Entre filtros e bolhas

a modulação algorítmica na sociedade pós-panóptica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2022v8n2.p47-64

Palavras-chave:

Acesso à informação, Algoritmos-Modulação, Mediação da Informação, Filtragem da informação, Sociedade

Resumo

Aborda a modulação algorítmica e sua relação com a mediação da informação e o processo de filtragem da informação a partir do efeito “filtro-bolha”. Tem como objetivos discutir a informação no contexto da sociedade algoritimizada; debater a vigilância, o monitoramento e a filtragem da informação; e destacar a modulação algorítmica e a mediação da informação. A abordagem é qualitativa e utiliza a pesquisa bibliográfica sobre a temática proposta e a observação direta junto às plataformas digitais que fazem uso de filtragem. Como resultado, este artigo apresenta uma revisão dos principais conceitos que norteiam a filtragem da informação com o auxílio da modulação algorítmica. Conclui-se que a filtragem da informação e o “filtro-bolha” desenvolvem um ambiente controlado de informações mediante a propósitos escusos, gerando influências nos tecidos informacional, social, cultural e político da sociedade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ramon Davi Santana, UFBA

    Mestrando em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia (PPGI-UFBA). MBA em Gestão Pública pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi). Bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela UFBA. Bibliotecário-Documentalista da UFBA. Membro do LTI Digital UFBA/CNPq

  • Barbara Coelho Neves, Universidade Federal da Bahia

    Professora na Universidade Federal da Bahia.

    Líder do Laboratório de Tecnologias Informacionais e Inclusão Sociodigital (LTI Digitl).

Referências

ARAÚJO, C. A. A. O que é ciência da informação?. Informação & Informação, Londrina, v. 19, n. 1, p. 1-30, jan./abr. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2014v19n1p01. Acesso em: 27 jun. 2021.

BARGER, C. O estrategista em mídias sociais. São Paulo: DVS, 2013.

BRUNS, A. Filter bubble. Internet Policy Review, v. 8, n. 4, p. 1-14, Nov. 2019a. Disponível em: https://doi.org/10.14763/2019.4.1426. Acesso em: 04 set. 2021.

BRUNS, A. Echo chambers? Filter bubbles? What even are they?. In: BRUNS, A. Are filter bubbles real?. Cambridge: Polity, 2019b. E-book.

BUCKLAND, M. K. Information as thing. Journal of the American Society for Information Science, v. 45, n. 5, p. 351-360, 1991.

CAPURRO, R.; HJORLAND, B. O conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 1, p. 148-207, jan./abr. 2007. Disponível em: http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/54. Acesso em: 27 jun. 2021.

CARIBÉ, J. C. R. Algoritmização das relações sociais em rede, produção de crenças e construção da realidade. 2019. 151 p. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) ‒ Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: https://ridi.ibict.br/handle/123456789/1040. Acesso em: 27 jun. 2021.

CASTELLS, M. A galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

DELEUZE, G. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In: DELEUZE, G. Conversações: 1972-1990. São Paulo: 34, 1992. p. 219-226.

FAVA, G. P. O efeito filtro bolha: como dispositivos de vigilância digital convertem usuários em produtos. 2015. 159 p. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Sociedade) ‒ Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015. Disponível em: http://repositorio.ufjf.br:8080/jspui/handle/ufjf/1512. Acesso em: 06 set. 2021.

FERREIRA, R. S. A Sociedade da Informação como sociedade de disciplina, vigilância e controle. Información, Cultura y Sociedad, 2014.

FOUCAULT, M. O panoptismo. In: FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Lisboa: Edições 70, 2013. E-book.

FUCHS, C. Web 2.0, presumption, and surveillance. Surveillance & Society, v. 8, n. 3, p. 288-309, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.24908/ss.v8i3.4165. Acesso em: 06 set. 2021.

JOHNSON, S. Emergência: a dinâmica de rede em formigas, cérebros, cidades e softwares. Tradução: Maria Carmelita Pádua Dias. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

JOLER, V.; PETROVSKI, A. Immaterial labour and data harvesting. Share Lab, [online], 21 ago. 2016. Disponível em: https://labs.rs/en/facebook-algorithmic-factory-immaterial-labour-and-data-harvesting/. Acesso em: 27 jun. 2021.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

LOBO, E.; MORAIS, J. L. B. de.; NEMER, D. Democracia algorítmica: o futuro da democracia e o combate às milícias digitais no Brasil. Culturas Jurídicas, v. 7, n. 17, p. 255-276, maio/ago. 2020. Disponível em: https://periodicos.uff.br/culturasjuridicas/article/view/45443. Acesso em: 27 jun. 2021.

MANZANO, J. A. N. G.; OLIVEIRA, J. F. de. Algoritmos: lógica para desenvolvimento de programação de computadores. 28 ed. São José dos Campos: Érica, 2018.

MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes. Petrópolis: Vozes, 2014.

MAY, T. Pesquisa social: questões, métodos e processos. São Paulo: Artmed, 2004.

MEIRELES, A.V. Algoritmos e autonomia: relações de poder e resistência no capitalismo de vigilância. Opinião Pública [online]. 2021, v. 27, n. 1

MOROZOV, E. Big Tech: a ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Ubu, 2018.

NEGROPONTE, N. Less is more. In: NEGROPONTE, N. Being digital. London: Hodder & Stoughton, 1995. p. 149-159.

NEJM, R. Potencialidades e limites das tecnologias na promoção dos direitos humanos de crianças e adolescentes. In: RIBEIRO, J. C.; FALCÃO, T.; SILVA, T. (org.). Mídias sociais: saberes e representações. Salvador: Edufba, 2012. p. 249-269. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16717. Acesso em: 27 jun. 2021.

NEVES, B. C. Strategist librarian on social media: conceptual approach and possibilities of digital marketing in public libraries. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 28, n. 3, p. 323-337, set./dez. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/39203. Acesso em: 15 jun. 2021.

PARISER, E. Did Facebook’s big study kill my filter bubble thesis?. Wired, May 7th, 2015. Não paginado. Disponível em: https://www.wired.com/2015/05/did-facebooks-big-study-kill-my-filter-bubble-thesis/. Acesso em: 05 set. 2021.

PARISER, E. O filtro invisível: o que a Internet está escondendo de você. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.

PINTO, D. J. A.; MORAES, I. As mídias digitais como ferramentas de manipulação de processos eleitorais democráticos: uma análise do caso Brexit. Revista de Estudios Sociales, [Bogotá], n. 74, p. 71-82, [oct.] 2020. Disponível em: https://doi.org/10.7440/res74.2020.06. Acesso em: 27 jun. 2021.

RECUERO, R. Introdução à Análise de Redes Sociais online. Salvador: Edufba, 2017.

RÜDIGER, F. As teorias da cibercultura: perspectivas, questões e autores. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2013.

SANTOS NETO, J. A. dos; ALMEIDA JÚNIOR, O. F. de. O caráter implícito da mediação da informação. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 27, n. 2, p. 253-263, maio/ago. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/29249. Acesso em: 27 jun. 2021.

SCHNEIDER, M.; RAMOS, M.; CARVALHO, P. Estudo sobre algoritmos em campanhas eleitorais: análise com Iramuteq. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 20., 2019, Florianópolis. Anais [...]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2019. Não paginado. Disponível em: https://conferencias.ufsc.br/index.php/enancib/2019/paper/view/1100. Acesso em: 27 jun. 2021.

SCHONS, C. H. O volume de informações na Internet e sua desorganização: reflexões e perspectivas. Informação & Informação, Londrina, v. 12, n. 1, jan./jun. 2007, não paginado. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2007v12n1p50. Acesso em: 06 set. 2021.

SEAVER, N. Algorithms as culture: some tactics for the ethnography of algorithmic systems. Big Data & Society, v. 4, n. 2, p. 1-12, July/Dec. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1177%2F2053951717738104. Acesso em: 27 jun. 2021.

SILVEIRA, S. A. da. A noção de modulação e os sistemas algorítmicos. Paulus, São Paulo, v. 3, n. 6, p. 17-26, jan./jul. 2019. Disponível em: https://fapcom.edu.br/revista/index.php/revista-paulus/article/view/111. Acesso em: 27 jun. 2021.

Downloads

Publicado

18/03/2022

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Entre filtros e bolhas: a modulação algorítmica na sociedade pós-panóptica. Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 8, n. 2, p. 47–64, 2022. DOI: 10.21728/logeion.2022v8n2.p47-64. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/5825. Acesso em: 4 nov. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)