Análise do discurso

diálogos epistemológicos em Foucault e Heidegger

Autores

  • Mariana Rodrigues Gomes de Mello UNESP
  • Marta Lígia Pomim Valentim Universidade Estadual Paulista (UNESP)

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2021v7n2.p24-43

Palavras-chave:

Análise do Discurso, Epistemologia, Foucault, Heidegger, Metodologia

Resumo

A linguagem é mais que a palavra escrita ou falada, é a direção do pensamento no contato com o contexto histórico-social no qual se está inserido. O discurso se apresenta enquanto mediação entre pessoas e realidades. A AD se apresenta como um constructo teórico-metodológico que possibilita averiguar construções ideológicas e efeitos de sentido do discurso em diferentes contextos, propiciando um olhar ampliado sobre a realidade. Objetiva-se inter-relacionar aspectos epistemológicos de Foucault e Heidegger, que possam servir como aportes ao método Análise do Discurso, e refletir sobre uma estrutura que possa ser aplicada nas pesquisas da área de CI. Para tanto, propõe-se o uso da Revisão Sistemática da Literatura (RSL) enquanto técnica, a fim de subsidiar uma apresentação mais concreta referente a aplicação da AD no campo da CI. Metodologicamente trata-se de um estudo exploratório traçado na inter-relação entre questões da Filosofia da Linguagem e aspectos metodológicos e epistemológicos da Ciência da Informação e para tanto, buscou-se a revisão da literatura de ambos os domínios. Ainda há uma certa relutância do uso da AD na CI por sua forma mais teórica, ou seja, sem um procedimento preestabelecido, como se verifica em outros métodos, tais como a Análise do Conteúdo que possibilita a análise categorial, a análise de avaliação, a análise de enunciação, a análise proposicional, entre outras.  O objetivo da AD não é estabelecer se um discurso é verdadeiro ou falso, mas sim os efeitos de sentidos e as questões subliminares. Portanto, no discurso construído com bases em preconceitos, por exemplo, serão reveladas as fragilidades inerentes àquela construção. Por outro lado, em um texto reflexivo, a tendência é que por meio da aplicação da AD, sejam reveladas toda solidez das ideias e estruturas. Assim, verifica-se a grande contribuição que AD pode aferir à CI e como Foucault e Heidegger podem ser imprescindíveis para compor o arcabouço teórico da AD, dependendo dos objetivos da pesquisa.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Mariana Rodrigues Gomes de Mello, UNESP

    Bacharel e licenciada em Filosofia 

    Bacharel em Direito

    Especialista em Direito Público com capacitação para o Ensino Superior

    Mestre em Ciênncia da Informaçâo 

    Doutoranda em Ciência da Informação (UNESP)

  • Marta Lígia Pomim Valentim, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

    Professora Titular da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Pós-Doutorado pela Universidad de Salamanca (USAL), Espanha. Livre Docente em Informação, Conhecimento e Inteligência Organizacional pela Unesp. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Docente de graduação e pós-graduação da Unesp, campus de Marília. Bolsista Produtividade em Pesquisa (PQ-1D) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área de inteligência organizacional, gestão da informação, gestão do conhecimento e cultura informacional desde 2002. Líder do Grupo de Pesquisa Informação, Conhecimento e Inteligência Organizacional. Coordena o projeto de pesquisa Inteligência organizacional e inteligência social no contexto do big data: análise de dados para a geração de diferenciais competitivos. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da Unesp, campus de Marília, gestão 2017-2021.

Referências

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

BORDENAVE, J. E. D. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1982.

CAREGNATO, R. C. A; MUTTI, R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v.15, n.4, p.679-684, out./dez. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a17. Acesso em: 10 out. 2020.

CASTRO, F. F. de. Linguagem e comunicação em Heidegger. Galaxia, São Paulo, n.27, p.85-94, jun. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/gal/v14n27/07.pdf. Acesso em: 10 out. 2020.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 8.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collége de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Loyola, 2012.

FOUCAULT, M. A história da loucura. São Paulo: Saraiva, 2004.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1986.

FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento das prisões. Petrópolis: Vozes, 2014.

GALVÂO, M. C. B.; RICARTE, I. L. M. Revisão sistemática da literatura: conceituação, produção e publicação. Logeion: filosofia da informação, v. 6, n. 1, p. 57-73, 2019. Acesso em: 04 mar. 2021.

GREGOLIN, M. R. Foucault e Pêcheux: na análise do discurso: diálogos & duelos. São Carlos: Claraluz, 2006.

JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

HEIDEGGER, M. A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2003.

HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 1986.

LEFEBRE, H. Marxismo. Porto Alegre: L&PM, 2010.

LIMA, L. M.; MORAES, J. B. E. A legitimação dos elementos teórico-metodológicos da análise do discurso na ciência da informação brasileira: um aporte da análise de conteúdo. Brazilian Journal of Information Studies: Research Trends, Marília, v.11, n.2, p.88-95, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/48927. Acesso em: 10 out. 2020.

MACHADO, R. Foucault a ciência e o saber. São Paulo: Zahar, 1982.

MELLO, M. R. G. Inter-relações entre Ciência da Informação e Filosofia da Ciência: reflexões histórico-epistemológicas. 161f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação, Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista (Unesp), 2020. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/193249/mello_mrg_me_mar.pdf?sequence=5&isAllowed=y. Acesso em: 10 out. 2020.

ORLANDI, E. P. Discurso, imaginário social e conhecimento. Em Aberto, Brasília, v.14, n.61, p.52-59, jan./mar. 1994. Disponível em: http://rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/emaberto/article/download/2250/1989. Acesso em: 10 out. 2020.

ORLANDI, E. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 1996.

SAMPAIO, R. F.; MANCINI, M. C. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos (SP), v.11, n.1, p.77-82, jan./fev. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbfis/v11n1/en_12.pdf. Acesso em: 10 out. 2020.

SILVA, R. G. da. Análise do discurso: princípios e aspectos gerais. In: VIEIRA, V. R. de A.; COSTA, M. J. D.; BARROS, L. G. (Orgs.). Hispanismo 2004: língua espanhola. Florianópolis: ABH, 2004. 504p.; p.453-460. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B_fPPa-m93xDQ2FxeV8xQnZYc2M/edit. Acesso em: 10 out. 2020.

SILVEIRA BUENO, F. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: FDT, 1996.

Downloads

Publicado

25/03/2021

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Análise do discurso: diálogos epistemológicos em Foucault e Heidegger. Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 7, n. 2, p. 24–43, 2021. DOI: 10.21728/logeion.2021v7n2.p24-43. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/5654. Acesso em: 21 nov. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)