Para pensar uma biblioteca digital de podcasts eficaz
uma análise comparativa de interface de acesso entre Orelo e Spotify
Arthur Henrique Feijó de Almeida[1]
Universidade Federal de Pernambuco
Erinaldo Dias Valério[2]
Universidade Federal de Pernambuco
______________________________
Resumo
A Orelo e o Spotify são bibliotecas digitais que oferecem serviços de streaming de podcasts, a primeira sendo especializada nesse formato de áudio, enquanto a segunda surgiu orientada para o consumo de música. Além da especialidade, a Orelo se destaca por ser de acesso gratuito e remunerar os produtores de podcasts de forma mais justa que outras plataformas, mas ainda assim o consumo de podcasts é maior no Spotify do que na supracitada. Esse trabalho tem o objetivo de fazer uma análise comparativa da interface de acesso a podcasts nas plataformas Orelo e Spotify. Metodologicamente essa pesquisa é exploratória e descritiva, de procedimento bibliográfico e documental. Para atender ao objetivo, apoiando-se nas funcionalidades dos catálogos de acesso público elencadas por Sandra Carla Borges de Lima (2011), foi elaborado um checklist com o intuito de averiguar como é feito o acesso a documentos digitais nessas duas plataformas sob o enfoque da interface e do usuário. Após a análise, foi possível verificar que tanto a Orelo quanto a Spotify possuem pontos em comum, porém a Orelo atende de forma total menos da metade das questões elencadas em contraponto a Spotify que não atende apenas duas questões. A análise comparativa realizada via checklist nos permite visualizar a importância da interface de acesso para o uso e disseminação das coleções das bibliotecas digitais. A Orelo, ainda que se proponha a ser uma biblioteca digital especializada em podcasts, ainda enfrenta dificuldades para se consolidar entre os que buscam esses objetos digitais.
Palavras-chave: bibliotecas digitais; streaming; podcast.
TO DESIGN AN EFFECTIVE DIGITAL PODCAST LIBRARY
a comparative analysis of the access interface between Orelo and Spotify
Abstract
Orelo and Spotify are digital libraries that offer podcast streaming services, with the former specializing in this audio format, while the latter initially focused on music consumption. Beyond specialization, Orelo stands out for its free access and fairer compensation for podcast creators compared to other platforms, though podcast consumption remains higher on Spotify. This study aims to perform a comparative analysis of the podcast access interface on the Orelo and Spotify platforms. Methodologically, this research is exploratory and descriptive, utilizing bibliographic and documentary procedures. To achieve it’s objective, based on the public access catalog functionalities listed by Sandra Carla Borges de Lima (2011), a checklist was created to assess how digital document access is structured on these two platforms from the perspective of interface and user experience. After analysis, it was found that both Orelo and Spotify share common features; however, Orelo fully meets less than half of the criteria listed, whereas Spotify fails to meet only two. The comparative analysis conducted through the checklist highlights the importance of the access interface for the usage and dissemination of digital library collections. Although Orelo positions itself as a digital library specialized in podcasts, it still faces challenges in establishing itself among users seeking these digital objects.
Keywords: digital libraries; streaming; podcast.
PARA PENSAR UNA BIBLIOTECA DIGITAL DE PÓDCAST EFICAZ
un análisis comparativo de la interfaz de acceso entre Orelo y Spotify
Resumen
Orelo y Spotify son bibliotecas digitales que ofrecen servicios de streaming de pódcast, siendo la primera especializada en este formato de audio, mientras que la segunda surgió orientada al consumo de música. Además de su especialización, Orelo se destaca por ser de acceso gratuito y por remunerar a los creadores de pódcast de manera más justa que otras plataformas. No obstante, el consumo de pódcast sigue siendo mayor en Spotify que en la plataforma mencionada. Este trabajo tiene como objetivo realizar un análisis comparativo de la interfaz de acceso a pódcast en las plataformas Orelo y Spotify. Metodológicamente, esta investigación es exploratoria y descriptiva, con un procedimiento bibliográfico y documental. Para alcanzar el objetivo, y basándose en las funcionalidades de los catálogos de acceso público enumeradas por Sandra Carla Borges de Lima (2011), se elaboró una lista de verificación con el propósito de examinar cómo se lleva a cabo el acceso a documentos digitales en estas dos plataformas desde la perspectiva de la interfaz y del usuario. Tras el análisis, fue posible verificar que tanto Orelo como Spotify comparten puntos en común; sin embargo, Orelo cumple completamente con menos de la mitad de los criterios enumerados, en contraste con Spotify, que solo deja de cumplir dos. El análisis comparativo realizado a través de la lista de verificación nos permite visualizar la importancia de la interfaz de acceso para el uso y la difusión de las colecciones de las bibliotecas digitales. Orelo, aunque se propone como una biblioteca digital especializada en pódcast, aún enfrenta dificultades para consolidarse entre quienes buscan estos objetos digitales.
Palabras clave: bibliotecas digitales; streaming; podcast.
1 INTRODUÇÃO
A evolução das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e a maneira como essas tecnologias têm ocupado um espaço importante da nossa atual constituição de sociedade. As TICs operam diretamente sobre a forma que produzimos, acessamos, e disseminamos informações, no contexto da Web 2.0, também chamada de Web Social. Segundo Nupur Choudhury (2014), mais do que uma nova versão da Web 1.0, a Web 2.0 dá maior destaque aos usuários por meio de “participação, práticas colaborativas e distribuídas que permitem esferas formais e informais de atividades diárias acontecendo na web”, além de permitir “web design flexível, reutilização criativa, atualizações, criação e modificação de conteúdo colaborativo” (Choudhury, 2014, p. 8097, tradução nossa).
A evolução constante das TICs e o surgimento da Web possibilitaram o surgimento de um novo conceito de biblioteca durante a década de 1990: a digital. Ana Maria Tammaro e Alberto Salarelli (2008) entendem biblioteca digital como um espaço informacional onde o documento em formato digital, seja texto, imagem, vídeo ou áudio, é disponibilizado para acesso em qualquer lugar via Rede. Os autores apontam que a biblioteca digital é também um fenômeno social, pois é influenciada por mudanças sociais, econômicas e legislativas. Ainda que sob essa ótica as bibliotecas digitais não pareçam assim tão diferentes das bibliotecas tradicionais, as bibliotecas digitais têm se tornado cada vez mais populares por sua acessibilidade alta e quase instantânea, e pela participação ativa dos usuários na produção e organização da informação digital.
Nesse contexto, as bibliotecas digitais tem ganhado forma no cotidiano de milhares de pessoas diariamente através dos serviços de streaming. Segundo Pedro Augusto Pereira Francisco e Mariana Giorgetti Valente (2016, p. 267), “streaming é uma tecnologia que consiste na distribuição online de dados, por meio de pacotes. Nesse caso, não há armazenamento de conteúdo por parte do destinatário dos dados, ou seja, este é reproduzido na medida em que o usuário o recebe”. Segundo dados do IBGE (2024)[3], mais de 30 milhões de domicílios no país tem acesso à plataformas que ofertam serviços de streaming evidenciando uma virada cultural na produção e consumo de informação dentro dessas bibliotecas digitais.
Mesmo antes da pandemia de Covid-19, ponto crucial para a massificação do streaming, já era possível observar o surgimento de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, serviços de streaming de vídeo, como a Netflix e o Prime Video, bem como de áudio, como Deezer e Tidal. As plataformas de streaming de áudio surgiram inicialmente como um instrumento alternativo à pirataria de arquivos de áudio[4], porém conforme as demandas dos usuários foram evoluindo, essas bibliotecas também evoluíram, e novos formatos como vídeos e podcasts foram incorporados.
O termo podcast vem da junção das palavras iPod, equipamento utilizado para reproduzir arquivos em formato mp3, e broadcast, que significa “transmitir”. Os podcasts são produções informacionais em áudio, dando conta de temáticas diversas, e prescindindo de uma estrutura pré-determinada. Plataformas como o Spotify e Amazon Music, promovidos inicialmente como bibliotecas digitais de músicas, possuem também coleções de podcasts. Ainda assim, há bibliotecas digitais especializadas nesses formatos de áudio, entre elas a Apple Podcasts, o Google Podcasts e mais recentemente a Orelo.
Segundo os seus termos de uso, a Orelo é uma plataforma criada “para a indexação, publicação, veiculação e compartilhamento de podcasts” (Orelo, 2020, p. 1). Fundada pelo jornalista Luiz Felipe Marques e lançada em julho de 2020, a Orelo nasce com a proposta de empoderar os produtores de conteúdo, conhecidos como podcasters (Mari, 2022), através de uma remuneração de 5 centavos por play recebido, cerca de 40 vezes mais da remuneração oferecida pelo YouTube, por exemplo. O acesso à Orelo pelos usuários é feito de forma totalmente gratuita e os podcasters também têm a possibilidade de criar clubes de assinatura onde os usuários podem pagar para ter acesso a conteúdo extra ou ter acesso antecipado aos episódios.
Enquanto isso, o Spotify, plataforma criada na Suécia em 2008 e que, mesmo só tendo chegado ao Brasil em 2014, conta atualmente com mais de 500 milhões de usuários e é o maior serviço de streaming de áudio no mundo[5]. O Spotify remunera podcasters através de três maneiras: assinatura dos usuários por conteúdo exclusivo, doações por parte dos usuários através da plataforma e via anúncios. O Spotify conta atualmente com dois modos de serviço: o gratuito, que além de conter anúncios impede que o usuário baixe o conteúdo para consumir offline e escolha a ordem de consumo do conteúdo; e o premium, que dá ao usuário maior autonomia e pode ser adquirido por um valor mensal nos pacotes: individual por R$21,90; universitário por R$11,90; duo por R$27,90; família por R$34,90[6].
Ainda que conte com uma coleção de milhares de podcasts e uma série de vantagens, como a gratuidade no acesso e uma remuneração mais justa aos produtores, a última edição da PodPesquisa (2024)[7] realizada pela Associação Brasileira de Podcasters (ABPod) mostra que entre que apenas 1,72% preferem consumir podcasts pela Orelo enquanto quase 50% prefere o Spotify. Diante disso, questionamos: quais elementos relacionados ao acesso de bibliotecas digitais podem explicar a preterição do Spotify sobre a Orelo para o consumo de podcasts? Esse trabalho tem como objetivo realizar uma análise comparativa da interface de acesso a podcasts nas plataformas Orelo e Spotify.
Dessa forma, o seguinte trabalho se justifica na urgência de mais pesquisas voltadas ao acesso de bibliotecas digitais e em assimilar as plataformas que oferecem serviços de streaming como o que são: bibliotecas digitais.
2 QUESTÕES DE ACESSO À BIBLIOTECA DIGITAL
Quando nos voltamos à evolução das bibliotecas, podemos classificá-las em quatro eras: a primeira delas é a já conhecida biblioteca tradicional, caracterizada pelas produções impressas que só podem ser acessadas de forma presencial. Em seguida, com a popularização dos computadores de acesso pessoal e a introdução de catálogos e índices nesses computadores entre os anos 1970 e 1980, surge o que hoje entendemos como biblioteca automatizada. Na terceira dessas eras, o que vemos é um modelo de biblioteca eletrônica, cujo acervo começa a incorporar documentos digitais que podem ser acessados por meio de disquetes e CD-ROMS. Por fim, com o advento da Internet entramos na era das bibliotecas digitais, onde tanto os objetos que compõem o acervo quanto o próprio usuário se fazem presentes na virtualidade da Web, seja essa presença exclusiva do meio digital ou simultânea à real.
De acordo com Delos (2003), as primeiras pesquisas tratando explicitamente sobre bibliotecas digitais surgiram em meados de 1990, ganhando força após a criação da Digital Library Intiative (Iniciativa Biblioteca Digital), resultado da parceria entre a NASA (National Aeronautics and Space Administration), DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) e NSF (National Science Foundation) em 1994. Iniciativas nacionais de bibliotecas digitais começaram a surgir nessa mesma época também pela Europa. Esse momento exponencial das bibliotecas digitais no final do século passado pode ser facilmente atribuído à popularização dos computadores e do surgimento da Rede[8].
Ainda que o termo virtual tenha sido preterido por muitos autores em relação ao termo digital, Ana Maria Tammaro e Alberto Salarelli (2008, p. 117) afirmam que a biblioteca virtual “é a World Wide Web, que pode ser imaginada como um poderoso organismo que se nutre de informações e cresce de forma caótica”. Para os autores, a biblioteca digital é composta por três coisas: a primeira delas é o usuário, que deve ser capacitado para buscar e manipular os objetos digitais e ter suas demandas conhecidas pela biblioteca. Os objetos digitais que devem estar organizados e estruturados em coleções digitais. Por fim, o acesso possível de ser realizado em qualquer lugar e a qualquer momento, sem intermediação ou de forma autônoma.
Luís Fernando Sayão (2007) afirma que os objetos digitais de uma biblioteca digital podem ter formatos diversos: imagens, vídeos, textos digitais e áudio. Sobre os formatos de áudio, o autor afirma que eles podem ser acessados via download e streaming. O primeiro deles só pode ser reproduzido após ser “baixado”, tornando a necessidade de armazenamento e o tempo de transferência pontos negativos nesse tipo de acesso. Já o streaming, “também conhecido como áudio de fluxo contínuo, é executado à medida que está sendo transmitido através da rede e não pode ser gravado localmente. Esta tecnologia é que sustenta a transmissão de serviços de rádio via Internet, viabilizando a transmissão ao vivo ou serviços sob demanda que se tornarão importantes para as bibliotecas digitais” (Sayão, 2007, p. 23). Quase duas décadas depois, o que vemos é o acesso de áudio via download caindo cada vez mais em desuso.
Segundo Ana Maria Tammaro e Alberto Salarelli (2008, p. 242-243), o acesso às bibliotecas digitais deveria ser capaz de atender as seguintes modalidades: login (identificação); pesquisa ou folheio (browsing); escolha do tipo de recurso; visualização dos resultados de busca; escolha no tipo de fornecimento mais útil; ordem de apresentação; gestão dos direitos de acesso; acesso aos recursos e cópia; manipulação e uso dos recursos. Dessa forma, o usuário da biblioteca digital é ainda mais complexo que os de outras tipologias, pois suas expectativas, seja em relação ao tamanho das coleções ou velocidade de acesso, crescem conforme o crescimento da Web. O usuário da biblioteca digital espera ter suas demandas atendidas segundos após sua formulação de busca ter sido expressa.
Como aponta Renate Landshoff (2011, p. 16), “Os elementos essenciais para a formulação da busca, disponíveis em um ambiente digital a partir de sua interface, passam a ser um fator crítico de sucesso na recuperação da informação, e, além da interface de busca, os metadados e os vocabulários controlados ganham importância nessa nova configuração, pois o profissional bibliotecário já não está disponível fisicamente para orientá-lo”. Assim, as bibliotecas digitais precisam estar atentas à maneira como os objetos digitais têm ou não sido encontrados em suas coleções. Mais do que possuir e disponibilizar, é preciso garantir o acesso.
Dessa forma, é preciso que a pessoa bibliotecária esteja atenta à realização de avaliações de interface visando “conhecer o que os usuários gostariam de encontrar nela e, também, com o propósito de identificar problemas que dificultam sua interação com o sistema” (Pereira, 2011, p. 31). Observar as forças e fraquezas de acesso em diferentes bibliotecas digitais nos permite encontrar soluções para problemas referentes à recuperação e uso da informação nesses ambientes, bem como à interação do usuário com a interface.
Se debruçar sobre a arquitetura da informação é uma possível solução para os problemas supracitados, como afirmam Rafael dos Santos Nonato, Graciane S. Bruzinga Borges, Benildes Coura Maculan e Gercina Angêla Borém de O. Lima (2008, p. 138) “Nota-se que os elementos da arquitetura da informação – sistemas de organização, sistemas de navegação, sistemas de rotulagem e sistemas de busca – devem ser considerados na concepção de websites de bibliotecas digitais, com o propósito de se criar sistemas interativos de melhor qualidade de uso”.
A arquitetura da informação, segundo Liriane Soares de Araújo Camargo e Silvana Ap. Borseti Gregório Vidotti (2006, p. 106), “unifica os métodos de organização, classificação e recuperação de informação advindos da área de Biblioteconomia, com a exibição espacial da área de arquitetura, utilizando-se de tecnologias de informação e comunicação, em especial, da Internet”. Assim, as bibliotecas digitais são espaços de aplicação e aperfeiçoamento da arquitetura da informação que traz, conforme as autoras, um conjunto de benefícios e vantagens: a manutenção da biblioteca digital, a minimização de problemas e a inserção de novos processos e elementos.
Isto posto, através da arquitetura da informação, as bibliotecas digitais devem adaptar seus serviços e recursos ao contexto da Web 2.0. Rafael Gonçalves Dias e Célia da Consolação Dias (2018) apontam que o caráter social da Web 2.0 leva a um problema de delimitar o que são serviços e recursos. Entendemos aqui a distinção feita pelos autores que considera “serviço como algo mais amplo e recurso como algo mais específico. Enquanto que um serviço seria representado por um site, os recursos são os mecanismos que oferecem determinadas funcionalidades.” (Dias; Dias, 2018, p. 26). Assim, serviços estariam ligadas ao meio de acesso dos objetos nessas bibliotecas digitais, enquanto o uso e manipulação desses objetos digitais seriam possíveis através dos recursos.
Sandra Carla Borges de Lima (2011) afirma que a inclusão de serviços e recursos da Web 2.0 nas bibliotecas é inevitável devido às altas expectativas dos usuários entendidos como nativos digitais. Para a autora, nesse contexto, podemos observar a participação ativa dos usuários por meio de três recursos: introdução de etiquetas, comentários e avaliações. Uma vez que o objeto digital passa a ter valor agregado pelos usuários, “as bibliotecas, passam a dispor de mais informação para a indexação de documentos, obtêm mais dados sobre o uso e interesses do usuário e fidelizam usuários através de um catálogo que vai de encontro às atuais necessidades.” (Lima, 2011, p. 24, tradução nossa).
Portanto, uma biblioteca digital atenta às questões relacionadas à arquitetura da informação na interface e aos serviços e recursos ofertados aos usuários é mais eficaz no que diz respeito ao acesso dos objetos digitais e consequentemente à satisfação e fidelização da comunidade de usuários.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a realização deste estudo fez-se uso da pesquisa bibliográfica e documental de modo a fundamentar o referencial teórico. Segundo Antônio Carlos Gil (2008), essa pesquisa se caracteriza como exploratória, uma vez que busca construir hipóteses, sendo estas acerca da interface de acesso a podcasts nas bibliotecas digitais de áudio Spotify e Orelo; e descritiva, pois busca “a descrição das características” e “o estabelecimento de relações entre variáveis” (Gil, 2008, p. 47). A abordagem escolhida foi qualitativa, pois não buscou se preocupar com aspectos que possam ser medidos numericamente.
Dessa forma, para a realização da análise será feito uso do que Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos (2003) chamam de método comparativo, já que este “permite analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstratos e gerais. [...] Pode ser utilizado em todas as fases e níveis de investigação: num estudo descritivo pode averiguar a analogia entre ou analisar os elementos de uma estrutura; [...] finalmente, a nível de explicação, pode, até certo ponto, apontar vínculos casuais, entre os fatores presentes e ausentes” (Marconi; Lakatos, 2003, p. 107-108).
Os critérios estabelecidos para a realização da análise baseiam-se em Sandra Carla Borges de Lima (2011) que em sua dissertação elabora um quadro de funcionalidades do catálogo de acesso público na Web 2.0, quadro este adaptado para o contexto do acesso às bibliotecas digitais de podcasts, considerando a participação do usuário e estruturação dos dados, pontos fundamentais da Web 2.0, a fim de observar possíveis variáveis que respondam à pergunta que norteia esse estudo:
Quadro 1 - Checklist comparativo de acesso.
|
Checklist |
Orelo |
Spotify |
|
|
FOCO NA INTERFACE |
Inclui ferramentas que detectam possíveis erros ortográficos? |
|
|
|
A ordenação de resultados combina a informação dos metadados e valor agregado? |
|
|
|
|
É possível adicionar capa e resumo/sinopse aos episódios? |
|
|
|
|
É possível adicionar uma biografia aos perfis dos autores? |
|
|
|
|
Há algum recurso que informe sobre novos conteúdos, como criação de feeds ou serviços de notificações? |
|
|
|
|
Possuem versão para Desktop e telefone móvel? |
|
|
|
|
Estabelece rankings ou paradas de episódios/podcasts? |
|
|
|
|
FOCO NO USUÁRIO |
Permite a inclusão de etiquetas, avaliações e comentários? |
|
|
|
Permite que selecionem episódios como favoritos, organizá-los em playlists e compartilhá-las com outros usuários? |
|
|
|
|
Inclui ferramentas de redes sociais? |
|
|
|
|
Permite uma pesquisa personalizada, segundo os seus favoritos ou categorias? |
|
|
|
|
Mostra podcasts ou episódios relacionados, via um sistema de recomendações? |
|
|
|
|
Mantém um perfil compartilhável para cada usuário? |
|
|
|
|
Permite a criação de um avatar? |
|
|
|
|
É possível criar grupos com interesses semelhantes ou fóruns de discussão? |
|
|
|
Fonte: Elaborado pelo autor adaptado de Lima (2011).
A fim de melhor organizar e representar as informações coletadas, as perguntas do checklist foram agrupadas sob dois enfoques: interface e usuário. Uma vez constatada a necessidade de realização de pesquisas em ambas bibliotecas digitais para responder perguntas do checklist, foi escolhido como amostra o podcast “Modus Operandi”. Criado em janeiro de 2020, o podcast é apresentado por Carol Moreira, formada em audiovisual e já conhecida pelo grande público por seu trabalho na empresa Omelete, e pela publicitária Mabê Bonafé (Moreira; Bonafé, 2022). Em 2023, “Caso Bizarro”, um dos quadros do podcast, foi comprado pela Wondery e se tornou um podcast apresentado exclusivamente pela Mabê Bonafé.
O Modus Operandi faz parte do gênero true crime, focado na narração e discussão de temáticas relacionadas a crimes reais no Brasil e no mundo e tem crescido de forma exponencial enquanto produto mercadológico e cultural (Punnett, 2018; Boling, 2019; Pompeu, 2022). A escolha do Modus Operandi para fins de amostragem se dá pela popularidade do podcast: foi um dos primeiros nomes a fechar parceria com a Orelo a fim de atrair público em 2020, enquanto figura entre os mais ouvidos no Spotify. Novos acessos de login foram criados nas plataformas supracitadas, visando neutralizar ao máximo qualquer possibilidade de interferência de algoritmos previamente estabelecidos.
4 RESULTADOS
Os dados obtidos foram analisados e os resultados encontram-se a seguir. A apresentação desses resultados foi feita seguindo o agrupamento pensado para as perguntas do checklist: primeiramente aquelas cuja interface é o foco, seguida daquelas cujo foco é no usuário.
4.1 FOCO NA INTERFACE
Ana Maria Tammaro e Alberto Salarelli (2008, p. 293) definem interface como “o instrumento com o qual o usuário pode fazer buscas e visualizar a informação de que precisa”. Segundo os autores, o maior problema em relação às interfaces é que os especialistas em informática que as desenvolvem não têm conhecimento sobre a prestação dos serviços e sobre como objeto digital será buscado e utilizado. Dessa forma, as interfaces deveriam prever funcionalidades: pesquisa a esmo ou folheio (browsing); pesquisa a partir de uma expressão de busca formulada pelo usuário; e o download e uso do objeto digital em uma biblioteca digital pessoal do usuário. Tendo isso em mente, pudemos colocar em prática a primeira parte do checklist.
Para responder o questionamento “Inclui ferramenta que detectam possíveis erros ortográficos?”, realizamos uma pesquisa pelo podcast “Modus Operandi” com a grafia errada (Modos Operande) em ambas as bibliotecas e recebemos resultados diferentes. Conseguimos averiguar que o Spotify sugere não apenas a correção, como também o próprio podcast. Ao contrário da Orelo que se mostra incapaz não apenas de sugerir o erro ao usuário, como também de retornar opções consideradas úteis para a pesquisa realizada. Uma vez que modus operandi é uma expressão derivada do latim, sua grafia correta não pode ser considerada parte do senso comum, portanto um sistema de correção e cruzamento de dados baseados em similaridade podem contribuir para uma melhor recuperação da informação.
Figura 1 - Comparativo entre pesquisas com erros
ortográficos.

Fonte: Elaborado pelos autores (2024).
A ordenação dos resultados das buscas é feita diferentemente em ambos os casos. No Spotify, a pesquisa não recupera apenas a página do podcast, mas alguns dos seus episódios mais populares, bem como episódios de outros podcasts do mesmo gênero (nesse caso, o true crime). Na Orelo, as buscas, sejam elas pelo nome do podcast ou de episódios específicos, são capazes de recuperar apenas os perfis dos podcasts e não atribuem valor social à ordenação dos resultados, uma vez que o primeiro resultado da busca é o “The Modus Operandi Podcast”, podcast cujo último dos seus 11 episódios foi publicado na Orelo em 13/03/2020 e conta no momento da pesquisa com 5 membros na comunidade, em detrimento do podcast escolhido como amostra para essa pesquisa, cuja comunidade conta com centenas de membros e postou seu episódio número 228 intitulado “Vários casos de Halloween” durante a produção desse estudo (24/10/2024).
Quanto à inclusão de imagem de capa e resumo aos episódios, percebeu-se que esse é um ponto de intersecção entre as duas bibliotecas digitais. O mesmo pode ser percebido à descrição dos podcasts, porém enquanto a biografia fica evidente no primeiro acesso à Orelo, no Spotify essa informação fica em uma aba intitulada “Sobre”.
Figura 2 - Biografia do pocast.


Fonte: Elaborado pelos autores (2024).
Sobre recursos que informem sobre novos conteúdos, ambas as plataformas dispõem de um serviço de feed. No caso da Orelo, por ser voltada exclusivamente para podcasts, o feed é o primeiro recurso encontrado quando a plataforma é acessada. Nele encontram-se os episódios, tópicos postados por outros usuários e avisos postados por criadores dos podcasts cujo usuário faz parte da comunidade. A comunidade encontra-se no Spotify sob a nomenclatura “Seguir”, mas ao contrário da Orelo não é possível ver quais outros usuários seguem o podcast nem contabilizar quantos o fazem. Também não se encontra disponível no Spotify o recurso de texto enquanto publicação, todas as postagens precisam ser acompanhadas de um arquivo de áudio, e, devido à ausência de um feed, as novas publicações são localizadas no recurso “Novos episódios” presentes na aba “Minha biblioteca”.
Quanto às formas de acesso, a Orelo encontra-se disponível em navegadores através da URL[9] https://orelo.cc/home e para dispositivos móveis através das lojas de aplicativos PlayStore, para aqueles que fazem uso do sistema operacional Android, e AppStore para os que fazem uso do sistema operacional iOS. Ainda que esse seja um ponto positivo, foi possível observar que alguns recursos encontram-se disponíveis em apenas uma das formas de acesso, como o apoio financeiro pelos usuários, que só pode ser feito através do Desktop ou o feed, exclusivo para dispositivos móveis. Já o Spotify encontra-se disponível para acesso por Desktop através da URL https://open.spotify.com/, assim como é possível realizar o download e instalação do aplicativo em computadores e notebooks através da MicrosftStore. O acesso em dispositivos móveis, como a Orelo, pode ser feita mediante as lojas dos sistemas operacionais utilizados.
O Spotify dispõe das “Paradas de podcast”, onde podemos ter acesso ao ranking de podcasts e episódios mais ouvidos na plataforma em cada país, assim como o ranking de podcasts e episódios por categorias[10].
Figura 3 - Parada de podcasts do Spotify.

Fonte: Elaborado pelo autor (2024).
Já a Orelo, não possui um ranking que elenque os podcasts ou episódios mais consumidos, o que temos são divisões por categorias sobre as quais nos debruçaremos mais no próximo tópico. Ainda assim, no caso da Orelo, não fica evidente se a ordenação dentro dessas categorias se baseia em alguma métrica quantitativa, seja ela quantidade de membros na comunidade, número de episódios ou engajamento da relação produtor-usuário.
4.2 FOCO NO USUÁRIO
Para Ana Maria Tammaro e Alberto Sallarelli (2008), as bibliotecas digitais se destacam pela centralidade no usuário e o fazem por três motivos: o usuário é também criador dos recursos digitais; comunidades de usuários são capazes de agregar valor aos objetos digitais a partir da manipulação dos recursos digitais para criar novos conhecimentos; por terem um alto custo de implementação e manutenção, a satisfação dos usuários também precisa ser alta. Dessa forma, entende-se a necessidade da aplicação do olhar do usuário na avaliação da interface de acesso às bibliotecas digitais.
Sendo assim, quanto a inclusão de etiquetas, avaliações e comentários, é possível observar a Orelo e o Spotify fazendo isso de maneira diferente. Os comentários são habilitados em ambas as bibliotecas: no Spotify é possível adicionar comentários em cada episódio, enquanto na Orelo os comentários são exclusivos às publicações em texto, seja nos avisos dos criadores, seja nas discussões do fórum de usuários. Porém, apenas o Spotify mantém um sistema de avaliação para os podcasts, onde o usuário pode avaliar o podcast entre 1 e 5 estrelas.
A Orelo permite que os usuários utilizem o mesmo recurso sob dois caminhos: quando o episódio não está no formato reprodução é dada a opção “Tornar favorito” enquanto durante a reprodução é possível marcar um coração ao episódio. Independente do caminho escolhido pelo usuário para etiquetar o episódio, o mesmo pode ser encontrado na categoria “Episódios curtidos” na área “Minha biblioteca” localizada no perfil do usuário. Caminho similar no caso do Spotify, onde é possível adicionar o episódio em questão à lista “Seus episódios”. Ainda que “Episódios curtidos” e “Seus episódios” não possam ser compartilhados para outros usuários, apenas o Spotify disponibiliza o recurso de criação de playlists que podem ser de acesso público, isto é encontrável a qualquer usuário da biblioteca mediante pesquisa, e de acesso particular, isto é disponibilizado apenas para o usuário-criador e usuários-convidados.
Nas duas plataformas podemos compartilhar diretamente nas redes sociais o acesso via link tanto a episódios específicos quanto ao perfil geral do podcast. Porém, quando se trata de categorias, o Spotify apresenta um sistema de classificação mais completo, que agrupa podcasts sob oito grandes áreas: arte e entretenimento; crimes reais; educação; esportes e lazer; estilo de vida e saúde; jogos; negócios e tecnologia; notícias e política. No caso da Orelo, o que temos são as seguintes categorias “Destaques”, “Fofoca e mundo POP”, “Suspense e crimes reais” e “#OreloIndica” disponíveis na aba “Busca” apenas da versão móvel de acesso. No Desktop sequer é possível encontrar essas categorias.
Figura 4 - Comparativo entre as categorias do
Spotify e Orelo.

Fonte: Elaborado pelo autor (2024).
O sistema de recomendações do Spotify já foi supracitado quando abordado a pesquisa na interface. Ainda que a janela “Início” conte com sugestões sob as abas “Episódios para você” e “Popular entre os ouvintes de [Nome de um podcast já consumido]”, é possível acessar as recomendações também através da aba “Curto esse estilo” presente no perfil de cada podcast. Já a Orelo não possui nenhum sistema de recomendação ao usuário, seja pelo conteúdo do episódio, seja pela temática do produtor. A Orelo também não permite, diferentemente do Spotify, que o usuário compartilhe seu perfil em outras plataformas, como links para redes sociais, ainda que a interação entre usuários seja fundamental para agregar valor social tanto à biblioteca digital quanto às coleções.
Apesar de ambas as plataformas possibilitarem o uso de uma imagem no perfil do usuário, nenhuma delas dispõe a criação de avatares como recurso.
Finalizando o checklist, quanto à criação de fóruns de discussão entre usuários, a Orelo é a única que dispõe disso. Nos fóruns, os usuários podem debater sobre os episódios, compartilhar materiais adicionais sobre os casos narrados e expor dificuldades sobre o acesso na plataforma em questão.
Considerando o resultado da análise comparativa exposto nessa seção, podemos observar que os serviços ofertados nessas duas bibliotecas digitais se encontram em diversos pontos e divergem em alguns outros. Ainda assim, é possível observar que o Spotify não cumpriu apenas duas das 15 questões elencadas no checklist; enquanto a Orelo não atendeu totalmente seis questões e atendeu parcialmente outras duas. Dessa forma, o Quadro 1 após a análise realizada pode ser visualizada da seguinte forma, quando atribuído o “” para “Sim”, “” para o “Não” e “” para “Parcialmente”:
Quadro 2 - Resultado do checklist.
|
Checklist |
Orelo |
Spotify |
|
|
FOCO NA INTERFACE |
Inclui ferramentas que detectam possíveis erros ortográficos? |
|
|
|
A ordenação de resultados combina a informação dos metadados e valor agregado? |
|
|
|
|
É possível adicionar capa e resumo/sinopse aos episódios? |
|
|
|
|
É possível adicionar uma biografia aos perfis dos autores? |
|
|
|
|
Há algum recurso que informe sobre novos conteúdos, como criação de feeds ou serviços de notificações? |
|
|
|
|
Possuem versão para Desktop e telefone móvel? |
|
|
|
|
Estabelece rankings ou paradas de episódios/podcasts? |
|
|
|
|
FOCO NO USUÁRIO |
Permite a inclusão de etiquetas, avaliações e comentários? |
|
|
|
Permite que selecionem episódios como favoritos, organizá-los em playlists e compartilhá-las com outros usuários? |
|
|
|
|
Inclui ferramentas de redes sociais? |
|
|
|
|
Permite uma pesquisa personalizada, segundo os seus favoritos ou categorias? |
|
|
|
|
Mostra podcasts ou episódios relacionados, via um sistema de recomendações? |
|
|
|
|
Mantém um perfil compartilhável para cada usuário? |
|
|
|
|
Permite a criação de um avatar? |
|
|
|
|
É possível criar grupos com interesses semelhantes ou fóruns de discussão? |
|
|
|
Fonte: Elaborado pelo autor adaptado de Lima (2011).
5 CONCLUSÃO
Por muito tempo, a ideia de bibliotecas esteve atrelada aos livros; a cada novo suporte informacional nascido e a cada passo tecnológico dado pela humanidade, surgiam novas vozes decretando o fim das bibliotecas. Ainda assim, as bibliotecas sobreviveram ao surgimento do disquete, dos CDs e DVDs, dos celulares e outros aparelhos móveis, ganhando novas nomenclaturas conforme acompanham as mudanças sociais e culturais. Seja tradicional, eletrônica, virtual ou digital, as bibliotecas resistem e se adaptam com o intuito de atender as demandas informacionais do seu público-alvo. Quando bem aplicadas, as TICs são fundamentais para ampliar o acesso às bibliotecas, permitindo o crescimento no número de usuários, o surgimento de novos serviços e o aprimoramento daqueles já ofertados.
Através dos serviços de streaming, as bibliotecas digitais estão em um momento de crescente, porém, por ganharem forma na ausência da materialidade física, não têm sido tratadas como o que são: bibliotecas. A mudança na maneira como acessamos essas bibliotecas, não mais através de portões, balcões e estantes, mas por meio de toques e comandos de voz, têm feito com que questões pertinentes à Biblioteconomia e Ciência da Informação estejam sendo deixadas exclusivamente nas mãos daqueles que se debruçam sobre questões relativas às tecnologias.
A análise comparativa entre Orelo e Spotify realizada via checklist nos permite visualizar a importância da interface de acesso para o uso e disseminação das coleções das bibliotecas digitais. A Orelo, mesmo que se proponha a ser uma biblioteca digital especializada em podcasts, ainda enfrenta dificuldades para se consolidar entre os que buscam esses objetos digitais e, a partir desse estudo, é de se pensar que melhorias na interface de acesso podem ser a chave que falta para a fidelização desses usuários. Ainda que o Spotify possua questões a serem aprimoradas, podemos visualizar a partir da análise realizada que este atende melhor aos critérios aqui estabelecidos, seja em questões que possuem maior foco na interface ou no usuário.
Por fim, espera-se que o presente estudo possibilite que os profissionais da área voltem seus olhares às plataformas de serviços de streaming como ambientes que necessitam da contribuição de pessoas bibliotecárias e cientistas da informação, a fim de garantir a satisfação dos usuários dessas bibliotecas digitais.
REFERÊNCIAS
BOLING, Kelli S. True crime podcasting: journalism, justice or entertainment?. Radio Journal: International Studies in Broadcast & Audio Media, London, v. 17, n. 2, p. 161-178, 1 out. 2019. Intellect. http://dx.doi.org/10.1386/rjao_00003_1.
CAMARGO, Liriane Soares de Araújo; VIDOTTI, Silvana Ap. Borseti Gregório. Arquitetura da informação para biblioteca digital personalizável. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v. 11, n. 1, p. 103–118, 2006. DOI: 10.5007/1518-2924.2006v11nesp1p103. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2006v11nesp1p103. Acesso em: 26 out. 2024.
CHOUDHURY, Nupur. World Wide Web and its journey from Web 1.0 to Web 4.0. International Journal of Computer Science and Information Technologies, Chennai, v. 5, n.6, p. 8096-8100, 2014. Disponível em: http://www.ijcsit.com/docs/Volume%205/vol5issue06/ijcsit20140506265.pdf. Acesso em: 22 set. 2024.
DELOS. DELOS Summary and objectives. DELOS, Dec. 2003. Disponível em: http://delosold.isti.cnr.it/workdocs/ta_4_5_ist_relevance.pdf . Acesso em: 02 out. 2024.
DIAS, Rafael Gonçalves; DIAS, Célia da Consolação. OPAC 2.0: análise das propriedades, serviços e recursos da Web 2.0. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 28, n. 2, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/38423. Acesso em: 26 out. 2024.
FRANCISCO, Pedro Augusto Pereira; VALENTE, Mariana Giorgetti. Do rádio ao streaming: ECAD, Direito autoral e música no Brasil. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2016. Disponível em: https://repositorio.fgv.br/items/288ee343-d035-400b-814f-93e880c93cd6. Acesso em: 22 set. 2024.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008.
LANDSHOFF, Renate. Findability: elementos essenciais para as formas de encontro da informação em bibliotecas digitais. 2011. 130 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/18089. Acesso em: 13 out. 2024.
LIMA, Sandra Carla Borges de. A inevitabilidade do OPAC 2.0. 2011. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Informação, Comunicação e Novos Medias, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2011. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/18936/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20_Sandra%20Lima.pdf. Acesso em: 24 set. 2024.
MARCONI, Marina de Andrade.; LAKATOS, Eva Maria.. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARI, Angélica. Com rodada à vista, Orelo evolui plataforma para atender creators. Startups. 2022. Disponível em: https://startups.com.br/noticias/com-rodada-a-vista-orelo-evolui-plataforma-para-atender-creators/. Acesso em: 23 set. 2024.
MOREIRA, Carol; BONAFÉ, Mabê. Modus Operandi: Guia de True Crime. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2022.
NONATO, Rafael dos Santos; BORGES, Graciane S. Bruzinga; MACULAN, Benildes Coura; LIMA, Gercina Angêla Borém de O. Arquitetura da informação em bibliotecas digitais: uma abordagem da Ciência da Informação e da Biblioteconomia. Informação & Informação, Londrina, v. 13, n. 2, p. 125–141, 2008. DOI: 10.5433/1981-8920.2008v13n2p125. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1812. Acesso em: 26 out. 2024.
ORELO. Termos de Uso e Serviço para as Plataformas Orelo. Disponível em: https://orelo.audio/legal/tcuser.html. Acesso em: 24 set. 2024.
PEREIRA, Fernanda. Avaliação de usabilidade em bibliotecas digitais: um estudo de caso. 2011. 123 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciência da Informação, Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/ECID-8LAKHD. Acesso em: 10 out. 2024.
POMPEU, Ana Júlia Mendes. O fascínio do mal: os problemas éticos na espetacularização de crimes em abordagens jornalísticas. 2022. 56 f. TCC (Graduação) - Curso de Jornalismo, Centro Universitário de Barra Mansa, Barra Mansa, 2022. Disponível em: http://hdl.handle.net/123456789/257. Acesso em: 01 out. 2024.
PUNNET, Ian Case. Toward a theory of true crime narratives: a textual analysis. New York: Taylor & Francis Group, 2018.
SAYÃO, Luís Fernando. Padrões para bibliotecas digitais abertas e interoperáveis. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Florianópolis, v. 1, n. especial, p. 18-47, 2007. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/147/14720411003.pdf. Acesso em: 01 out. 2024.
SOUZA, Bruna Paim de. “Até aí tudo bem”: os hábitos de consumo de fãs do podcast de true crime “Modus Operandi”. 2023. 114 f. TCC (Graduação) - Curso de Comunicação Social - Produção Editorial, Departamento de Ciências da Comunicação, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2023. Disponível em: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/31696. Acesso em: 22 set. 2024.
TAMMARO, Ana Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Rio de Janeiro: Briquet de Lemos, 2008.
[1] Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco.
[2] Prof. Dr. no Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco.
[3] COORDENAÇÃO DE PESQUISAS POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. IBGE (org.). Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal 2023. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv102107informativo.pdf. Acesso em: 21 set. 2024.
[4] “Em janeiro de 2015, o Comitê de Desenvolvimento da Música Digital, uma entidade brasileira formada pelo Deezer, Google Play Music, Napster, Rádio e Spotify, divulgou uma pesquisa que encomendou à empresa Opinion Box, aplicada entre 1112 adultos (609 homens e 503 mulheres) de todos os estados brasileiros, em que constou que, dentre os consumidores de streaming, o hábito de baixar músicas sem pagamento autoral era 31% menor que nos outros casos.” (Francisco; Valente, 2016, p. 300).
[5] FORBES. Spotify ultrapassa 500 milhões de usuários ativos mensais. 2023. Forbes Tech. Disponível em: https://forbes.com.br/forbes-tech/2023/04/spotify-ultrapassa-500-milhoes-de-usuarios-ativos-mensais/. Acesso em: 24 set. 2024.
[6] Valores de outubro de 2024.
[7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PODCASTERS. Resultados PodPesquisa 2024/2025 da Associação Brasileira de Podcasters (ABPod). [S. l.]: ABPod, 2024. 21 p. Disponível em: https://abpod.org/wp-content/uploads/2024/10/PodPesquisa_2024_2025FINAL-1.pdf. Acesso em: 13 out. 2024.
[8] De acordo com Ana Maria Tammaro e Alberto Salarelli (2008, p. 69), “pode se falar do advento da Rede como de uma verdadeira ‘revolução coperniciana’ quanto às formas de publicação e de acesso às informações disponíveis na internet”.
[9] Universal Resource Location é o protocolo responsável por gerar o endereço eletrõnico para a localização física de um objeto digital entre os diferentes sítios e serviços na Rede.
[10] A título de curiosidade, durante a elaboração dessa pesquisa, o podcast “Modus Operandi” figurava a posição 17 no ranking “Top podcasts: Brasil” e a posição de número 2 no ranking “Top podcasts de crime e suspense: Brasil” (28/10/2024).