Genealogia de um imaginário: Literatura, Ciência e o Antropoceno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18617/liinc.v18i1.5915

Palavras-chave:

Antropoceno, Literatura, Imaginário, Ciência, Meio-ambiente

Resumo

O artigo traça uma genealogia do imaginário antropocênico dos últimos dois séculos, através de obras literárias, em busca de tropos e formas culturais que moldaram a percepção pública sobre o assunto. Parte da hipótese de que estes imaginários compartilhados dizem respeito tanto às lentes usadas para interpretar os fenômenos e ações atuais, considerando as interpretações do passado, como para a definição de horizontes de possibilidade. Seleciona e discute autores pioneiros da ficção científica (Verne, Wells), autores da década de 60 até chegar à produção literária contemporânea. Conclui que a capacidade da narrativa e da imaginação artística destas obras permite estimular experiências emocionais, estéticas e de vida que possibilitam uma melhor compreensão do Antropoceno e suas implicações

Biografia do autor

Giulia Crippa, Dipartimento di Beni Culturali, Università di Bologna, Ravenna, Itália

Professora Associada. Dipartimento di Beni Culturali da Universidade de Bolonha (Itália). Área de Sociologia dos Processos Comunicativos.Livre Docente em Ciência da Informação pela FFCLRP/USP. Doutora em História Social pela FFLCH/USP.

Marco Antonio De Almeida, Departamento de Educação, Informação e Comunicação, Universidade de São Paulo, SP, Brasil

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), possuindo título de mestre em Sociologia pela mesma instituição. Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na área de Cultura e Política. Livre-Docente em Ciência da Informação e Documentação pela USP. Atualmente, é professor da Universidade de São Paulo, no curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Também é professor e orientador no programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da ECA-USP. Coordenou o GT "Mediação, Circulação e Apropriação da Informação" ((2011-2012)) e atualmente é coordenador adjunto do GT "Política e Economia da Informação", ambos da ANCIB (Associação Brasileira de Ciência da Informação e Biblioteconomia). Realizou período de pós-doutorado junto à Universidade Carlos III de Madrid (2013-2014). Foi editor-responsável do periódico InCID (2015-2017). Líder do PRACTIC - Grupo de Pesquisa de Práticas Culturais e Tecnologias de Informação e Comunicação. Atualmente é presidente da Comissão de Cultura e Extensão da FFCLRP-USP. Pesquisa e trabalha principalmente nas seguintes áreas: teoria social da comunicação e da informação; mediação e ação cultural; sociologia da cultura, sociabilidade e novas tecnologias; políticas culturais e da informação.

Referências

ATWOOD, Margaret Oryx e Crake. Firenze: Ponte alle Grazie, 2004.

ATWOOD, Margaret. O ano do dilúvio Rio de Janeiro: Rocco, 2009.

ASSMANN, Jan. La memoria cultjurale: scrittura, riordo e identità politica nelle grandi civiltà antiche. Torino: Einaudi, 1997.

BACZKO, Bronislaw. Imaginação Social. In: Enciclopédia Einaudi v. 5: Anthropos-Homem. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985, p. 296-332.

BALLARD, James G. Deserto d’acqua. Milano: Mondadori, 1986.

BUTLER, Octavia. Parable of the Sower. New York: Four walls eight windows Press, 1993.

CRUTZEN, Paul J. Geology of Mankind, Nature 415, n. 23 (January 2002): 23. DOI: https://doi.org/10.1038/415023a

DAVIS, Mike. Holocaustos Coloniais. Rio de Janeiro: Record, 2002.

HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.

LATOUR, Bruno. Onde aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.

LE GUIN, Ursula K. Floresta é o nome do mundo. São Paulo: Morro Branco, 2020.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. DOI: https://doi.org/10.9771/gmed.v5i1.9647

MCCARTHY, Cormac. A Estrada. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2007.

McEWAN, Ian. Solar. Torino: Einaudi, 2015.

ROBERTS, Adam. A verdadeira história de ficção científica: do preconceito à conquista das massas. São Paulo: Seoman, 2018.

WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

WILLIAMS, Raymond. Utopia e ficção científica. In: Cultura e Materialismo. São Paulo: Editora Unesp, 2011, p. 267-290.

Downloads

Publicado

18/05/2022

Como citar

CRIPPA, G.; DE ALMEIDA, M. A. . Genealogia de um imaginário: Literatura, Ciência e o Antropoceno. Liinc em Revista, [S. l.], v. 18, n. 1, p. e5915, 2022. DOI: 10.18617/liinc.v18i1.5915. Disponível em: https://revista.ibict.br/liinc/article/view/5915. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Desafios das Ciências sociais no Antropoceno