HABERMAS E O FUTURO DO DISCURSO FILOSÓFICO DA MODERNIDADE
o debate com Lyotard, Giddens, Latour e Bauman
Giovani Mendonça Lunardi [1]
Universidade Federal de Santa Catarina
Márcia Regina Mendes [2]
Universidade do Estado de Santa Catarina
Kizilândia Guarezi Margotti [3]
Universidade Federal de Santa Catarina
kizimarie@yahoo.com.br
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Resumo
Segundo Habermas, a “modernidade” foi elevada a tema filosófico a partir do século XVIII, seguindo o pensamento de Webber, que define o processo de racionalização da sociedade ocidental como “desencantamento do mundo” provocado, principalmente, pelo surgimento de novas estruturas sociais cristalizadas em torno dos núcleos organizadores da empresa capitalista e do aparelho burocrático do Estado (apud Habermas, 2000). Este processo de desencantamento denominado de “modernidade” refere-se a um conjunto de fatores que ocorreram na sociedade ocidental: à formação de capital e mobilização de recursos; ao desenvolvimento das forças produtivas e ao aumento da produtividade do trabalho; ao estabelecimento do poder político centralizado e à formação de identidades nacionais; à expansão dos direitos de participação política, das formas urbanas de vida e da formação escolar formal; à secularização de valores e normas (Habermas, 2000). No entanto, com as transformações ocorridas nas últimas décadas devidas principalmente as inovações das tecnologias da informação e comunicação (TICs), com a emergência da sociedade da informação e o surgimento da cibercultura, diversas autores consideram que a época conhecida como ‘modernidade’ “chegou ao fim (Lyotard, 2004), está constituída de novas dinâmicas (Bauman, 2001) ou está em seu extremo (Giddens, 1991; 2002). Ou ainda, que nunca existiu (Latour, 2009)” (apud Leite, 2018). Desta forma, este trabalho investiga de forma preliminar o futuro do discurso filosófico da modernidade proposto por Habermas no debate com Lyotard, Giddens, Latour e Bauman desvelando suas aporias no contexto hodierno.
Palavras-Chaves: Habermas. Futuro do Discurso. Modernidade. TICs
HABERMAS AND THE FUTURE OF THE PHILOSOPHICAL DISCOURSE OF MODERNITY
the debate with Lyotard, Giddens, Latour, and Bauman
Abstract
According to Habermas, "modernity" was elevated to a philosophical theme from the 18th century onwards, following Weber's thought, which defines the process of rationalization of Western society as the "disenchantment of the world" caused mainly by the emergence of new social structures crystallized around the organizing nuclei of the capitalist enterprise and the bureaucratic apparatus of the State (apud Habermas, 2000). This process of disenchantment, called "modernity," refers to a set of factors that occurred in Western society: the formation of capital and mobilization of resources; the development of productive forces and the increase in labor productivity; the establishment of centralized political power and the formation of national identities; the expansion of rights to political participation, urban forms of life, and formal schooling; to the secularization of values and norms (Habermas, 2000). However, with the transformations that have occurred in recent decades, mainly due to innovations in information and communication technologies (ICTs), with the emergence of the information society and the rise of cyberculture, several authors consider that the era known as ‘modernity’ “has come to an end (Lyotard, 2004), is constituted by new dynamics (Bauman, 2001) or is at its extreme (Giddens, 1991; 2002). Or even, that it never existed (Latour, 2009)” (cited in Leite, 2018). Thus, this work preliminarily investigates the future of the philosophical discourse of modernity proposed by Habermas in the debate with Lyotard, Giddens, Latour and Bauman, unveiling its aporias in the contemporary context.
Keywords: Habermas. Future of Discourse. Modernity. ICTs
HABERMAS Y EL FUTURO DEL DISCURSO FILOSÓFICO DE LA MODERNIDAD
el debate con Lyotard, Giddens, Latour y Bauman
Resumen
Según Habermas, la «modernidad» se elevó a la categoría de tema filosófico a partir del siglo XVIII, siguiendo el pensamiento de Weber, quien define el proceso de racionalización de la sociedad occidental como el «desencantamiento del mundo», causado principalmente por la emergencia de nuevas estructuras sociales cristalizadas en torno a los núcleos organizadores de la empresa capitalista y el aparato burocrático del Estado (Habermas, 2000). Este proceso de desencantamiento, denominado «modernidad», se refiere a un conjunto de factores que se dieron en la sociedad occidental: la formación de capital y la movilización de recursos; el desarrollo de las fuerzas productivas y el aumento de la productividad laboral; el establecimiento del poder político centralizado y la formación de identidades nacionales; la expansión de los derechos a la participación política, las formas de vida urbanas y la educación formal; a la secularización de valores y normas (Habermas, 2000). Sin embargo, con las transformaciones ocurridas en las últimas décadas, principalmente debido a las innovaciones en las tecnologías de la información y la comunicación (TIC), con el surgimiento de la sociedad de la información y el auge de la cibercultura, varios autores consideran que la era conocida como «modernidad» «ha llegado a su fin (Lyotard, 2004), está constituida por nuevas dinámicas (Bauman, 2001) o se encuentra en su extremo (Giddens, 1991; 2002). O incluso, que nunca existió (Latour, 2009)» (citado en Leite, 2018). Así pues, este trabajo investiga preliminarmente el futuro del discurso filosófico de la modernidad propuesto por Habermas en el debate con Lyotard, Giddens, Latour y Bauman, desvelando sus aporías en el contexto contemporáneo.
Palabras clave: Habermas. Futuro del discurso. Modernidad. TIC
1 HABERMAS E A MODERNIDADE COMO TEMA FILOSÓFICO
Na sua obra “O Discurso Filosófico da Modernidade” de 1985, Habermas a partir de um texto seu de 1980, “A Modernidade: Um Projeto Inacabado”, responde às críticas de Lyotard, de que os pressupostos iluministas da modernidade tinham se exaurido e estávamos agora submetidos “A Condição Pós-Moderna” (Lyotard, 1979). Segundo Carvalho,
A tese central de Habermas em seu Discurso Filosófico da Modernidade coloca sua posição no debate entre modernidade e pós-modernidade. Tal tese diz que Habermas, além de querer revitalizar e completar o projeto inacabado da modernidade pela via da razão comunicativa, como saída para um paradigma da filosofia do sujeito esgotada, ele quer mapear e atacar os discursos críticos da modernidade, que em alguns caminhos leva à pós-modernidade conservadora e irracional. Ele mostra quanto às tentativas de se afastar das produções da modernidade, como por exemplo, o potencial comunicativo do mundo da vida e a filosofia do sujeito, são fracassadas. A pós-modernidade não conseguiu se esquivar da modernidade, ela ainda é moderna (2009, p. 64).
No entanto, Habermas reconhece posteriormente na sua obra “Reflexões e hipóteses para uma nova transformação estrutural da esfera pública política” (2022) que com as transformações ocorridas nas últimas décadas devidas principalmente as inovações das tecnologias da informação e comunicação (TICs), com a emergência da sociedade da informação e o surgimento da cibercultura estamos diante de uma revolução estrutural dos meios de comunicação, comparável a revolução proporcionada pela invenção da escrita e da prensa gráfica: a digitalização dos meios de comunicação . Nesta obra, Habermas comemora o jubileu de 60 anos do seu livro publicado em 1962, “Mudança estrutural da esfera pública: Investigações sobre uma categoria da sociedade burguesa”. Conforme Moita (2023, p. 139), nesta atualização Habermas pretende verificar se:
Constatada essa revolução, a questão relevante aos estados constitucionais e democráticos – e essa é a questão central da inquirição de Habermas diante da nova alteração estrutural – é saber se, do ponto de vista dos cidadãos, há uma alteração da percepção da esfera pública, onde se formam a opinião e a vontade comum.
Habermas investiga o impacto dessa digitalização na esfera pública e no processo deliberativo, por meio do que ele chama de “plataformização da esfera pública” (2022, apud Moita, 2023).
Diante deste reconhecimento por parte do próprio Habermas das profundas transformações que estão ocorrendo na esfera pública, este trabalho discute o futuro do discurso filosófico da modernidade. Ou seja, os ideais iluministas da modernidade ainda persistem como um projeto inacabado como quer Habermas? Para responder a este questionamento, este trabalho examina de forma preliminar e resumida, o conceito de Modernidade à luz do pensamento de Lyotard, Giddens, Latour e Bauman no debate com Habermas, no sentido de apontar alguns elementos iniciais de reflexão para aprofundamento em futuras pesquisas.
2 LYOTARD E A PÓS-MODERNIDADE
Jean-François Lyotard é um dos principais críticos da modernidade. Em A Condição Pós-Moderna (1979), ele propõe que a era moderna, marcada por grandes narrativas como o progresso e a emancipação entraram em crise. Desta forma, estaríamos na pós-modernidade, segundo ele, caracterizada pela incredulidade em relação a essas metanarrativas. Lyotard (2004, p. 15) comenta que “pós-moderna” é a posição do saber e “[...] o estado da cultura após as transformações que afetaram as regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes a partir do final do século XIX”. Lyotard observa que o saber se fragmenta em discursos locais e específicos, sem pretensão de universalidade. A ciência perde seu papel de legitimação universal e se torna mais performativa valorizada por sua utilidade, não por sua verdade. Embora sua proposta tenha sido criticada por promover um relativismo excessivo, Lyotard oferece uma leitura provocadora da crise da modernidade e da emergência de novas formas de saber e cultura. A ciência perde seu papel de legitimação universal e se torna mais localizada e contextual. A modernidade, para Lyotard, fracassa ao tentar impor verdades universais. Ele inclui o progresso da ciência, a emancipação da humanidade através da razão e a liberdade do indivíduo. Segundo ele, o projeto moderno é guiado pela ideia de que, ao seguir essas grandes narrativas, a humanidade alcançaria a libertação ou a perfeição. No entanto, Lyotard argumenta que a pós-modernidade é a descrença nessas metanarrativas. A ascensão da tecnologia e da informação desestabilizou o conhecimento, tornando-o fragmentado e plural. Assim, para ele, o que vivemos é o fim do projeto moderno e a entrada em uma nova era de pluralismo de "jogos de linguagem" (no sentido atribuído por Wittgenstein) e conhecimento localizado. Como ressalta Leite,
(...) o livro de Lyotard foi escrito originalmente em 1979, uma época em que a computação e a informática ainda davam seus primeiros passos na popularização de seus conceitos e produtos. A web ainda não existia, e o conceito de comunicação e informação em rede, tal qual temos hoje, ainda estava longe de se manifestar. Ao mesmo tempo, os discursos de Lyotard sobre a ‘informatização da sociedade’ coincidem com uma primeira manifestação da consciência de se estar entrando no que mais tarde tornaria a ser denominada pela literatura de ‘sociedade da informação’ ou a ‘era da informação’ (2018, p. 25,26).
Desta forma, na visão de Lyotard, o discurso filosófico da modernidade perdeu seu sentido e sua narrativa não possui mais futuro. De forma contrária a Habermas, a modernidade segundo Lyotard, não é projeto um inacabado e sim um projeto que já se findou.
2.1 GIDDENS E AS CONSEQÜÊNCIAS DA MODERNIDADE
Anthony Giddens na sua obra As Consequências da Modernidade escrita originalmente em 1990, discordando de Lyotard, mas também de Habermas, vê a modernidade como um processo radical e reflexivo.
Na sua crítica a noção de pós-modernidade de Lyotard, ele apresenta que “falar de pós-modernidade como suplantando a modernidade parece invocar aquilo mesmo que é (agora) declarado impossível: dar alguma coerência à história e situar nosso lugar nela” (Giddens, 1991, p. 53).
Apesar de concordar com Habermas que ainda continuamos no projeto da Modernidade, Giddens considera que na verdade vivemos em uma época não de continuidade desse projeto, mas sim de descontinuidade, em que estamos sentindo “as Consequências da Modernidade”, como uma era de desencaixamento das instituições e intensificação da reflexividade (1991). De acordo com Leite (2018, p. 30), segundo Giddens: “o que está em jogo no atual momento é um fenômeno de reflexividade inerente à própria modernidade”. Para Giddens, a reflexividade da modernidade é que as pessoas e as instituições estão constantemente revendo e ajustando suas práticas com base no conhecimento que produzem. Essa reflexividade acelera a mudança social e cria uma sensação de incerteza, pois não existem mais tradições ou autoridades fixas para guiar a vida (1991). Nesta sua perspectiva sociológica, de acordo com Giddens, a modernidade também é uma era de desencaixe do tempo e do espaço. Ou seja, as relações sociais não se limitam mais a um contexto físico. A tecnologia e as instituições globais permitem que as pessoas interajam e sejam influenciadas por eventos que ocorrem em outros lugares. A modernidade, para Giddens, é um "carro desgovernado" que se move rapidamente e as pessoas precisam aprender a lidar com seus riscos (1991, p. 133) (Silva, 2005). De acordo com Giddens, o futuro do discurso filosófico da modernidade é de incertezas e descontinuidade inerentes a própria modernidade.
3 LATOUR E A MODERNIDADE INEXISTENTE
Como vimos nas seções anteriores, enquanto Lyotard (1979), Habermas (1980, 1985) e Giddens (1990) debatem sobre a continuidade ou descontinuidade do projeto moderno, Bruno Latour por sua vez argumenta na sua obra já considerada clássica - Nunca Fomos Modernos (1991) - que esse projeto nunca existiu da forma como é imaginado. A perspectiva de Latour é a mais radical e única entre os autores aqui examinados por questionar a própria premissa do projeto moderno, ou seja, desafia a própria ideia de modernidade (Latour, 1991). A "grande divisão" que a modernidade supostamente criou entre natureza e sociedade (Latour, 2013), sujeito e objeto é uma ilusão (Latour, 1999) (Lima; Ostermann; Cavalcanti; 2018). A realidade é e sempre foi uma rede de "híbridos" de humanos e não-humanos (Latour, 2009, p. 88). A modernidade, segundo ele, purifica os domínios, mas ao mesmo tempo cria híbridos que misturam elementos naturais, técnicos e sociais:
(...) vamos dizer apenas que os quase-objetos quase-sujeitos traçam redes. São reais, bem reais, e nós humanos os criamos. Mas são coletivos, uma vez que nos ligam uns aos outros, que circulam por nossas mãos e nos definem por sua própria circulação. São discursivos, portanto, narrados, históricos, dotados de sentimento e povoados de actantes com formas autônomas. São instáveis e arriscados, existenciais e portadores de ser (Latour, 2009, p. 88).
Latour propõe a Teoria Ator-Rede (TAR), que trata humanos e não-humanos como agentes em redes complexas. Conforme Lemos,
A teoria Ator-Rede (TAR) [Actor-Network theory (ANT)] nasceu no âmbito dos Estudos de ciência e tecnologia (STS), sendo estabelecida nos anos 1980 por Bruno Latour, Michel Collon, Madeleine Akrich, John Law, Wiebe Bijker, entre outros. Ela é também conhecida como ‘sociologia da tradução’ ou ‘sociologia da inscrição’ (2013, p. 34).
As inovações são o resultado da interação complexa entre esses elementos. Latour argumenta que a modernidade não é uma ruptura com o passado, mas uma série de híbridos que unem objetos e humanos, natureza e cultura. Para Latour, o que precisamos não é de mais modernidade, mas sim reconhecer que nunca fomos verdadeiramente modernos. Devemos, portanto, aceitar a nossa condição de híbridos e criar uma política que leve em conta a interação entre humanos e não-humanos (Latour, 2005, 2009, 2013). Ou seja, segundo Latour, não existe futuro para o discurso filosófico da modernidade, pois a modernidade enquanto idéia nunca existiu.
4 BAUMAN E A MODERNIDADE EM TRANSFORMAÇÃO
Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, desenvolveu uma das metáforas mais poderosas para compreender o mundo contemporâneo no seu livro “Modernidade Líquida” (2000). Nesta sua obra Bauman analisa a modernidade como um processo em constante transformação. Ele propõe que a sociedade passou de uma fase sólida para uma fase líquida, caracterizada pela fluidez, instabilidade e precariedade. Na modernidade sólida, as instituições eram duráveis e os vínculos sociais estáveis. Já na modernidade líquida, tudo se torna transitório: o trabalho, os relacionamentos, a identidade (Fragoso, 2011). Nas palavras de Bauman (2000, p. 27), a modernidade
(...) numa análise retrospectiva, parece muito diferente daquele que enquadra a vida das gerações de hoje. Ela parece “pesada” (contra a “leve” modernidade contemporânea); melhor ainda, “sólida” (e não “fluida”, “líquida” ou “liquefeita”); condensada (contra difusa ou “capilar”); e, finalmente, “sistêmica” (por oposição a “em forma de rede”).
Os indivíduos são pressionados a se reinventar constantemente, o que gera ansiedade e insegurança. Bauman também critica a transformação da cidadania em consumo e da política em espetáculo. A identidade torna-se um projeto individual, moldado pela lógica do mercado:
Uma vez que os bens capazes de tornar a vida mais feliz começam a se afastar dos domínios não-monetários para o mercado de mercadorias, não há como os deter; o movimento tende a desenvolver um impulso próprio e se torna autopropulsor e autoacelerador, reduzindo ainda mais o suprimento de bens que, pela sua natureza, só podem ser produzidos pessoalmente e só podem florescer em ambientes de relações humanas intensas e íntimas (Bauman, 2009, p. 16).
A análise de Bauman, a partir de uma perspectiva ética e sociológica, alerta para os efeitos da liquidez sobre a solidariedade e a justiça oferecendo uma leitura sensível dos dilemas contemporâneos. Na visão de Bauman, o futuro do discurso filosófico da modernidade está em transformação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste breve trabalho, apresentamos de forma preliminar e resumida, uma reflexão sobre o futuro do discurso filosófico da modernidade a partir do pensamento de Habermas, Lyotard, Giddens, Latour e Bauman. Por questões de espaço, apontamos brevemente alguns elementos de contraste entre estes autores. Todos estes pensadores possuem uma obra vasta, sendo que somente o escrutínio de cada um deles, por si só, já despenderia um enorme esforço crítico de análise.
Como vimos, o conceito de modernidade tem sido objeto de intensos debates na Filosofia, Ciências Humanas e Sociais. Desde o Iluminismo, a modernidade foi associada ao progresso, à racionalidade, à emancipação e à construção de instituições democráticas. No entanto, ao longo do século XX, esse projeto passou a ser questionado por pensadores que identificaram suas contradições, limites e transformações. E foi isto a que se propusemos neste trabalho: uma breve e preliminar análise comparativa das abordagens destes cinco autores — Jürgen Habermas, Jean-François Lyotard, Anthony Giddens, Bruno Latour e Zygmunt Bauman — com o objetivo de compreender como cada um interpreta a modernidade e o futuro do seu discurso filosófico conforme proposto por Habermas, com implicações para a sociedade
As abordagens de Habermas, Lyotard, Giddens, Latour e Bauman revelam diferentes interpretações com perspectivas diversas mostrando que a modernidade é um projeto em constante debate. Por fim, concluindo que para a continuidade dessa pesquisa é importante uma abordagem mais aprofundada e plural, com diferentes perspectivas (filosóficas, sociológicas, econômicas, históricas, antropológicas, etc.) para entender o futuro (ou não) do discurso filosófico da modernidade.
REFERÊNCIAS
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