Com os dados obtidos, analisa-se de forma dialógica a partir dos pressupostos da
Teoria do Agir Comunicativo de Habermas, estratégia na qual se deu os “Círculos
Argumentativos”. Assim,
[...] na esfera do discurso os argumentos são levantados sobre os atos de fala dos
sujeitos, com vistas a fundamentar pretensões de validade. No pensamento de
Habermas (2003), o discurso é um momento filosófico privilegiado em que os
sujeitos (sociais) são atores-agentes do conhecimento com base no mundo vivido.
Na perspectiva da racionalidade comunicativa, os atos comunicativos assumem
pertinência na busca pelo entendimento e pela produção do conhecimento (Almeida,
2010, p. 65).
Deste modo, através das situações de discursos a proposta dos “Círculos
Argumentativos”, se dá pela combinação das diferentes falas e do estreito diálogo
estabelecido em conjunto com autores-pesquisadores, levando-se em conta os “atos de fala”
(Almeida, 2010), expressos nas produções. Neste sentido, os discursos e os modos com que os
argumentos vão se construindo no processo comunicativo, dependem das pretensões de
validade levantadas pelos falantes, estas pretensões compõem-se pela: pretensão do enunciado
como verdade, pretensão de que a ação de fala seja direta e esteja correta e que a intenção
proferida pelo falante representa o que realmente pensa (Habermas, 2012).
De acordo com o dicionário Michaelis, círculo (s.m.) é definido como: “[...] 4.
Movimento circular; circuito, giro, rotação. [...] 7. Grupo de indivíduos pertencentes a algum
campo de atividade ou ligados por interesses ou sentimentos comuns [...]” (Círculo, 2021).
Sendo assim, pode-se compreender os Círculos Argumentativos enquanto espaços de debate
onde os autores-pesquisadores e atores-pesquisadores e seus discursos, com diferentes
intencionalidades, expõem suas concepções, reflexões, proposições, seus conceitos,
argumentos, anseios, desejos, em busca de consensos e acordos possíveis que visem alcançar
entendimento mútuo.
Assim, o entendimento mútuo, é construído nas relações que estabelecem por meio do
diálogo entre os sujeitos envolvidos no processo comunicativo, esta dinâmica pode alcançar
os consensos, estes sempre provisórios, pois podem ser diferentes dependendo das situações e
contextos em que são levantadas as pretensões e colocadas em discussão (França, 2023).
Neste sentido, o entendimento mútuo pode ser concebido também como “[...] a realidade
complexa a que chegam os agentes de interação e que reflete a evolução social já que
alcançada por meio de um processo dialético que leva a uma melhor compreensão do mundo
(Silva; Fonseca, Vicenzi, 2019, p. 4).
Evidencia-se que “[...] a meta do entendimento é chegar a um consenso [...]” (Gomes,
2006, p. 7). O consenso por sua vez, na percepção habermasiana é constituído quando “[...] os