CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DE MEDIADORES DA INFORMAÇÃO E O ACIONAMENTO DE MEMÓRIAS PARA UMA REPRESENTATIVIDADE SOCIAL

Raquel do Rosário Santos[1]

Universidade Federal da Bahia

quelrosario@gmail.com

Ana Claudia Medeiros de Sousa[2]

Universidade Federal da Bahia

ana.violista@gmail.com

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Resumo

Esta pesquisa teve o objetivo de evidenciar como a constituição identitária e memorialística de mediadores da informação se inter-relacionam e influenciam suas atuações associadas à representatividade social. Quanto à metodologia, se configura como uma pesquisa descritiva, de natureza qualitativa, com uso do método de estudo de casos, com amostra constituída por bibliotecários(as) e arquivistas que integram grupos de pesquisa que versam sobre mediação da informação. Os resultados indicaram uma postura consciente por parte dos(as) agentes mediadores(as) participantes da pesquisa, ao realizarem ações fundamentadas no repertório teórico da mediação da informação. Portanto, esses agentes demonstraram uma atuação orgânica em seu fazer e uma busca pela representatividade existente nos ambientes informacionais, já que esses sujeitos são pertencentes a grupos sociais, com práticas e elementos culturais, por vezes comuns, compartilhando de desejos compatíveis de fortalecimento de seu coletivo.

Palavras-chave: mediação da informação; identidade; memória.

 

IDENTITY CONSTITUTION OF INFORMATION MEDIATORS AND THE ACTIVATION OF MEMORIES FOR SOCIAL REPRESENTATION

 

Abstract

This research aimed to highlight how the identity and memorial constitution of information mediators interrelate and influence their actions associated with social representation. The methodology is descriptive, qualitative, and uses the case study method. The sample consisted of librarians and archivists who are members of research groups focusing on information mediation. The results indicated a conscious approach on the part of the mediating agents participating in the research, as they carried out actions grounded in the theoretical repertoire of information mediation. Therefore, these agents demonstrated an organic approach and a search for representation within information environments, as these individuals belong to social groups with practices and cultural elements, sometimes common, sharing compatible desires to strengthen their collective.

Keywords: information mediation; identity; memory.

CONSTITUCIÓN DE LA IDENTIDAD DE LOS MEDIADORES DE LA INFORMACIÓN Y LA ACTIVACIÓN DE LAS MEMORIAS PARA LA REPRESENTACIÓN SOCIAL

Resumen

Esta investigación tuvo como objetivo resaltar cómo la identidad y la constitución memorial de los mediadores de información se interrelacionan e influyen en sus acciones asociadas a la representación social. La metodología es descriptiva, cualitativa y utiliza el método de estudio de caso. La muestra estuvo compuesta por bibliotecarios y archivistas miembros de grupos de investigación centrados en la mediación de información. Los resultados indicaron una postura consciente por parte de los agentes mediadores participantes en la investigación, ya que llevaron a cabo acciones basadas en el repertorio teórico de la mediación de información. Por lo tanto, estos agentes demostraron un enfoque orgánico y una búsqueda de representación dentro de los entornos de información, ya que estos individuos pertenecen a grupos sociales con prácticas y elementos culturales que a veces son comunes, compartiendo deseos compatibles de fortalecer su colectivo.

Palabras clave: mediación de información; identidad; memoria.

 

1  INTRODUÇÃO

Cada vez mais se faz necessário refletir para além do acesso à informação, objetivando sua problematização e apropriação, de modo que o sujeito esteja consciente sobre os enfrentamentos pessoais e sociais que demandam de si uma atenção, das lacunas a serem preenchidas, como da sua própria memória e das barreiras sociais a serem ultrapassadas. Para tanto, o sujeito e o seu coletivo necessitam nesse processo informacional, da colaboração de agentes mediadores que atuam no desenvolvimento de atividades que colocam em comum dispositivos a serem acessados, discutidos e apropriados, a fim de potencializar o encontro com o outro, de seu tempo e fora dele, de seu espaço e para além dele, com vivências, atitudes e saberes que reforcem e/ou que indiquem contradições necessárias para um processo de ressignificação de sua identidade e memória.

Os mediadores da informação quando realizam atividades de gestão de coleções, organização, preservação, difusão, ações culturais, entre outras, atuam diante de repertórios de saberes materializados em dispositivos. Ao agirem de maneira consciente, os mediadores buscam constatar o quanto esses repertórios são potencializadores do senso crítico, mas também é relevante observar se esses saberes são acionadores do sentimento de pertença, posto que reconhecer o passado auxilia na compreensão do presente e na projeção de futuro.

Diante do exposto, esta pesquisa tem como questão norteadora: como os mediadores da informação associam a constituição identitária e memorialística de si e da comunidade usuária com as atividades de mediação realizadas na ambiência dos dispositivos? Para responder esta questão, foi elaborado o seguinte objetivo: como a constituição identitária e memorialística de mediadores da informação se inter-relacionam e influenciam suas atuações associadas à representatividade social. O estudo se configura como descritivo de natureza qualitativa, com uso do método de estudo de casos, com amostra constituída por bibliotecários(as) e arquivistas que integram grupos de pesquisa que versam sobre mediação da informação, vinculados ao InfoHome. Os resultados alcançados, após o processo de coleta de dados, foram analisados à luz da literatura que segue na próxima seção.

 

2  IDENTIDADE, MEMÓRIA E MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO: CONSTITUIÇÃO DO SER E O REFLEXO DA REPRESENTATIVIDADE NO AGIR MEDIADOR

A identidade é constituída por processo movente, inerente a vida em sociedade, que continuamente pode ser ressignificada, conforme afirma Dubar (1997, p.8) ao refletir que identidade “[...] não é aquilo que permanece necessariamente ‘idêntico’, mas o resultado duma ‘identificação’ contingente”. Portanto, os sujeitos mesmo possuindo uma identidade que os caracterizam, ao interagirem com o coletivo e o contexto social, essa identidade é modelada, pois existe, como afirma Dubar (1997), uma ‘identificação’, o que favorece que mesmo fora de um contexto próprio, o sujeito pode agregar para si características, modificando aspectos adquiridos no coletivo que tem como base. Ou seja, uma pessoa nascida em um território ao migrar para outro lugar, pode permanecer com atributos de sua identidade, mas também alterar traços a partir dos elementos que se identifica.

Esse pensamento está alinhado com o que Pollak (1992, p. 204) defende como identidade, sendo a

[...] imagem de si, para si e para os outros. Isto é, a imagem que uma pessoa adquire ao longo de sua vida referente a ela própria, a imagem que ela constrói e apresenta aos outros e a si própria, por acreditar na sua própria representação, mas também para ser percebida da maneira como quer ser percebida pelos outros.

Pode-se compreender que a maneira com que o sujeito se percebe pode distinguir da percepção que os outros alcançam dele, e essa relação de compreender-se, projetar-se no mundo e ser reconhecido por outros, soma-se a performance com que esse sujeito cria e modifica sua experiência e existência no mundo. Portanto, a identidade é uma representação do ser de modo a alterar-se na vivência que possui junto ao outro, percebendo-se no coletivo que transita. Assim, uma pessoa pode mover-se entre espaços sociais adquirindo e modificando seu comportamento e conduta, pois é influenciado a partir da potência com que existe um atravessamento da interferência de determinado contexto e grupo social.

Pensar em uma pessoa negra, da periferia, referência em seu território, que ao transitar em outro lugar que não seja de pertencimento, ou mesmo que se diferencia do modo com que se comporta em seu coletivo, pode se sentir desconfortável ou incomodado com o olhar, o agir e a maneira com que interage com outras pessoas. Situações como essa pode configurar um simples incômodo de alguém que ainda está se habituando em um espaço que nunca adentrou, com sujeitos com características culturais e traços identitários distintos, mas pode também ser a soma de atitudes advindas de um processo histórico que modela a forma com que estruturalmente os sujeitos de determinado grupo se vale para impor suas regras e modos próprios de seu lugar perante o outro que ‘não faz parte do seu contexto’. Nesse aspecto, Pollak (1989, p. 4) reflete que “Ao privilegiar a análise dos excluídos, dos marginalizados e das minorias, a história oral ressaltou a importância de memórias subterrâneas que, como parte integrante das culturas minoritárias e dominadas, se opõem à ‘memória oficial’ [...]”.

Delimitação de condutas e legitimação de referenciais de memória interessam aos grupos hegemônicos de modo a impor a maiorias minoritárias atribuição de sentido e narrativas que os submetem a uma subserviência planejada e recatada a fim de não questionarem o modo com que seu comportamento foi traçado durante o tempo. Portanto, necessitando de referenciais que contradigam esse processo, de uma pessoa que conte sua história, a vivência de seu tempo, com as marcas próprias de sua memória, como também de dispositivos que registrem e promovam outro modo de observar, entender e projetar a realidade, sendo contradiscursos, em uma perspectiva problematizadora, que evoque as memórias que por muito tempo se mantiveram subterrâneas.

Sobre memória, pode-se então compreender como um conjunto de referenciais individuais e coletivos, registrados e materializados nas narrativas de referências vivas, nas práticas e vivências de sujeitos e povos, que se diferenciam e ao mesmo tempo se reconhecem como um coletivo. Ao observar esse discurso, pode-se dizer que a memória está para a identidade, como essa última constitui a memória coletiva e individual dos sujeitos, portanto em uma relação indissociável. Candau (2016, p. 16) afirma que “A memória, ao mesmo tempo em que nos modela, é também por nós modelada. Isso resume perfeitamente a dialética da memória e da identidade que se conjugam, se nutrem mutuamente, se apoiam uma na outra [...]”.

Tomando como base a afirmativa de Candau (2016) e as reflexões acima apresentadas, pode-se dizer que a memória é responsável por uma regulação e configuração do ser e do coletivo, visto que os discursos em sociedade que retomam a história de um povo pode favorecer o fortalecimento de determinados grupos em detrimento de outros, tornar vantajosos e legítimos sujeitos que em seu oposto fragilizam, oprimem e mantém subservientes outros grupos, muitos outros, que mesmo demonstrando no somatório das histórias registradas e contadas, sendo guerreiros e impulsionadores da manutenção de uma sociedade, se mantém acreditando em narrativas sustentadas por aqueles que se interessam por dada versão histórica. Nesse contexto, o que poderia fortalecer a identidade de um povo fragilizado? Como poderia tornar evidente uma memória escondida no mais profundo dos terrenos do esquecimento? A resposta certamente para a constituição e ressignificação de uma identidade e memória é a informação. Portanto, só a informação, o acesso irrestrito dos vários repertórios de saberes, inclusive os subterrâneos, favorece um entendimento amplo sobre a realidade e as opções de entendimento sobre ela.

Diante do exposto, considera-se a mediação da informação um fundamento necessário para a regulação, ressignificação e manutenção das memórias e identidades sociais, visto que o combate a toda forma de opressão só pode ser alcançado por meio da apropriação da informação, sendo o objetivo do mediador o agir visando o fortalecimento e empoderamento dos sujeitos por meio da informação. Dessa maneira, compreende-se a mediação da informação pelo olhar e entendimento de Almeida Júnior (2015, p. 15), para quem esta é

[...] toda ação de interferência – realizada em um processo, por um profissional da informação e na ambiência de equipamentos informacionais – direta ou indireta; consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva; visando a apropriação de informação que satisfaça, parcialmente e de maneira momentânea, uma necessidade informacional, gerando conflitos e novas necessidades informacionais.

As atividades de mediação da informação se articulam com a finalidade de favorecer a apropriação da informação, por meio da interferência do agente mediador, a quem é atribuído a função de auxiliar os sujeitos na identificação de suas necessidades informacionais, buscando continuamente novos dispositivos a fim de gerar conflitos em sua base de saberes, desestabilizando certezas, por vezes projetadas, de modo a assegurar sua permanência ou refazer os caminhos para a constituição de novos conhecimentos. Por meio do encontro com os agentes mediadores, dispositivos e atividades informacionais, os sujeitos poderão alterar o conforto de suas narrativas, antes sólidas e consensuais com seu coletivo,  sendo convidados a novas vivências informacionais que lhes possibilitem o contraditório, a busca constante e a apreciação de novas demandas e necessidades, que os tornem questionadores de um projeto social que estruturalmente os convidam a comodidade e a facilidade da segurança no conforto de discursos oficialmente projetados.

Dessa maneira, ao vivenciar essa conduta informacional os sujeitos são impulsionados a alcançarem o valor pragmático da ação mediadora, citado por Santos, Sousa e Almeida Júnior (2021), para quem esse é alcançado pelos usuários ao compreenderem a importância dos dispositivos informacionais, agentes mediadores e atividades mediadoras como basilares na busca, acesso e apropriação da informação, desenvolvendo uma trajetória consciente. Dessa maneira, o ato de se informar deve prever a compreensão sobre essa ação e o processo informacional, favorecendo que o sujeito tenha criticidade sobre sua busca e a informação que tem acesso e se apropria, e nesse agir reconhece também a validade dos dispositivos, agentes e atividades informacionais que os proporcionam o crescimento humanizador, repertório para ser questionadores e consciente de seus atos, portanto, atribuindo o valor pragmático.

As atividades mediadoras requerem um processo de conscientização sobre a inferência na vida e na realidade do outro, demandando além de competências em informação, a atenção, um olhar e escuta sensíveis, empatia e a racionalidade em todas as decisões planejadas e realizadas, compreendendo um processo de contribuição mútua, entre mediadores(as) e usuários(as), tendo reciprocidade nas dinâmicas que envolvem o processo de aprendizado. Este processo associado à ação mediadora favorece o alcance do valor afetivo segundo Santos, Sousa e Almeida Júnior (2021, p.359) ao afirmarem que

[...] o mediador e os usuários poderão entender e fortalecer os laços entre eles e os dispositivos informacionais e desenvolver um sentimento de pertencimento, que poderá proporcionar a atribuição do valor afetivo ao processo de mediação da informação. Como seres sociais constituídos de emoções, os sujeitos devem ser considerados em seu todo, que envolve tanto a razão quanto o sentimento, que são indissociáveis. Assim, o valor afetivo deve ser considerado e alcançado por mediadores e usuários no processo de mediação da informação.

Com base nos autores compreende-se que a atribuição do valor afetivo ocorre no desenvolvimento do sentimento de pertencimento, na construção de laços de afetividade, no respeito à pluralidade e na condução do encontro da divergência existente na diversidade. O diferente quando reconhecido pelo viés da alteridade, no campo fértil criado pela construção das atividades mediadoras pode provocar o reconhecimento de si e dos traços evocados na memória do coletivo, reforçando e ressignificando um processo de atribuição de sentido, favorecendo que os sujeitos alcancem o valor simbólico da mediação da informação. Santos, Sousa e Almeida Júnior (2021, p. 359) asseveram que

Os ambientes informacionais e os dispositivos que os integram são carregados de vestígios identitários de seus produtores e constituem os traços memorialísticos de indivíduos e grupos sociais [...] os usuários devem se reconhecer nesses dispositivos informacionais, que, além de refletir os fatos, os acontecimentos e as histórias de contextos sociais e culturais de tempos remotos, devem estar abertos para o novo, para o cânone e para a expressão dos diversos sujeitos sociais e de suas comunidades que anseiam ser vistas e reconhecidas, não como uma produção menor, mas como a fala de um povo que, durante muito tempo, foi negligenciado.

Mediadores da informação, quando pautados por um agir consciente, que os proporcionam o entendimento sobre seus traços identitários e de memória, poderão atuar para que outros sujeitos, usuários compreendam a singularidade de seus traços identitários, a tessitura das tramas sociais que interferem em si e no coletivo, da complexidade das percepções criadas pelos discursos e a necessidade de ler atentamente as narrativas que lhes são apresentadas. O mediador, mais que um agente que favorece um encontro que supre uma necessidade momentânea, reconhece sua função e responsabilidade social de criar o conflito, entre o real, o dado, e o entendimento mais amplo, segundo a opção de refazer os caminhos mais complexos da construção do saber, aquele que se pauta na diversidade das formas com que as informações foram produzidas e a intencionalidade com que se deseja que sejam apropriadas.

A partir do exposto, reitera-se que a constituição da identidade e da memória se efetiva com base na conduta de um agir pautado na mediação da informação, em que seus agentes (re)conhecem nos campos da diversidade sociocultural a complexidade orgânica da sua atuação, e dos objetivos e responsabilidades traçados a fim de serem planejados e realizados nos dispositivos informacionais. Dessa maneira, justifica-se estudos que visam analisar a atuação de arquivistas e bibliotecários(as), como mediadores(as) da informação, que interagem nos ambientes informacionais e culturais, identificando sua postura a partir do entendimento dos seus traços identitários e de memória, como também dos demais sujeitos usuários.

 

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa se caracteriza como descritiva, tendo como natureza a abordagem qualitativa, centrada na busca por responder o seguinte objetivo: como a constituição identitária e memorialística de mediadores da informação se inter-relacionam e influenciam suas atuações associadas à representatividade social. Para tanto, este estudo tem como método estudo de casos, visto que analisa a atuação mediadora da informação por parte de profissionais que estão vinculados a grupos de pesquisa que tem como foco a mediação da informação. Assim, a amostra é composta por bibliotecários(as) e arquivistas que integram grupos de pesquisa que versam sobre mediação da informação que estão vinculados ao InfoHome.

O InfoHome foi escolhido por ser um dispositivo de informação que reúne e dissemina conteúdos produzidos que fortalecem a pesquisa, ensino e a atuação de mediadores da informação. Em uma de suas iniciativas o InfoHome reúne cinco (5) grupos de pesquisa, dado obtido em 2024, que em sua plataforma desenvolvem conteúdos tendo como fundamento a mediação da informação, a saber: Competência e Mediação em Ambientes de Informação (CMAI); Grupo de estudos e pesquisas em Mediação e Representação da Informação e os Marcadores sociais da diferença (Geminas); Informação, Conhecimento e Inteligência Organizacional; Informação: mediação, cultura, leitura e sociedade; e Grupo de estudos e pesquisa em Mediação e Comunicação da Informação (GEPEMCI).

Dessa maneira, como procedimento de coleta de dados buscou-se uma comunicação com a liderança de cada grupo de modo a apresentar e obter o consentimento para aplicação do instrumento de pesquisa, que se refere a um questionário versando sobre os seguintes eixos: perfil do respondente e constituição identitária e memorialística de mediadores(as) da informação. O questionário foi elaborado utilizando a plataforma Google Forms, estando disponível para resposta entre o mês de outubro e novembro de 2024. Após a obtenção das respostas, essas foram analisadas de maneira qualitativa, obedecendo as categorias citadas anteriormente que também fundamentaram a construção do instrumento de coleta de dados. Assim, os resultados foram tratados, apresentados e discutidos na próxima seção à luz do referencial teórico.

 

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para alcançar o objetivo proposto neste estudo procedeu-se ao reconhecimento do perfil dos(as) participantes da pesquisa. Foram obtidas respostas de membros dos cinco (5) grupos que fizeram parte da amostra, entretanto com uma representação quantitativa diversificada, totalizando 15 respondentes.

Quanto ao perfil dos(as) respondentes, no que tange à formação, três (3) possuem a graduação; onze (11) mestrado e um (1) doutorado. Vale destacar que esses grupos de pesquisa têm acolhido os sujeitos em diferentes fases de formação o que pode potencializar na vivência entre eles(as) um compartilhamento de percepções mais amplo, visto que sujeitos que estão em formação na graduação ou são técnicos e já desenvolvem a prática profissional pode indicar perspectivas de mudanças relacionadas ao mundo do trabalho, enquanto outros sujeitos que estão mais próximos ao ato da pesquisa e concentrados na produção científica, proporcionam uma visão mais ampla da teoria e enquadramento empírico correspondente a temática. Essa união, embora não estanque e fragmentada, pois mestrandos(as) e doutorandos(as) podem ao mesmo tempo que realizam o curso estar em práticas profissionais, evidencia a potência de alcance da práxis por esses sujeitos, ou seja, correspondendo a prática ser ancorada na teoria e o processo de criação do referencial teórico ser fundamentado nas vivências correspondentes a prática.

No que se refere à formação dos(as) respondentes, quatro (4) foram arquivistas e onze (11) bibliotecários(as). Embora o maior quantitativo refere-se aos bibliotecários, destaca-se a presença de arquivistas vinculados a grupos de pesquisa que vêm refletindo sobre a mediação da informação, sendo que desses três indicaram a formação de mestres. Pode-se observar que arquivistas vêm consolidando uma reflexão a respeito das atividades realizadas por eles fundamentadas no aporte teórico da mediação da informação. Esse dado leva a inferência do desenvolvimento de estudos que fundamentam o fazer arquivístico, segundo as categorias apresentadas por Almeida Júnior (2015), tanto em uma perspectiva de atividades indiretas que ratificam a importância da guarda, preservação, organização e gestão, mas também da relação dessas ações, como um processo, vinculadas às atividades diretas de mediação da informação que favorecem a difusão e apoiam a produção e apropriação da informação.

Outra questão que se buscou investigar foi o tempo de atuação desses(as) bibliotecários(as) e arquivistas, valendo ressaltar que podem ser sujeitos que não estão desenvolvendo a prática profissional no período de coleta de dados da pesquisa, mas que possuem a formação nessas disciplinas especializadas. Contudo, fica evidente que todos(as) os(as) respondentes possuem uma vivência no campo de atuação, sendo o(a) que tem maior tempo corresponde a 27 anos, também outros com período similar, indicando entre 20 anos e 10 anos, por outro lado foram alcançados sujeitos que possuem entre nove (9) anos e dois (2) anos. Observa-se que o menor tempo de vivência no desenvolvimento de atividades de mediação da informação é de dois (2) anos, representando um tempo que o sujeito já desenvolveu práticas e reflexões que resultam a uma constituição identitária profissional, mesmo que ainda, ao longo do tempo, ocorra movências necessárias para a ressignificação dessa identidade e construção de memórias.

Quanto a uma perspectiva memorialista desses sujeitos, foi questionado se eles(as) fundamentam suas práticas mediadoras em traços identitários e de memória, alcançando três (3) respostas negativas e 12 afirmações positivas quanto a essa conduta, conforme podem ser observadas no Quadro 1.

Quadro 1 - Respostas de arquivistas e bibliotecários(as) quanto aos traços identitários e de memória que pautam suas atuações

Respondentes

Respostas

Respondente 1

Sim, pois quando estou atendendo uma visita técnica ou guiada, no ambiente dos arquivos de políticos, procuro mostrar a atuação do titular em outros contextos como artístico, cultural, educativo, poético etc. Ou seja, apresento os fragmentos do acervo os quais fazem parte do meu território

Respondente 2

A mediação dá-se de maneira consciente e inconsciente. Sendo assim, mesmo sem desejar, nossa vida, nossas ações, nossas relações com os outros e com o mundo, estão impregnadas do nosso acervo de conhecimentos, de experiências e, claro, de memórias.

Respondente 3

Sim, por ser proveniente de regiões denominadas comumente como periféricas, a preocupação com o contexto no qual estou inserido a cada momento me faz cogitar que pessoas provenientes da mesma conjuntura também se sintam deslocadas, marginalizadas e que não pertencem àquele lugar. Neste sentido, a interação com um profissional despreparado e desequilibrado pode amplificar o sentimento de rejeição e repúdio presente a todo momento nestes indivíduos.

Respondente 4

Sim, a identidade racial e regional, com a mediação de leitura.

Respondente 5

Sim, pois vejo como meus traços identitários estão intrinsecamente ligados com as ações que desenvolvo, sejam elas, de forma indireta, como na tomada de decisões que envolve a gestão de uma unidade informacional, sejam nas ações diretas, em que possibilitou o acesso e a apropriação da informação por meio de atividades desenvolvidas nas bibliotecas.

Respondente 6

Não. Trabalho em um ambiente corporativo onde estas nuances não são evidenciadas.

Respondente 7

Sim. Mediação da leitura considerando questões identitárias, raciais e gênero.

Respondente 8

Sim, tento selecionar e problematizar, quando possível, pessoas e grupos que historicamente foram marginalizados.

Respondente 9

Sim. O conjunto de vivências e experiências presentes na formação da minha subjetividade funda-se, por completo, em memórias e identidades que vêm operando, intersubjetivamente, na constituição do meu ser mediador. As práticas de leitura, realizadas no núcleo familiar, quando ainda criança, ecoam, continuamente, nas ações de mediação que realizo. O ato lúdico do ensinar e do aprender, realizado com meus irmãos, quando ainda criança, dialogam fortemente, com a mediação pedagógica e da informação que desenvolvo atualmente.

Respondente 10

Sim. Quando organizo os documentos das empresas, considero o contexto histórico e social desses documentos para garantir as memórias institucionais.

Respondente 11

Sim. Tendo um olhar sensível para os contextos, interesses dos sujeitos envolvidos na mediação, buscando saber quem eles são, de onde vieram, do que gostam, conversando bastante e, a partir disso, dialogando com suas necessidades e preferências.

Respondente 12

Não

Respondente 13

Meus traços identitários e de memória são minha base para poder mediar informação.

Minhas experiências de vida formaram o sujeito social que sou hoje, um sujeito curioso, ético, que apela ao diálogo e à reflexão. Um sujeito que prioriza a alteridade nas suas interações e que procura compreender o mundo dos outros para tentar mediar informações de impacto que possam possibilitar a apropriação da informação.

Cada interação com os outros gera novas memórias que transformam e, ao mesmo tempo, fortalecem minhas ações de interferência.

Respondente 14

Sim, quanto aos traços de identidade, trago sempre para reflexão debates étnico-raciais e atrelados aos sujeitos/grupos subalternizados na sociedade. Proponho temáticas para nossas formações, oriento a seleção e organização do acervo que dialogue com a justiça social. Quanto à memória, acredito que se relacione com a minha construção leitora ao longo da vida que é indissociável da minha identidade, as experiências que tive frequentando a biblioteca onde minha tia atuava foram proveitosas. Por isso, guardo-as com carinho quando realizo as minhas atividades mediadoras.

Respondente 15

Com certeza, a identidade e a memória são características eminentes que compõem os sujeitos em sua relação consigo e com o mundo. As memórias influenciam na construção identitária e, por conseguinte, nas práticas culturais dos sujeitos, dentre eles, pode ser realizada mediação da leitura, atividade culturais, jogos e brincadeiras.

Uma dessas questões de identidade e de memória, tratando a questão cultural de Salvador/BA, que durante o ano letivo e em confluência com o pedagógico algumas dessas atividades são realizadas em consonância com A Lei nº 10.639/2003 é a lei que obriga o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio. A lei determina que o conteúdo deva incluir: História da África e dos africanos, Luta dos negros no Brasil, Cultura negra brasileira, Contribuição do povo negro na sociedade nacional. Neste contexto as contações de histórias, brincadeira e jogos trazem a educação antirracista e a diáspora africana e dos povos originários, trazendo para a questão cultural do nosso Estado e cidade, para além dos jogos e brincadeiras já citados o contando também com entidades que são guardiães da cultura/Folclore do nosso povo (Samba Chula, capoeira, maculelê, Chegança etc.)

Fonte: Dados da pesquisa, 2024.

Destaca-se que a partir da análise dos quadros, como a ilustração acima, foram atribuídas categorias que melhor representassem as informações registradas pelos respondentes. Desse modo, três categorias foram identificadas, a primeira quanto a territorialidade, sendo atribuída a partir de três respostas; a segunda quanto às atividades mediadoras fundamentadas por uma convicção de vida, alcançando oito respostas; a terceira refere-se aos marcadores sociais, sendo obtidas duas respostas. Essas três categorias estão relacionadas às respostas positivas, sendo necessário elucidar que em algumas respostas são identificadas mais de uma categoria, contudo, buscou-se selecionar a que mais representou o conteúdo apresentado.

Por outro lado, duas respostas foram negativas, sendo que uma não apresentou justificativa, e outra pode ser categorizada, na segunda opção, como atividades mediadoras fundamentadas por uma convicção de vida. 

Desse modo, esta categoria obteve nove representações entre as respostas. Quando o(a) Respondente 6 afirma que não associa seus traços identitários e de memória às atividades mediadoras por atuar em um ambiente corporativo. Pode-se inferir que este compreende que a mediação limita-se à esfera pública, a exemplo de arquivos e bibliotecas de acesso livre à comunidade. Contudo, a partir dessa resposta vale refletir que em ambientes institucionais, mais especificamente em arquivos que subsidiam as atividades empresariais também se vinculam a movência da vida e da cultura, quando existem demandas corporativas a fim de garantirem a sustentabilidade de determinado território, fomentarem a representatividade de pessoas que ainda estão entre as maiorias minoritárias, como negros, indígenas, mulheres, entre outros, essa ação pauta-se por informações registradas nos dossiês que integram os arquivos desses dispositivos e fornecem as várias unidades base para tomada de decisão, importando também uma postura consciente que reflita os traços identitários por parte do(a) mediador(a) e da comunidade usuária.

Tal postura pode ser percebida na afirmação positiva do Respondente 10 ao afirmar “Sim. Quando organizo os documentos das empresas, considero o contexto histórico e social desses documentos para garantir as memórias institucionais”. Percebe-se que esse(a) respondente também atua em ambiente corporativo, entretanto, consegue relacionar o conhecimento sobre a mediação da informação com a memória institucional e o contexto sócio-histórico de produção documental, o que conduz a inferência que este(a) mediador(a) pode colaborar com o fortalecimento, não só institucional, mas do coletivo, vindicando que memórias subterrâneas possam ser evocadas e reverenciadas, conforme defende Pollak (1989). Assim, os sujeitos podem visualizar as instituições e constatar as influências delas na dinamicidade do seu território e na interferência política, econômica e cultural, que repercute na materialização dos dispositivos que integram o acervo arquivístico.

Ainda sobre a categoria das atividades mediadoras fundamentadas por uma convicção de vida pode-se afirmar que entre as respostas observou-se a indicação de ações diretas e indiretas; conscientes e inconscientes; que estão associadas ao conceito de mediação da informação defendido por Almeida Júnior (2015). Também foram identificadas respostas ligadas às atividades de mediação da leitura, que embora fundamentadas no conceito e arcabouço teórico da mediação da informação, se projeta como uma temática que possui um referencial que vem refletindo as estratégias realizadas pelos agentes mediadores, ou seja, embora sua inter-relação orgânica com a mediação da informação, por focalizar e necessitar de um adentramento as singularidades, complexidades e necessidades de sua realização, também vem sendo estudada e refletida com uma fundamentação teórica consistente.

Tal associação pode ser representada pela resposta do(a) participante 9 (Quadro 1), em que se pode observar que existe uma forte convicção de vida que reflete as atividades mediadoras realizadas no cotidiano desse sujeito e são pautadas desde seu núcleo familiar, portanto, não existe limitação entre seu agir profissional e o exercício da práxis que se amplia nos demais coletivos atravessados por esse(a) agente mediador(a), corroborando com o que defendem Santos, Sousa e Almeida Júnior (2021) ao afirmarem que a mediação é uma convicção de vida ao estar atrelada a dinamicidade da existência significativa do sujeito que rompe o status profissional e adentra, com os seus saberes, as suas vivências que lhe são carregadas de valores simbólicos.

A concepção da influência territorial nas ações mediadoras, que transparecem os traços de identidade e de memória dos agentes mediadores, podem ser exemplificados na afirmação positiva do(a) Respondente 1 (Quadro 1). O(a) agente mediador(a) consegue, além de identificar os traços identitários dos usuários que consultam os dispositivos informacionais - pois o modo de apresentar os documentos durante as visitas ou realizar a descrição e classificação desse acervo vão estar pautadas na maneira a qual esses sujeitos realizarão o processo de busca e compreenderão desses fundos documentais - associa-os a dinamicidade da vida do titulares dos acervos, ou seja, são governadores mas também são artistas, educadores, poetas que contam e refletem a história desse território e do povo que nele reside, como o(a) próprio(a) mediador(a) que diz “meu território”.

Outra resposta que representa essa categoria pode ser observada na fala do(a) Respondente 3 (Quadro 1). Esse(a) mediador(a) ao assumir o seu lugar de fala como pessoa da periferia, além de ter uma consciência identitária, também pauta o seu agir frente às necessidades que podem ser manifestadas por pessoas de seu território, que historicamente enfrentam um distanciamento do acesso aos dispositivos informacionais e culturais, a exemplo da biblioteca podem necessitar de um acolhimento mais direto que propicie o entendimento sobre o dispositivo informacional adentrado por elas, de modo a não limitar-se a uma visita, mas na construção de um processo de apropriação desse dispositivo, como das demais informações disponibilizadas em seu acervo.

Atrelada às respostas anteriores, que refletem a territorialidade, não obstante se pode perceber os marcadores sociais tanto do(a) respondente quanto da preocupação desse(a) em atender a comunidade usuária que é atravessada por traços identitários. Quando o(a) Respondente 3 cita a periferia, infere-se a predominância da existência desse território em ter pessoas negras e em vulnerabilidade social, portanto os marcadores sociais também projetam a necessidade de uma conduta consciente, pautada pela busca da equidade social nas atividades mediadoras. Tal categoria, marcadores sociais, pode ser melhor exemplificado pela afirmação do(a) Respondente 14 (Quadro 1), em que se pode perceber que as atividades de mediação direta e indireta da informação realizadas por esse(a) mediador(a) possui uma busca fundamentada na emancipação social de sujeitos subrepresentados, portanto, alcançando a consciência proveniente de seus traços identitários e de memória. Esse sujeito exerce um agir protagonista e pelo viés da representatividade que busca alcançar e empoderar, por meio da informação, outros sujeitos vinculados ao seu coletivo, como de outros coletivos que também lutam pela inclusão e justiça social.

Vale refletir, segundo a concepção alcançada nos estudos desenvolvidos por essa autoria, que a identidade é constituída no processo de vivência dos sujeitos, sendo movente e não limitando-se a especificidade de dada fase da vida. Dessa maneira, cada sujeito alcança a conscientização sobre sua identidade em momentos diferentes, mas por meio da informação. Assim, pode-se afirmar que a constituição identitária do sujeito, mais que as vivências positivas e negativas, é na reflexão de um processo mediado da informação que alcança a consciência sobre quem é no mundo, portanto sobre sua identidade.

De outra forma, muitos relacionam os diversos traumas sofridos pelo sujeito, por exemplo, a violência, racismo e segregação, como modos de maturação que proporcionam reflexão e entendimento sobre sua identidade. Pode ocorrer, mas é nos processos dialógicos, em que há o acesso à informação, compartilhamento e questionamentos sobre saberes, melhores condições para apoiar esse processo de constituição identitária, pois, essa é uma conduta formativa do sujeito se reconhecer no mundo, que demanda mediação, ações integrativas e reflexivas e acesso à informação que fundamente as narrativas.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao observar o contexto social em sua amplitude, percebe-se o multiculturalismo existente entre os povos, que se distinguem por tempo, espaço, microrregiões, e possuem nas práticas e bens culturais interferências que modificam os grupos tornando-os ainda mais diferentes, por exemplo, em seus atos religiosos, no modo com que desenvolvem sua culinária, vestimentas e até atos considerados de lazer, que integram seu cotidiano. Nessa afirmativa pode-se perceber que a configuração social vai alterar o modo com que as pessoas agem e constroem seus repertórios de saber, o modo de interferir e observar seu lugar de pertencimento. Também nota-se que para além do tempo existe uma constituição desse ser e do coletivo, que são acionados por tais bens e práticas culturais, que integram os referenciais de memória. Assim, compreende-se a importância de agentes mediadores que interagem e favorecem uma análise crítica e formativa sobre essa dinamicidade que se vincula a constituição identitária e de memória dos sujeitos e seu coletivo.

Compreender a potência do ato mediador para a constituição da memória e da identidade do sujeito e grupos sociais é perceber a necessidade de atuar em função da preservação, recuperação e difusão de acervos e narrativas carregadas de valor simbólico e vestígios identitários ancestrais, favorecendo a emancipação e justiça social. Portanto, cabe ao mediador(a) compreender as lacunas e necessidades existentes e o desejo de conhecer e suprir suas necessidades de se informar e informar o outro para agir de maneira emancipada, em qualquer que seja a atividade.

Por meio desse processo investigativo, constatou-se uma postura consciente, fundamentada no repertório teórico da mediação da informação que se associa a prática dos agentes mediadores que participaram desta pesquisa, de modo que exercitam de maneira orgânica seu fazer e uma busca pela constituição de uma representatividade existente nos ambientes informacionais, que é indissociável de uma percepção que esses sujeitos são pertencentes a grupos sociais, com práticas e elementos culturais, por vezes comuns, compartilhando de desejos compatíveis de fortalecimento de seu coletivo.

 

REFERÊNCIAS

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CANDAU, Joël. Memória e identidade. São Paulo: Contexto, 2016. 224 p.

DUBAR, Claude. Identidade, identificações e formas de identidade. In: DUBAR, Claude. A crise das identidades: a interpretação de uma mutação. Porto: Edições Afrontamento, 1997. 296 p.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, jan./jun. 1989. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/2278. Acesso em: 17 dez. 2024.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, jul./dez. 1992. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/1941. Acesso em: 5 dez. 2024.

SANTOS, Raquel do Rosário; SOUSA, Ana Claudia Medeiros de; ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco. Os valores pragmático, afetivo e simbólico no processo de mediação consciente da informação. Inf. Inf., Londrina, v. 26, n. 1, p. 343-362, jan./mar. 2021. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/40808. Acesso em: 5 dez. 2024.



[1] Docente Adjunto do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia. Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFBA. Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba.

[2] Professora Adjunto do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia nos Cursos de Arquivologia e Biblioteconomia. Docente colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da UFBA. Doutora e Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Paraíba. Especialista em Ensino-aprendizagem. Graduada em Biblioteconomia e em Arquivologia.

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