Narrativas silenciadas

reflexões sobre a brutalidade policial na vida de crianças e adolescentes negros do Estado democrático brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2023v10nesp2.p48-60

Palavras-chave:

Estado Democrático; Racismo Estrutural; Violência Policial.

Resumo

A sociedade brasileira no que diz respeito a sua estrutura de relações sociais como conhecemos, tem início no Brasil colônia a qual a instituição de maior força era a escravagista. Nesse sentido, as formações e interações de classes da sociedade brasileira foram arregimentadas pelo racismo, sendo ele escancarado no passado, com leis e naturalização das práticas de disciminação racial, e mantendo grande influência atualmente com a utilização de “máscaras” que encontram para legitimar sua atuação na sociedade contemporânea. Nesse contexto, nos últimos anos tem-se observado a atuação irregular de ações policiais no país, principalmente nas comunidades periféricas, sendo utilizada a brutalidade e a violência física e moral dos sujeitos, violando direitos humanos e fundamentais, e colocando em perigo a vida de crianças e adolescentes que residem nesses ambientes, sobretudo, as negras, reconhecendo assim a existência do racismo estrutural. Considerando que o país é democrático, e reconhecendo que os atores sociais possuem a capacidade de influenciar nas mudanças e construções de políticas capazes de discutir os fundamentos da vida pública e social, esta proposta de pesquisa tem por objetivo refletir como a brutalidade policial afeta a confiança de crianças negras no Estado democrático por meio de instituições de segurança e proteção. Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, qualitativa e descritiva.

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Biografia do autor

Gabriel Cerqueira de Mello Farias, Universidade Estadual de Alagoas

 Graduando em Direito, Universidade Estadual de Alagoas

Paulo Ricardo Silva Lima, Universidade Estadual de Alagoas

Doutorando em Ciência da Informação, pela Universidade Federal de Alagoas; Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Alagoas- UFAL. Graduando em Direito pelo Centro Universitário Tiradentes - UNIT. Assessor jurídico na Defensoria Pública do Estado de Alagoas - DPE AL. Professor temporário na UNEAL.

Ana Lydia Vasco de Albuquerque Peixoto, Universidade Estadual de Alagoas

Docente da disciplina de metodologia da pesquisa dos cursos de Física, Administração Pública, Direito da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL). Mestre e Doutora em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Vem realizando sucessivas formações para atuação na Gestão Acadêmica e Saúde Sistêmica através do ensino-pesquisa-extensão-administração universitária.

Antonio Tancredo Pinheiro da Silva

Doutorando em Educação pelo PPGE/CEDU da Universidade Federal de Alagoas. Mestre em Educação pela Universidade Federal de Alagoas. Especialista em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário pelo Centro Universitário CESMAC. Graduado em DIREITO pela Faculdade Raimundo Marinho/FRM. Professor Civilista do Curso de Direito no Programa Especial para Formação de Servidores Públicos - PROESP/UNEAL.

Anderson de Alencar Menezes

Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco, Bacharel em Teologia pelo Centro Unisal - Campus Pio XI (São Paulo), Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutor em Ciências da Educação pela Universidade do Porto/Portugal. Pós-doutorado em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas.

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Publicado

30/11/2023

Como citar

DE FARIAS MARTINS SILVA, A.; CERQUEIRA DE MELLO FARIAS, G.; SILVA LIMA, P. R.; VASCO DE ALBUQUERQUE PEIXOTO, A. L.; TANCREDO PINHEIRO DA SILVA, A.; DE ALENCAR MENEZES, A. Narrativas silenciadas: reflexões sobre a brutalidade policial na vida de crianças e adolescentes negros do Estado democrático brasileiro . Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 10, n. esp2, p. 48–60, 2023. DOI: 10.21728/logeion.2023v10nesp2.p48-60. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/6750. Acesso em: 28 abr. 2024.

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