Epistemologias, gênero e dogmatismo científico

desdobramentos na Organização do Conhecimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2022v9n1.p182-194

Palavras-chave:

Epistemologia, Epistemologias Feministas, Gênero, Dogmatismo Científico, Organização do Conhecimento

Resumo

Há uma filosofia da diferença que precisa ser mais considerada nos nossos tempos, visto que se opõe à tradição filosófica identitária dos pré-socráticos à atualidade, que se apegou obstinadamente à ideia de identidade, que vislumbra o real, somente através da referência ao idêntico. Nessa perspectiva, os anseios e peculiaridades dos mais diversos movimentos sociais precisam ser ouvidos de modo mais efetivo pela filosofia e pela ciência. Mesmo nas ciências exatas, a teoria não é eterna, quanto mais nas sociais aplicadas, como é na ciência da informação, e consequentemente, na organização do conhecimento. Posto isto, este trabalho tem como objetivo inter-relacionar alguns aspectos históricos da epistemologia geral com as epistemologias feministas, destacando-se a corrente pós-estruturalista. E assim, compreendermos alguns dos seus desdobramentos na organização do conhecimento, a fim de percebermos se ela está disposta a incorporar novas práticas, a partir de reinvindicações de movimentos, como o feminista. Constatamos que além de toda historicidade das relações de poder que tem raízes profundas e muito antigas, há nos dias hodiernos um grupo despreocupado em ratificar novas práticas mais humanizadas e coerentes às várias esferas, dentre as quais está a organização do conhecimento, por questões não só políticas, mas econômicas.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do autor

Daniel Martínez-Ávila, Universidad de León

Atualmente Professor Assistente Doutor da Universidad de León. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Possui graduação em Biblioteconomía y Documentación pela Universidad Carlos III de Madrid (2005), Licenciado en Documentación pela Universidad Carlos III de Madrid (2007), Mestrado em Investigación en Documentación pela Universidad Carlos III de Madrid (2009), e Doutorado internacional pelo Programa Oficial de Doctorado en Documentación pela Universidad Carlos III de Madrid (2012). Foi Pesquisador e Instrutor Adjunto na University of Wisconsin-Milwaukee até setembro de 2014 e Professor Assistente Doutor da Universidad Carlos III de Madrid até agosto de 2013 e desde setembro de 2019 até agosto de 2021. Tem experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em Organização da Informação. Membro do International Society for Knowledge Organization (ISKO) Scientific Advisory Board.

Mariana Rodrigues Gomes de Mello, UNESP

Doutoranda em Ciência da Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Mestra em Ciência da Informação 

Bacharel e licenciada em Filosofia

Bacharel em Direito

Referências

ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

ALCOFF, L.; POTTER, E. Introduction: when feminisms intersect epistemology. In: ALCOFF, L.; POTTER, E. (Org.) Feminist epistemologies. New York: Routledge, p. 1-14, 1993.

ALMEIDA, A. et. al. A Arte de Pensar. Lisboa: Didáctica, 2008.

ARISTÓTELES. Metafísica (os pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1973.

BUTLER, J. Actos performativos y constituición del género: um ensayo sobre fenomenología y teoria feminista. Debate Feminista, México, v. 18, p. 296-314, 1998.

CRIPPA, G. Conhecimentos para que? transformações da ordem dos saberes no tempo. Logeion: filosofia da informação, v. 5, n. 2, p. 72-85, 2019. Acesso em: 14 fev. 2022.

CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

CHAUI, M; OLIVEIRA, P. S. de. Filosofia e Sociologia. São Paulo: Ática, 2007.

DELEUZE, G. Diferença e repetição. Lisboa: Relógio D'Agua, 2000.

DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Folha de São Paulo, 2015.

EGAN, M.E.; SHERA, J.H. Foundations of a Theory of Bibliography. Library Quarterly, v. 22, n. 2, p. 125–137, 1952.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

FOUCAULT, Michel. Body/Power. In: Power/knowledge: Selected Interviews and Other Writings. New York: Pantheon, 1980.

FOX, M.J; OLSON, H.A. . Feminist epistemologies and knowledge organization. In: HUR-LI, L.; SMIRAGLIA, R. (Org.). Cultural frames of knowledge. Wurzburg: Ergon Verlag, p. 79-98, 2012.

FROHMANN, B. The power of images: a discourse of images: a discourse analysis of cognitive viewpoint. Journal of Documentation, v. 48, n. 4, p. 365-386, 1992.

GRASSWICK, H. Trust and Testimony in Feminist Epistemology. In: GARRY, A; KHADER, S. J.; STONE, A (ORG). The Routledge Companion to Feminist Philosophy. Abingdon: Routledge, 2017.

HARDING, S. The science question in feminism. New York: Cornell UP, 1986.

JAGGAR, A. Love and knowledge: ernotion in feminist epistemology. Inquiry, v.32, n.2, p. 151-176, 1989.

JAPIASSU, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

KNOWLEDGE ORGANIZATION in: Encyclopedia of knowledge organization, 2016. Disponível em:

https://www.isko.org/cyclo/knowledge_organization. .Acesso em 15. fev. 2022.

KUHN, T.S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2006.

LONGINO, H. Epistemologia Feminista. In: GRECO, J; SOSA, E. (Org.). Compêndio de Epistemologia. São Paulo: Loyola, 2012.

MELLO, M. R. G.; MARTÍNEZ-ÁVILA, D. Desinformação, verdade e pós-verdade: reflexões epistemológicas e contribuições de Piaget. Logeion: filosofia da informação, v. 7, p. 108-127, 2021. Acesso em: 14 dez. 2021.

MENDES, M. A. Estudos feministas: entre perspectivas modernas e pós-modernas. Cadernos de estudos sociais. Recife, v. 18, n 2, p. 223-230, 2002.

MORIN, E. Cabeça bem-feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.

NIETZSCHE, F. W. A gaia Ciência. São Paulo: Escala, 2008.

PLATÃO. A repúbica de platão (os pensadores). São Paulo: Nova Cultural, 2000.

SALDANHA, G. S.; SILVA, M. L. G. Da loucura e da arte nos limites de uma epistemologia da organização do conhecimento. Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação, n. XVIII ENANCIB, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/104809. Acesso em: 15 dez. 2021.

SCOTT, J. Gender: A Useful Category of Historical Analysis. New York: Columbia University Press, 1989.

Downloads

Publicado

13/09/2022

Como citar

MARTÍNEZ-ÁVILA, D.; MELLO, M. R. G. de. Epistemologias, gênero e dogmatismo científico: desdobramentos na Organização do Conhecimento. Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 9, n. 1, p. 182–194, 2022. DOI: 10.21728/logeion.2022v9n1.p182-194. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/5990. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)