ética e política são intrinsecamente ligadas, formando a base para o estudo da informação e sua influência na expansão da cidadania. A ética, que orienta o comportamento humano em busca do bem comum, e a política, que organiza a sociedade sob leis e normas, convergem na gestão da informação. Esta não deve ser vista apenas como um dado técnico, mas como um recurso que pertence ao domínio social e democrático, essencial para o desenvolvimento e bem-estar da coletividade. A ética informacional direciona a administração e a disseminação de informações, promovendo ações responsáveis e transparentes, respeitando os direitos fundamentais. Já a política informacional estabelece políticas públicas para garantir o acesso igualitário à informação e o uso das tecnologias de informação como meios de inclusão social e reforço dos pilares democráticos. Assim, a filosofia atua como um campo de reflexão e análise crítica, onde ética e política se entrelaçam para moldar uma sociedade informada, consciente e justa, onde a informação é um direito de todos e um pilar para a democracia sustentável.

A sigla CoInfo é amplamente reconhecido no Brasil (Competência em Informação). A American Library Association (ALA), define a CoInfo como “Um conjunto de habilidades que exige que as pessoas reconheçam quando a informação é necessária e que tenham a capacidade de localizar, avaliar e usar a informação de forma eficaz."

Essas capacidades são fundamentais para navegar na vasta quantidade de informações disponíveis na era digital, permitindo aos indivíduos discernir e utilizar dados relevantes em contextos acadêmicos e profissionais.

De acordo com a ALA (2015, p. 12), “[...] o conjunto de capacidades integradas que englobam a descoberta reflexiva da informação pode ser definido como Alfabetização Informacional Crítica (AIC)”. A AIC vai além da mera busca e recuperação de informações, representando um paradigma onde o indivíduo é capaz de entender e utilizar as informações de maneira crítica e ética. Isso implica não apenas na habilidade de localizar e acessar dados, mas também na competência para avaliar a qualidade e relevância desses dados no contexto de sua aplicação. A Competência Informacional Crítica é, portanto, fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade informada e participativa.

Esta competência não se limita apenas à capacidade de acessar informações, mas também envolve a habilidade de avaliar criticamente a qualidade e a relevância da informação, bem como de utilizá-la de maneira eficaz para o aprendizado e a solução de problemas. Em um mundo onde o excesso de informações pode levar ao fenômeno da "sobrecarga de informação", torna-se essencial desenvolver um olhar crítico que permita filtrar o que é útil do que é supérfluo. A Competência Crítica em Informação (CCI) também implica na capacidade de reconhecer e compreender as estruturas sociais, econômicas e políticas que influenciam a produção e distribuição da informação, promovendo assim uma compreensão mais profunda da sociedade em que vivemos.

A CCI vai além da mera busca por dados, capacitando o indivíduo a navegar nesse mar de informações de forma crítica e autônoma. Ela permite que o indivíduo compreenda a natureza da informação, localize e acesse a informação, avalie criticamente a informação, use a informação de forma ética e responsável, sintetize e comunique a informação e reflita sobre o processo de busca e uso da informação. Neste sentido, os autores Castells (1999); Alfinito (2004) e Bezerra e Schneider (2017), entendem que investir na CCI é investir no futuro, em indivíduos mais preparados para os desafios da era da informação e para a construção de um mundo mais justo, equitativo e democrático.

Compreende-se assim, a CCI como uma perspectiva teórica dentro da Ciência da informação que permite uma análise sobre a Ética enquanto disciplina. Esta, é a chave para o uso e propagação éticos da informação e uma compreensão e apropriação da política, cidadania e ciência. 

Em um mundo saturado de informações, navegar com discernimento e autonomia é essencial para a construção de uma cidadania ativa e engajada. Neste sentido a CI, com ênfase no pensamento crítico, consciência crítica e pensamento reflexivo, torna-se crucial para burlar e entender os mecanismos hegemônicos que embotam, escondem e distorcem a verdade. 

Diante da avalanche de informações que caracteriza a era digital, a CCI emerge como uma habilidade fundamental para a formação de cidadãos participativos, autônomos e éticos. Este artigo, por meio de revisão bibliográfica e estudo teórico, demonstra a importância do fomento à CCI para o desenvolvimento de uma cidadania crítica e consciente. Devido a proliferação de informações na era digital, especialmente na web, exige habilidades para discernir entre dados confiáveis e conteúdos duvidosos. A avaliação crítica da informação torna-se crucial para a tomada de decisões conscientes e a construção de uma sociedade informada. De acordo com Spudeit et al. (2017, p. 901), a avaliação da informação “Pauta-se na avaliação dos conteúdos recuperados com base em critérios tais como [a] veracidade, e credibilidade, a confiabilidade e a qualidade da informação bem como a autoridade”.

 

2 PRODUÇÃO, CIRCULAÇÃO E CONSUMO DA INFORMAÇÃO, MOLDANDO A FORMA DE INTERPRETAÇÃO DA SOCIEDADE

A informação, elemento fundamental para o desenvolvimento da sociedade, encontra-se, na era digital, sob a influência de diversos sistemas de poder. O sistema político, econômico e dominante exerce um papel crucial na produção, circulação e consumo da informação, moldando a forma como as pessoas interpretam o mundo e tomam decisões.

Diversos autores e especialistas em comunicação, mídia e cultura contemporânea reconhecem o crescente barramento das fronteiras entre os mundos da informação, da cultura de massa e da comunicação institucional.

Manuel Castells: Sociólogo espanhol, autor de "A Sociedade em Rede", Castells (1999), argumenta que a era da informação é caracterizada pela interconexão global e pela convergência tecnológica, impactando a forma como produzimos, consumimos e circulamos informação. Essa convergência dissolve as fronteiras tradicionais entre mídia, cultura e instituições, criando um novo espaço público digital.

Pierre Bourdieu: Sociólogo francês, analisa a relação entre poder, cultura e mídia em sua obra "A Distinção". Bourdieu (2007), argumenta que a cultura de massa, impulsionada pela mídia, atua como um mecanismo de reprodução de desigualdades sociais. As instituições, por sua vez, utilizam a comunicação para legitimar sua posição de poder e influenciar a sociedade.

Néstor García Canclini: Antropólogo argentino, dedica-se aos estudos das culturas híbridas e da comunicação na América Latina. Em "Culturas Híbridas", Canclini (2001), explora como a globalização e a mídia geram uma interconexão de culturas, diluindo as fronteiras entre o local e o global, o    popular e o erudito, o tradicional e o moderno.

Jesús Martín-Barbero: Pesquisador espanhol radicado na Colômbia, é referência nos estudos da comunicação na América Latina. Em "Dos Meios às Mediações", Martín-Barbero (2001), propõe uma visão crítica da comunicação, considerando-a como um processo de produção de sentido que envolve diferentes agentes sociais e culturais.

Stuart Hall:  Sociólogo e teórico cultural jamaicano contribuiu significativamente para os estudos da cultura popular e da mídia. Em "Encoding/Decoding", Hall (1980), analisa como os significados são codificados nas mensagens midiáticas e decodificados pelos públicos, considerando a relação entre poder, cultura e consumo.

Henry Jenkins: Professor de comunicação e mídia americano é conhecido por seus estudos sobre cultura participativa e convergência midiática. Em "Cultura da Convergência", Jenkins (2006), argumenta que as novas tecnologias digitais permitem que os públicos assumam um papel ativo na produção e circulação de conteúdo, desafiando os modelos tradicionais de comunicação.

Com o advento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), a maneira como consumimos e processamos informações passou por uma transformação radical. A informação, antes limitada a formatos específicos como texto impresso, imagens estáticas, áudio no rádio e audiovisual no cinema ou na TV, agora se funde em um ambiente digital único e convergente. Em suma, a convergência digital redefine a forma como nos comunicamos e nos relacionamos com a informação. As "máquinas de comunicar" abrem um leque de possibilidades para a produção, o consumo e a interação com o conteúdo, mas também exigem atenção aos desafios que essa nova realidade apresenta.

No cenário contemporâneo, a fusão de poderes é evidente, com a interseção do domínio econômico, a autoridade estatal e o poder dos meios de comunicação e disseminadores de conteúdo. Esse conglomerado atua em prol de um sistema que influencia a formação de mentalidades, buscando a conformidade com o padrão dominante e a perpetuação do estilo de vida predominante. Nesse contexto, as informações são principalmente tratadas como um bem comercial, sendo utilizadas para atender a interesses econômicos e políticos, muitas vezes em detrimento da pluralidade de ideias e da busca pela verdade. Essa dinâmica ressalta a importância de uma análise crítica e ética das fontes de informação, visando a preservação da diversidade de pensamento e a promoção de uma sociedade mais justa e democrática.

Ramonet (2003) faz uma análise crítica da indústria da comunicação no contexto da globalização. Ele argumenta que a convergência tecnológica e a concentração de poder nas mãos de grandes conglomerados midiáticos estão levando a uma "tirania da comunicação", sendo uma ameaça à democracia e à liberdade de expressão, pois limita o debate público e impede a participação dos cidadãos na vida política. Ele defende a necessidade de democratizar a comunicação e promover o acesso à informação plural e diversa. Afirma ainda que “não é o discurso que tenha a vocação ética de educar o cidadão ou informá-lo, no bom sentido da palavra, pois tem antes de mais nada uma perspectiva comercial, onde é possível comprar e vender a informação com o mero objetivo de obter lucros” Nesse ínterim, os consumidores destas, tornam-se mercadorias.

Não podemos nos iludir em achar que a produção e a difusão de informações científicas e acadêmicas não são imunes à interferência de poderes, sejam eles políticos, econômicos ou sociais. Essa interferência pode se manifestar de diversas maneiras.

A Competência em Informação (CoInfo) é um campo de estudo que se concentra na capacidade de buscar, acessar, avaliar e usar informações de maneira eficaz. No Brasil e no mundo, a CoInfo é reconhecida como fundamental para o desenvolvimento da Competência em Cultura Informacional (CCI), uma vez que fornece as bases teóricas e práticas para que indivíduos possam atuar de forma crítica e consciente no universo informacional. O surgimento da CoInfo está intrinsecamente ligado ao advento da Ciência da Informação, que emergiu como resposta ao problema da sobrecarga de informações e à necessidade de recuperação eficiente desses dados.

Ao longo dos anos, a CoInfo evoluiu, incorporando diferentes paradigmas e abordagens epistemológicas. Segundo Capurro (2003), na Ciência da Informação, identificam-se três paradigmas principais: o físico, o cognitivo e o social. Esses paradigmas refletem as diversas maneiras de entender a informação e seu uso. Além disso, Araújo (2003) aponta para três correntes epistemológicas oriundas da sociologia: a positivista/funcionalista, a crítica e a social. Essas correntes influenciam diretamente as pesquisas e estudos sobre a CoInfo, moldando o campo e suas práticas.

No Brasil, diversos autores contribuíram significativamente para o avanço da CoInfo. Entre eles, destaca-se a obra de autoria coletiva "Competência em informação e suas raízes teórico-epistemológicas da Ciência da Informação", que propõe uma investigação da relação epistemológica entre a Ciência da Informação e a CoInfo, com foco na abordagem fenomenológica.

A ligação entre CoInfo e CCI é estabelecida pela compreensão de que a competência informacional não se restringe apenas ao domínio das habilidades técnicas de manuseio da informação, mas também engloba a capacidade de compreender e utilizar essa informação de maneira crítica e reflexiva, o que é essencial para a cultura informacional. A CoInfo, portanto, é a base sobre a qual a CCI se constrói, permitindo que os indivíduos não apenas acessem informações, mas também as interpretem e as apliquem em diversos contextos, transformando-as em conhecimento significativo e útil para suas vidas pessoais e profissionais.

 

3 COMPETÊNCIA CRÍTICA EM INFORMAÇÃO EM TEMPOS DE DESINFORMAÇÃO.

Em um mundo saturado de informações, a CCI é mais importante do que nunca. Ela permite que os indivíduos tomem decisões informadas, participem da sociedade de forma crítica e responsável e contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.

Segundo Jenkins (2006), a CCI “é um campo de estudo que se dedica à análise e avaliação de informações com o objetivo de desenvolver um entendimento mais profundo e crítico sobre as fontes, contextos e conteúdos da informação”. Este campo abrange diversas disciplinas e práticas, incluindo a alfabetização informacional, a pesquisa acadêmica e a análise de mídia. Através da CCI, busca-se promover uma postura questionadora e analítica perante as informações consumidas, incentivando o indivíduo a não apenas absorver dados, mas também a compreender suas implicações e origens. Dessa forma, contribui-se para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar os desafios da sociedade da informação, onde estudos críticos são essenciais para discernir entre informações verídicas e aquelas que são falsas ou enganosas.

Contudo, é fundamental que o ensino da CCI não se limite a uma única perspectiva isolada de uma disciplina da área da CI. Conforme Sondré (2019), é imprescindível entende-la como um instrumento que capacita o indivíduo a identificar as ciladas, distorções, manipulações e falsidades presentes nas informações disponíveis em variados contextos (sejam eles analógicos ou digitais). Sob essa ótica, é possível equiparar tal competência à Ética.

Diante do "tsunami" de informações, que nos inunda diariamente, torna-se ainda mais importante desenvolvermos habilidades de pensamento crítico para navegar nesse mar de dados. Bruce destaca a importância do pensamento crítico como um componente essencial da alfabetização informacional. Ela argumenta que, além de aprender a encontrar e usar informações, os indivíduos também precisam desenvolver a capacidade de analisar e avaliar criticamente a informação.

A alfabetização informacional não se trata apenas de aprender a encontrar e usar informações, mas também de desenvolver a capacidade de pensar criticamente sobre a informação. Isso significa ser capaz de avaliar a qualidade da informação, identificar vieses e agendas, e compreender como a informação é construída e usada. (Bruce, 1997, p. 10).

A crise atual emerge da dificuldade, intrinsecamente ligada à erosão da ética, de discernir entre o que é fato e o que é fake news, bem como de identificar os verdadeiros valores. Submersos em um mar de informações e afastados do pensamento crítico, as pessoas são engolidas pela dominância dos meios de comunicação em massa, resultando em uma capacidade diminuída de distinguir entre um pensamento individual, livre e inovador e uma mentalidade repetitiva e dominante.

Numa perspectiva de visão pós-moderna os filósofos Jean-François Lyotard (1998) e Gilles Deleuze (1992), questionam a noção de um "eu" fixo e coeso, defendendo a fluidez e a fragmentação da identidade na era pós-moderna. A memória, nesse contexto, torna-se fragmentada e múltipla, desafiando a ideia de um passado linear e unificado. Essa perspectiva, porém, pode ser criticada por negar a agência individual e a possibilidade de construir uma identidade coesa.  Já para Sigmund Freud (1997) argumenta que a identidade é resultado de um processo complexo e dinâmico, em constante transformação, que as experiências, traumas e repressões moldam a identidade, e a perda de memória, por exemplo, pode ser vista como um mecanismo de defesa contra os conteúdos perturbadores.

Neste contexto, o indivíduo não é apenas uma parte do todo, mas sim uma entidade que se define pela relação com o outro, pela alteridade. A identidade de cada ser é moldada tanto pela percepção que tem de si mesmo quanto pela imagem que projeta para os outros e como é percebido por eles. Esta interação contínua entre o eu e o outro cria uma consciência hegemônica, onde o que parece ser é tão importante quanto o que realmente é. A alteridade, portanto, torna-se um elemento central na construção do pensamento e na definição do ser.

Diante da crise contemporânea, a relação entre as subjetividades e a pós-verdade está intrinsecamente ligada à forma como as percepções individuais e os sentimentos pessoais influenciam a aceitação e propagação de informações que podem ser falsas ou distorcidas. A pós-verdade se refere a um contexto em que as emoções, crenças e opiniões pessoais têm mais impacto na formação de opinião do que os fatos objetivos. Nesse cenário, a verdade factual é muitas vezes subjugada pela narrativa que ressoa com as perspectivas individuais ou grupais, independentemente de sua veracidade.

As subjetividades, por sua vez, referem-se às experiências, valores, crenças e emoções individuais que moldam a forma como cada pessoa percebe e interpreta o mundo ao seu redor. Dessa forma, influenciam a maneira como as informações são recebidas, processadas e compartilhadas, podendo criar filtros cognitivos que favorecem a aceitação de narrativas que confirmam preconceitos ou visões de mundo preestabelecidas.

Assim, a relação entre as subjetividades e a pós-verdade reside no fato de que as percepções individuais e as emoções pessoais podem contribuir para a propagação de informações falsas ou enganosas, uma vez que as pessoas tendem a acreditar naquilo que se alinha com suas convicções e sentimentos, mesmo que essas informações não sejam verdadeiras. A pós-verdade se aproveita das subjetividades para criar narrativas persuasivas que apelam às emoções e crenças pessoais, muitas vezes distorcendo a realidade e comprometendo a busca pela verdade objetiva.

Nesse ínterim, a CCI nos auxiliam a compreender a relação entre as subjetividades e a pós-verdade sendo essencial para analisar criticamente as informações recebidas, questionar as próprias crenças e emoções que podem influenciar a interpretação dos fatos e buscar uma postura mais reflexiva e consciente diante do cenário de disseminação de informações enganosas e manipuladoras. Nesse cenário, a verdade factual torna-se secundária em relação às convicções pessoais e à construção de narrativas que ressoam com as perspectivas individuais ou grupais.

Autores como Alberto Rollo (2018), Christian Dunker (2018), já algum tempo vem trabalhando questões relacionada a uso da ética na informações, bem como o fenômeno da pós-verdade, já Muniz Sodré (2019), Helena Singer (2018), e André Singer (2018), vêm publicando sobre como a disseminação de informações tem sido preocupação, especialmente no que diz respeito às distorções e manipulações perpetradas, muitas vezes, por meios de comunicação de grande influência e poder e como estes veículos possuem a capacidade de moldar a percepção pública e, por vezes, utilizam-se de narrativas enviesadas para servir a interesses específicos, comprometendo a integridade da informação transmitida.

Diante dos desafios da era digital, a busca pela verdade se torna ainda mais urgente e necessária especialmente na contemporânea, onde o volume e a velocidade das informações geradas são imensos. Observa-se que, com o passar do tempo, houve um relaxamento nessas responsabilidades, o que resultou em uma postura mais flácida em relação à veracidade dos dados compartilhados. Isso torna imperativa a necessidade de uma análise crítica rigorosa das informações que circulam nos mais variados espaços, sejam eles físicos ou virtuais. A CCI deve ser vista como uma habilidade essencial para a comunidade tanto científica quanto não científica, pois permite discernir entre o que é fato e o que é fake news. No campo da Ciência da Informação, essa competência deve ser enfatizada e desenvolvida para garantir que os indivíduos estejam equipados para navegar com sucesso na complexa paisagem informativa de hoje.

Rollo (2018), argumenta que a superinformação gera um "efeito cascata" de desinformação, dificultando o acesso à verdade. O sociólogo Bauman (2001), em sua obra "Modernidade Líquida" aborda a fluidez das informações na era moderna e como a quantidade excessiva pode levar à dificuldade de discernir o que é relevante. Da mesma forma, o filósofo brasileiro Mário Sérgio Cortella (2012), em seu livro "Viver em Paz para Morrer em Paz" reflete sobre o paradoxo da escolha e a ansiedade gerada pelo excesso de opções de informação. Esses autores argumentam que a enxurrada de dados disponíveis pode dificultar o acesso à informação significativa e relevante, tanto para indivíduos que buscam expandir seus conhecimentos quanto para aqueles que utilizam plataformas digitais para troca de informações ou entretenimento. A superinformação cria um ambiente onde o excesso se torna um obstáculo à liberdade de informação, pois o usuário comum pode se sentir sobrecarregado ao tentar filtrar e selecionar o que é essencial, levando a uma forma sutil de censura pela incapacidade de processar tudo que é disponibilizado.

Potencializado pela “sociedade da informação”, o cidadão, que está a maior parte do tempo sujeito às informações vindas dos meios de comunicação hegemônicos, principalmente TV e redes sociais digitais, cria uma acomodação a estes formatos de informação/desinformação. A disseminação de fake news, desinformação e conceitos de pós-verdade encontram um solo propício para crescer e se alastrar, não apenas em diálogos face a face, mas também em interações à distância, especialmente em publicações nas mídias sociais digitais. A inverdade é moldada para se encaixar melhor nas expectativas das pessoas, adquirindo assim um maior poder de difusão. Por outro lado, a verdade nem sempre é confortável ou alinha-se com o que as pessoas esperam.

Neste contexto, é imperativo que se desenvolva uma postura crítica e questionadora, capaz de analisar e discernir as diversas informações que são transmitidas. A evolução da CCI, surge como uma ferramenta essencial na formação de indivíduos autônomos e reflexivos, que não apenas consomem conteúdo de forma passiva, mas que também são capazes de produzir e compartilhar informações de maneira responsável e ética.

Nesta visão, entende-se que os profissionais da Ciência da Informação, podem desempenhar um papel crucial como agentes de mudança na mediação da informação, indo além da simples transmissão de dados disponíveis na web e consumidos pelos usuários. Podendo não só facilitar o processo de busca, acesso e utilização da informação, mas também promover o desenvolvimento do pensamento crítico entre os usuários.

A habilidade de CCI emerge como uma ferramenta valiosa em conjunto com a Ética, pois permite que o indivíduo avalie de maneira ética e crítica as informações que são recebidas, utilizadas e produzidas. Estas informações frequentemente estão vinculadas a julgamentos de valor, o que reforça a importância da aplicação da crítica como elemento central do conceito.

 

 

4 A QUESTÃO PEDAGÓGICA DA AQUISIÇÃO DA CRÍTICA JUNTO À AQUISIÇÃO DA COMPETÊNCIA CRÍTICA EM INFORMAÇÃO

Freire (2005), propõe uma pedagogia libertadora que busca a emancipação dos educandos através da conscientização crítica da realidade social. Ele se baseia na Teoria Crítica para analisar as relações de poder presentes na sociedade e na educação, e para defender uma pedagogia que contribua para a transformação social. Corroborando com essa ideologia, Saviani (1987), em sua obra "Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações" desenvolve uma teoria da educação que se baseia na Teoria Crítica e no materialismo histórico dialético. Ele argumenta que a educação é um processo histórico e social que deve contribuir para a formação de indivíduos críticos e autônomos, capazes de transformar a sociedade.

Diante da ideologia apresentada, Elmborg (2012) aborda uma questão fundamental sobre a filosofia educacional na Ciência da Informação e como ela se manifesta na prática profissional. Ele pergunta como essa filosofia realmente se desempenha nos papéis que os profissionais da informação desempenham na educação dos estudantes. Esta é uma reflexão importante, pois destaca a necessidade de uma abordagem pedagógica que não apenas transmita conhecimento, mas também fomente habilidades críticas e analíticas, preparando os estudantes para serem pensadores independentes e informados. A resposta para ele, a essa pergunta é complexa e multifacetada, envolvendo uma série de estratégias e metodologias que visam integrar efetivamente a teoria à prática, mas a CCI seria o caminho mais próximo de alcançar o sucesso.

Em seu artigo "Competência Crítica em Informação: Desafios para a Ciência da Informação no Século XXI", Elmborg (2012) explora como a filosofia da informação se manifesta nos papéis que os profissionais da Ciência da Informação assumem na educação dos estudantes. Para o autor, essa filosofia é crucial para a formação de indivíduos críticos e autônomos no mundo digital. Ele critica a visão tradicional da Ciência da Informação como uma disciplina técnica focada na organização e recuperação de informações. Ele defende uma perspectiva crítica que reconhece o papel da informação na sociedade e na construção do conhecimento.

O artigo de Elmborg (2012), oferece uma análise crítica da relação ensino-aprendizagem e destaca o papel crucial da biblioteca escolar na formação de cidadãos críticos e autônomos. Influenciado pela pedagogia crítica, especialmente pelos estudos de Paulo Freire, Elmborg convida-nos a refletir sobre as implicações de ignorar os conflitos culturais e sociais que moldam nossa visão da escola e da biblioteca. Ele critica a visão tradicional da educação como um processo passivo de transmissão de conhecimento. Argumenta que essa visão ignora as diferentes experiências e culturas dos alunos, perpetuando desigualdades e marginalização.

A pedagogia crítica, por outro lado, propõe uma educação libertadora que reconhece os alunos como sujeitos ativos do processo de aprendizagem e os incentiva a questionar a realidade e construir seu próprio conhecimento. Na perspectiva crítica, a biblioteca escolar assume um papel fundamental na formação de cidadãos críticos e autônomos. Ela deve ser um espaço de diálogo, inclusão e acesso à informação, onde os alunos podem desenvolver habilidades de pesquisa, pensamento crítico e comunicação. O bibliotecário, por sua vez, assume o papel de mediador, orientando os alunos na busca por informações confiáveis e relevantes, e promovendo o uso crítico da informação.

Elmborg (2012) faz um chamado poderoso para que os profissionais de Biblioteconomia assumam um papel proativo no desenvolvimento da CCI. Ele argumenta que, além de dominar o conceito e as bases filosóficas da CCI, os bibliotecários devem se questionar sobre como podem contribuir para o avanço da área e para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.

É inegável a profunda influência do pensamento de Paulo Freire nos estudos sobre CCI (CCI) desenvolvidos por Elmborg (2012). A pedagogia crítica freireana, com sua ênfase na educação libertadora e na construção do conhecimento através do diálogo e da reflexão crítica, encontra ressonância nos princípios da CCI, que busca empoderar os indivíduos para que atuem como agentes críticos e autônomos na sociedade da informação.

Diante das convergências entre a pedagogia crítica e a CCI, torna-se evidente a importância de incorporar ambas as áreas nos currículos. Essa incorporação contribuiria para a formação de profissionais críticos e reflexivos, capazes de atuar de forma transformadora na sociedade, especialmente no contexto da pós-verdade, onde a desinformação e as fake news proliferam.

Indo além da perspectiva de Elmborg (2012), outros autores como Soares (2002), Braga (2010), Lopes (2005) e Araújo (2012) reconhecem que o desafio para assumir um papel proativo no desenvolvimento da CCI, hoje não se restringem apenas a um profissional ou campo de estudo, mais a diversos agentes da CCI, estes são indivíduos e instituições (Educadores, jornalistas, cientistas da informação, ativistas da informação, organizações da sociedade civil e plataformas digitais) que atuam na promoção do discernimento e da análise crítica em relação à informação.

Eles assumem diferentes funções e responsabilidades, mas todos se dedicam a ajudar as pessoas a navegar no mundo da informação de forma consciente e responsável.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, percebe-se que a Ética perpassa todos os aspectos da informação e da CCI. Isso implica uma reflexão profunda sobre como as informações são obtidas, processadas e utilizadas, ressaltando a importância de uma postura ética em todas as etapas. A CCI não se limita ao mero acesso à informação, mas engloba a habilidade de avaliar sua relevância e veracidade, bem como de utilizá-la de maneira responsável. Neste contexto, a Ética surge como um pilar fundamental, orientando as decisões e ações dos indivíduos no universo informacional. Assim, compreende-se que a formação de um indivíduo crítico e ético é essencial para o exercício consciente da cidadania na sociedade da informação.

As considerações finais deste trabalho reiteram a importância da Competência Crítica em Informação (CCI) no contexto atual, marcado pela proliferação de Fake News e desinformação. A investigação teve como objetivo principal explorar a relação entre a CCI e a capacidade dos indivíduos de navegar no ambiente complexo da pós-verdade. Os objetivos foram alcançados através de uma análise detalhada dos conceitos de Ética, CoInfo e as práticas de disseminação de informações falsas.

A pesquisa confirmou a hipótese inicial de que uma forte CCI contribui significativamente para o discernimento ético na avaliação da informação. Foi observado que indivíduos com alta CCI são menos susceptíveis a aceitar e disseminar Fake News, demonstrando maior habilidade em identificar e desconsiderar conteúdos duvidosos. Este achado reforça a necessidade de programas educacionais que fomentem a CCI como parte essencial da formação cidadã.

Além disso, o estudo destacou a relevância da ética na gestão da informação, sugerindo que a integridade e a responsabilidade são fundamentais no combate à desinformação. A análise dos termos CoInfo e pós-verdade revelou que, embora exista uma consciência crescente sobre os perigos da desinformação, ainda há um longo caminho a ser percorrido na educação para a informação crítica.

As conclusões apontam para a necessidade de novas pesquisas que abordem as dinâmicas da desinformação em diferentes contextos sociais e culturais. É imperativo que a Ciência da Informação continue a desenvolver métodos e ferramentas que potencializem a CCI e promovam uma sociedade mais informada e menos vulnerável a manipulações. O futuro dos estudos nesta área é promissor e essencial para a construção de uma base sólida na luta contra a desinformação global.

Por fim, fechamos o presente artigo com o entendimento de Marques Neto (2015), a CI tem como tarefa primordial não apenas gerir e organizar dados, mas também construir uma forma de vida digital que reforce nosso sentimento existente de ética e valores fundamentais como segurança, confiança e justiça. Este objetivo ambicioso requer o desenvolvimento de um contexto informacional robusto que promova a ética no indivíduo. A CCI surge como uma ferramenta vital de resistência frente às estruturas dominantes que muitas vezes perpetuam desigualdades e injustiças. Através da colaboração entre Profissionais da Ciência da Informação e os setores de Educação, tanto formal quanto informal, é possível capacitar o cidadão a perceber-se no mundo informacional que o envolve. Mais do que isso, é essencial que sejam fornecidas as ferramentas para que cada indivíduo possa interferir e resistir a esse mundo de maneira ética e emancipatória, promovendo uma sociedade mais justa e equitativa.

 

REFERÊNCIAS

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[1] Mestrado em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI/UFAL)

[2] Professor Adjunto no curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas. Doutor e Meste em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

[3] Professora Titular no curso de Biblioteconomia da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Foi Diretora do Sistema de Bibliotecas da UNIR (janeiro a setembro/2023). Doutora em Ciência da Informação (2015) com estágio de doutoramento no exterior na Universidade de Zaragoza - Espanha, financiado pela CAPES (2014/2015). Mestre em Ciência da Informação pela UFPB (2012).