Liinc em Revista
https://revista.ibict.br/liinc
<p>Periódico científico orientado à reflexão crítica sobre dinâmicas de produção, circulação e apropriação da informação e do conhecimento, ante as transformações do mundo contemporâneo.</p> <p>É uma publicação do <a href="http://www.ibict.br/" target="_blank" rel="noopener">Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia</a> (Ibict), editada por seu <a href="http://www.ppgci.ufrj.br/pt/" target="_blank" rel="noopener">Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação</a>, desenvolvido em associação com a <a href="https://ufrj.br/" target="_blank" rel="noopener">Universidade Federal do Rio de Janeiro</a> (UFRJ).</p> <p>É indexada por <a href="https://doaj.org/toc/1808-3536" target="_blank" rel="noopener">DOAJ</a>, <a href="https://latindex.org/latindex/ficha?folio=17570" target="_blank" rel="noopener">Latindex</a>, <a href="https://brapci.inf.br/index.php/res/v/708" target="_blank" rel="noopener">Brapci</a>, <a href="https://oasisbr.ibict.br/vufind/Search/Results?type=AllFields&filter[]=reponame_str%3A%22Liinc%20em%20Revista%22" target="_blank" rel="noopener">OasisBR</a>, International Bibliography of the Social Sciences (IBSS), e Library and Information Science Abstracts (LISA).</p>Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)pt-BRLiinc em Revista1808-3536<div id="copyrightNotice" class="copyright_notice"> <p>Autores que publicam na Liinc em Revista concordam com os seguintes termos:</p> <p>Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" target="_blank" rel="noopener">Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional</a>, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p> <p>Consulte a <a title="Política de Acesso Livre e Autoarquivamento" href="http://revista.ibict.br/liinc/about#openAccessPolicy" target="_blank" rel="noopener">Política de Acesso Livre e Autoarquivamento</a> para informações permissão de depósitos de versões pré-print de manuscritos e artigos submetidos ou publicados à/pela Liinc em Revista.</p> <p><a href="/liinc" rel="cc:attributionURL">Liinc em Revista</a>, publicada pelo <a href="http://www.ibict.br/" target="_blank" rel="cc:attributionURL noopener">Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia</a>, é licenciada sob os termos da <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0" target="_blank" rel="noopener">Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC BY 4.0 <img style="height: 22px!important; margin-left: 3px; vertical-align: text-bottom;" src="https://mirrors.creativecommons.org/presskit/icons/cc.svg?ref=chooser-v1"><img style="height: 22px!important; margin-left: 3px; vertical-align: text-bottom;" src="https://mirrors.creativecommons.org/presskit/icons/by.svg?ref=chooser-v1"></a></p> </div>Agradecimentos
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6843
<p>Agradecimentos</p>Os Editores
Copyright (c) 2023 Os Editores
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2023-12-012023-12-01192e6843e684310.18617/liinc.v19i2.6843O tratamento de dados pessoais pelo poder público: um estudo bibliométrico
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6455
<p>Foi com a aceleração do desenvolvimento tecnológico e o aumento da importância da informação para a sociedade moderna que o direito à privacidade e à proteção de dados pessoais passou a ganhar destaque nos espaços públicos e privados. Seguindo a tendência mundial, o Brasil editou a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em agosto de 2018, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. A Lei contém um capítulo específico para as regras e responsabilidades no tratamento de dados pessoais pelo Poder Público, no entanto, ainda há muito a ser debatido sobre o tema. Para tal, este trabalho realizou um estudo bibliométrico com o objetivo de identificar tendências atuais e analisar o panorama das pesquisas desenvolvidas em âmbito nacional e internacional sobre o tema. Uma amostra de 55 artigos foi selecionada utilizando o Methodi Ordinatio, metodologia que conduz a busca, seleção e análise de artigos científicos, para compor o portfólio de artigos relevantes a um tema em questão. Os resultados apontam um aumento significativo da produção acadêmica sobre o tema nas últimas duas décadas. Há predomínio de publicações em periódicos europeus e na área do direito. Os resultados evidenciam a atualidade do tema e a necessidade de se desenvolver mais pesquisas voltadas para o campo da Administração Pública</p>Núbia Augusto de Sousa RochaAlexandre Nascimento de AlmeidaTiago Emmanuel Nunes BragaAndré Nunes
Copyright (c) 2023 Núbia Augusto de Sousa Rocha, Alexandre Nascimento de Almeida, Tiago Emmanuel Nunes Braga, André Nunes
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2023-12-012023-12-01192e6455e645510.18617/liinc.v19i2.6455Biblioteca pública e regime militar no Brasil: desvendando discursos autoritários
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6649
<p>Análise discursiva da relação entre o regime militar (período inicial:1964-1970) e biblioteca pública no Brasil a partir de ações desenvolvidas pelo Instituto Nacional do Livro-INL e registradas em documentos oficiais sobre políticas culturais no contexto citado. Vale salientar que as bibliotecas públicas brasileiras estão originariamente situadas junto as estruturas culturais do Estado e vivenciam, de forma direta, as orientações discursivas geradas no âmbito estatal. No contexto político autoritário analisado a biblioteca pública atuou como espaço de divulgação do discurso da segurança nacional defendida pelo regime militar, ficando desta forma, submissa a diretrizes culturais autoritárias. Neste momento de autoritarismo político a biblioteca pública brasileira se apresentou como uma instituição cultural carente de produção espontânea em termos discursivos, ou seja, incapaz de gerar uma lógica discursiva e, consequentemente, uma proposta cultural independente dos discursos elaborados pelo regime militar</p>Eliany Alvarenga de Araújo
Copyright (c) 2023 Eliany Alvarenga de Araújo
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2023-11-302023-11-30192e6649e664910.18617/liinc.v19i2.6649Entre a disputa política e religiosa: como deputados evangélicos e portais gospels debateram o PL 2630
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6573
<p>Atentos à crescente ocupação e relevância do segmento religioso evangélico na política (Goldstein 2020; Prandi, Santos, Bonato 2019), bem como nas mídias tradicionais e digitais (Cunha 2019; Martino 2015), esta pesquisa realiza uma análise comparativa sobre a atuação dos deputados evangélicos com mais seguidores no Instagram e os portais de notícias gospels com mais acessos, a fim de verificar suas atuações no que tange à votação do PL2630 - que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. A partir de um corpus de 204 publicações (73 notícias e 131 posts), verificamos o que caracteriza a atuação destes sujeitos - que interseccionam mídia, política e religião no cenário nacional – numa pauta que debate medidas de combate à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais e nos serviços de mensagens privadas. Deste modo, com base na análise de conteúdo, consideramos suas posturas em relação ao PL, se a favor ou contrário, bem como se há ênfase a temáticas religiosas entre as críticas a ele direcionados. Incluímos, ainda, nuvens de palavras para visualizar os termos priorizados pelos portais e deputados. Como resultados, destacamos que os parlamentares são mais enfáticos na oposição ao PL, evidenciando críticas ao governo em meio a acusações de censura. Enquanto isso, os portais incluem alguns pontos favoráveis ao projeto e englobam mais apreensões do âmbito religioso</p>Marcela BarbaManoela MayrinkAline Vaz
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2023-11-302023-11-30192e6573e657310.18617/liinc.v19i2.6573Autoridades cognitivas versus autoridades eclesiásticas e espirituais: as comunidades evangélicas brasileiras e a desinformação
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6628
<p>Esse texto tem por objetivo estabelecer um diálogo sobre o conceito de autoridade cognitiva a partir da comunidade evangélica brasileira e suas autoridades eclesiásticas e espirituais para compreender o fenômeno da desinformação nesse segmento. Para essa reflexão apresenta dados sobre o crescimento exponencial desse grupo nas últimas décadas, o tratamento utilizado durante esse período pela mídia tradicional e, em contraponto, uma pesquisa do Instituto de Estudos da Religião com tópicos elencados por mulheres sobre a relação com a igreja. Em seguida, descreve os conceitos utilizados nas comunidades evangélicas para as autoridades eclesiásticas, que podem ser atribuídas através de cargos administrativos, a autoridade espiritual, que se estabelece através do reconhecimento dos membros sem possuir cargo formalizado e, nos ambientes digitais, a ascensão de autoridades espirituais como influenciadores e youtubers, que detém junto às comunidades liderança dentro e fora das igrejas. A partir desse contexto aponta-se o uso do conceito de autoridade cognitiva e suas novas categorias, a saber: as autoridades cognitivas genuínas a as pseudo autoridades cognitivas. Estabelece como tais autoridades fazem sentido nas relações entre autoridades religiosas e a comunidade evangélica. Para finalizar, o artigo aponta as primeiras observações sobre a relevância dessas autoridades, vistas pelos membros como fontes confiáveis de informação e a necessidade de criar uma agenda de pesquisa aprofundando os estudos no campo de estudos da informação, especialmente da ética da informação sobre a desinformação nas comunidades evangélicas brasileiras</p>Márcia Feijão de FigueiredoMarianna Zattar
Copyright (c) 2023 Márcia Feijão de Figueiredo, Marianna Zattar
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2023-12-012023-12-01192e6628e662810.18617/liinc.v19i2.6628O contágio de fake news: uma abordagem biopolítica da desinformação durante a pandemia da covid-19
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6618
<p>A desinformação representa um risco para a saúde pública devido às potenciais implicações nas esferas socioeconômica, política e cultural. Contudo, a comunicação e a informação são ferramentas essenciais para auxiliar os órgãos responsáveis a tomarem medidas mais eficazes. Diante disso, a pandemia da COVID-19 se tornou pauta central de discussão nas mídias tradicionais e digitais pelo mundo todo. Em razão da sobrecarga de informações ajudar a espalhar notícias falsas, o presente artigo objetiva analisar, através da biopolítica, o uso da desinformação pelo “Gabinete Paralelo” durante a pandemia da COVID-19. Parte-se do pressuposto que a desinformação foi difundida através de uma organização interna que agiu paralelamente ao Ministério da Saúde. Para fins metodológicos, adota-se uma abordagem essencialmente qualitativa, a partir de análise bibliográfico-documental. O desenho da pesquisa baseia-se no método de estudo de caso e de caráter exploratório. Nota-se, portanto, o fortalecimento do negacionismo científico em razão da difusão de desinformações articuladas pelo gabinete paralelo</p>Flávia de ÁvilaAlana Maria Passos Barreto
Copyright (c) 2023 Flávia de Ávila, Alana Maria Passos Barreto
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2023-12-012023-12-01192e6618e661810.18617/liinc.v19i2.6618Em busca da terra sem males: comunicação indígena, política de algoritmos & o sistema de recomendação do YouTube
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6599
<p>Este artigo examina as redes de canais sugeridos para três videoclipes de rap indígena no YouTube, com o objetivo de avaliar as condições de visibilidade para esse conteúdo na plataforma de vídeos da Google, Inc. Portanto, o trabalho discute o conflito entre o ideal de comunicação como direito humano e a economia política de viés neoliberal do YouTube, que se materializa sob a forma dos algoritmos do sistema de recomendação da plataforma, por meio da coleta de dados públicos com o programa YouTube Data Tools. A análise indica que, apesar das numerosas visualizações, o sistema de recomendação, em geral, não favorece esses vídeos, utilizando-os, inclusive, para promover canais corporativos</p>Simone do Vale
Copyright (c) 2023 Simone do Vale
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2023-11-302023-11-30192e6599e659910.18617/liinc.v19i2.6599Gestão participativa, protagonismo popular e disposição para o consenso no setor musical e no movimento social da cultura no país a partir dos anos 2000
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6502
<p>A partir da análise da participação dos atores do setor musical nas conferências nacionais de cultura e na produção do Plano Nacional de Cultura, percebemos toda uma movimentação no setor cultural pela legislação cultural no país durante os anos 2000. A participação civil no setor cultural implicou o aparecimento de coletividades antes não contadas como detentores dos direitos de cidadania. Esse aparecimento produziu um choque, incluiu parcelas da população nas condições de fruição e produção cultural e rompeu com as políticas conservadoras estabelecidas. Tomando como fontes materiais disponíveis em meio digital, como e-mails, blogs, jornais e sites, busca-se evidenciar que a participação popular nos processos decisórios foi correlata às transformações moleculares, possibilitadas pelo aprofundamento democrático havido no período</p>Rubens de Freitas Benevides
Copyright (c) 2023 Rubens de Freitas Benevides
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2023-12-012023-12-01192e6502e650210.18617/liinc.v19i2.6502O agenciamento de símbolos nacionais na construção das narrativas comunicacionais e políticas no Brasil na campanha eleitoral de 2022
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6503
<p>São observadas narrativas e simbologias construídas sobre alguns usos e interpretações da bandeira nacional, as cores verde-amarelo e os slogans de campanha, bem como a identidade visual, dos então candidatos à Presidente da República de 2022 Luís Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro. O objetivo é compreender alguns dos alcances que os materiais possuem de agenciar correntes de pensamento, coletivas ou individuais. Assim, o consumo, principal ponte de aquisição desses objetos e símbolos, vai além do mercantil e atinge níveis interpretativos, informativos e políticos. O estudo percebeu que a comunicação desdobrada dos objetos influencia os usos e desusos dos símbolos nacionais afinal, além do consumo, há também o não consumo desses simbolismos como formas de afirmar a partir da negação</p>Manuela do Corral VieiraAmanda Santos de Oliveira
Copyright (c) 2023 Manuela do Corral Vieira, Amanda Santos de Oliveira
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2023-11-302023-11-30192e6503e650310.18617/liinc.v19i2.6503A monumental violência do presente: reflexões críticas acerca da iconoclastia política do século XXI
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6581
<p>O recente aumento da derrubada de monumentos em várias partes do mundo tem reacendido debates sobre memória, identidade e o papel dos símbolos na sociedade. Esta reflexão se debruça sobre a intersecção entre iconoclastia, patrimônio cultural e representação, explorando suas nuances e implicações através de diferentes contextos históricos, sociais e geográficos. O estudo se baseia em uma ampla gama de literaturas, desde teóricos contemporâneos como Silvio Almeida e sua exploração do racismo estrutural, até trabalhos clássicos de Walter Benjamin e seus pensamentos sobre arte e política. O foco é particularmente acentuado no Brasil, onde episódios envolvendo o monumento de Borba Gato e ações similares espelham um confronto entre narrativas estabelecidas e demandas emergentes por reconhecimento e justiça. A metodologia adotada combina uma análise interdisciplinar de fontes primárias e secundárias, bem como uma consideração das manifestações contemporâneas de iconoclastia em redes sociais e meios de comunicação. As descobertas revelam uma complexa tapeçaria de significados e motivações por trás desses atos, que vão desde rejeições de legados coloniais até desafios às narrativas hegemônicas. Em conclusão, a derrubada de monumentos não é apenas um ato de destruição, mas também de recriação e redefinição do espaço público e da memória coletiva</p>Robson Andrade GonçalvesMarcos Luiz MucheroniSushila Vieira Claro
Copyright (c) 2023 Robson Andrade Gonçalves, Marcos Luiz Mucheroni, Sushila Vieira Claro
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2023-11-302023-11-30192e6581e658110.18617/liinc.v19i2.6581Histórias restritas: o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão e a atribuição de valor no Inventário do Patrimônio de São Leopoldo (RS)
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6642
<p>A pesquisa é inserida no centro da contradição entre o reconhecimento da importância do patrimônio e sua preservação e o questionamento sobre sua representatividade. A problematização sobre o que preservar, por que e de que maneira é abordada a partir do estudo de caso da cidade de São Leopoldo (RS), que no ano de 2016 elaborou seu Inventário do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural através da metodologia do Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão do IPHAN. Em uma cidade cujos processos de atribuição de valor por meio do instrumento do tombamento conduziram para a afirmação de uma história restrita, aquela da imigração alemã, questiona-se se o instrumento do Inventário e a metodologia utilizada foram capazes de expandir a ideia de patrimônio no sentido de outras narrativas</p>Carline Luana CarazzoRenata Rogowski Pozzo
Copyright (c) 2023 Carline Luana Carazzo, Renata Rogowski Pozzo
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2023-12-012023-12-01192e6642e664210.18617/liinc.v19i2.6642“Subvertendo espaços”: Mediação da informação, coletivos periféricos e contranarrativas à mídia hegemônica
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6563
<p>Discute-se as ações de interferência na Mediação da informação realizadas por coletivos periféricos em Belém, Pará, visando construir contranarrativas em oposição à mídia hegemônica local. Esses coletivos buscam representar suas realidades confrontando as narrativas predominantes na mídia local. O estudo adota uma abordagem exploratória com base em análise documental e bibliográfica, utilizando o método da Análise Crítica do Discurso (ACD). Foram analisados jornais locais, como o Diário do Pará e O Liberal, no período de 1989 a 2014, para mapear a representação do bairro ao longo do tempo, e investigar as ações de interferência e construção de contranarrativas pelos coletivos periféricos. As referências teóricas incluíram autores como Marialva Barbosa e Patrick Charaudeau, enfatizando a análise das narrativas da imprensa e a informação como ato de comunicação. Alicerçado em reflexões sobre mediação, ação de interferência e Mediação da informação por autores como Davallon, Jeanneret, Martins e Almeida Júnior, o estudo teve como propósito desafiar estereótipos e promover representações autênticas e empoderadas das comunidades periféricas. Além disso, foram consideradas as referências de Van Dijk sobre a abordagem da mídia hegemônica em relação às minorias. Os resultados indicam que a Mediação da Informação, por meio da interferência, é utilizada por coletivos periféricos para competir no espaço simbólico, desafiando estereótipos e promovendo representações autênticas e empoderadas de suas comunidades. Essas ações fortalecem as lutas simbólicas por uma comunicação mais inclusiva e representativa. Em resumo, a interferência na Mediação da Informação amplia estudos e investigações, destacando o protagonismo dos moradores, que usam mídias alternativas para expressar suas experiências, enfatizando o poder transformador dessas práticas discursivas</p>Jetur Lima de CastroOswaldo Francisco de Almeida Júnior
Copyright (c) 2023 Jetur Lima de Castro, Oswaldo Francisco de Almeida Júnior
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2023-11-302023-11-30192e6563e656310.18617/liinc.v19i2.6563Agentes, espaços e poderes em disputa: um olhar sobre estratégias de resistência do Jornalismo a tentativas do Executivo de driblar o direito à informação
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6652
<p>Se a imprensa é considerada o "Quarto Poder" – atribuído pela sociedade e distinto daqueles de natureza constitucional – por fiscalizar os três poderes da República, com o avanço da internet o público ganha força, tem inúmeras possibilidades de compartilhamento de conteúdos e passa a monitorar o trabalho dos jornalistas, possibilitando um “Quinto Estado” (Dutton, Dubois 2015). No espaço público midiatizado, ampliado com as redes sociais digitais, há agentes em disputa por espaços e circuitos de circulação de notícias. Entre as marcas desse tensionamento, destacam-se as ações de descredibilização e questionamento do trabalho do jornalista. Tal descompasso entre avaliações do que deveria ser noticiado têm resultado em conflitos e crescentes ataques à imprensa. Como resposta do Jornalismo, esses casos passaram a ser noticiados. Em 2020, foi exposto na TV o esquema "Guardiões do Crivella" organizado para atrapalhar o trabalho da imprensa. No artigo, evidencia-se o conflito narrado em uma reportagem especial do Jornal Nacional da TV Globo, buscando compreender as estratégias utilizadas pelo telejornal na defesa da liberdade de imprensa. Observou-se os elementos utilizados na construção da narrativa por meio da Análise da Materialidade Audiovisual (Coutinho 2018) e de entrevistas realizadas com jornalistas da emissora. Por meio do conceito de Dramaturgia do Telejornalismo (Coutinho 2012), evidenciou-se que em um cenário de disputa pela informação, jornalistas tornaram-se vítimas, mas também narradores dos atentados ao Jornalismo. A análise apontou o fortalecimento da imagem dos profissionais como referência para a difusão de notícias e evidenciou o risco do cerceamento à imprensa para a democracia</p>Gabriel LandimIluska Coutinho
Copyright (c) 2023 Iluska Maria da Silva Coutinho, Gabriel Landim de Souza
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2023-12-012023-12-01192e6652e665210.18617/liinc.v19i2.6652Guerras culturais, hacking e as vulnerabilidades do jornalismo à desinformação
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6625
<p>O artigo busca identificar vulnerabilidades do jornalismo que vêm sendo exploradas por grupos de interesse capazes de “hackear” as rotinas produtivas das redações para difundir desinformação. A partir da análise de acontecimentos da política brasileira entre 2018 e 2022, apontou-se para a) casos nos quais a valorização das fontes de alta hierarquia permitiu a difusão de alegações falsas e gerou matéria-prima para propaganda em favor do ex-presidente; b) nos quais o princípio da objetividade resultou em jornalismo declaratório ou falsas equivalências; e c) nos quais a relevância conferida às polêmicas em redes sociais como acontecimentos jornalísticos redundou na amplificação de ideias da extrema direita no noticiário. Conclui-se pela necessidade de uma revisão dos princípios, valores e práticas profissionais do jornalismo, de modo que seus aspectos vulneráveis à exploração por agentes de desinformação sejam atualizados</p>Marcelo Träsel
Copyright (c) 2023 Marcelo Träsel
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2023-11-302023-11-30192e6625e662510.18617/liinc.v19i2.6625Guerras Culturais: Polarização, Mitos e Tipologia no Jornalismo
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6640
<p>Este artigo propõe analisar o jornalismo dentro no enfoque específico das Guerras Culturais, utilizando uma metodologia qualitativa fundamentada em pesquisa documental e bibliográfica. Seu propósito é examinar o jornalismo contemporâneo diante da polarização do debate público, desmistificando algumas concepções na área e propondo uma tipologia do jornalismo no contexto analisado. Apresentamos uma estrutura analítica para categorizar abordagens e perspectivas presentes na produção contemporânea de notícias, fomentando a análise crítica e permitindo uma melhor compreensão das dinâmicas culturais e ideológicas que moldam a apresentação e o consumo de informações na esfera pública. Outra questão de discussão é o papel de agências de checagem na apuração de fake news. O resultado demonstra que o jornalismo enfrenta muitas dificuldades não apenas para atualizar o modelo de negócio, como para retenção da credibilidade no cenário de polarização</p>Celbi Vagner Melo Pegoraro
Copyright (c) 2023 Celbi Vagner Melo Pegoraro
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2023-11-302023-11-30192e6640e664010.18617/liinc.v19i2.6640Ficção de Pessoa Política Real: formas de consumo simbólico da política em romances imaginados entre Lula e Bolsonaro
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6496
<p>O presente artigo tem como objeto de estudos as Ficções de Pessoa Política Real (FPPR) – contos produzidos em fóruns de fanfics por escritores amadores que tem como principal característica a inserção de representantes de cargos públicos reais em universos ficcionais paralelos. Serão estudadas, especificamente, três produções que imaginam um romance entre Lula e Bolsonaro com o propósito de discutir como essas ações midiáticas engendram formas específicas de consumo simbólico da política. A partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso de Linha Francesa, a análise observará os aspectos discursivos em comum nessas três produções e o que elas revelam em termos de consumo de discursos mediados e formas de consumo da política contemporânea</p>Eliza Bachega Casadei
Copyright (c) 2023 Eliza Bachega Casadei
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2023-12-012023-12-01192e6496e649610.18617/liinc.v19i2.6496Primeiras representações da identidade de gênero e da diversidade nas histórias em quadrinhos de super-heróis estadunidenses
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6578
<p>A formação do leitor é uma temática preponderante nos estudos da Biblioteconomia e, mais recentemente, apropriado pela Ciência da Informação. Contudo, esses estudos se referem mais à acessibilidade, apresentação, mediação e formação do perfil leitor, a partir da produção literária já consagrada pela academia ou disseminada com sucesso pela indústria cultural. Sob a temática dos estudos de gênero, a presente pesquisa tem por objetivo estabelecer um panorama das recentes alterações na representação de personagens com diversidade de gênero, ou seja, pertencentes à comunidade LGBTQIAPN. Tendo em vista a existência de discretas pesquisas sobre a representação da informação junto a estes segmentos sociais no campo da Ciência da Informação, recorrerá de modo interdisciplinar aos aportes teóricos da Teoria da Informação, articulada à Teoria das Representações Sociais (TRS), de Moscovici e a Narratologia de Todorov. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, com metodologia descritiva e de abordagem qualitativa, precedida por pesquisas e vivências em fluxo contínuo dos autores. Como principais constatações, foi verificado que ocorreram duas fases de representação de personagens com diversidade de gênero, a primeira iniciada nos anos 1940 e a segunda iniciada em 1980. Conclui-se que os percalços sociais e as políticas públicas não têm impedido que a Comunidade LGBTQIAPN+ tenha a sua representação na identidade e no imaginário social. Porém, é preciso atentar para o apelo comercial, que pode se apropriar de tais representações como estratégia de marketing, sem contribuir para o necessário diálogo e interlocução social</p>Valéria Aparecida BariRubem Borges Teixeira Ramos
Copyright (c) 2023 Valéria Aparecida Bari, Rubem Borges Teixeira Ramos
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2023-11-302023-11-30192e6578e657810.18617/liinc.v19i2.6578Deram uma genitália para a Barbie, e agora?
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6584
<p>Este artigo se propõe a compreender a relação entre os termos guerras culturais e utopia no campo do entretenimento por intermédio do filme “Barbie”. A repercussão da produção cinematográfica norte-americana “Barbie” jogou luz sobre a possibilidade de um produto cultural impactar distintas instâncias sociais. Ao mesmo tempo, o filme apareceu na mídia como uma tentativa de resolver o problema da obsolescência da boneca no contexto atual. A ambiguidade das impressões geradas por “Barbie”, o impacto estético e a respectiva abordagem de temas como sexismo e patriarcado pela produção hollywoodiana serão os elementos aqui utilizados para compreendermos o sentido e o espaço ocupado por ideias como utopia e guerras culturais na sociedade contemporânea</p>Naiene Sanchez Silva
Copyright (c) 2023 Naiene Sanchez Silva
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2023-11-302023-11-30192e6584e658410.18617/liinc.v19i2.6584Hora do conto drag e guerras culturais
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6644
<p>Partindo de casos de hora do conto drag em bibliotecas públicas e escolas nos EUA, procura-se a compreensão tanto da defesa da sua existência como dos ataques dirigidos à sua eliminação. Aduz-se um levantamento de situações, recentes em Portugal, dirigidas a intimidar a fruição pública de obras LGBT+, por altura das celebrações do Orgulho. Identificam-se agentes, ideias e ideologias que se têm confrontado em disputas pela hegemonização da censura e pelo mainstreaming da liberdade de expressão na leitura pública com temas e pessoas LGBT+. Ataques a bibliotecas, escolas e livros têm sido sinalizados noutros países, ameaçando direitos e agravando desigualdades sociais. Refere-se a construção de um quadro teórico, a partir de questões e conceitos das ciências sociais e humanidades sobre guerras culturais e sobre a contação drag, para a análise de textos científicos e noticiosos e da auscultação feita a ativistas em Portugal. A finalidade central deste trabalho é entender como e porquê as guerras presentes se centraram no livro e na leitura mediada por bibliotecas. Entendendo como desfinanciamento, censura e ataques com violência convergem para a debilitação da leitura pública e agravam desigualdades sociais, reflete-se sobre como a bibliodiversidade e a liberdade de expressão são requisitos fundamentais, que se vêm tornando mais atuais e prementes, para políticas culturais em democracia</p>Paula Sequeiros
Copyright (c) 2023 Paula Sequeiros
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2023-11-302023-11-30192e6644e664410.18617/liinc.v19i2.6644(Anti)racismo nas redes: uma análise de interações a partir de postagens com conteúdo afrofuturista
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6650
<p>Neste estudo fazemos a descrição analítica de lógicas de interações desencadeadas a partir de postagens fundadas em conteúdo afrofuturista e disseminadas em redes sociais, com o objetivo de analisar como os participantes construíam subjetividades e discutiam questões relacionadas ao racismo e antirracismo. A pesquisa adotou uma metodologia híbrida, combinando pesquisa bibliográfica e netnografia (Kozinets, 2014), para compreender os processos de significação utilizados e as dinâmicas dialógicas desenvolvidas. Os objetivos específicos incluíram conhecer o Afrofuturismo; aplicar conceitos de análise dialógica; identificar papéis dos participantes; observar simetrias ou assimetrias nas relações; observar o cronotopo dos enunciados e analisar o horizonte temático-valorativo. Como base teórica, foram tomados conceitos e discussões suscitadas a partir das obras de Bakhtin e Volóchinov, especialmente Marxismo e filosofia da linguagem (1999) e Estética da Criação Verbal (2003) e reverberados por Brait (2008), Stam (2000) e outros. Além disso, o estudo considerou a perspectiva definida como Afrofuturismo por Dery (1994), para a partir dela discutir questões relacionadas à identidade no corpo negro. Ancorada nessa visão sociointeracional da linguagem, a análise destacou a complexidade do eu e do Outro como interlocutores em um movimento dialógico, revelando a potência do diálogo na construção e reconstrução de subjetividades</p>Geane Valesca da Cunha KleinWashington da Silva Batista
Copyright (c) 2023 Geane Valesca da Cunha Klein, Washington da Silva Batista
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2023-11-302023-11-30192e6650e665010.18617/liinc.v19i2.6650Hegemonia e distinção em manifestações de humoristas brasileiros sobre liberdade de expressão
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6654
<p>O artigo pretende contribuir para a compreensão das formas pelas quais são representados, em discursos produzidos por humoristas brasileiros, o lugar e o papel da categoria liberdade de expressão em relação às disputas por capital e às formas de distinção no campo do humor. Nesse percurso, espera-se investigar os modos pelos quais elementos relacionados a processos de produção de hegemonia no campo humorístico, com destaque para a mobilização da liberdade de expressão na galvanização de imaginários difusos, relacionam-se com as regras internalizadas por seus atores sociais e suas estratégias de distinção. Para tanto, elege-se, como estudo de caso, a intensa repercussão midiática do episódio no qual o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, em 16 de maio de 2023, a remoção do vídeo Perturbador, publicado em 2022 no canal do comediante Léo Lins no YouTube. Como corpus, foram examinados enunciados de humoristas em episódios de podcasts brasileiros. A pesquisa evidenciou que a demarcação de posicionamentos em defesa da liberdade de expressão desempenha papel central na forma como humoristas representam o campo humorístico em suas falas; além disso, à tentativa de fixar um sentido último, supostamente verdadeiro e incontestável, sobre o que significa fazer comédia, parece corresponder um habitus legitimado entre humoristas brasileiros cujos enunciados vinculam-se ao que denominamos articulação discursiva hegemônica no campo do humor</p>Nara Lya Cabral Scabin
Copyright (c) 2023 Nara Lya Cabral Scabin
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2023-11-302023-11-30192e6654e665410.18617/liinc.v19i2.6654A educação da leitura no campo e sua vinculação com a Economia Comunitária, Familiar e Camponesa (ECFC): um encontro em prol da dignidade dos povos
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6493
<p>Este artigo é resultado do projeto de pesquisa de pós-doutorado Colhendo a palavra para alimentar a vida: educação em leitura e sua vinculação com a economia familiar, rural e comunitária (EFCC): um olhar sobre contextos culturais (bibliotecas) e escolares (escolas). teve como objetivo explorar como os programas de educação em leitura podem contribuir para o fortalecimento das economias comunitárias, familiares e camponesas (ECFC)? Como as práticas da biblioteca podem ser articuladas com a economia comunitária, familiar e camponesa (ECFC)? Para isso, parte da exploração dos conceitos de Ruralidade, Economia Familiar e Comunidade Camponesa (ECFC) e Patrimônio Cultural Imaterial. Posteriormente, refletimos sobre como a educação em leitura pode ser articulada com o Patrimônio Cultural Imaterial, tomando como referência as Diretrizes Estratégicas de Políticas Públicas em Agricultura Camponesa, Familiar e Comunitária -ACFC - da Colômbia, propostas na Resolução 464 de 2017. Finalmente, propõe um esboço de ideias para um programa de educação em leitura que articule estratégias de políticas públicas por meio de práticas bibliotecárias em prol da dignidade e da vida no campo. Esperando que isso contribua para a redução das desigualdades no meio rural, para a potencialização das funções ecológicas e econômicas da biblioteca e para a valorização das culturas e saberes tradicionais em oposição às ideologias liberais que privilegiam o agronegócio do latifúndio</p>Natalia Duque Cardona
Copyright (c) 2023 Natalia Duque Cardona, Leonardo Manrique-Gallego, Carol Rojas-Vargas
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2023-12-012023-12-01192e6493e649310.18617/liinc.v19i2.6493Biblioteca pública: el espacio público en disputa: entre el templo del saber y el centro local de encuentro
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6557
<p>El artículo analiza el fenómeno de las bibliotecas públicas desde una mirada que trasciende la perspectiva de la Bibliotecología, aportando en un área no abordada en profundidad desde esta disciplina como es el estu-dio de las políticas culturales en bibliotecas públicas, ubicándolas como espacios públicos. Desde esta pers-pectiva, considera su rol político a partir de sus caracteres históricos y marcos actuales, que, simultánea-mente, la enriquecen y tensionan. Atendiendo al carácter local, el impacto de las TIC y los ejes que se ponen en diálogo, destaca la importancia de su apuesta al desarrollo de la ciudadanía cultural en un tiempo que genera entornos propicios en esta dirección</p>Paulina Szafran Maiche
Copyright (c) 2023 Paulina Szafran Maiche
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2023-11-302023-11-30192e6557e655710.18617/liinc.v19i2.6557Vivências de estudantes quilombolas dos cursos de Biblioteconomia: a análise das atividades mediadoras da informação e da leitura
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6627
<p>Este estudo teve como objetivo evidenciar a vivência de estudantes quilombolas dos cursos de Biblioteconomia quanto ao acesso à informação e ao ato de ler, segundo uma concepção da importância das atividades mediadoras. Quanto à metodologia, a pesquisa caracteriza-se como descritiva e teve como método o levantamento de campo. Os dados foram coletados através de questionário online junto aos discentes vinculados aos cursos de Biblioteconomia, nas modalidades presencial e à distância, no Brasil, e analisados a partir da abordagem qualitativa. A trajetória investigativa desta pesquisa conduziu à identificação de que a totalidade dos(as) participantes deste estudo, 17 discentes, tem a percepção quanto à importância das atividades de mediação e da biblioteca para comunidade quilombola, apesar de oito deles(as) indicarem que não tiveram acesso aos ambientes informacionais durante a formação nos ensinos fundamental e médio. Considera-se que a postura protagonista desses(as) discentes, como futuros(as) bibliotecários(as), e de demais agentes mediadores podem favorecer a realização de atividades de mediação da informação e mediação da leitura que tenham por objetivo ampliar as possibilidades de acesso e apropriação dos dispositivos informacionais por parte dos(as) integrantes das comunidades quilombolas, de modo a favorecer o alcance do protagonismo cultural e da liberdade desses povos</p>Raquel do Rosário SantosKátia de Oliveira Rodrigues
Copyright (c) 2023 Raquel do Rosário Santos, Kátia de Oliveira Rodrigues
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2023-11-302023-11-30192e6627e662710.18617/liinc.v19i2.6627Colonialismo digital e processos de disputas: as mídias como ‘sistemas educativos’ da população
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6646
<p>Com o avanço tecnológico, as práticas de colonialismo passaram por atualizações e adaptaram-se às demandas do sistema capitalista de vigilância na sua dimensão neoliberal. A dinâmica que caracteriza o capitalismo de vigilância e vem organizando a relação ser humano-máquina no século XXI é o colonialismo digital, prática de dominação baseada na extração de dados informacionais e padronização de comportamentos através dos algoritmos, mecanismos invisíveis de controle ideológico. Com o objetivo de discutir a forma que o colonialismo digital vem utilizando as mídias como ‘sistemas educativos’ da população para legitimar processos de disputas, este relato de pesquisa problematiza as relações de poder tensionadas nos meios massivos de comunicação e incita reflexões acerca dos limites e das potencialidades do uso da tecnologia sob uma perspectiva da educação. Para isso, sistematiza estudos sobre a relação entre as mudanças na sociedade da hiperespetacularização e as táticas militares adotadas pelas empresas de tecnologia que tendem a aprofundar o consumismo a nível global, mercantilizando a vida humana. Como resultado, identificou-se que os canais educativos têm sido cada vez mais ampliados pelas tecnologias digitais, mas ao mesmo tempo em que podem contribuir para a luta pela libertação, também favorecem processos de manipulação e controle político, econômico e ideológico, apontando para a necessidade de questionamentos sobre o seu uso na sociedade e a importância de caminhar rumo a descolonização da tecnologia</p>Marília Claudia Favreto SinãniAline Accorssi
Copyright (c) 2023 Marília Claudia Favreto Sinãni, Aline Accorssi
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2023-11-302023-11-30192e6646e664610.18617/liinc.v19i2.6646A privacidade e os dados pessoais na Ciência da Informação: uma análise de domínio
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6471
<p>Esta pesquisa tem por objetivo analisar as discussões acerca de aspectos legais no uso de dados na Ciência da Informação, no Brasil, nos últimos 10 anos. Desse modo, procura responder à questão norteadora: qual vem sendo a atenção dedicada aos aspectos legais e de privacidade no uso de dados pessoais nas pesquisas científicas dos últimos dez anos da Ciência da Informação, no Brasil? Quanto à metodologia, foi feita uma análise de domínio dos materiais bibliográficos referentes a dados e privacidade na Ciência da Informação, no Brasil, nos últimos 10 anos. O foco da análise de domínio foi concentrado na identificação dos autores e suas filiações institucionais; área de aplicação do estudo de acordo com o ciclo de vida de dados; além da análise histórica de tendências das discussões dos dez autores mais colaborativos com o ciclo de vida de dados na Ciência da Informação. Após a análise de 173 artigos escritos por 243 autores, a pesquisa mostra que 75% dos estudos tratam sobre a Fase da Coleta de Dados, seguidos das fases de armazenamento com 14%, recuperação com 8,7% e descarte com 2,8%. Constatou-se que as instituições UNESP, UNB, UFRJ, UFPE, FGV e UFMG, com 39,5%, lideram o ranking das publicações e afiliações de autores que abordam a maioria dos aspectos da fase Coleta de Dados. Conclui-se que, embora muitos estudos sobre aspectos legais e de privacidade no uso de dados pessoais nas pesquisas científicas dos últimos dez anos na Ciência da Informação se preocupem com todo o ciclo de vida de dados, a fase de Descarte ainda é pouco explorada</p>Gislaine Cristina da ConceiçãoJanuario Albino Nhacuongue
Copyright (c) 2023 Gislaine Cristina da Conceição, Januario Albino Nhacuongue
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2023-11-302023-11-30192e6471e647110.18617/liinc.v19i2.6471Repressão política nas universidades: a busca das fontes de informação pela Comissão Nacional da Verdade
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6476
<p>A Comissão Nacional da Verdade esclareceu casos de violações de direitos humanos ocorridas nas universidades durante a ditadura militar, revelando informações anteriormente omitidas, deturpadas ou negadas à sociedade. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi mapear as fontes de informação recuperadas pelo Grupo de Pesquisa denominado "Violações de Direitos Humanos nas Universidades", descritas no capítulo 6, volume 2 do relatório final. Essa investigação foi realizada em parceria com as comissões da verdade universitárias, que tiveram o desafio de recuperar as fontes de informação. Entre as fontes mais citadas, destacam-se os documentos produzidos pelo Regime Militar, que forneceram informações sobre a atuação dos agentes de segurança no ambiente universitário. Além disso, o depoimento do agente da repressão Arminak Cherkezian esclareceu o funcionamento das Assessorias Especiais de Segurança da Informação e o método aplicado no monitoramento das vítimas. Essas informações são fundamentais para elaborar relatórios sobre os abusos cometidos pelos agentes do Estado, bem como promover políticas públicas de memória e ações de justiça de transição</p>Ana Cláudia Ribeiro
Copyright (c) 2023 Ana Cláudia Ribeiro
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2023-12-012023-12-01192e6476e647610.18617/liinc.v19i2.6476O debate terminológico-conceitual em torno do uso dos termos competência em informação, competência informacional e letramento informacional na primeira década dos anos 2000 no Brasil
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6576
<p>O objetivo deste artigo é apresentar um recorte do debate em torno de três traduções de information literacy no campo da Biblioteconomia e da Ciência da Informação no Brasil, quais sejam, competência em informação, competência informacional e letramento informacional, na primeira década dos anos 2000. Nossa intenção é compreender quais elementos sustentam esse debate e como as noções de Pierre Bourdieu (1976) sobre o campo científico e as noções sobre vieses epistêmicos de Gustavo Caponi (2023) podem ser materializadas nos argumentos apresentados pelas autoras para justificar a escolha dos termos. Esta pesquisa possui natureza exploratório-descritiva; quanto aos fins e quanto aos meios, caracteriza-se por ser uma pesquisa de cunho bibliográfico e documental. Como procedimento de coleta, realizamos um levantamento sistemático sobre os três termos em questão nas seguintes bases de dados: Portal de Periódicos Capes; coleção BENANCIB; BRAPCI; BDTD; CTDC. Identificamos que a existência de diferentes posicionamentos epistêmicos em torno da proposição desses termos evidencia o fato de estes não serem vocábulos neutros, mas, sim, representarem determinado arranjo discursivo e metodológico cunhado por suas autorias. Essas autoras, por sua vez, situam-se histórica e culturalmente em condições determinadas, o que possibilita que elas tracem caminhos discursivos específicos de modo a imprimir em suas escolhas os fundamentos originados de suas experiências acadêmicas e profissionais. Concluímos que estudos dessa natureza são relevantes para a área, pois as apropriações terminológico-conceituais feitas com base nas autoras apresentadas não podem desconsiderar fatores como o habitus, as estratégias, o capital científico e os vieses epistêmicos envolvidos nas abordagens de cada autora</p>Mariana de Souza AlvesMaria do Socorro Alencar Nunes MacedoMarcos Galindo
Copyright (c) 2023 Mariana de Souza Alves, Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, Marcos Galindo
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2023-11-302023-11-30192e6576e657610.18617/liinc.v19i2.6576Dispositivos para uma guerra cultural: tesauros como instrumentos de dominação sobre a informação e o conhecimento
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6643
<p>A presente pesquisa intenta demonstrar como os tesauros, com suas escolhas terminológicas, conseguem perpetuar opressões que contribuem para uma política de dominação social usada para manutenção de grupos hegemônicos no centro. Foram analisados três termos, sejam eles, “mercado negro”, “homossexualismo” e “transexualismo”, de dois tesauros com grande repercussão, o vocabulário Controlado Básico, do Senado Federal, e o Tesauro da Corte Interamericana de Direitos Humanos. A pesquisa interpreta, a partir dos casos e resultados analisados, que há, na representação do conhecimento e nos tesauros, manifestações e representações de racismo, LGBTfobia e violência de gênero. Portanto é pertinente e relevante indagar, dentro do que consideramos guerra cultural, quais papéis esses dispositivos e instrumentos podem ter para a promoção de uma sociedade mais plural e inclusiva</p>Pablo GomesMaria Guiomar da Cunha Frota
Copyright (c) 2023 Pablo Gomes, Maria Guiomar da Cunha Frota
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2023-11-302023-11-30192e6643e664310.18617/liinc.v19i2.6643O simbolismo nos discursos: regras e práticas que produzem estereótipos no meio social
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6505
<p>A Biblioteconomia e Ciência da Informação (BCI), enquanto campos científicos, em suas diversas abordagens pesquisam os sujeitos e as culturas que os atravessam. No progresso científico da área é notável que a transdisciplinaridade seja substancial para uma compreensão humanista nas unidades de informação, para que se consiga ampliar os diálogos, métodos e propostas de pesquisa. Com isso em mente, esta pesquisa tem como objetivo analisar os discursos sobre os estigmas sexuais à luz do “Estigma do passivo sexual”, de Michel Misse, com foco na representatividade de sexualidades, na semântica e na metáfora inseridas no cotidiano. Trata-se de uma pesquisa participativa, de abordagem qualitativa, com objetivos descritivos. Por fim, nota-se que o discurso falacioso e os vieses cognitivos estão enraizados socialmente e demanda um olhar holístico e crítico no julgamento do outro, principalmente nas práticas dos atores da BCI, que tratam da informação como forma de emancipação social</p>Diogo Roberto da Silva AndradeFranciéle Carneiro Garcês da Silva
Copyright (c) 2023 Diogo Roberto da Silva Andrade, Franciéle Carneiro Garcês da Silva
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2023-11-302023-11-30192e6505e650510.18617/liinc.v19i2.6505Documentário e Conspiração: o caso The Epoch Times Brasil
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6597
<p>Este artigo busca evidenciar por meio de análise pautada na semiótica estruturalista de Greimas, características presentes na construção discursiva do documentário “China - Brasil e a Guerra Irrestrita Contra a Pátria”, produzido pela sucursal brasileira do jornal estadunidense The Epoch Times, que corroboram à criação de uma aparência de verdade para conteúdos desinformativos e teorias da conspiração. Ao longo do texto é dado o histórico do veículo jornalístico e sua relação com a extrema direita, além da descrição do documentário, as oposições semânticas de seu discurso, suas estruturas narrativas e discursivas e temas e figuras presentes. Por fim, conclui-se que a elaboração discursiva é similar à já observada em outros documentários conspiratórios, visa um “leitor modelo” e é pautada na performance do jornalista-apresentador</p>Maria Estela Silva AndradeGustavo SouzaPaolo Demuru
Copyright (c) 2023 Maria Estela Silva Andrade, Gustavo Souza, Paolo Demuru
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2023-11-302023-11-30192e6597e659710.18617/liinc.v19i2.6597Contribuições de Paulo Freire e Muniz Sodré ao enfrentamento das guerras culturais: uma análise da pauta indígena na Agência Brasil 2015-2023
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6601
<p>Utilizando conceitos das teorias de cotidiano e de midiatização, trabalharemos no artigo com autores como Agnes Heller (suspensão do cotidiano), Michel de Certeau (tática e estratégia), Patrícia Saldanha (midiatização latina), Jairo Ferreira (midiatização como construção social e desconstrução do real) e Jesús Martín-Barbero (mediação) para dialogar com a mediatização trazida por Paulo Freire e a midiatização da qual fala Muniz Sodré. O objetivo é colocar essas teorias em diálogo com a prática da comunicação pública no Brasil. Traremos como exemplo as táticas de resistência dos trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em conjunto com a sociedade civil, para manter a comunicação pública ativa, mesmo sob forte censura e vigilância durante os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro. Como exemplo prático, será feita uma análise amostral da pauta indígena na Agência Brasil, com a cobertura dos Jogos Mundiais Indígenas de 2015, o apagamento nos anos subsequentes e a cobertura da crise humanitária Yanomami em Roraima no começo de 2023. Ambas coberturas de relevância que demonstram a importância da comunicação pública para contrapor discursos hegemônicos de apagamento cultural vivido pelos povos indígenas</p>Akemi Nitahara SouzaAdilson Vaz Cabral Filho
Copyright (c) 2023 Akemi Nitahara Souza, Adilson Vaz Cabral Filho
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2023-11-302023-11-30192e6601e660110.18617/liinc.v19i2.6601Cognitivismo neoliberal e o trabalho de usuário no Design de UX
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6580
<p>Este trabalho dá continuidade às pesquisas que buscam preencher uma lacuna nos estudos críticos e transdisciplinares sobre as implicações político-econômicas e psicossociais do design de UX. Para isso, a partir de uma revisão de literatura integrativa, elaboramos elementos para uma crítica imanente das teorias, técnicas e tecnologias deste campo. Encontramos antigas crenças acerca da redução da ontologia do ser social às leis da natureza enquanto uma argumentação para nossa cognição falível, o que justificaria a criação de arquiteturas de contextos, decisões e atividades para os usuários de mercadorias digitais. Utilizando a própria literatura de base do design de UX (ciências cognitivas, interação humano-computador e marketing), demonstramos o caráter ideológico e pouco científico desses pressupostos, bem como o seu papel mediador para a cooperação compulsória dos usuários na produção de dados digitais. A partir das teorias sócio-históricas da subjetividade, concluímos (1) que essas determinações são "encriptografadas" pelo design de UX, fazendo as tecnologias digitais, seu trabalho e seu intelecto geral aparecerem na forma fetichizada de mercadorias digitais; e (2) que isso exige ações políticas organizadas para a regulação democrática deste mercado</p>Luís Henrique do Nascimento Gonçalves
Copyright (c) 2023 Luís Henrique do Nascimento Gonçalves
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2023-12-012023-12-01192e6580e658010.18617/liinc.v19i2.6580Periódicos científicos do sul epistemológico: desafios decoloniais e desobediências epistêmicas
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6653
<p>Este artigo traça um panorama dos desafios da comunicação científica em países do “Sul epistemológico” – termo cunhado por Boaventura para designar as nações do sul geográfico do globo (África, América Latina e Ásia), onde se posicionam formas de dominação colonial e capitalista. O objetivo do artigo é apresentar desafios impostos pelo colonialismo e decolonialismo à produção científica nesses países, especialmente aos periódicos científicos, em busca de espaço, visibilidade, reconhecimento e impacto, diante do monopólio epistêmico do Norte global. O artigo é fruto de uma pesquisa exploratória e bibliográfica, bem como de pesquisa documental junto ao ISSN Portal, Journal of Citation Reports (JCR), Ethnologue Languages of the World e IBGE Países para traçar um panorama dos desafios enfrentados por periódicos científicos no Sul epistemológico. Foram elencadas, ainda, algumas iniciativas que afrontam o protagonismo do conhecimento científico dos países do Norte e remetem às desobediências epistêmicas, em busca da disseminação dos saberes decoloniais</p>Adriana Aparecida de OliveiraFrederico Braida
Copyright (c) 2023 Adriana Aparecida de Oliveira, Frederico Braida
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2023-12-012023-12-01192e6653e665310.18617/liinc.v19i2.6653Apresentação do dossiê Guerras Culturais: Informação, Política e Disputas Simbólicas
https://revista.ibict.br/liinc/article/view/6842
<p>Apresentação</p>Marco Antônio de AlmeidaGiulia Crippa
Copyright (c) 2023 Marco Antônio de Almeida, Giulia Crippa
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2023-12-012023-12-01192e6842e684210.18617/liinc.v19i2.6842