APRESENTAÇÃO
v. 6, n. 2 Ed. Especial, 2020
É com satisfação que apresentamos esse número especial da Revista P2P & Inovação com artigos selecionados do II Congresso de Gestão Estratégica da Informação, Empreendedorismo e Inovação (CGEI). Ocorrido entre 17 e 19 de junho de 2019, em Porto Alegre, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o II CGEI é uma iniciativa da Rede de Gestão da Informação e do Conhecimento (Rede GIC). Atualmente, essa rede agrega 11 universidades brasileiras, a partir de profissionais que compreendem a Ciência da Informação como amplo campo de conhecimento interdisciplinar, sendo a Gestão da Informação uma de suas subáreas com potencial de interação com outras disciplinas, além das tradicionais.
Embora constituída no âmbito de Departamentos, Escolas e Institutos vinculados à Ciência da Informação, a Rede GIC tem forte interesse na interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, democratização do acesso à Ciência com intercâmbio graduação/pós-graduação, Iniciação Científica, bem como interação com o mercado profissional e iniciativas empreendedoras como Empresas Júniores e relações Universidade-Sociedade-Mercado (Triplice Hélice).[1]
O evento contou com a apresentação de 70 trabalhos distribuídos em oito sessões temáticas que agregaram assuntos como: Gestão da informação e do conhecimento; Empreendedorismo e Inovação; Acessibilidade e tecnologia assistiva; Iniciação científica e empreendimentos júniores; Interdisciplinaridade; Direito e inovação; Consórcio Mestral; Consórcio doutoral. Os dez artigos que compõe esse número apresentam temas variados e distribuídos em seis temas debatidos no evento.
No tema “Gestão da Informação e do Conhecimento”, o artigo “Fatores de engajamento e confiança no marketing de conteúdo: revisão teórica”, de Guilherme Zanotto Lofrano, Taiane Ritta Coelho e Rodrigo Eduardo Botelho-Francisco, identifica, na literatura, os fatores que influenciam no engajamento e na confiança em conteúdos disponibilizados por empresas na internet como forma de marketing. A partir de metodologia semelhante, o artigo “Interface gestão do conhecimento e aprendizagem organizacional: uma revisão de literatura", de Ricardo Belinski e Juliane Martins, analisa a interface Gestão do Conhecimento e Aprendizagem Organizacional em periódicos científicos da Base de Dados Emerald Insight a partir do surgimento da Indústria 4.0. Já o artigo “Gestão de conteúdo de ódio no Facebook: um estudo sobre haters, trolls e naysayers”, de Luiz Rogério Lopes e Rodrigo Eduardo Botelho-Francisco, traz dados sobre os tipos de interagentes-odiadores presentes em fanpages de alguns políticos brasileiros.
Nos estudos sobre “Informação, Estratégia, Empreendedorismo e Inovação” destaca-se o artigo “A informação na intermediação de transações em plataformas on-line: a inovação da empresa Airbnb”, de Rodrigo de Castro Freitas, Valéria Khristina Fregadolli e Maria do Carmo Duarte Freitas”. A partir de uma pesquisa exploratória e descritiva, os autores refletem sobre o papel da informação como recurso estratégico na intermediação de transações que visem lucratividade compartilhada. Ainda no escopo da gestão da informação como suporte estratégico para empreender e inovar, o artigo “Aspectos de segurança de dados na inovação aberta: revisão da literatura”, de Pedro Silvino Campos Junior, tem com objetivo analisar a produção científica em inovação aberta e segurança da informação no período de 2008 a 2018. Um dos propósitos deste estudo é o de avançar em pesquisas que possam relacionar as duas temáticas.
Sobre as pesquisas voltadas à “Acessibilidade e Tecnologias Assistivas”, o artigo “Acessibilidade comunicacional: a produção do Núcleo de Tecnologia Assistiva do IFAM em obras didáticas e paradidáticas”, de Lucas Silva Oliveira e Dalmir Pacheco Souza, discute a inclusão social na formação de professores em Educação Especial. A partir da “Perspectiva da Educação Inclusiva”, os autores versam sobre a produção de materiais didáticos adaptados por meio do Núcleo de Tecnologia Assistiva do Instituto Federal do Amazonas (APOEMA/ IFAM). Nessa mesma temática apresenta-se o artigo “Um estudo de caso sobre metodologias ativas em projetos com alunos de Ensino Médio no contexto de videoaulas para surdos”, de Ricardo Pezzotti Schefer e Ariadne Chloe Mary Furnival, que contribui com a discussão acerca da acessibilidade nos processos educacionais. Nesse caso específico, os autores apresentam estudo sobre metodologias ativas na educação de surdos matriculados no Ensino Médio.
Como relato de experiência de pesquisa e ação no âmbito da “Iniciação científica e empreendimentos juniores”, o artigo “Curadoria Digital para democratização do acesso à educação superior: o caso do Projeto Ciber-Cidadania”, de Heloisa Costa, Maria Carolina Eli e William Barbosa Vianna, relaciona curadoria digital e gestão da informação. Essa relação se deu de forma prática e no contexto de uma plataforma educacional digital, para atender a uma escola pública da cidade de Florianópolis-SC.
Já o artigo “Qual ferramenta bibliométrica escolher? um estudo comparativo entre softwares”, de Paulo Sergio da Conceição Moreira, André José Ribeiro Guimarães e Denise Fukumi Tsunoda, realiza comparação entre softwares para auxiliar no processo de seleção das ferramentas adequadas para pesquisas bibliométricas. Este estudo, no campo da “Interdisciplinaridade em Ciência da Informação”, conclui que não há uma única solução para as principais demandas da bibliometria e que a combinação entre as ferramentas tende a oferecer o melhor resultado aos pesquisadores.
Por fim, o artigo “O amparo jurídico para a construção de um ambiente de inovação: seus reflexos no poder informacional na área de telecomunicações em missão crítica de órgão de segurança pública”, de Luciano Castilho Assumpção e Marcelo Minghelli, apresenta reflexões sobre “Direito e Inovação”. Partindo dos novos marcos regulatórios nacionais, os autores analisam a possibilidade de construção de um ambiente de inovação para a área de telecomunicações.
De modo geral, essa produção nos mostra que a gestão estratégica da informação, aliada às múltiplas tecnologias disponíveis, fomenta a Inovação nos diversos âmbitos de sua aplicabilidade. Sendo assim, esperamos, com esse número especial, reforçar a potencialidade das formas de produção colaborativa, um dos focos da Revista P2P& Inovação. Certamente, guardadas as devidas distinções em seus objetos e metodologias, todos os artigos deste volume contribuem para esse campo de análise, reflexão e aplicabilidade.
Boa leitura!
29 de março de 2020
Comitê Editorial II CGEI