O ACESSO À INFORMAÇÃO
estudo no periódico Ciência da Informação em Revista
Ana Paula Orico Marques Cassé[1]
Universidade Federal de Alagoas
marquespaula100@gmail.com
Marcos Aurélio Gomes[2]
Universidade Federal de Alagoas
gomesbib@cci.ufal.br
Tarlane Gomes Tenório Sales[3]
Universidade Federal de Alagoas
tarlane.tenorio@hotmail.com
Alexandre Nunes da Silva[4]
Universidade Federal de Alagoas
alexandre.nunes@ichca.ufal.br
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Resumo
A informação possui uma dinamicidade que abarca as mais variadas aplicações e funcionalidades, é o elemento de uso para o conhecimento. No que concerne à informação científica, os periódicos científicos eletrônicos têm ampliado a divulgação do conhecimento produzido, facilitando o seu acesso a indivíduos, pesquisadores e a sociedade em geral. Reconhece-se a importância dessas ferramentas nos diversos meios de pesquisa. O estudo buscou analisar o acesso ao periódico Ciência da Informação em Revista no período de abril de 2019 a setembro de 2020, por meio da ferramenta Google Analytics. A metodologia utilizada foi a revisão de literatura com pesquisa exploratória e descritiva, e quanto à coleta de dados, uma abordagem quanti-quali. Os resultados foram apurados por meio de indicadores métricos, como características geográficas, tempo médio de acesso, total de visualizações, canal de origem do acesso ao periódico, entre outros. Tais resultados são relevantes para a gestão administrativa do periódico, visto serem valiosos recursos para o aprimoramento de seu desempenho na busca da excelência, o que possibilita a implementação de planos de ação estratégicos e efetivos para a tomada de decisão.
Palavras-chave: Ciência da Informação em Revista. Periódico Eletrônico. Google Analytics.
ACCESS TO INFORMATION
study in the journal Ciência da Informação em Revista
Abstract
Information has a dynamics that encompasses the most varied applications and functionalities, it is the element of use for knowledge. With regard to scientific information, electronic scientific journals have expanded the dissemination of the knowledge produced, facilitating its access to individuals, researchers and society in general. The importance of these tools is recognized in the various research media. The study sought to analyze access to the journal Ciência da Informação em Revista from April 2019 to September 2020, using the Google Analytics tool. The methodology used was the literature review with exploratory and descriptive research, and as for data collection, a quanti-quali approach. The results were determined by means of metric indicators, such as geographic characteristics, average access time, total views, channel of origin of access to the journal, among others. Such results are relevant to the administrative management of the journal, as they are valuable resources for improving its performance in the pursuit of excellence, which enables the implementation of strategic and effective action plans for decision making.
Keywords: Ciência da Informação em Revista; Electronic Journal; Google Analytics.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos séculos, muitas pesquisas influenciadas pela crescente evolução científica e tecnológica vêm adotando paradigmas que buscam solucionar uma gama de questões advindas de uma sociedade cada vez mais dependente de informação.
Na concepção de Siatri (1999), muitos são os pesquisadores que consideram o conceito de informação abrangente no que se refere às suas diversas aplicações e funcionalidades em cada área do conhecimento. Ressalta, ainda, a sua característica dinâmica, visto não se tratar de um termo estático e completo. Sua utilização pelos cientistas pode alcançar diversas perspectivas que se convergem ou se distanciam em infinitas escalas. Na mesma compreensão, Wilson (2006, p. 660, tradução nossa) ratifica que os múltiplos usos do termo informação, quando relacionados à distinção entre os seus sentidos, causam confusão aos cientistas, e ressalta, ainda, que qualquer “[…] que seja a fonte da informação, ela será em algum momento ‘usada’, mesmo que apenas no sentido de ser avaliada [...]”.
A informação é centralizada na importância de seu uso, é o “[...] o sangue da ciência. Sem informação, a ciência não pode se desenvolver e viver. Sem informação a pesquisa seria inútil e não existiria o conhecimento” (LE COADIC, 1996, p. 27). Nesse ínterim, destaca-se o periódico científico eletrônico que se constitui na memória da ciência, colaborando para identificá-la e torná-la oficial, propiciando-lhe os meios para sua validação e evidenciando a sua importância como capital científico de referência, alicerce no qual as pesquisas se fundamentam (LOPES et al., 2020). Servindo a pesquisadores, acadêmicos e a sociedade em geral como canal disseminador dos resultados de pesquisas (ROSA; BARROS, 2018).
Targino (2000, p. 1) entende que “[...] pensar sobre a relevância da ciência demanda reconhecer a importância da informação científica, do conhecimento científico, da comunidade científica, e, por conseguinte, da comunicação científica”. Para Schneider e Danielewicz (2019) o conhecimento produzido pela comunidade científica deve estar acessível e disponibilizado para sua utilização de forma livre. A forma como a informação tem sido utilizada pela sociedade moderna evidencia a sua instrumentalidade ao facilitar a realização de uma série de atividades na vida cotidiana (GASQUE; COSTA, 2010).
Diante disso, observa-se que, nos diversos ambientes de pesquisa, a busca por compreender de que forma os indivíduos se comportam frente ao uso da informação tem se tornado um dos temas mais frequentes, destacando-se, assim, a importância dos estudos de usuários da informação, um campo de investigação em constante evolução, pertencente à Ciência da Informação.
Nesse contexto, a presente pesquisa objetiva analisar como tem sido realizado o acesso à informação no periódico Ciência da Informação em Revista, utilizando-se dos indicadores oferecidos pela ferramenta Google Analytics.
2 INFORMAÇÃO, USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO E PERIÓDICOS CIENTÍFICOS
As seções subsequentes abordam constructos temáticos que se inter-relacionam. A informação, no âmbito disciplinar, que possibilita seu registro, armazenamento e a sua transmissão, os usuários da informação, como indivíduos que a utilizam na perspectiva de gerarem novos conhecimentos e o periódico científico, enquanto instrumento validado da ciência e um dos principais canais da comunicação científica.
2.1 INFORMAÇÃO E USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO
Capurro e Hjorland (2007, p. 163) entendem que o termo informação é dotado de variados aspectos e aplicabilidades nas mais diversas áreas do campo científico e, também, tem sido explorado mais frequentemente na sociedade contemporânea. Compreendem, ainda, a informação como um conhecimento comunicado, o que converge para o surgimento da chamada “[...] ontologia comunicativa em que não apenas seres vivos (além dos humanos), mas também todos os tipos de sistemas são tidos como produtores, processadores e compartilhadores de informação”.
A relação dinâmica da informação entre sistemas e seres humanos coaduna-se com o surgimento de múltiplas questões informacionais no âmbito da Ciência da Informação (CI) enquanto campo de pesquisa. A origem da CI se deu a partir de condições que se resultaram na centralidade da informação, no sistema produtivo e na urgência de se superar a fragmentação existente na ciência moderna. Esse campo conforma-se em meio a multiplicidade de elementos que o envolvem em um “[...] campo de origem pluridisciplinar, orientado à produção interdisciplinar, que se dedica ao estudo da informação, como fenômeno, e aos respectivos processos de produção, tratamento, organização, disponibilização e uso” (SOUZA, 2015, p. 18). Torna-se evidente a relevância sobre os estudos relativos ao uso e usuários da informação em contextos diversos.
O contexto histórico que relaciona a informação aos usuários da informação é marcado por uma ampla discussão entre a ciência e suas áreas do conhecimento, sobretudo, aquelas do campo humano e social como a CI, tendo como ponto de partida os ensaios publicados na década de 1940 (SIATRI, 1999; CHOO, 2003). Nas pesquisas históricas sobre informação e usuários, Siatri (1999) identificou, inicialmente, que a ênfase se debruçava em identificar os fluxos informacionais das redes de interações sociais, cuja metodologia mais presente estava pautada em entrevistas e questionários.
Muitas áreas do conhecimento estudavam características e hábitos desses indivíduos, bem como, envolviam-se em projetos referentes ao fluxo informacional e aos canais de comunicação científica. Logo, percebe-se a importância dos usuários no processo de comunicação científica. Com o passar das décadas até os anos 2000, a partir da adoção de novas metodologias, técnicas e procedimentos foram abertos novos caminhos por intermédio de uma ampla literatura e dos variados estudos concernentes a uma era de desenvolvimento tecnológico e científico contínuo. Nesse sentido, registra-se, entre outros, os estudos sobre o uso dos periódicos eletrônicos, como também o impacto do conceito de open access no âmbito científico (CUNHA; AMARAL; DANTAS, 2015).
O exercício de conceituar ou definir a informação é um processo complexo que envolve a sua seleção e processamento, podendo ocasionar ao indivíduo uma mudança no seu estado cognitivo e na sua capacidade de agir, de modo que possa “[...] responder a uma pergunta, resolver um problema, tomar uma decisão, negociar uma posição ou entender uma situação.” (CHOO, 2003, p. 106-107). Tanto a sociedade quanto à comunidade científica tem acessado a informação com o intuito de facilitar a realização de atividades cotidianas, profissionais e/ou de pesquisa, o que demonstra a sua relevância para a sociedade em geral.
Nesse âmbito, os periódicos científicos destacam-se como meios de transmissão da informação científica, perfazendo-se em um dos principais instrumentos da comunicação científica tradicional, pois publicam e comunicam resultados de pesquisa que perpassam por um rigoroso processo de avaliação e validação pelos pares, implementando, assim, a sua confiabilidade como canal científico.
2.2 PERIÓDICOS CIENTÍFICOS: ORIGEM E IMPORTâNCIA
Em meados do século XV, o sistema de produção de livros foi transformado pelo advento da prensa de tipos móveis de Gutenberg, revolucionando os processos de armazenamento, disseminação e recuperação da informação (ROSA; BARROS, 2018). No século XVI, a comunicação dos resultados de pesquisas ocorria por meio de cartas pessoais, isto porque as reuniões entre os pesquisadores precisavam ocorrer às escondidas, na tentativa de se burlar a censura e evitar as repressões do Estado e do poder da Igreja local da época. As conversas e discussões ocorridas nessas reuniões eram, também, registradas em atas, permitindo que, tempos depois, a partir da impressão dessas atas e, também, das cartas, surgissem os primeiros periódicos científicos (MUELLER; CARIBÉ, 2010).
Na Europa do Século XVII, nasceram os primeiros periódicos científicos, o The Philosophical Transactions of the Royal Society of London (Londres) que capacitava o registro de trabalhos científicos e o Le Journal des Sçavans (Paris) que fomentava a divulgação científica (ROSA; BARROS, 2018). No início do Século XIX, os periódicos científicos adquiriram um formato seguro e conveniente para a disseminação dos novos resultados de pesquisa, e no ano de 1850 começam a assumir uma postura de veículo de contribuições originais (SANTOS, 2019). Faz-se essencial ampliar a sua difusão, proporcionando visibilidade a um espectro cada vez maior de públicos, permitindo, assim, a formação cidadã (SCHNEIDER; DANIELEWICZ, 2019).
Hodiernamente, os periódicos científicos efetivam-se como um dos principais canais para a publicação de resultados de pesquisas científicas, ferramentas relevantes para a disseminação dos conhecimentos produzidos. Na academia, perfazem-se em coleções de artigos multidisciplinares ou interdisciplinares, geralmente escritos por acadêmicos e especialistas. A origem do nome periódico relaciona-se a sua publicação ser realizada em intervalos temporais regulares. O periódico científico motiva-se pela ideia do desenvolvimento responsável da pesquisa científica, que somente estará completa se for publicada, expandindo-se o seu potencial por meio do compartilhamento, comunicação e disseminação (FAIELLA, 2017).
2.3 PERIÓDICO CIENTÍFICO DE ACESSO ABERTO: DO IMPRESSO AO ELETRÔNICO
Nas últimas décadas, o periódico científico vivenciou transformações como a sua migração da forma impressa para a eletrônica (OLIVEIRA, 2008). Devido às mudanças tecnológicas e à ampliação da comunidade científica, constitui-se em um dos mais importantes canais de registro e disseminação do conhecimento produzido pela ciência moderna. É imprescindível que seja submetido a critérios que o rejam, validem, qualifiquem e controlem a sua produção, assegurando-se certos padrões de aceitação dos saberes produzidos cientificamente (SCHNEIDER; DANIELEWICZ, 2019). Gradualmente, as versões impressas têm ficado mais escassas, muitas vezes, em virtude do custo e da falta de agilidade no processo editorial, difusão e uso. A transição do impresso para o digital alterou, significativamente, as estruturas de produção da ciência (OLIVEIRA; SOBREIRA, 2020).
O periódico científico eletrônico é uma publicação contínua, rigorosa quanto aos critérios de controle e qualidade, que disponibiliza o texto do artigo completo por meio do acesso online, podendo possuir também uma versão impressa (OLIVEIRA, 2008). O seu acesso, geralmente, pode ser realizado por meio de uma assinatura do periódico ou de um de seus arquivos a partir da obtenção de edições ou apenas de um único artigo por meio de download para o dispositivo eletrônico do leitor. Também pode ser gratuito, quando os custos referentes à gestão da revisão por pares, produção do periódico, hospedagem e arquivamento online são suportados por instituições acadêmicas, sociedades científicas ou grupos de pesquisa que aceitaram a responsabilidade dessa atividade (FAIELLA, 2017).
Assegurar a qualidade, tanto de conteúdo como de formatação, deve ser uma das prioridades no processo de transição para o suporte eletrônico. Os periódicos científicos são “[...] chaves fundamentais para a comunicação científica e tornaram-se excelentes instrumentos para o acesso, uso e produção de conhecimento” (MARTINS; MARINO; PINTO, 2020, p. 56). Muitos periódicos têm adotado a política do Acesso Aberto, relacionada à Via Dourada, que possibilita a produção e disseminação de artigos científicos, a redução das barreiras ao acesso ou uso à informação e oferece uma literatura digital, online, gratuita e livre da maioria das restrições de copyright e licenciamento, contudo, não significa que todos os periódicos de acesso aberto oferecem acesso totalmente gratuito, isso porque, em alguns casos, depende das políticas editoriais e dos acordos entre editores e autores, o que promove vários tipos de acesso aberto. Evidencia-se, também, que a filosofia do acesso aberto se relaciona com o impacto, a participação e a circulação do conhecimento (FAIELLA, 2017).
Constata-se haver um significativo fortalecimento dos periódicos de acesso aberto, visto que facilitam o processo de compartilhamento, divulgação e o gerenciamento das produções científicas. A existência de repositórios digitais são algumas das importantes vantagens do acesso aberto e livre aos periódicos eletrônicos, pois possibilita mais segurança, compartilhamento, políticas de incentivo, visibilidade do autor, processo editorial e o gerenciamento das revistas (MARTINS; MARINO; PINTO, 2020).
Diante da relevância desta temática e de se desenvolver de forma responsável o fazer científico, evidencia-se, nesta pesquisa, o periódico Ciência da Informação em Revista.
2.4 O PERIÓDICO CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO EM REVISTA
Em meio à comemoração dos 15 anos do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas (CBIB/UFAL), em 2014, nasce o periódico eletrônico Ciência da Informação em Revista[5], perfazendo-se na “concretização de um sonho”, segundo as palavras de Souza (2014, p. 1), e iniciando a sua jornada com o lançamento de seu primeiro número “Biblioteconomia: formando competências, transformando realidades!”. O periódico tem como proposta ser um ambiente livre para as produções originais, tendo como sentido a “[...] constante necessidade de revisão da produção do conhecimento, na medida em que este resulta de permanentes movimentos de recorrências e retificações do pensamento sobre os diversos objetos e problemas de estudo (SOUZA, 2014, p. 3). Com periodicidade quadrimestral e publicações nos meses de abril, agosto e dezembro, oferece fluxo contínuo para submissões e adere à política do aceite de contribuições, exclusivamente, inéditas (UFAL, 2020).
Com a implementação da revista, a meta inicial era a ampliação e uma melhor qualificação das atividades de ensino, pesquisa e extensão e, a médio prazo, a implantação do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFAL (PPGCI/UFAL), fato que se concretizou com a aprovação do projeto do curso por meio da Resolução n. 24/2018–CONSUNI/UFAL, de 07 de maio de 2018, e com o seu reconhecimento mediante a Portaria do Ministério da Educação (MEC) n. 486, de 14 de maio de 2020 (UFAL, 2020).
Em 2015, após a adequação do periódico aos critérios de qualidade exigidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), passou a ser indexado na base Qualis da Plataforma Sucupira e também em outras bases e diretórios nacionais e internacionais. Em crescente processo de consolidação editorial, no ano de 2018, a partir do volume 5, número 3, a revista inovou em seu processo de avaliação por pares, adotando o sistema double blind peer review em que todo artigo que lhe é submetido perpassa por um sistema de revisão dupla, cuja avaliação é realizada por dois pareceristas, doutores e especialistas na área, externos à instituição editora do periódico. Marca-se, também, nesse contexto, sua afiliação à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) e a ampliação de seu Conselho Editorial com a inserção de renomados pesquisadores nacionais e internacionais (UFAL, 2020).
Para Souza e Eliel (2019, p. 17) “[...] a produção de conhecimento em grande escala no contexto das universidades aponta para a necessidade da disseminação deste conhecimento produzido para que ele possa ser aplicado e seus resultados socializados com a população”. Nesse raciocínio, o periódico filiou-se à política do acesso aberto, com o fim de privilegiar o acesso livre e imediato ao seu conteúdo e disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico, valorizando a democracia do conhecimento mundial (UFAL, 2020). Nesse sentido, as produções científicas publicadas nesta revista são arquivadas e disponibilizadas no Repositório Institucional da UFAL (RIUFAL). Leite et al. (2012, p. 8) afirmam que os repositórios institucionais “[...] são veículos de maximização da disseminação de resultados de pesquisa, dado que tornam seus conteúdos disponíveis e acessíveis amplamente”.
Com relação ao arquivamento, o periódico utiliza o serviço de preservação digital de periódicos, disponibilizado para instituições com publicações de acesso livre, oferecido pela Rede Cariniana do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), permitindo, dessa forma, a criação, preservação e restauração de arquivos permanentes da revista (UFAL, 2020). Outro ponto a se destacar, é a política de integridade e reputação do periódico que, partindo-se da observância dos aspectos legais, firma-se em uma mescla de condutas e diretrizes relacionadas a questões sobre ética, integridade, plágio na produção, comunicação e divulgação técnico-científica, em que são priorizados a sua reputação e a qualidade das produções publicadas (UFAL, 2020).
A revista encontra-se disponível no Portal de Periódicos da Capes, plataforma Sucupira/Capes e no Serviço de Editoração Eletrônica de Revistas da UFAL (SEER/UFAL), que se utiliza o software de gestão e publicação de revistas eletrônicas Open Journal Systems (OJS). Além disso, está indexada em vários diretórios e bases de dados, como: BRAPCI, DOAJ, Diretório Luso-Brasileiro de Repositório e Revistas de Acesso Aberto, Google Scholar, Electronic Journals Library, LATINDEX, Mendeley, QUALIS, RCAAP, Sherpa RoMEO, WorldCat e WorldWideScience.Org, entre outros (UFAL, 2020).
A Ciência da Informação em Revista promove a produção, a comunicação e a divulgação do conhecimento técnico-científico, especificamente, no domínio da Ciência da Informação, como também nas inter-relações com áreas afins, como Administração, Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Computação, Comunicação Social, Engenharia de Produção e Museologia (UFAL, 2020). No ano de 2019, foram implementadas mudanças significativas a partir de seu 16º fascículo, entre elas, a criação de uma nova identidade visual (Figura 1), cuja composição representa “a reflexão, os diálogos revistos na experimentação científica e a fluidez informacional em curso constante” (SOUZA; ARAÚJO, 2019, p. 1).
Figura 1 — Conceito da nova identidade visual da Ciência da Informação em Revista |
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Fonte: Souza e Araújo (2019). |
Figuram, também, entre as mudanças, a adesão aos padrões internacionais de identificação e de distinção de autoria e objetos consolidados, operacionalizados pelos identificadores Digital Object Identifier (DOI) e Open Researcher and Contributor ID (ORCiD) para autores, e o investimento em ações de marketing científico, como a divulgação do periódico, buscando fortalecer a sua presença digital nas mídias sociais, promovendo um melhor engajamento com seus públicos, aumentando sua visibilidade e consolidando seu posicionamento como periódico científico de referência (SOUZA; ARAÚJO, 2019).
A busca por periódicos científicos de acesso aberto tornou-se mais frequente entre pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento, demandando, em vista disso, uma atenção especial aos indicadores métricos. Nessa esteira, os gestores do Ciência da Informação em Revista inovaram ao instalar o Google Analytics, uma ferramenta gratuita que permite a visualização de resultados com base em indicadores específicos que demonstram o desempenho da revista com relação a diversas perspectivas relevantes para a sua gestão.
3 PERCURSO METODOLÓGICO
O percurso metodológico desta pesquisa delineia-se por meio de uma revisão de literatura, que de acordo com Hernández Sampieri, Fernández Collado e Baptista Lucio (2013, p. 76) “[...] implica detectar, consultar e obter a bibliografia (referências) e outros materiais úteis para o propósito do estudo”. Em relação aos objetivos, é uma pesquisa exploratória e descritiva, que busca uma aproximação do pesquisador ao objeto a ser estudado (GIL, 2008). Complementarmente, Silva e Menezes (2000, p. 21) afirmam que a “[...] pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis [...]”, assumindo, assim, a forma de levantamento de dados.
Quanto à coleta de dados, possui uma abordagem quanti-quali, sendo coletadas informações referentes ao acesso ao periódico, caracterizado pela predominância da utilização de dados estruturados (MATTAR, 2001). Uma grande quantidade de dados é gerada nas diversas páginas da Web com o propósito de serem utilizados, principalmente, para possíveis tomadas de decisão, cenário em que a Web Analytics possui um papel fundamental, visto ser, conforme a Web Analytics Association (WAA), a “[...] medição, coleta, análise e relatório de dados da Internet para fins de compreensão e otimização do uso da Web”, ou seja, relaciona-se, diretamente, às análises estatísticas, qualitativas e quantitativas de um site (YADAV et al., 2020, p. 14). Nas abordagens da Web Analytics evidenciam-se duas principais análises, a descritiva com foco na resolução dos questionamentos ‘o que’ e ‘qual’, que obtém, como resultados, simples resumos sobre as informações obtidas e a preditiva, voltada ao entendimento das consequências e padrões dessas informações.
O Google Analytics é um serviço gratuito, disponibilizado pelo Google, capaz de efetuar análises de quaisquer páginas da Internet. Foi criada, em princípio, para auxiliar webmasters na otimização de seus sites para campanhas de marketing, em virtude de sua capacidade para gerar estatísticas de tráfego na internet, bem como testar a eficácia de portais da web (VISSIRINI et al., 2019). Facilita uma análise objetiva e multinível, baseada em arquivos de log no servidor web, o que permite a visualização dos dados estatísticos da web. Sua usabilidade nos ambientes de pesquisa é interessante, pois privilegia a ética, visto que os dados coletados não contêm informação pessoal identificável (YADAV et al., 2020). Entre outros benefícios, apresenta indicadores relacionados à localização geográfica do usuário, procedência física, que podem ser originadas de links remissivos em outros sites, ferramentas de busca ou mesmo diretamente pelo endereço, reconhecimento do computador da ação de onde gerou-se a solicitação e quais os termos de busca que foram aplicados pelos usuários (FERREIRA; CUNHA, 2008, p. 47).
Nesse cenário, com a implantação da ferramenta Google Analytics foi possível avaliar o desempenho do periódico Ciência da Informação em Revista no que se refere ao acesso à informação contida em suas páginas. Dentre as variáveis analisadas, destacam-se: totais de acessos e de usuários; padrões de uso (número de páginas acessadas, etc.); médias de acesso; tempo de conexão e formas de acesso (direto ou via sites de referências). Assim, com vistas a um melhor desdobramento, a presente pesquisa dividiu-se em três etapas:
Etapa 1 – Uso da Ferramenta Google Analytics: a) Criação e login: após a criação da conta no Google e a geração do código foi possível implantar a ferramenta no website do periódico. Ao efetuar o login no Google Analytics, o pesquisador é direcionado para um espaço geral em que é possível visualizar todas as contas criadas; b) Recorte Temporal e indicadores: ao escolher a opção Todos os dados do Website a ferramenta o direciona à página principal em que é possível gerar e personalizar indicadores, e, também, delimitar o recorte temporal a ser pesquisado — abril/2019 a setembro/2020. No menu horizontal foi possível escolher a opção Relatórios (principal página da ferramenta) a partir dos tipos Público-Alvo e Aquisição; c) Coleta de Dados: a partir do relatório Público-Alvo foram coletados os dados geográficos mediante às dimensões Local, Cidade (secundária) e Comportamento. Por meio da dimensão Local foi possível identificar os países com maior número de usuários; já a dimensão Cidade possibilitou a identificação das cidades com maior número de usuários e do impacto relacionado aos acessos às páginas do periódico. Por intermédio da dimensão Comportamento foi possível identificar o comportamento dos usuários novos e usuários recorrentes mediante indicadores como o tipo de usuário, o tempo médio de permanência no website e a média de páginas visitadas durante o acesso. Mediante o relatório Aquisição identificaram-se, por meio da dimensão Canais, os agrupamentos de origem dos usuários, referentes ao ponto inicial, local em que estavam os usuários antes de acessarem o periódico.
Etapa 2 – Revisão bibliográfica: realizou-se uma revisão de literatura por meio de uma variedade de base de dados e outras fontes de informação acerca do contexto histórico, passado e contemporâneo, envolvendo as temáticas Informação, Estudos de Usuários; Periódicos Científicos e a ferramenta Google Analytics com o objetivo de fundamentar a pesquisa.
Etapa 3 – Periódico Ciência da Informação em Revista: o corpus desta pesquisa foi definido mediante a busca realizada no portal SEER/UFAL, local em que o website da revista está hospedado. Realizou-se, neste website, um levantamento por meio da coleta de dados manual em que foram recuperadas informações sobre seu percurso histórico, características, diretrizes, ações implementadas, etc.
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
No recorte temporal de abril/2019 a setembro/2020, o acesso ao periódico científico Ciência da Informação em Revista foi o objeto de análise desta pesquisa.
Verificou-se que o periódico publica artigos nas línguas portuguesa, espanhola e/ou inglesa, o que tem ampliado, paulatinamente, seu espectro de usuários pelo mundo, destacando-se, nesse contexto, os dez países com o maior número de usuários: México (52), Argentina (53), Espanha (76), Colômbia (89), Angola (141), Índia (161), Moçambique (236), Portugal (496), Estados Unidos (989) e Brasil (21.576). Esse alcance demonstra sua tendência de crescimento, cujos conteúdos têm atraído uma diversidade de pesquisadores, resultado conquistado pelo investimento responsável na política do acesso aberto, como também no processo de compartilhamento, divulgação e gerenciamento de produções científicas, o que fortalece seu potencial como importante canal de comunicação científica (FAIELLA, 2017). Assim, concorda-se com Menezes e Couzinet (1999, p. 281) quando sustentam que "[...] independentemente da distância geográfica, as revistas tornam possível uma grande difusão da informação sobre as pesquisas em curso ou concluídas."
O número de usuários únicos (25.024) — os que acessaram ao menos uma vez o periódico, incluindo-se usuários novos e recorrentes — e a quantidade de acessos (36.019) realizados por eles totalizaram 122.356 visualizações de página (incluindo as repetições). Entende-se por usuários novos, os que acessaram a revista pela primeira vez e, por usuários recorrentes, aqueles que fizeram dois ou mais acessos. Esses dados representam que o uso da literatura veiculada pelos periódicos é uma fonte representativa da construção do conhecimento científico por parte dos usuários (FORESTI, 1990).
O tempo médio em que um usuário permanece em determinada página do website do periódico (Tabela 1) tem relação direta com o tipo de usuário. Esse tempo é um relevante indicador que se relaciona à experiência do usuário durante a sua navegação pela revista.
Tabela 1 - Acesso por tipo de usuário |
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Fonte: Elaborada pelos autores a partir do Google Analytics (2020). |
Observa-se que os usuários novos acessaram quase três páginas por acesso, atingindo a média de quase dois minutos de permanência no website da revista. Já os usuários recorrentes acessaram quase seis páginas por acesso, alcançando a média de quase cinco minutos de permanência. Isso demonstra que os usuários recorrentes visualizam a página da revista (acesso), aproximadamente 2,32 vezes a mais que os usuários novos, o que se reflete na diferença de 131% de um para o outro. Além disso, durante a visita ao website, partindo-se do valor total de usuários únicos (25.024) — os que visitaram a página ao menos uma vez —, obtém-se, com base na média geral de páginas visualizadas por usuário, a visualização de quase três páginas e meia (3,40) por usuário, incluindo-se as repetições.
Nesse cenário, infere-se que a revista tem possibilitado um maior tempo de permanência, devido à implementação de um conjunto de fatores. Dentre os mais importantes, destacam-se o relevante conteúdo publicado, a organização informacional do website, a experiência de navegação oferecida e a escaneabilidade textual implementada. São fatores que propiciam maior conforto e praticidade durante a navegação, contribuem para a melhoria do posicionamento digital e reputação da revista, servindo, também, como estratégia de otimização para motores de busca, a exemplo do Google, cuja meta é elevar o periódico ao topo dos resultados de pesquisa (ANDRADE, 2017). Tal interpretação vai ao encontro de que o Brasil tem um crescimento acelerado no uso da internet, possuindo, em janeiro de 2021, 71% da sua população conectada (150.4 milhões de usuários), além de ser um dos países campeões de tempo de permanência na Web, alcançando a média diária de 10 horas e 08 minutos por usuário (KEMP, 2021).
Evidencia-se na Tabela 2 as dez cidades brasileiras com o maior quantitativo de usuários que acessam o website do periódico.
Tabela 2 — Número de Usuários por Cidade — Brasil |
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Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Google Analytics (2020). Nota: Identificação das cidades por legendas: SAO (São Paulo - SP); RIO (Rio de Janeiro - RJ); BHZ (Belo Horizonte - MG); BSB (Brasília - DF; FOR (Fortaleza - CE); MCZ (Maceió - AL); JPA (João Pessoa - PB); SSA (Salvador - BA); POA (Porto Alegre - RS) e REC (Recife - PE). |
Destaca-se a região Sudeste, que além de possuir três cidades nas primeiras posições (SAO, RIO, BHZ), duas delas apresentam o número de mais de mil usuários (SAO e RIO). Infere-se que, além da significativa densidade populacional da região (aprox. 90 milhões de habitantes), o resultado deve-se à concentração de Instituições de Ensino Superior (IES) — redes públicas e privadas —, sendo, no ano de 2018, 1.123 que ministravam cursos presenciais e 185, cursos EaD (SEMESP, 2020). Outrossim, até o segundo bimestre de 2021, depreende-se como consequência, a existência de 1.991 Programas de Pós-Graduação e 3.193 Cursos de Pós-Graduação na região (BRASIL, 2021).
Demonstra-se que o periódico também interage com mais três regiões do país, Nordeste, possuindo usuários advindos de cinco capitais que mantêm interação constante; Centro-Oeste e Sul com usuários oriundos das capitais do Distrito Federal (BSB) e do Rio Grande do Sul (POA) que interagem de forma mais tímida. Quanto à região Norte, ressalta-se a ausência de usuários que interajem com o periódico.
Foram 122.356 visualizações de páginas alcançadas pelo periódico. Outrossim, dentre as dez cidades que mais interagem com a revista (Tabela 3), verificou-se que cinco delas pertencem à região Nordeste, alcançando-se o total de 33,71% das visualizações, em que a maior parte do percentual foi conquistada por Maceió, cidade de origem da revista, que figura em primeiro lugar. A região Sudeste contabiliza 12,89% das visualizações, percentual distribuído por três capitais e as regiões Centro-Oeste e Sul que contam com uma cidade cada, totalizando, respectivamente, 2,74% e 1,38% das visualizações.
Tabela 3 — Percentual de Visualizações de Páginas do Periódico por Cidade — Brasil |
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Fonte: Elaborada pelos autores a partir do Google Analytics (2020). Nota: Identificação das cidades por legendas: MCZ (Maceió - AL); BHZ (Belo Horizonte - MG); RIO (Rio de Janeiro - RJ); ), JPA (João Pessoa – PB); SAO (São Paulo - SP); BSB (Brasília - DF), FOR (Fortaleza - CE), REC (Recife - PE); POA (Porto Alegre - RS) e SSA (Salvador - BA). |
Dos agrupamentos de onde foram originadas as buscas pela revista, observa-se que por meio da Busca Orgânica (Google) os termos mais utilizados para a busca foram: cultura informacional, biblivre, sistemas de informação e qualidade da informação. Destaca-se, ainda, o poder desse agrupamento, cujo tráfego bem qualificado busca os melhores conteúdos e facilita a compreensão de variados temas por meio de rastreadores, indexadores, algoritmos e inteligência tecnológica (Tabela 4).
Tabela 4 — Canais de Origem: agrupamentos |
Fonte: Elaborada pelos autores a partir do Google Analytics (2020). |
Foram constatadas cinco principais fontes de busca (Tabela 5) que se relacionam ao agrupamento Referência (URL):
Tabela 5 — Canais de Origem: acesso URL |
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Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Google Analytics (2020). |
Observou-se que, apesar de a maioria dos usuários (2.430) terem acessado o website do periódico por meio do Google Acadêmico (BR), o acesso realizado por intermédio do domínio UFAL gerou um maior engajamento (62,34%), ou seja, os 248 usuários que partiram da referência UFAL alcançaram 40% a mais de acessos às páginas do periódico em comparação com os 22,89% de acessos realizados pelos 2.430 usuários advindos do Google Acadêmico (Brasil). Demonstra-se com isso, que os 248 usuários visualizaram o website do periódico muito mais vezes. Infere-se que o fortalecimento de interações pelo grupo menor (248) se deva pelo fato de ser um público proveniente da própria instituição, já consciente da reputação e qualidade dos conteúdos da revista, além de possuir, também, um acesso mais fácil ao periódico por meio dos menus dispostos no website oficial da UFAL (referência: ufal.edu.br). Essa tabela, permite direcionar a uma constatação que nos leva a concordar com Bohn (2003, p. 3) quando a autora afirma que se houver "[...] um olhar atento nas bibliografias das diferentes disciplinas oferecidas em cursos desta área [Biblioteconomia e Ciência da Informação], mostra a presença constante deste canal de comunicação [ou seja, o uso de periódicos] nas leituras recomendadas pelos docentes aos seus alunos." Logo, a possibilidade de acesso, recuperação e uso da informação por meio da internet ao conteúdo dos periódicos eletrônicos.
De acordo com o conjunto de relatórios Digital 2021, publicado pela parceria entre a We Are Social e a Hootsuite, constatou-se, em janeiro de 2021, a existência de 140 milhões de usuários ativos nas mídias sociais no Brasil, 66% da população (KEMP, 2021). Nesse contexto, quanto ao tráfego originado pelo agrupamento Social em busca do periódico, verifica-se que as mídias sociais genéricas (Tabela 6), estão entre as plataformas sociais mais utilizadas no mundo: Facebook (2.740) e Instagram (1.221) com mais de um bilhão de usuários cada uma; Pinterest (442) e Twitter (353) com mais de 300 milhões de usuários cada (KEMP, 2021). A ResearchGate, apesar de ser uma rede social profissional para cientistas e pesquisadores, com mais de 20 milhões de usuários no mundo, apresentou baixo impacto com relação aos acessos à revista ao se comparar com as outras quatro fontes, ressaltando-se, de forma contundente, o potencial disseminador das mídias sociais genéricas para a comunicação científica.
Tabela 6 — Canais de Origem: redes sociais genéricas |
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Fonte: Elaborado pelos autores a partir do Google Analytics (2020). |
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O periódico científico eletrônico de acesso aberto Ciência da Informação em Revista tem atuado como instrumento facilitador para o alargamento das fronteiras da Ciência, bem como buscado ampliar a visibilidade dos resultados das pesquisas científicas, minimizando as barreiras que impedem o acesso ao conhecimento produzido tanto para os pesquisadores, quanto para a sociedade em geral.
Com o objetivo de promover a produção, comunicação e divulgação do conhecimento técnico-científico, em especial no domínio da Ciência da Informação, este periódico, apesar da pouca idade, tem se consolidado no meio científico, principalmente, pela adesão aos padrões internacionais que favorecem a visibilidade internacional das publicações, citações e dos pesquisadores, como também pelo investimento em critérios de qualidade, ações de marketing científico e gestão proativa de mídias sociais.
Reconhece-se a relevância dos resultados apurados nesta pesquisa para a gestão do periódico, visto serem valiosos recursos para o aprimoramento de seu desempenho na busca da excelência, possibilitando a identificação de lacunas e oportunidades no que concerne à dinâmica comunicacional com seus usuários e à implementação de planos de ação para a tomada de decisão. Ademais, tais resultados podem ser utilizados de forma estratégica pelos editores de mídias sociais de periódicos, o que pode viabilizar o alcance de novos usuários em pelo menos um dos agrupamentos de canais descritos nesta pesquisa.
Salienta-se ainda que foi possível visualizar o aumento do quantitativo de acessos ao periódico por meio do monitoramento de sua performance on-line possibilitado pelo Google Analytics. Isso indica que houve um maior interesse nas informações científicas publicadas durante o período analisado. Verificou-se, também, que o interesse dos usuários recorrentes no acesso à revista aponta para uma possível fidelização, visto que permaneceram mais tempo em cada novo acesso. Similarmente, considera-se como fator positivo o alcance de usuários internacionais, a exemplo dos Estados Unidos, segundo país com maior número de usuários do periódico.
Os resultados também evidenciam, a despeito do crescimento da revista, a necessidade de se investir em ações estratégicas de comunicação que busquem alcançar pesquisadores das regiões Centro-Oeste, Sul e, principalmente, da região Norte. São ações que podem fortalecer a sua presença digital, maximizar o seu alcance e estimular a participação de cientistas, pesquisadores, acadêmicos e da sociedade em geral.
Outras ações comunicacionais, relacionadas ao marketing digital, como, por exemplo, as estratégias e técnicas de Search Engine Optimization (SEO), podem ampliar a divulgação do periódico, como também, otimizarem o alcance de bons rankings orgânicos que geram tráfego, autoridade e possibilitam impulsionar a visibilidade do periódico em motores de busca, a exemplo do Google, permitindo que a revista figure entre os primeiros lugares nas páginas de resultados de pesquisas, efetivando-se, assim, uma experiência de busca mais efetiva.
Depreende-se que, a partir dos resultados apurados, o periódico Ciência da Informação em Revista detém características promissoras que têm o potencial de contribuir para o seu crescimento no ambiente científico e alçá-lo como periódico de referência. Esta pesquisa não exaure todas as possibilidades de investigações acerca do tema, assim, sugere a realização de outras que aprofundem ou investiguem novas nuances.
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[1] Mestranda em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
[2] Doutorado em Ciência da Informação - Universidade Federal de Minas Gerais. Docente do Curso de Biblioteconomia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - Universidade Federal de Alagoas.
[3] Mestranda em Ciência da Informação no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Alagoas - PPGCI/UFAL.
[4] Mestrando em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Alagoas.
[5] Fruto do empenho coletivo de equipe de natureza multidisciplinar, em especial, de seu idealizador, o Professor Doutor Edivanio Duarte de Souza.
[6] Busca orgânica: acessos oriundos de motores de busca;
[7] Direta: acessos diretos, a partir de um favorito ou da digitação da URL;
[8] Referência: acessos a partir de outras páginas/sites ou links;
[9] Social: acessos mediante às redes sociais digitais.