TENDÊNCIAS DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL EM MÍDIAS SOCIAIS

prospecção bibliométrica na base Web of Science

Janaina Barbosa [1]

Universidade Federal de Pernambuco

janainajessycabarbosa@gmail.com

Natanael Sobral[2]

Universidade Federal de Pernambuco

natanvsobral@gmail.com

Marcela Lino [3]

Universidade Federal de Pernambuco

linomarcela@gmail.com

Tatyane Cruz [4]

Universidade Federal de Pernambuco / Prefeitura de Recife

tatyanelcruz@gmail.com

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Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar a temática “comportamento informacional dos usuários em mídias sociais” sob uma perspectiva bibliométrica, utilizando dados da base Web of Science. A metodologia envolveu a aplicação de uma expressão booleana específica, resultando em um corpus de 445 documentos. Após o download dos registros, os dados foram tratados no software The Vantage Point para correção de inconsistências e, posteriormente, visualizados no VOSviewer, além da utilização da própria Web of Science e do Excel® para análises gráficas. Os resultados indicam um crescimento expressivo das publicações sobre o tema, especialmente a partir de 2020, com destaque para o ano de 2021. As áreas mais representadas foram Saúde e Ciência da Informação, refletindo o impacto crescente das mídias sociais nesses campos. A maioria das publicações consiste em artigos de periódicos científicos, com predominância de autores vinculados a instituições dos Estados Unidos, China e Alemanha. A análise de coautoria revela colaborações concentradas em grupos locais. Entre os principais temas abordados destacam-se saúde, desinformação e o papel das mídias sociais. Observa-se que a pandemia de Covid-19 possivelmente contribuiu para o aumento expressivo das publicações, considerando o uso intensificado das mídias sociais durante o período de confinamento. Apesar desse avanço, o número geral de estudos sobre a temática ainda é relativamente limitado. Recomenda-se que futuras pesquisas ampliem o vocabulário de busca, relacionem o comportamento informacional à qualidade da informação e considerem outras bases de dados, de modo a possibilitar um mapeamento mais abrangente da produção científica na área.

Palavras-chave: comportamento informacional; mídias sociais; bibliometria; Web of Science.

TRENDS IN SCIENTIFIC PRODUCTION ON INFORMATION BEHAVIOR IN SOCIAL MEDIA:

a bibliometric prospecting in the Web of Science Database

Abstract

This study aims to analyze the theme “information behavior of users on social media” from a bibliometric perspective, using data from the Web of Science database. The methodology involved the application of a specific Boolean expression, resulting in a corpus of 445 documents. After downloading the records, the data were processed in The Vantage Point software to correct inconsistencies and subsequently visualized using VOSviewer, in addition to analyses performed in Web of Science itself and Excel® for graphical representations. The results indicate a significant growth in publications on the topic, particularly from 2020 onwards, with a peak in 2021. The most represented areas were Health and Information Science, reflecting the growing impact of social media in these fields. Most publications consist of articles in scientific journals, with a predominance of authors affiliated with institutions in the United States, China, and Germany. The co-authorship analysis reveals collaborations concentrated within local groups. The main topics addressed include health, misinformation, and the role of social media. It is observed that the Covid-19 pandemic possibly contributed to the substantial increase in publications, considering the intensified use of social media during the confinement period. Despite this growth, the overall number of studies on the topic is still relatively limited. It is recommended that future research expand the search vocabulary, relate information behavior to information quality, and explore other databases to enable a more comprehensive mapping of scientific production in the field.

Keywords: information behavior; social media; bibliometrics; Web of Science.

 

 

TENDENCIAS DE LA PRODUCCIÓN CIENTÍFICA SOBRE COMPORTAMIENTO INFORMACIONAL EN REDES SOCIALES:

prospección bibliométrica en la Base Web of Science

 

Resumen

Este estudio tiene como objetivo analizar la temática “comportamiento informacional de los usuarios en redes sociales” desde una perspectiva bibliométrica, utilizando datos de la base Web of Science. La metodología incluyó la aplicación de una expresión booleana específica, que resultó en un corpus de 445 documentos. Tras la descarga de los registros, los datos fueron procesados en el software The Vantage Point para la corrección de inconsistencias y posteriormente visualizados en VOSviewer, además del uso de la propia Web of Science y de Excel® para los análisis gráficos. Los resultados indican un crecimiento significativo de las publicaciones sobre el tema, especialmente a partir de 2020, con un pico en 2021. Las áreas más representadas fueron Salud y Ciencia de la Información, lo que refleja el creciente impacto de las redes sociales en estos campos. La mayoría de las publicaciones corresponden a artículos en revistas científicas, con predominio de autores afiliados a instituciones de Estados Unidos, China y Alemania. El análisis de coautoría revela colaboraciones concentradas en grupos locales. Entre los principales temas abordados se destacan la salud, la desinformación y el papel de las redes sociales. Se observa que la pandemia de Covid-19 posiblemente contribuyó al aumento significativo de las publicaciones, considerando el uso intensificado de las redes sociales durante el confinamiento. A pesar de este avance, el número general de estudios sobre la temática todavía es relativamente limitado. Se recomienda que futuras investigaciones amplíen el vocabulario de búsqueda, relacionen el comportamiento informacional con la calidad de la información y consideren otras bases de datos, con el fin de posibilitar un mapeo más amplio de la producción científica en el área.

Palabras clave: comportamiento informacional; redes sociales; bibliometría; Web of Science.

 

1  INTRODUÇÃO

Na sociedade contemporânea, marcada pela intensa conectividade e pelo rápido fluxo de dados nas redes sociais, torna-se imprescindível avaliar criticamente a qualidade da informação. A circulação acelerada de conteúdos, muitas vezes sem filtros editoriais, expõe os usuários a informações de confiabilidade incerta. A presença de desinformação, fake news e conteúdos imprecisos compromete o acesso a dados qualificados, impactando diretamente decisões pessoais, sociais e institucionais.

As mídias sociais consolidaram-se como fontes centrais de informação, influenciando crenças, comportamentos e processos decisórios. Contudo, a ausência de mecanismos eficazes de checagem e o caráter viral dessas plataformas favorecem a disseminação de conteúdos enganosos. A distinção entre fake news e desinformação evidencia a complexidade do fenômeno e reforça a importância de compreender o comportamento informacional dos usuários — conceito amplamente discutido na Ciência da Informação (CI) que abrange os processos de busca, avaliação, uso e compartilhamento de informações. No ambiente das redes sociais, esse comportamento é moldado por algoritmos, preferências individuais e interações em rede.

Nesse contexto, emerge a questão norteadora: como a produção científica indexada na base Web of Science (WoS) tem abordado a temática “comportamento informacional dos usuários em mídias sociais”?. Para respondê-la, esta pesquisa tem como objetivo analisar tal temática a partir de uma perspectiva bibliométrica, utilizando dados da WoS.

A relevância do estudo reside tanto na atualidade do tema quanto na sua pertinência para a área de CI, pois contribui para a compreensão dos fluxos informacionais em ambientes digitais. No campo da bibliometria, a análise possibilita mapear a produção científica e identificar lacunas e oportunidades de investigação. Por fim, ao abordar um fenômeno com implicações sociais relevantes, este estudo reforça o debate sobre a responsabilidade informacional nas mídias sociais e o papel da ciência na mediação desse processo.

 

referencial teórico

De forma geral, o comportamento informacional corresponde ao conjunto de ações, decisões e estratégias adotadas pelos indivíduos para buscar, acessar, processar, compartilhar e utilizar informações. É estudado em áreas como CI, Psicologia e Comunicação, abrangendo desde a interação com conteúdos e a avaliação de credibilidade das fontes até os impactos dessas escolhas na construção do conhecimento. No contexto digital, ganha relevância devido à velocidade e ao dinamismo das interações com a informação.

Segundo Wilson (2000), abrange todo o comportamento humano relacionado a fontes e canais de informação, envolvendo busca ativa e passiva, desde a comunicação interpessoal até a recepção involuntária de informações, como ao assistir comerciais de televisão. Matta (2010) associa o conceito à satisfação das necessidades informacionais, para as quais os indivíduos recorrem a diferentes meios. Corrêa e Caregnato (2021) observam que, no ambiente digital, especialmente nas mídias sociais, tal comportamento é influenciado por preferências pessoais, algoritmos e sistemas de recomendação, que moldam a interação com os conteúdos.

Wilson (2000) define quatro categorias: (1) comportamento informacional – totalidade do comportamento humano em relação a fontes e canais; (2) comportamento de busca – ação de procurar informações motivada por uma necessidade específica; (3) comportamento de pesquisa – nível micro da interação com sistemas de informação; e (4) comportamento de uso – assimilação da nova informação ao conhecimento prévio.

Gasque e Costa (2010) destacam que o campo incorpora abordagens tradicionais dos estudos de usuários e novas questões emergentes, variando conforme a perspectiva teórica — cognitivista, comportamentalista, social ou multifacetada. Hewins (1990) acrescenta que houve mudanças significativas, voltadas a compreender tanto características individuais quanto processos cognitivos comuns, envolvendo memória, estilos de aprendizagem, motivação, fatores semânticos e perfis de personalidade (Gasque; Costa, 2010).

No século XXI, o conceito se expande com as tecnologias digitais, o crescimento do volume de dados e o uso de algoritmos, surgindo novas nuances no acesso, busca, avaliação e compartilhamento de informações. Essas transformações suscitam questões éticas como privacidade, uso de dados pessoais, manipulação algorítmica e desinformação. Assim, compreender o comportamento informacional implica observar práticas de usuários e refletir sobre impactos tecnológicos e dilemas éticos.

Para Pettigrew, Fidel e Bruce (2001), trata-se de um sistema complexo, cuja compreensão exige múltiplas teorias. Propõem o uso do termo “comportamento informacional” em substituição a “necessidade e uso da informação” e apontam três abordagens principais: cognitiva (baseada nas crenças e conhecimentos do indivíduo), social (considera valores e significados atribuídos ao contexto) e multifacetada (integra diversas perspectivas).

Case (2006) classifica as pesquisas em três categorias — profissão, papel e aspectos demográficos — e identifica como elemento central a interação do usuário com fontes que refletem seus interesses. Ressalta quatro pontos-chave: atenção ao funcionamento cognitivo; influência do contexto e do meio social; observação individualizada; e maior profundidade na análise do comportamento informacional.

Teorias oriundas de diferentes áreas têm sustentado a consolidação dos estudos. Wilson (2016) considera que a interação com a informação atende a necessidades que emergem na experiência cotidiana, podendo o comportamento de busca ser casual ou participativo, influenciado pelo sucesso ou fracasso nas decisões. O comportamento informacional também se manifesta individual, coletiva ou participativamente, incluindo compartilhamento, transferência ou rejeição de informações.

Os estudos sobre o tema abrangem múltiplas interseções com áreas como estudos de usuários, necessidades de informação, competência informacional, modelos de comportamento e interações humanas. Não há definição única ou universal; diferentes abordagens oferecem compreensões complementares sobre a relação entre indivíduos e informação.

 

3  PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Em relação aos procedimentos metodológicos, seguiram-se as seguintes etapas:

      Busca de informações: Realizou-se a busca na WoS - Coleção Principal (Clarivate Analytics). Na interface da base, foi utilizada a seguinte expressão booleana no campo "Tópico": (“Information behavior” OR “Information-seeking behavior” OR “Information usage behavior” OR “Information-seeking and use” OR “Information retrieval behavior” OR “User information behavior” OR “Information interaction behavior” OR “Information consumption behavior”) AND (“Social media” OR “Social networks” OR “Social networking sites” OR Facebook OR YouTube OR WhatsApp OR Instagram OR WeChat OR TikTok OR “Facebook Messenger” OR Telegram OR Snapchat OR Twitter OR “Twitter/X” OR “X/Twitter”). A consulta considerou todo o período da base (1945 a 2024), sem aplicação de filtros de restrição. A referida expressão foi elaborada com o intuito de recuperar estudos sobre a temática “comportamento informacional em mídias sociais”, considerando sinônimos e termos específicos. A busca retornou 445 resultados, que compuseram o corpus do estudo. A coleta foi realizada em fevereiro de 2025.

      Obtenção dos dados: Após a recuperação, os downloads dos registros bibliométricos foram feitos de uma única vez no formato “texto sem formatação”, compatível com o Microsoft Excel®.

      Correção e cruzamento dos dados: Por meio da ferramenta The Vantage Point (VP), foi possível corrigir registros e realizar agrupamentos necessários, como a unificação de palavras-chave com significados semelhantes e a padronização de nomes de autores representados com grafias diferentes, abreviações ou nomes incompletos. O VP é um software de mineração de dados e textos utilizado para organizar o conhecimento extraído de bases de dados científicas e combinar relações entre dados.

      Representação analítica dos dados: Para isto, utilizou-se o VOSviewer (Van Eck; Waltman, 2010), que permite a visualização de redes por meio da análise de redes sociais, tornando evidentes as relações identificadas. Essa visualização possibilitou a interpretação dos dados à luz dos comportamentos informacionais observados e dos referenciais teóricos pertinentes. Para a construção de gráficos complementares, foram utilizadas as ferramentas analíticas da própria WoS e o Microsoft Excel®.

resultados e discussão

O Gráfico 1 lista a produção científica sobre comportamento informacional e mídias sociais no período compreendido entre 1997, ano do artigo seminal, e 2024.

Gráfico 1 - Produção relacionando comportamento informacional e mídias sociais.

Fonte: Dados da Pesquisa (2025)

 

O levantamento apresentado no Gráfico 1 evidencia que, até o momento, o ano de 2021 permanece liderando com a maior quantidade de publicações relacionadas ao tema. Observou-se também um crescimento na produção científica nos últimos anos.

A primeira produção científica relacionada ao tema foi o artigo intitulado “Health information-seeking behavior and older African American women”, publicado em 1997, pela autora Claudia Gollop, em Chicago. O trabalho insere-se na área de CI e Biblioteconomia, e teve como objetivo explorar as formas pelas quais mulheres urbanas, idosas e afro-americanas buscam informações sobre saúde, bem como os fatores que influenciam essa atividade, tais como mobilidade, acesso à informação e alfabetização em saúde percebida (Gollop, 1997).

O segundo artigo relevante, também precursor na área, é intitulado “An integrated human information behavior research framework for information studies”, publicado em 1999, por Diane H. Sonnenwald e Marjo Iivonen, em Nova Iorque. O estudo identificou facetas importantes do comportamento informacional humano e compreendeu como diferentes métodos podem ser utilizados de forma mais eficaz para investigar tais aspectos. O artigo apresenta uma abordagem integradora para projetar e sintetizar pesquisas nessa temática, incorporando a estrutura de Ranganathan para a organização do conhecimento. Os autores propõem que estudos sobre comportamento informacional considerem dimensões como tempo, espaço, personalidade, matéria e energia (Sonnenwald; Iivonen, 1999).

É importante destacar que esses artigos são considerados textos seminais — ou seja, os primeiros registros publicados sobre o tema na base de dados analisada — e, por isso, podem ter sido responsáveis por iniciar as discussões na área. Segundo Lahlou (2011), textos seminais costumam ser escritos por um único autor, denominado “descobridor”, que apresenta uma visão abrangente e inovadora sobre um assunto ainda pouco explorado, sendo capazes de provocar epifanias nos leitores.

O destaque para 2021 como o ano com maior número de publicações reflete um interesse crescente na temática, possivelmente impulsionado por desafios informacionais enfrentados durante a pandemia de Covid-19. Além disso, a presença de textos seminais publicados no final dos anos 1990 demonstra que o campo se estruturou a partir de abordagens pioneiras sobre comportamento informacional em diferentes contextos. Esse panorama sugere que o comportamento informacional em ambientes digitais continuará sendo um tema de relevância acadêmica, com potencial para influenciar políticas de comunicação científica e práticas informacionais nos mais diversos domínios do conhecimento.

O Gráfico 2 apresenta as tipologias documentais relacionadas ao “comportamento informacional em mídias sociais”. Os rótulos indicam a distribuição percentual e quantitativa das publicações, e as cores foram utilizadas para representar as diferentes tipologias.

Gráfico 2 -Tipologias documentais sobre comportamento informacional em mídias sociais.

Fonte: Dados da Pesquisa (2025)

Conforme apresentado no Gráfico 2, 82% da produção científica sobre o tema corresponde a artigos completos publicados em periódicos (n=378), enquanto os 18% restantes distribuem-se entre diferentes tipologias: trabalhos publicados em anais de eventos (n=45), revisões de artigo (n=21), artigos em acesso antecipado (n=11), material editorial (n=2), retratações de publicação (n=2), papel de dados (n=1) e resenha de livro (n=1).

A predominância de artigos completos publicados em periódicos como principal tipologia documental reflete a relevância dessa forma de disseminação científica para a consolidação do conhecimento sobre “comportamento informacional em mídias sociais”. Essa tendência indica a valorização da revisão por pares e da indexação em bases de dados de alto impacto como critérios fundamentais para a validação acadêmica das pesquisas.

Além disso, a presença de outras tipologias, como trabalhos em anais de eventos e revisões de artigos, demonstra a diversidade de abordagens e formatos utilizados para compartilhar descobertas e promover debates científicos. Esse cenário reforça a importância dos periódicos como veículos essenciais para a comunicação acadêmica, ao mesmo tempo em que aponta para a necessidade de considerar diferentes formas de publicação na construção de um panorama abrangente da produção científica sobre o tema.

O Gráfico 3 analisa os autores mais produtivos sobre o tema comportamento informacional em mídias sociais. Importante ressaltar que aqui foram destacados apenas os autores que possuíam quatro ou mais publicações, para melhor visualização, já que a maioria possuía apenas um texto publicado.

Gráfico 3 -Autores mais produtivos sobre comportamento informacional em mídias sociais.

Fonte: Dados da Pesquisa (2025)

Conforme apresentado no Gráfico 3, sete autores se destacam como os mais produtivos na temática investigada. Yuxiang Zhao lidera com cinco publicações, seguido por Shijie Song, Orkan Okan, Matheus Lotto, Chunnian Liu, Kevin Dadaczynski e Thiago Cruvinel, cada um com quatro artigos. Zhao, da Nanjing University (China), possui 69 publicações na WoS, atuando em áreas como CC, CI, Negócios, Engenharia e Ciências da Saúde. Song, da Hohai University (China), conta com 39 publicações, abordando CC, CI, Informática Médica e Negócios. Okan, da Technical University of Munich (Alemanha), soma 173 trabalhos em Saúde Pública, Ciências Ambientais e Informática Médica.

Lotto, da FOB/USP (Brasil), tem 43 publicações em Odontologia, Saúde Pública e Pediatria. Liu, da Nanchang University (China), registra 81 trabalhos em CC, Engenharia e Negócios. Dadaczynski, da Hochschule Fulda (Alemanha), possui 137 publicações em Saúde Pública, Psicologia e Educação. Cruvinel, da USP (Brasil), acumula 103 trabalhos em Odontologia, Pediatria, Oncologia e Saúde Pública.

No Gráfico 4, foram apresentadas as instituições mais produtivas em relação à temática comportamento informacional em mídias sociais. Aqui foram elencadas apenas as instituições com seis ou mais publicações relacionadas ao assunto.

Gráfico 4 - Instituições mais produtivas em relação à temática comportamento informacional em mídias sociais.


Fonte: Dados da Pesquisa (2025)

Ao analisar as instituições, obteve-se o seguinte panorama: a Wuhan University e a University of Michigan se destacam com o maior número de publicações (n=10), cada uma. Logo após, aparece a Nanyang Technological University (n=9). Também apresentam números significativos a University of Texas System (n=7) e a University of the Punjab (n=7). Completam a lista das instituições com maior produção científica sobre o tema a University of Illinois System (n=6), a State University System of Florida (n=6), a Nankai University (n=6), a Nanjing University (n=6) e a Flinders University (n=6).

Observa-se que, entre as 10 instituições mais representativas — ou seja, aquelas com seis ou mais publicações — os Estados Unidos lideram o ranking com quatro universidades. Em seguida, a China aparece com três instituições. Enquanto Singapura, Paquistão e Austrália marcam presença com a Nanyang Technological University, a University of the Punjab e a Flinders University, respectivamente. Esse cenário chama atenção, pois se distancia da tendência geral em que apenas os Estados Unidos e a China costumam se destacar.

A análise da produtividade dos autores e das instituições reforça a relevância crescente do estudo do “comportamento informacional em mídias sociais” dentro de diferentes campos do conhecimento. Observa-se que a produção científica sobre o tema é impulsionada por pesquisadores com formações diversas, abrangendo desde a CI e a CC até as áreas da Saúde e Psicologia, o que evidencia a interdisciplinaridade do assunto.

Ademais, a predominância de instituições estadunidenses e chinesas na lista das mais produtivas ressalta a influência dos Estados Unidos e da China na pesquisa global sobre o tema, enquanto a presença limitada da Ásia, Oceania e Europa sugere oportunidades para uma maior diversificação geográfica nas contribuições acadêmicas. Esse panorama aponta para a necessidade de ampliar colaborações internacionais e fortalecer redes de pesquisa que permitam uma compreensão ainda mais abrangente das dinâmicas informacionais no ambiente digital.

O Gráfico 5 apresenta uma rede de autores relacionada ao “comportamento informacional em mídias sociais”. As cores baseiam-se na clusterização, representando os grupos de autores que publicam em conjunto. O tamanho dos nós é proporcional à quantidade de links que o pesquisador possui. Esta dimensão gráfica facilita a visualização e compreensão das conexões estabelecidas entre os pesquisadores.

Gráfico 5 -  Rede de autores relacionando comportamento informacional e mídias sociais.

Fonte: Dados da Pesquisa (2025)

O Gráfico 5 tem 85 nós que representam os autores mais representativos, 55 clusters, 48 links e Total Link Strenght (TLS) de 212. Este indicador reflete o somatório do peso de todos os nós da rede. Inicialmente, conclui-se que se trata de um grafo de baixa densidade, havendo alguns subgrupos sobressalentes.

Os principais pares de autores que colaboraram em publicações sobre o tema, considerando a quantidade de coautorias identificadas na rede, são: Lotto, Matheus & Cruvinel, Thiago (n=4); Zhao, Yuxiang Chris & Song, Shijie (n=4); Okan, Orkan & Dadaczynski, Kevin (n=4); Lotto, Matheus & Jorge, Olivia Santana (n=3); Cruvinel, Thiago & Jorge, Olivia Santana (n=3); Scheibe, Katrin & Zimmer, Franziska (n=3); e Househ, Mowafa & Bahkali, Salwa (n=3).

Em relação à coautoria, observaram-se algumas similaridades. Lotto, Matheus & Cruvinel, Thiago, são da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), ambos colaboram conjuntamente, em especial, com Jorge, Olívia Santana, também da mesma universidade. Geralmente, há uma grande tendência na concentração de colaboração científica entre autores da mesma universidade, o que pode indicar subgrupos de pesquisa isolados (Dal'Evedove et al., 2018).

Já Zhao, Yuxiang Chris & Song, Shijie, são professores, um da Nanjing University e o outro da Business School, Hohai University, respectivamente. Apesar de aparentemente não trabalharem na mesma universidade, ambas estão localizadas em Nanquim, Jiangsu, na China. Os autores possuem, junto com outros, diversas publicações. Okan, Orkan & Dadaczynski, Kevin, também possuem outras publicações juntos. Ambos são professores, um da Technical University of Munich e o outro da Fulda University of Applied Sciences, respectivamente. As duas universidades são na Alemanha. Em suma, nota-se que pesquisadores geograficamente próximos têm maior inclinação em termos de colaboração, devido à maior facilidade de transferência de conhecimento, especialmente tácito (Costa; Gonçalves; Garcia, 2021).

A análise da rede de coautoria evidencia a existência de colaborações estratégicas entre pesquisadores de diferentes instituições e países, refletindo o caráter global das investigações sobre “comportamento informacional em mídias sociais". Apesar da baixa densidade do grafo, a presença de subgrupos bem definidos sugere que há núcleos de pesquisa ativos que concentram esforços na produção científica sobre o tema.

A proximidade institucional e geográfica de alguns autores pode indicar que parcerias regionais desempenham um papel relevante na construção do conhecimento na área, ao passo que colaborações internacionais, como a vista entre Scheibe, Katrin (Heinrich Heine University Düsseldorf, Alemanha) & Zimmer, Franziska (The University of Tokyo, Japão), reforçam a importância do intercâmbio acadêmico para a diversificação das abordagens e perspectivas sobre o assunto. Esses aspectos ressaltam não apenas a relevância do tema no cenário científico, mas também a necessidade de fortalecer redes de pesquisa para expandir o entendimento sobre as dinâmicas informacionais nas mídias sociais.

No Gráfico 6, destacam-se os países mais produtivos em relação ao tema comportamento informacional em mídias sociais. Ao todo, o gráfico aborda 30 países, contando apenas os que têm quatro ou mais publicações no período analisado.

Gráfico 6 - Países mais produtivos em relação ao tema comportamento informacional em mídias sociais.

 

Fonte: Dados da Pesquisa (2025)

A partir do Gráfico 6, verifica-se que os Estados Unidos ocupam a primeira posição (n=140), seguidos pela China (n=84), pela Alemanha (n=31) e pela Austrália (n=27). Esses resultados indicam que a competição existente entre Estados Unidos e China, nas esferas ideológica, econômica, tecnológica e na indústria das mídias sociais, também se manifesta na produção científica sobre a temática analisada.

Nos Estados Unidos, o artigo mais citado é “Online Social Networking by Patients with Diabetes: a qualitative evaluation of communication with Facebook”, publicado no Journal of General Internal Medicine em março de 2011, com 462 citações. Esse estudo investiga como pacientes com diabetes utilizam o Facebook para se comunicar e trocar informações sobre a doença. A pesquisa enfatiza o papel das redes sociais na criação de comunidades de apoio e na disseminação de conhecimento sobre saúde, analisando os benefícios e desafios desse tipo de interação (Greene, 2011).

Os temas mais trabalhados na produção estadunidense são: Health Literacy (n=43), Information Literacy (n=14), Journalism (n=7), Internet Addiction (n=6), Bibliometrics (n=6) e Vaccine Hesitancy (n=5). A Health literacy é essencial para que os indivíduos administrem sua própria saúde com sucesso, por isso inclui várias habilidades e conhecimentos sobre saúde e assistência médica, como encontrar, interpretar, entender e comunicar informações de saúde, buscar assistência apropriada, além de conseguir tomar decisões críticas de saúde, quando necessário (Keleher; Hagger, 2007).

Na China, dois artigos compartilham o posto de mais citados, ambos com 182 citações. O primeiro é “Online Health Information Seeking Behavior: A Systematic Review”, publicado na revista Healthcare, que realiza uma revisão sistemática sobre os comportamentos de busca de informações sobre saúde online. O estudo identifica padrões comportamentais gerais e fatores de influência, como credibilidade das fontes, nível de alfabetização educacional e confiança na informação disponível (Jia; Pang; Liu, 2021).

O segundo artigo, “Digital Health Literacy and Web-Based Information-Seeking Behaviors of University Students in Germany During the COVID-19 Pandemic: Cross-sectional Survey Study”, publicado no Journal of Medical Internet Research, analisa a alfabetização digital em saúde e os comportamentos de busca por informações na web entre universitários durante o período inicial da pandemia da Covid-19 na Alemanha (Dadaczynski et al., 2021).

Ao aprofundar a análise, nota-se que a China possui um perfil temático similar aos EUA: Health Literacy (n=29), Journalism (n=7), Complex Networks (n=6), Information Literacy (n=6), Science Communication (n=6), Customer Satisfaction (n=6), Bibliometrics (n=5) e Internet Addiction (n=4). A principal diferença é Complex Networks ou Redes Complexas, que podem ser definidas como redes sem escala, onde alguns hubs são conhecidos por executar o papel essencial de manter a rede unida, desta forma, o padrão de conexão dos hubs tem efeito considerável no comportamento da rede (Zhao, 2006).

No Brasil, o artigo de maior impacto é “Characterization of False or Misleading Fluoride Content on Instagram: Infodemiology Study”, publicado no Journal of Medical Internet Research, com 34 citações. O estudo analisa conteúdos enganosos ou falsos sobre flúor no Instagram (Lotto et al., 2022).

Apesar de não ter tantas publicações relacionadas ao “comportamento informacional em mídias sociais”, com base nos dados coletados, é possível observar que o Brasil possui um perfil temático bem diferente dos Estados Unidos e da China: Knowledge Engineering & Representation (n=5), Health Literacy & Telemedicine (n=4), Communication (n=2), Psychiatry (n=1), Neuroscanning (n=1). A Knowledge Engineering & Representation engloba ferramentas e metodologias para adquirir e modelar conhecimento com o objetivo de torná-lo independente dos indivíduos, de modo a formalizá-lo e permitir que seja feita a apropriação por sistemas ou organizações, desta maneira, o conhecimento é representado por um elemento descritivo, que representa as coisas do mundo e um elemento dinâmico que extrai novas informações das que estão representadas (Abel; Fiorini, 2013).

Esses artigos evidenciam como o “comportamento informacional em mídias sociais” se desdobra em diferentes contextos nacionais, sendo fortemente influenciado por questões de saúde, desinformação e uso de plataformas digitais para disseminação de conhecimento.

No Gráfico 7, são apresentadas as áreas que produzem mais trabalhos sobre comportamento informacional em mídias sociais. Ao todo, foram destacadas as 10 principais.

Gráfico 7 - Áreas que produzem mais trabalhos sobre comportamento informacional em mídias sociais.

Fonte: Dados da Pesquisa (2025)

A maior produção científica sobre o assunto, dentro do período analisado, é da área de Information Science Library Science (n=126), seguida pela Computer Science (n=103), depois pela Health Care Sciences Services (n=80), Medical Informatics (n=63) ficou em quarto lugar, Public Environmental Occupational Health (n=53) em quinto, seguidos por Communication (n=38), Psychology (n=20), Environmental Sciences Ecology (n=19), Business Economics (n=18) e Education Educational Research (n=15).

A predominância da CI era esperada, considerando sua tradição na apropriação de temas relacionados ao comportamento informacional. Estudos sobre usuários e seus comportamentos na busca por informações evidenciam a crescente valorização do aspecto humano e social nas ciências, especialmente na CI (Santa Anna, 2018). Destaca-se, nesse contexto, a relevância de Thomas D. Wilson, principal autor sobre a temática, que desenvolveu modelos teóricos amplamente utilizados e contribuiu para consolidar o campo dentro da CI, conforme seu perfil público e autodeclarado no Google Scholar (GS).

A CI é a área que mais se desenvolve em relação aos estudos científicos dentro do conjunto de Ciências Sociais Aplicadas I (Pinto; Fausto, 2012). Dedica-se a buscar soluções para problemas relacionados à natureza, gestão, economia, produção, processamento, organização, disseminação, recuperação, recepção e uso da informação, tanto em organizações quanto para indivíduos, desde que registrada em suporte físico ou em espaços virtuais. Essa amplitude temática favorece a interdisciplinaridade, permitindo diálogo com distintas áreas do conhecimento (Moraes; Carelli, 2016).

De acordo com Borko (1968), a CI é uma ciência interdisciplinar que investiga as propriedades e o comportamento da informação, bem como o fluxo e os meios de processamento, visando melhorar a usabilidade e a acessibilidade. Engloba desde a origem, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação até o estudo de representações, sejam naturais ou artificiais.

A CC surge como a segunda área mais produtiva sobre a temática “comportamento informacional em mídias sociais”, o que se justifica por sua importância no desenvolvimento de tecnologias que influenciam diretamente a forma como as pessoas buscam, acessam e interagem com a informação nesses ambientes. Segundo Cassel (2011), a CC possui caráter universal e mediador, possibilitando conexões interdisciplinares essenciais para seu avanço científico e aplicação em problemas complexos.

Para Brookshear (2000), a área busca estabelecer fundamentos científicos para o projeto de computadores, programação, processamento e soluções algorítmicas. No contexto das mídias sociais, a CC é central na criação de algoritmos de recomendação, sistemas de recuperação da informação, mineração de dados e aplicações de inteligência artificial (IA), fundamentais para organizar e analisar os grandes volumes de dados gerados nas plataformas digitais.

O avanço da CC também responde a preocupações crescentes com a qualidade da informação e a disseminação de desinformação, impulsionando pesquisas voltadas a modelos computacionais para verificação de fatos, identificação de padrões de comportamento informacional, estudos de usuários e mitigação de vieses algorítmicos. Assim, a interseção entre CI e CC reflete tanto a necessidade de compreender os mecanismos que moldam o fluxo informacional online quanto a importância de soluções tecnológicas para aprimorar o acesso e a confiabilidade dos dados em mídias sociais.

Ao agrupar as áreas relacionadas à saúde, observa-se um aumento significativo de sua representatividade na pesquisa. A relevância do campo se explica pela forte relação entre comportamento informacional e temas de saúde, uma vez que muitas informações influenciadas pelo comportamento dos usuários de mídias sociais estão direta ou indiretamente ligadas à área, e grande parte das publicações identificadas provém de subáreas correlatas. Segundo Carvalho (1996), a informática médica compreende o armazenamento e manuseio computacional de dados, informações e conhecimentos biomédicos, com vistas à resolução de problemas e apoio à tomada de decisão, envolvendo tecnologias, metodologias e ferramentas baseadas em lógica, estatística, telemedicina e IA.

O comportamento informacional abrange motivações internas, relacionadas a interesses pessoais, necessidades de conhecimento e satisfação intelectual, e motivações externas, ligadas a influências sociais e recompensas, que podem levar tanto à disseminação quanto à aceitação de informações enganosas. Indivíduos tendem a compartilhar conteúdos alinhados a crenças preexistentes, mesmo quando falsos (Suedde et al., 2023).

A interação com a informação nas mídias sociais não é neutra. Algoritmos priorizam conteúdos que geram maior engajamento, criando bolhas de filtro e câmaras de eco que reforçam convicções pessoais e reduzem a exposição a perspectivas divergentes. Esse cenário favorece a aceitação acrítica de discursos e aumenta a vulnerabilidade à desinformação. Fatores como viés de confirmação, teorias da conspiração e sentimento de pertencimento a grupos sociais influenciam fortemente a interação com informações enganosas ou fake news (Suedde et al., 2023). A desinformação, portanto, não é apenas resultado de fatores políticos e tecnológicos, mas também de elementos psicológicos e sociais, cuja compreensão pode auxiliar no seu enfrentamento.

A pandemia da Covid-19 potencializou esses fenômenos, pois o confinamento ampliou o uso das mídias sociais, gerando maior interesse por pesquisas sobre comportamento informacional nesse contexto. Como observa Rossoni (2020), a crise não mobilizou apenas as ciências médicas e biológicas, mas também áreas das ciências sociais, que passaram a refletir sobre suas implicações, inclusive na economia e nas interações sociais.

Embora a área de Comunicação apresente menor volume de publicações na base analisada, sua relevância para o estudo do comportamento informacional em mídias sociais é evidente. Para Maximo (2016), a comunicação atua como mediadora de sentidos, abrindo espaços para o diálogo, gerando reflexão e promovendo mudanças de comportamento.

Assim, o estudo do comportamento informacional em mídias sociais não pode ser restrito a uma única área do conhecimento. Trata-se de um fenômeno interdisciplinar que envolve dimensões tecnológicas, psicológicas, comunicacionais e de saúde pública. A diversidade temática encontrada reforça a complexidade do objeto e a necessidade de abordagens múltiplas. A crescente produção científica sobre o tema revela preocupação global com os impactos dos processos informacionais na sociedade, especialmente em momentos críticos como a pandemia da Covid-19, e aponta para a urgência de estratégias que promovam um ambiente digital mais transparente, crítico e confiável, capaz de mitigar a desinformação e fomentar a circulação de conteúdos diversos e de qualidade.

 

considerações finais

A pesquisa atingiu seu objetivo ao analisar o comportamento informacional dos usuários em mídias sociais sob uma perspectiva bibliométrica, utilizando dados da base WoS. A coleta e a análise dos registros possibilitaram traçar um panorama da produção científica sobre o tema, embora a expectativa inicial fosse identificar um volume mais expressivo de publicações, considerando a relevância da temática.

Os resultados indicaram um crescimento consistente das publicações ao longo dos anos, com destaque para o aumento significativo a partir de 2020, quando a produção praticamente triplicou em relação a 2019. Esse salto pode estar associado ao contexto da pandemia de Covid-19, que intensificou o uso das mídias sociais e evidenciou questões como a disseminação de desinformação e a necessidade de compreender com maior profundidade o comportamento dos usuários nesses ambientes.

Entre as limitações do estudo, ressalta-se o uso exclusivo da base WoS, o que restringe a identificação de trabalhos relevantes disponíveis em outras fontes. A abrangência e a complexidade terminológica da temática também podem ter limitado o escopo da busca, apesar do rigor metodológico adotado.

Como perspectiva de continuidade, recomenda-se que futuras investigações explorem de forma mais aprofundada a relação entre comportamento informacional e qualidade da informação, especialmente no que se refere aos processos de busca, uso e compartilhamento em mídias sociais. A ampliação do conjunto de termos de busca e a inclusão de outras bases de dados podem contribuir para uma visão mais abrangente do campo, fortalecendo a compreensão dos desafios informacionais na era digital.

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[1] Bacharel em Gestão da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco. Atua como Analista de Informações Sociais.

[2] Bacharel em Gestão da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Especialista em Administração de Marketing pela Faculdade de Ciências Administrativas da Universidade de Pernambuco (FCAP/UPE), Mestre em Ciência da Informação pela UFPE e Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi Professor do Instituto de Ciência da Informação da UFBA. Atualmente é docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco.

[3] Doutora e Mestra em Ciência da Informação e graduada em Gestão da Informação e Jornalismo. Atualmente, é Professora Substituta no Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco.

[4] Formada em Gestão da Informação, com mestrado e doutorado em Ciência da Informação, hoje atua como Gerente Geral do Núcleo de Gestão da Informação da Prefeitura do Recife.