ARTIGO
2.2 ARTIGO 1: CONSTRUYENDO SOBERANÍA DIGITAL EN AMÉRICA LATINA: UN
ANÁLISIS DE LAS INICIATIVAS DE CUATRO COLECTIVOS SOCIALES
O artigo "Construindo a soberania digital na América Latina: uma análise das
iniciativas de quatro grupos sociais" (Guerra González; Suárez Estrada; Cerratto-Pargman,
2022) (tradução livre) investiga significados e práticas relacionados à soberania digital a partir
de movimentos sociais da América Latina. A pesquisa tem caráter qualitativo e exploratório e
utiliza como instrumento de investigação a entrevista semi-estruturada. As autoras
entrevistaram quatro membros fundadores de coletivos sociais situados na Argentina e no
México, a saber: Atalaya Sur (Argentina), Laboratorio de Interconectividades (México),
Laboratorio de Medios y Tecnologías El Rule (México) e Sursiendo (México).
As autoras introduzem o artigo fazendo uma diferenciação do conceito de soberania
digital entre o norte e o sul global. Enquanto o norte global vincula essa discussão às questões
de controle de infraestrutura tecnológica e do espaço da internet pelo Estado, o sul global se
volta para problematizar uma internet que é sobretudo corporativa e visa promover iniciativas
que partem do social para fomentar uma postura cidadã, crítica e plural, concebendo o
território físico e digital como um espaço político decisivo.
Embora cada coletivo entrevistado tenha um enfoque específico quando se trata de
soberania digital, o conceito definido no artigo se refere a:
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Assim, por soberania digital entendemos as diversas formas de independência,
controle e autonomia sobre as infraestruturas digitais, tecnologias e dados (Couture
& Toupin, 2018). De modo complementar, Pohle & Thiel (2020) sustentam que a
soberania digital é uma categoria chave no que se refere ao digital, porque busca
reinstalar o estado-nação por meio da economia e dos cidadãos, razão pela qual é um
conceito central na governança global das infraestruturas digitais
e
no
desenvolvimento das tecnologias associadas a elas. (tradução livre) (Guerra
González; Suárez Estrada; Cerratto-Pargman, 2022, p. 229).
A investigação foi guiada por duas perguntas chave: a primeira busca noções e
significados de soberania digital na perspectiva dos movimentos sociais pesquisados; a
segunda intenciona mapear práticas para construir a soberania digital. As análises
demonstram que o tema da soberania digital aparece ambientado em elementos semelhantes
para os diferentes coletivos, como a centralização de poder em empresas de tecnologia da
informação que se constituíram em oligarquias a partir do fim do século XX e na privatização
de espaços sociais na internet através das plataformas, mas também atuam em eixos diferentes
entre si, de acordo com seus contextos de atuação e perspectivas.
O coletivo Atalaya Sur (Argentina) defende um Estado forte como possibilidade para
a construção de uma soberania digital, com políticas de Estado focadas em ampliar a
LOGEION: Filosofia da informação, Rio de Janeiro, v. 11, ed. especial, p. 1-22, e-7364, nov. 2024