Sociedade disciplinar e sociedade de controle

um olhar a partir da ressignificação de uma biblioteca pública brasileira

Autores

  • Mariana Rodrigues Gomes de Mello Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  • Ofélia Cristina Xavier de Andrade Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  • Deise Maria Antonio Sabbag USP e UNESP
  • Daniele Achilles Dutra da Rosa UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2022v8n2.p82-99

Palavras-chave:

Biblioteca pública, Sociedade disciplinar, Sociedade de controle, Inovação, Epistemologia

Resumo

A partir do século XVIII, a imposição do controle das principais instituições políticas e sociais à população passa a ocorrer precipuamente por meio de estratégias urbanísticas. A arquitetura revela o objetivo de disciplinamento dos corpos de modo a prepará-los para a inserção na incipiente sociedade capitalista, seja na forma das escolas, fábricas ou prisões. Objetivamos num primeiro momento refletir, por meio da trajetória histórica e arquitetônica da Biblioteca Pública Municipal de Marília, se a biblioteca antiga tem preponderância de uma instituição disciplinar; para, em um segundo momento, apresentar a arquitetura no novo prédio, verificando se o novo modelo de biblioteca pode evidenciar a transição do modelo disciplinar ao de controle. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, documental e bibliográfica, na qual utilizamos o método Análise de Conteúdo da Bardin para analisarmos categorias de entrevista. Para tanto, nos valemos um pouco do pensamento de Foucault e Deleuze acerca do tema, bem como o histórico, arquitetura e um pouco da organização das coleções da biblioteca em questão, nos espaços e tempos diferentes. Concluímos que a nova biblioteca não é melhor do que a anterior. Ela apenas se adequa melhor aos ditames dos novos tempos, com novas perspectivas sociais e tecnológicas. A antiga biblioteca teve uma função muito importante na história da cidade e dos seus usuários. Somente não estava mais apropriada ao século XXI, necessitando de novo aspecto e sentido. 

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Biografia do autor

Mariana Rodrigues Gomes de Mello, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Bacharel e licenciada em Filosofia 

Bacharel em Direito

Especialista em Direito Público com capacitação para o Ensino Superior

Mestre em Ciência da Informaçâo 

Doutoranda em Ciência da Informação (UNESP)

Ofélia Cristina Xavier de Andrade, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Mestranda em Ciência da Informação e bibliotecária na empresa SENAC

Deise Maria Antonio Sabbag, USP e UNESP

Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp, 2013). Professora Doutora da Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão. É docente permanente na Pós-Graduação, linha pesquisa Produção e Organização da Informação, do Programa de Ciência da Informação da UNESP/Marília.

Daniele Achilles Dutra da Rosa, UNIRIO

Professora Adjunto do Departamento de Biblioteconomia (UNIRIO). Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia (PPGB/UNIRIO). Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Memória Social (PPGMS/UNIRIO

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http://periodicos.puccampinas.edu.br/seer/index.php/transinfo/article/view/1500/1474. Acesso em: 12 fev. 2021.

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Publicado

18/03/2022

Como citar

MELLO, M. R. G. de .; ANDRADE, O. C. X. de .; SABBAG, D. M. A. .; ROSA, D. A. D. da . Sociedade disciplinar e sociedade de controle: um olhar a partir da ressignificação de uma biblioteca pública brasileira. Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 8, n. 2, p. 82–99, 2022. DOI: 10.21728/logeion.2022v8n2.p82-99. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/5879. Acesso em: 19 abr. 2024.

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