INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA INCLUSÃO

explorando ferramentas e impactos inovadores

Jovino Pizzi [1]

Universidade Federal de Pelotas

jovinopiz@gmail.com

Nádia dos Santos Gonçalves Porto [2]

 Universidade Federal de Pelotas

nadia.porto.ufpel@gmail.com

Angelita Vargas Kolmar [3]

Universidade Federal de Pelotas

angelitavargaskolmar@gmail.com

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Resumo

Em um cenário de aceleração tecnológica, a Inteligência Artificial (IA) tem se destacado como ferramenta capaz de aprender, adaptar-se e promover inclusão social. Este artigo analisa os impactos positivos da IA na acessibilidade, focando em como ela contribui para a inclusão de pessoas com deficiência. A partir de referencial teórico sobre avanço tecnológico e análise de ferramentas digitais específicas, o estudo reflete sobre desafios e potencialidades da IA como agente de transformação social. Com base na perspectiva crítica de Adela Cortina (2024), alerta-se para o risco de uma racionalidade instrumental que eclipse a razão comunicativa. A reflexão dialoga com as preocupações habermasianas sobre o espaço público democrático, questionando como essas tecnologias podem fortalecer a participação social. Conclui-se que promover inclusão com IA é uma escolha ética que deve priorizar dignidade humana sobre eficiência técnica, contribuindo para uma razão pública mais inclusiva.

Palavras-chave: Inovação tecnológica. Inteligência artificial. Inclusão social. Razão comunicativa.

ARTIFICIAL INTELLIGENCE IN INCLUSION

exploring innovative tools and impacts

Abstract

In a scenario of technological acceleration, Artificial Intelligence (AI) has stood out as a tool capable of learning, adapting, and promoting social inclusion. This article analyzes the positive impacts of AI on accessibility, focusing on how it contributes to the inclusion of people with disabilities. Based on a theoretical framework on technological advancement and analysis of specific digital tools, the study reflects on the challenges and potential of AI as an agent of social transformation. Based on the critical perspective of Adela Cortina (2024), it warns of the risk of an instrumental rationality that eclipses communicative reason. The reflection dialogues with Habermasian concerns about the democratic public space, questioning how these technologies can strengthen social participation. It concludes that promoting inclusion with AI is an ethical choice that should prioritize human dignity over technical efficiency, contributing to a more inclusive public reason.

Keywords: Technological innovation. Artificial intelligence. Social inclusion. Communicative reason.

 

 

 

 

 

 

 

INTELIGENCIA ARTIFICIAL EN LA INCLUSIÓN

explorando herramientas innovadoras e impactos

Resumen

En un escenario de aceleración tecnológica, la Inteligencia Artificial (IA) se ha destacado como una herramienta capaz de aprender, adaptarse y promover la inclusión social. Este artículo analiza los impactos positivos de la IA en la accesibilidad, centrándose en cómo contribuye a la inclusión de las personas con discapacidad. A partir de un marco teórico sobre el avance tecnológico y el análisis de herramientas digitales específicas, el estudio reflexiona sobre los retos y el potencial de la IA como agente de transformación social. Desde la perspectiva crítica de Adela Cortina (2024), advierte sobre el riesgo de una racionalidad instrumental que eclipse la razón comunicativa. La reflexión dialoga con las preocupaciones habermasianas sobre el espacio público democrático, cuestionando cómo estas tecnologías pueden fortalecer la participación social. Concluye que promover la inclusión con IA es una elección ética que debe priorizar la dignidad humana sobre la eficiencia técnica, contribuyendo a una razón pública más inclusiva.

Palabras clave: Innovación tecnológica. Inteligencia artificial. Inclusión social. Razón comunicativa.

1 INTRODUÇÃO

A única coisa que sabemos sobre o futuro é que ele será diferente.

(Peter Ferdinand Drucker)

 

A reflexão de Peter Ferdinand Drucker (1909-2005), reconhecido como “Pai da Administração Moderna”, sobre a inevitabilidade da mudança encontra particular relevância no contexto da Inteligência Artificial. Suas ideias mudaram a forma como empresas, líderes e trabalhadores são vistos. Partindo de sua percepção, é possível ver o quanto esta questão não apenas altera processos produtivos, mas também reconfigura fundamentalmente as possibilidades de participação social e comunicativa na sociedade contemporânea. Com a vida moderna cada vez mais acelerada, o tempo tornou-se um recurso valioso e escasso, intensificando a busca por soluções tecnológicas voltadas a otimizar os processos e ampliando o acesso à informação.

Por sua vez, Harmuth Rosa (2019) fornece uma análise extremamente relevante sobre este paradoxo moderno, observando que, embora a tecnologia facilite determinadas atividades, ela também impõe novas demandas sobre a disponibilidade do tempo:

Uma segunda explicação para a intensificação do ritmo de vida pode ser encontrada no “efeito colateral” específico de novas tecnologias, que inauguram novos campos de atividades e possibilidades, cuja utilização irá requerer recursos temporais adicionais (como no caso dos efeitos de consumo temporal de um gravador de vídeo), podendo ocasionar assim uma diminuição progressiva de recursos temporais livres. (Rosa, 2019, p. 139)

Esta perspectiva revela a complexidade das transformações atuais. Por um lado, as inovações das tecno-ciências parecem facilitar novas práticas de interação, mas, por outro, elas promovem um tipo de ignorância fabricada. Em outras palavras, a expansão e a inovação de mecanismos e recursos de interação online aproximam, auxiliam e transformam as relações entre as pessoas, criando vias e caminhos através dos quais as pessoas conseguem se comunicar diretamente, com facilidades nunca antes conseguidas. Todavia, existe também o risco de instrumentalizar as reações, com efeitos nocivos que atrapalham a boa convivência.

Por isso, como destaca Rosa (2019, p. 93), “a conexão entre aceleração e modernização é, ao mesmo tempo, profunda e complexa e [...] as consequências das escaladas de velocidade são extremamente variadas e contraditórias.” Ou seja, a tecno-ciência pode ser um instrumento poderoso para realçar experiências mútuas de inter-relação e acolhida dos outros, um processo de comunicação extraordinário que, pela primeira vez, oferece recursos para o tratamento digno dos demais. Nesse sentido, Rosa afirma que “produzimos, comunicamos e transportamos não apenas mais rápido, mas também em maior volume do que em todas as outras épocas sociais anteriores” (2019, p. 133).

Diante desse cenário de transformação tecnológica acelerada, torna-se fundamental questionar como a Inteligência Artificial pode contribuir para uma sociedade mais inclusiva, sem aprofundar ou alimentar desigualdades existentes. Por isso, mais do que acompanhar a rapidez das transformações, o desafio atual está em decifrar sua complexidade e administrar suas consequências de forma ética e humanizada.

Nesse contexto, é crucial cultivar uma cultura digital pautada na ética e no reconhecimento dos demais como sujeitos coautores, assegurando que a tecnologia continue sendo instrumento para fortalecer valores humanos e a razão comunicativa. A análise de Moraes (2024) revela que a ascensão da Inteligência Artificial (IA) ao status de "novidade" foi, na verdade, resultado de um processo que levou sete décadas, demonstrando que não se trata de um fenômeno recente, mas o produto de um campo de pesquisa e desenvolvimento em constante evolução.

Conforme destaca Moraes (2024), a Inteligência Artificial, não pode ser vista simplesmente como uma moda passageira, pois essas inovações estão aceleradamente em constante evolução e popularização. Essa visão destaca o avanço da IA, que agora se aproxima das habilidades cognitivas humanas em vez de apenas automatizar tarefas. Ela se mostra como uma tecnologia capaz de aprender, se adaptar e se reconfigurar com base em interações com dados e diferentes cenários. Nesse contexto, Alves (2023, p. 9) observa que, embora a IA seja uma "força transformadora" em toda a sociedade, sua aplicação levanta "questões complexas e desafiadoras".

A Inteligência Artificial também tem transformado a área da acessibilidade, desenvolvendo mecanismos digitais e soluções avançadas que são fundamentais para assegurar a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Apesar do alto custo de muitas dessas ferramentas, seu papel é indispensável na hora de expandir as oportunidades educacionais e sociais para esse público. É essencial destacar a contribuição significativa da Inteligência Artificial para o fomento de práticas educacionais mais acessíveis. A percepção de Calvo (2020, p. 231) de que "a IA está atualmente em um de seus melhores momentos desde o seu nascimento[4]" evidencia o potencial transformador dessas tecnologias em diversas áreas, incluindo a educação e a acessibilidade.

Em meio a esses progressos, a Inteligência Artificial assume um papel de grande destaque, sendo uma das tecnologias mais transformadoras. Seus impactos são percebidos de maneira abrangente, influenciando tanto a individualidade humana quanto a capacidade das empresas de inovar e interagir através de sistemas inteligentes. Seu rápido crescimento e a aplicabilidade em diversas esferas, como em plataformas de navegação, redes sociais e ferramentas de trabalho e estudo, têm gerado um interesse mundial:

[...] Então, a gente, como pessoa, estamos cada vez mais interagindo por meio de mídias eletrônicas, redes sociais, serviços que funcionam dentro do ambiente virtual. E é essa, exatamente, a nossa presença, de forma bastante marcante dentro desses meios digitais, que permitiu o desenvolvimento dessas tecnologias de Inteligência Artificial do jeito que a gente conhece elas hoje. Também houve um grande desenvolvimento tecnológico ao longo do tempo que permitiu também a gente chegar no estágio que a gente está agora. E aí já vou afirmar para vocês o seguinte: o estágio que a gente está agora, não é nem perto, não é nem uma fração, ou é uma fração, do que a gente vai ter ao longo das próximas décadas de desenvolvimento tecnológico, assessorado, associado, conjunto, agrupado, propiciado, por ferramentas de Inteligência Artificial [...] (Moraes, 2024, min. 4:47-5:48).

Como é possível perceber, o desenvolvimento da Inteligência Artificial, impulsionado pela nossa crescente interação em ambientes digitais, tem possibilitado o surgimento de inovações com impacto social significativo. Nesse sentido, a IA está transformando a área da acessibilidade ao desenvolver ferramentas digitais e soluções avançadas que são cruciais para a inclusão de pessoas com deficiência no sistema educacional. Essas tecnologias ajudam a garantir tanto o acesso quanto a permanência delas. Dessa forma, o presente artigo tem como objetivo principal explorar os impactos positivos da Inteligência Artificial na sociedade em geral.

Essa reflexão sobre IA e inclusão dialoga diretamente com as preocupações habermasianas a respeito do espaço público democrático. Em tempos de algoritmos que podem tanto incluir quanto excluir vozes, torna-se crucial questionar como essas tecnologias podem fortalecer ou enfraquecer a razão comunicativa na construção de consensos democráticos. O presente artigo tem como objetivo principal explorar os impactos positivos da Inteligência Artificial na promoção da inclusão social, analisando ferramentas específicas que favorecem a participação de pessoas com deficiência na sociedade.

 

2 SUPERANDO BARREIRAS: A IA COMO ALIADA NA INCLUSÃO

"Para a maioria das pessoas, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis."

(Mary Pat Radabaugh, 1993)

 

A observação de Mary Pat Radabaugh sintetiza perfeitamente o papel transformador da tecnologia na vida de pessoas com deficiência. Essa perspectiva assume particular relevância no contexto da Inteligência Artificial, que se destaca como uma das maiores transformações históricas, reformulando não apenas estruturas sociais, mas também o funcionamento de diversas áreas profissionais e comunicativas. A este respeito, desejamos destacar sete aspectos, tratando de expor os impactos das inovações relacionadas à IA.

 

2.1 FUNDAMENTOS LEGAIS E CONCEITUAIS DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

O primeiro aspecto relaciona-se à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006). Ele estabeleceu marcos fundamentais ao reconhecer a importância de fornecer apoio técnico e financeiro, facilitando o acesso, compartilhamento e transferência de tecnologias assistivas. No Brasil, essa diretriz internacional foi incorporada pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146, de 2015), que em seu artigo 74 garante "à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida".

 As Tecnologias Assistivas (TA) constituem um campo vasto e interdisciplinar, com o propósito de ampliar a funcionalidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. No Brasil, o conceito foi formalizado pelo extinto Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), que definiu a TA não apenas como produtos, mas como um conjunto de recursos, estratégias e serviços focados em promover a autonomia, independência e, consequentemente, a inclusão social desses indivíduos (Brasil, 2006).

Esta perspectiva se alinha ao pensamento de Bersch (2013), que ressalta o impacto universal da tecnologia. Segundo o autor, os avanços tecnológicos não beneficiam apenas pessoas com deficiência, mas trazem melhorias para toda a sociedade, reforçando a importância dessas inovações para todos:

Num sentido amplo percebemos que a evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida mais fácil. Sem nos apercebermos utilizamos constantemente ferramentas que foram especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do cotidiano, como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos, que já estão assimilados à nossa rotina e, num senso geral, são instrumentos que facilitam nosso desempenho em funções pretendidas. (Bersch, 2013, p. 2)

A partir dessa visão ampla sobre a tecnologia como facilitadora, percebemos que o desenvolvimento de ferramentas específicas é crucial para a inclusão. É neste contexto que as Tecnologias Assistivas ganham destaque, beneficiando pessoas com os mais diversos tipos de necessidades específicas. Muitas dessas ferramentas já empregam técnicas de Aprendizado de Máquina (Machine Learning), um subcampo da Inteligência Artificial. Moraes (2024) apresenta uma síntese desse conceito:

Figura 1 - Representação dos campos e subcampos da IA

Fonte: Moraes, 2024.

Essas ferramentas inteligentes são projetadas para se adaptar ao usuário, permitindo que os programas aprimorem sua funcionalidade continuamente, já que seu desempenho melhora a cada interação. Como ilustra Moraes (2024), o campo da IA engloba diversos subcampos interconectados, incluindo o aprendizado de máquina, que possibilita às tecnologias assistivas maior personalização e eficácia.

 

2.2 FERRAMENTAS PARA DEFICIÊNCIA VISUAL: AUTONOMIA ATRAVÉS DA SÍNTESE DE VOZ

A seguir são trazidos exemplos de Tecnologias Assistivas baseadas em machine learning que têm se mostrado eficazes no suporte a indivíduos com deficiência. Em outras palavras, são ferramentas inteligentes que aprendem e se adaptam para oferecer um suporte mais eficaz e personalizado, como um software que reconhece comandos de voz ou uma interface que se ajusta às necessidades do usuário.

A busca por autonomia e independência é um dos pilares da Tecnologia Assistiva. Nesse contexto, o DOSVOX, um sistema brasileiro de síntese de voz, representa um avanço significativo para pessoas com deficiência visual, como podemos observar na sua descrição:

O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais, que adquirem assim, um alto grau de independência no estudo e no trabalho. O sistema realiza a comunicação com o deficiente visual através de síntese de voz em Português, sendo que a síntese de textos pode ser configurada para outros idiomas. O que diferencia o DOSVOX de outros sistemas voltados para uso por deficientes visuais é que no DOSVOX, a comunicação homem-máquina é muito mais simples, e leva em conta as especificidades e limitações dessas pessoas. Ao invés de simplesmente ler o que está escrito na tela, o DOSVOX estabelece um diálogo amigável, através de programas específicos e interfaces adaptativas. Isso o torna insuperável em qualidade e facilidade de uso para os usuários que vêm no computador um meio de comunicação e acesso que deve ser o mais confortável e amigável possível.( Disponível em: Projeto DOSVOX. Acesso em: 6 ago. 2025)

O trecho reforça a ideia de que a Tecnologia Assistiva, para ser eficaz, precisa dialogar com as necessidades específicas do usuário, promovendo de fato a autonomia e a independência. O DOSVOX serve, assim, como um exemplo histórico e fundamental de como a inovação tecnológica pode ser direcionada para a inclusão social e educacional.

Essa abordagem dialógica se alinha com os princípios habermasianos da ação comunicativa, nos quais a tecnologia não apenas transmite informações, mas estabelece uma verdadeira interação comunicativa com o usuário.

Em consonância, o VoiceOver, ferramenta integrada aos dispositivos Apple (Mac, iPhone e iPad), emprega a síntese de voz para possibilitar a navegação autônoma em sites e aplicativos. Aprimorado por gestos e comandos, o recurso torna a experiência mais fluida, democratizando o acesso à informação digital. Essas são algumas das ferramentas, dentre muitas outras importantes no campo da acessibilidade.

 

2.3 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AUMENTATIVA: EXPANDINDO VOZES

O terceiro aspecto vincula-se ao campo da comunicação alternativa e aumentativa (CAA), diversos softwares foram desenvolvidos para auxiliar pessoas com dificuldades na fala, conferindo-lhes maior autonomia e promovendo interação social.

Entre as ferramentas disponíveis, destaca-se o Picto Selector, um programa gratuito ideal para criar painéis de comunicação com símbolos pictográficos em ambientes educacionais e terapêuticos. Outros exemplos incluem aplicativos para dispositivos móveis, como o TalkTablet e o TouchChat. Ambos os apps oferecem suporte à comunicação usando imagens, texto e voz, e podem ser adaptados para atender às necessidades de cada usuário.

 

2.4 INOVAÇÕES EM MOBILIDADE E AUTONOMIA DOMÉSTICA

Em quarto lugar, destaca-se que a tecnologia também tem desempenhado um papel crucial na promoção da independência, seja na mobilidade ou no ambiente doméstico. Na área da locomoção, por exemplo, cadeiras de rodas motorizadas podem ser operadas por meio de comandos de voz, movimentos oculares ou oscilação da cabeça.

Paralelamente, a adaptação de residências com assistentes virtuais como Alexa, Google Assistant e Siri tem tornado as "casas inteligentes" mais acessíveis. Por meio de comandos de voz, esses sistemas permitem que os usuários controlem luzes e outros eletrônicos, aumentando a autonomia em suas atividades diárias. Essas ferramentas exemplificam como a IA pode amplificar vozes historicamente silenciadas, contribuindo para um espaço público mais inclusivo e comunicativamente diverso.

 

2.5 CASOS TRANSFORMADORES: DECODIFICAÇÃO NEURAL DA FALA

Esse quinto aspecto trata de um dos casos inspiradores, que ocorre a decodificação da fala por meio da IA é o da Ann, ex-professora de matemática do ensino médio no Canadá, sofreu um acidente vascular cerebral em 2005, o que resultou em uma condição neurológica conhecida como síndrome do encarceramento (LIS). Essa condição a deixou plenamente consciente, porém sem controle voluntário dos músculos corporais. Com o tempo, conseguiu recuperar parcialmente movimentos do pescoço, expressões faciais, além da capacidade de rir, chorar, sorrir e pronunciar algumas palavras, ainda que de forma bastante limitada.

 

Figura 2 - Treinamento do algoritmo de IA para reconhecer seus sinais cerebrais.

Foto de Noah Berger. Fonte UC São Francisco

Em 2021, Ann participou de pesquisa conduzida pela equipe do neurocientista Edward Chang, que desenvolveu um sistema capaz de transformar sinais cerebrais em texto. A partir de estudo anterior com paciente chamado Pancho, os pesquisadores expandiram os limites da tecnologia, buscando não apenas converter sinais cerebrais em palavras, mas também capturar nuances da fala, como expressões faciais e articulações dinâmicas.

O processo envolveu implante de malha com 253 eletrodos sobre a área cerebral responsável pela produção da fala, capturando impulsos neurais normalmente enviados aos músculos da boca, língua, mandíbula, laringe e face. Durante semanas, Ann colaborou no treinamento dos algoritmos de IA, repetindo centenas de frases para que o sistema aprendesse padrões neuronais específicos associados aos fonemas e construções linguísticas.

Para alcançar tal feito, foi implantada uma malha de 253 eletrodos sobre a área cerebral responsável pela produção da fala. Esses sensores foram projetados para captar os impulsos neurais que normalmente seriam enviados aos músculos da boca, língua, mandíbula, laringe e face. A conexão entre os eletrodos e os computadores foi estabelecida por meio de uma interface acoplada à cabeça de Ann, possibilitando a coleta e o processamento dos dados cerebrais.

Figura 3 - Chang implantou um fino retângulo de eletrodos na superfície do cérebro de Ann para captar sinais enviados aos músculos da fala quando Ann tenta falar

Ilustração: Ken Probst. Fonte UC São Francisco.

Durante várias semanas, Ann colaborou com a equipe no treinamento dos algoritmos de inteligência artificial, repetindo centenas de frases para que o sistema pudesse aprender os padrões neuronais específicos associados aos fonemas e construções linguísticas. O vocabulário utilizado continha mais de mil palavras de uso cotidiano, permitindo o mapeamento detalhado dos sinais cerebrais correspondentes aos sons básicos da fala.

Embora a Inteligência Artificial esteja presente em muitas áreas, sua aplicação direta na tradução e interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) ainda é limitada. Apesar disso, profissionais já utilizam algumas ferramentas para dar suporte à produção de materiais e à comunicação, especialmente em ambientes acadêmicos. Entre os principais recursos, destacam-se os avatares digitais em Libras: personagens tridimensionais que traduzem textos em Português para a língua de sinais. Essas tecnologias são úteis em contextos informativos, como sites de universidades e sistemas de autoatendimento, mas apresentam limitações consideráveis. A principal delas é a falta de fluência, expressividade e naturalidade, aspectos cruciais para que a comunicação em Libras seja efetiva e culturalmente adequada.

Esse caso exemplifica como a Inteligência Artificial pode restaurar não apenas funcionalidades, mas também a capacidade de participação na esfera pública comunicativa, tema central nas preocupações habermasianas sobre a inclusão democrática.

 

2.6 LIBRAS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: DESAFIOS E AVANÇOS

Como item seis, salientamos que a tradução e interpretação entre Libras e Língua Portuguesa já conta com o apoio de ferramentas de tradução simultânea, como o VLibras e o Hand Talk, entre outros aplicativos. Apesar de representarem um avanço significativo em acessibilidade, essas tecnologias ainda enfrentam desafios importantes, como a variação linguística regional, a polissemia dos sinais e a adaptação em contextos acadêmicos formais.

O VLibras se destaca como uma ferramenta de grande impacto na acessibilidade digital, especialmente por ser gratuito e de código aberto. Essa característica permite que seja amplamente utilizado e atualizado pela comunidade, sendo comum encontrá-lo em portais institucionais, vídeos educativos e sistemas públicos. Já a plataforma Hand Talk utiliza os tradutores virtuais Hugo e Maya para promover a acessibilidade em dispositivos móveis e na web. O Hand Talk App oferece traduções do Português para Libras (e do Inglês para ASL[5]), enquanto o Hand Talk Plugin é integrado a sites para realizar a tradução automática do conteúdo textual.

No meio digital, a comunicação entre surdos e ouvintes é viabilizada por Tradutores e Intérpretes de Libras (TILS) humanos que atuam remotamente por meio de plataformas de teleatendimento. Esses serviços de tradução, que geralmente ocorrem de forma simultânea, garantem autonomia e fluidez na interação. Sobre essa modalidade, Porto (2019, p. 11) define:

A modalidade de Tradução Interpretação pode ser simultânea quando o processo de traduzir e interpretar de uma determinada língua para outra ocorre ao mesmo tempo em que esse profissional precisa ouvir ou ver o que foi dito em uma determinada língua (oral ou visual), processá-la e passar para outra língua (oral ou visual) no mesmo tempo que foi falado. A modalidade de Tradução Interpretação pode ser consecutiva quando o processo de traduzir e interpretar uma determinada língua ocorre posteriormente, ou seja, esse profissional precisa ouvir ou ver o que foi dito em uma determinada língua (oral ou visual), processar a informação e somente posteriormente passá-la para a outra língua (oral ou visual).

A ICOM, por exemplo, é uma ferramenta online que possibilita que empresas atendam clientes surdos em tempo real via videochamada, oferecendo serviço 24 horas por dia. Outra plataforma notável é a Signum Web, que utiliza TILS humanos em tempo real para permitir que pessoas surdas e ouvintes se comuniquem com autonomia e em condições de igualdade.

Dando continuidade à apresentação das ferramentas baseadas em Inteligência Artificial, exploramos agora um avanço que parecia futurista: o uso de sensores inteligentes para traduzir, de forma automática, os sinais da Libras para o português ou outros idiomas. Essa inovação é possível por meio da combinação de visão computacional, reconhecimento de padrões e algoritmos de aprendizado de máquina. O objetivo é interpretar os elementos visuais da comunicação em Libras — como gestos, configurações de mãos e expressões faciais — e convertê-los em texto ou voz. A seguir, veremos alguns exemplos, embora estejam em diferentes estágios de desenvolvimento e aplicação, de como essa tecnologia está sendo aplicada.

 

2.7 INOVAÇÕES EMERGENTES: RECONHECIMENTO AUTOMÁTICO DE SINAIS

Finalmente, o sétimo aspecto refere-se a um exemplo de inovação recente é o Sinalizaê, uma aplicação web desenvolvida para reconhecer a datilologia (alfabeto manual da Libras) com o uso de Inteligência Artificial. O sistema captura os sinais do usuário pela câmera e oferece um retorno visual imediato. Com duas funções principais, a ferramenta serve tanto para traduzir as letras sinalizadas em tempo real, exibindo o correspondente em português, quanto para fornecer um guia interativo para o aprendizado da datilologia.

Figura 4- Tela do protótipo da aplicação web Sinalizaê

Fonte: Ferreira, Ana Laura de Oliveira; Carneiro, Felipe Roncalli de Paula. Sinalizaê: uma aplicação web que reconhece datilologia através de Inteligência Artificial.

Entre as inovações mais promissoras da IA voltada para a acessibilidade está o Projeto Giulia, uma iniciativa de pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) sob a coordenação do professor Manuel Cardoso. Em parceria com a empresa TIM, o projeto busca criar soluções para facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes, utilizando um sistema tecnológico que interpreta os movimentos da Língua Brasileira de Sinais, dessa forma, o projeto utiliza a câmera de um smartphone ou computador para capturar os sinais feitos pelo usuário. Em seguida, a Inteligência Artificial processa e reconhece esses movimentos, traduzindo-os em texto na tela. Essa funcionalidade não apenas amplia o diálogo, mas também oferece uma solução prática e de baixo custo, já que utiliza dispositivos comuns no dia a dia.

Figura 5 – Projeto Giulia em funcionamento

Fonte: Site do Projeto Giulia.

Uma das inovações mais notáveis na área de Inteligência Artificial voltada para a acessibilidade é o projeto SignAloud. Criado em 2015 por dois estudantes da Universidade de Washington, Navid Azodi e Thomas Pryor, o projeto idealizou luvas inteligentes que traduzem sinais manuais da língua de sinais em tempo real para a fala, com o objetivo de tornar a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes mais fluida e acessível, ou seja, o objetivo central é facilitar a comunicação e diminuir a barreira entre pessoas surdas e ouvintes, usando a tecnologia para transformar os sinais manuais em áudio em tempo real. É um exemplo claro de como a Inteligência Artificial pode ser usada para promover a inclusão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 6 – Luvas SignAloud

Fonte: Revista Super interessante.

A inovação em tecnologia assistiva tem se espalhado globalmente, com soluções criativas como o projeto Sign-IO. Desenvolvido pelo engenheiro queniano Roy Allela, o projeto consiste em uma luva inteligente que converte os movimentos da língua de sinais em fala sintetizada em tempo real. A motivação para a criação veio de uma experiência familiar: Allela buscava uma forma de se comunicar com sua sobrinha surda de seis anos, já que a família não dominava a língua de sinais. O diferencial do Sign-IO é sua abordagem acessível: a luva pode ser conectada a um smartphone via Bluetooth e o próprio usuário pode ajustar a velocidade e o tom da voz sintetizada. Isso não só democratiza o acesso à comunicação, mas também personaliza a experiência, fazendo da tecnologia uma verdadeira ponte afetiva e funcional entre as pessoas.

Figura 7 – Roy Allela com a luva Sign-IO

Fonte: AfroTech (2023).

 

Outra ferramenta fabulosa que foi divulgada no “Link 2021 – Festival Digital de Acessibilidade”, a empresa Hand Talk apresentou uma importante inovação: a tecnologia assistiva Hand Talk Motion. Esse sistema utiliza Inteligência Artificial para reconhecer sinais da Língua Brasileira de Sinais e da Língua de Sinais Americana, traduzindo-os para línguas orais como o português e o inglês.

Figura 8 - Representação visual da tecnologia Hand Talk Motion

Fonte: Site da Hand Talk Motion.

É fundamental reconhecer que a Inteligência Artificial não substitui o trabalho do Tradutor e Intérprete humano, mas sim o complementa. A presença do profissional TILS é indispensável em eventos que demandam interação humana, sensibilidade cultural e um entendimento profundo do contexto. A Inteligência Artificial, portanto, deve ser vista como uma aliada, útil para momentos em que a mediação humana é inviável, ou como um suporte para a preparação do trabalho.

Essa perspectiva alinha-se com a visão habermasiana de que a tecnologia deve servir à ampliação da capacidade comunicativa humana, não à sua substituição. O desafio está em integrar essas ferramentas de forma que fortaleçam, ao invés de enfraquecer, os espaços de deliberação democrática.

 

3 DESAFIOS ÉTICOS E A RAZÃO COMUNICATIVA

Antes de apresentar as considerações finais, é crucial abordar os desafios éticos inerentes ao uso da IA na inclusão. Como alerta Cortina (2024), existe o risco de que a Inteligência Artificial se transforme em ideologia tecnocrática que ofusca princípios éticos fundamentais: “É justamente a razão comunicativa que está sendo eclipsada, quando ela é indispensável para construir uma vida humana justa e feliz e, é claro, sociedades democráticas” (Cortina, 2024, p. 27)

Essa preocupação ressoa com as reflexões habermasianas sobre a colonização do mundo da vida por sistemas técnicos. No contexto da inclusão, torna-se fundamental garantir que a Inteligência Artificial sirva ao bem comum, promovendo diálogo, escuta e participação democrática, ao invés de aprofundar desigualdades ou invisibilidades sociais.

 

4 CONCLUSÃO

As reflexões aqui apresentadas partiram de um referencial teórico que analisa a aceleração tecnológica e o papel das ferramentas de Inteligência Artificial no fortalecimento de práticas mais inclusivas na sociedade. O estudo voltou-se, especialmente, para os desafios e as potencialidades da IA no campo da acessibilidade, demonstrando como essa tecnologia pode contribuir para uma razão pública mais inclusiva e democraticamente participativa.

Os exemplos discutidos evidenciam um movimento crescente no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas para pessoas que enfrentam diferentes tipos de barreiras, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido diante da diversidade e complexidade dessas necessidades.

Contudo, o desafio contemporâneo não está apenas em desenvolver tecnologias mais sofisticadas, mas em aplicá-las de forma ética, responsável e centrada no ser humano. Isso exige estratégias que incorporem inovações tecnológicas enquanto reforçam valores como equidade, respeito às diferenças e justiça social.

É fundamental reconhecer que a inclusão transcende pessoas com deficiência, abrangendo todos aqueles que, por diferentes motivos - sociais, econômicos, culturais ou físicos - encontram obstáculos para exercer plena cidadania. Por isso, a escolha e uso das tecnologias devem ser personalizados, considerando características e preferências individuais, sempre com envolvimento de profissionais qualificados e sensíveis às singularidades humanas.

A perspectiva crítica de Cortina (2024) serve como alerta necessário para evitar que a Inteligência Artificial se transforme em racionalidade puramente instrumental. A tecnologia deve servir à ampliação da razão comunicativa, não ao seu eclipse. No contexto habermasiano, isso significa assegurar que a IA fortaleça, ao invés de enfraquecer, os espaços de deliberação democrática e construção de consensos.

Promover inclusão com apoio da Inteligência Artificial é, acima de tudo, escolha ética. Trata-se de utilizar o progresso tecnológico como meio para ampliar oportunidades, eliminar barreiras e construir uma sociedade mais justa, acessível e acolhedora. A verdadeira inovação não reside apenas na eficiência técnica, mas no compromisso com a dignidade humana e no fortalecimento da participação democrática.

O desafio contemporâneo está em assegurar que a Inteligência Artificial contribua para o "futuro do discurso" - tema central do presente colóquio - de forma a expandir, ao invés de restringir, as possibilidades de ação comunicativa. Em tempos de plataformas digitais, algoritmos e polarizações extremas, torna-se urgente garantir que essas tecnologias servem à construção de consensos democráticos e à deliberação ética inclusiva.

O poder da Inteligência Artificial deve ser direcionado para criar um mundo não apenas mais produtivo, mas fundamentalmente mais justo - onde a tecnologia amplifica a diversidade de vozes ao invés de silenciá-las, onde a eficiência técnica serve à dignidade humana, e onde a razão comunicativa encontra na IA uma aliada para a construção de sociedades verdadeiramente democráticas e inclusivas.

 

REFERÊNCIAS

ALVES, Lynn (org.). Inteligência Artificial e educação: refletindo sobre os desafios contemporâneos. Salvador: EDUFBA; Feira de Santana: UEFS Editora, 2023.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: Assistiva Tecnologia e Educação, 2013. Disponível em: Microsoft Word - Introdução à Tecnologia Assistiva 2017 atualizado.doc.  Acesso em:Acesso em: 6 ago. 2025.

BRASIL, 2006. PORTARIA N° 142, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2006. Disponível em: Edição Número 220 de 17/11/2006. Acesso em: 6 ago. 2025.

BRASIL, 2015. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência).  Disponível em: L13146 . Acesso em: 6 ago. 2025.

CALVO, Patrici. Gobierno algorítmico: sobre el neuroaprendizaje moral de las máquinas en la política y la economía. Granada: Comares, 2020. p. 223–242.

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FERREIRA, Ana Laura de Oliveira; CARNEIRO, Felipe Roncalli de Paula. Sinalizaê: uma aplicação web que reconhece datilologia através de Inteligência Artificial. 2023. 12f. Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), 2023. Disponível em: ANA-LAURA-DE-OLIVEIRA-FERREIRA-SINALIZA-E-UMA-APLICACAO-WEB-QUE-RECONHECE-DATILOLOGIA-COMPUTACAO-2023.pdf

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[1] Doutor em Filosofia

[2] Doutoranda em Educação

[3] Doutoranda em Educação

[4] Tradução nossa: “La IA se halla actualmente en uno de sus mejores momentos desde su nacimiento”.

[5] A ASL (American Sign Language) é a Língua de Sinais utilizada nos Estados Unidos e em partes do Canadá. Assim como a Libras (Língua Brasileira de Sinais) é a língua utilizada no Brasil. Cada país tem sua própria língua de sinais, com regras, expressões e variações culturais distintas.

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