Experimentações e experiências com o uso do Biblivre

desafios para gerenciar bibliotecas escolares na Grande Vitória, ES, Brasil

 

                                                                                                        Marcelo Calderari Miguel

Universidade Federal do Espírito Santo

marcelocalderari@yahoo.com.br                               

                                                        Sandra Maria Souza de Carvalho [1]

Instituto Federal do Espírito Santo

sandramsc@hotmail.com

                                                                                 Antonio Luiz Mattos de Souza Cardoso [2]

Universidade Federal do Espírito Santo

antonio.cardoso@iedu.ufes.br

_____________________________

Resumo

A experiência vivenciada por bibliotecários atuantes da Grande Vitória - Espírito Santo com o programa Biblivre - o software livre para catalogação, administração e divulgação de acervos de bibliotecas, é o enfoque dessa pesquisa. O estudo tem natureza qualitativa, utiliza a análise de discurso e também foi realizada uma entrevista com 10 bibliotecários escolares atuantes na região da Grande Vitória – ES, usuários do software, para verificar as percepções dos bibliotecários escolares que atuam em bibliotecas escolares da Região metropolitana da Grande Vitória. Analisa-se a literatura científica sobre o Biblivre com base em uma revisão bibliográfica integrativa da literatura indexada em bases de dados da ciência da informação. Constata-se que a literatura acerca do software ainda é muito incipiente, ainda assim, observa-se em relatos que o sistema de biblioteca livre é vastamente disseminado no território nacional. Concluiu-se nas experiências e relatos dos bibliotecários escolares que o software Biblivre, pode ser descrito como uma plataforma online e gratuita, e uma ótima opção para automatização e organização do acervo de bibliotecas e unidades de informação, em ambiências de escassez de verbas e de políticas públicas. O Biblivre enfoca ferramentas para catalogação e divulgação do catálogo e situa as dinâmicas e as fragilidades da tecnologia que deveria incluir a todos. Assim, a temática Biblivre abarca uma diversidade de aplicações e práticas, tendo a ampla função de promover o acesso à informação, facilitando a viabilização de uma rede de aprendizagens e colaboração – o software é assim um despretensioso tesouro e em uma interdisciplinar esfera envolve a gestão de acervos e direitos.

Palavras-chave: Arquitetura da Informação. Automação de unidade de Informação. Biblioteca escolar. Ciência da Informação. Software de Automação. Usabilidade e funcionalidades de software livre.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EXPERIMENTATIONS AND EXPERIENCES USING BIBLIVRE

challenges in managing school libraries in Greater Vitória, ES, Brazil

Abstract

The experience lived by librarians working in Grande Vitória - Espírito Santo with the Biblivre program - the free software for cataloging, administration and dissemination of library collections, is the focus of this research. The study has a qualitative nature, uses discourse analysis and an interview was also carried out with 10 school librarians working in the region of Grande Vitória - ES, users of the software, to verify the perceptions of school librarians who work in school libraries in the Região metropolitana da Grande Vitória, Brazil. The scientific literature on Biblivre is analyzed based on an integrative bibliographic review of the literature indexed in information science databases. It appears that the literature about Biblivre is still very incipient, even so, it is observed in reports that the free library system is widely disseminated in the national territory. It was concluded in the experiences and reports of school librarians that the Biblivre software can be described as an online and free platform, and a great option for automating and organizing the collection of libraries and information units, in environments of scarcity of funds and public policy. Biblivre focuses on tools for cataloging and dissemination of the catalog and situates the dynamics and weaknesses of technology that should include everyone. Thus, the Biblivre theme encompasses a diversity of applications and practices, having the broad function of promoting access to information, facilitating the viability of a network of learning and collaboration - the software is thus an unpretentious treasure and in an interdisciplinary sphere involves management collections and rights.

Keywords: Information Architecture. Information unit automation. School library. Information Science. Automation Software. Usability and open source functionality.

 

 

1 RETOMADAS E AVANÇOS NA ARTE DE GERENCIAR ACERVOS NAS BIBLIOTECAS

Acreditamos, com Hegel, que nada existe fora do espírito. Fantasia é realidade e realidade é a fantasia que fazemos de conta ser real. [...] Pois bem, falemos, pois dessas fantasias com as quais tecemos os nossos sonhos, desenhamos as nossas ilusões. O que é um livro se não sonhos transformados em palavras. Por que sonhos não podem curar? Afinal, de que são feitas as almas senão de sonhos. Tudo é milagre ou nada é milagre como diria Einstein [...] (FIALHO, 2006, p.11).

A informatização está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas. É praticamente impossível ignorá-la em uma sociedade globalizada e imersa nos avanços das tecnologias de informação e comunicação. Nesse panorama entende-se que os sonhos intrigam o ser humano desde os primórdios da civilização e, o ser humano busca métodos para facilitar e reconfigurar as atividades diárias realizadas pela humanidade. Nessa via, entende-se que a criação e o desenvolvimento de softwares situam um conjunto ferramentas que propiciam o encontro dos processos manuais em atendimento às necessidades hordienas da tecnologização.

O upgrade no desempenho e a funcionalidade de se gerenciar sistemas possibilita a realização de operações eficientes, complexas e interdependentes – assim, operações e recursos de gerenciamento informacional cada vez mais reduzem o tempo e incrementam a rapidez na recuperação e no processamento da informação como reporta o estudo de Teixeira e Marinho (2019). Destarte, as autoras entendem que esse fluxo tende a facilitar as tarefas dos bibliotecários e o suprimento das necessidades informacionais dos usuários.

Já no que tange à biblioteca escolar, deve-se considerar que a implantação de um software surge diante de uma esfera holística e, que, em particular, se direciona à estratégia adotada por uma instituição (tanto no âmbito público quanto no particular) na qual será inserido. Para as bibliotecas, a automação é de suma importância, pois permite agilidade de seus serviços rotineiros e possibilita maior rapidez na recuperação da informação. Nessa via, é indispensável que o profissional bibliotecário fique sempre suscetível a gerenciar esses recursos tecnológicos, como por exemplo, a escolha do software para gestão de processos e serviços básicos como: processamento, armazenamento, busca e recuperação da informação, disponibilizada pela biblioteca para manter o seu acervo organizado, visto que, o software contempla diferentes interconexões organizacionais.

Rodrigues e Prudêncio (2009, p. 9) alegam que, para as bibliotecas e centros de informação, a “automação surge para oferecer um atendimento eficaz e eficiente ao usuário, poupar tempo, otimizar os processos, atender a demanda, auxiliar a aquisição, tornar a organização mais precisa e principalmente atender às necessidades do usuário em curto espaço de tempo”. Destarte, o programa Biblioteca Livre (Biblivre) proporciona, alegam Aguirre (2018) e Santos (2019), a inclusão digital, uma vez que muitas bibliotecas brasileiras não estão informatizadas, por questões técnicas e financeiras, e a maior parte de seus usuários finais não está familiarizado com recursos das tecnologias atuais, existente nas bibliotecas mais modernas do mundo .

Portanto, frisa-se que é imprescindível que bibliotecários antevejam ainda mais a mudança da modernidade e entendam a sua “relevância e importância de ocupar o mercado enquanto arquiteto de informação, incutindo as questões de usabilidade nas instituições a fim de reduzir quaisquer tipos de prejuízo, seja para o usuário ou a instituição que ele está inserido” (QUEIRÓZ, 2018, p. 82). Destarte, diante de tantos dilemas e provocações que as tecnologias de informação e comunicação apresentam, o objetivo do presente trabalho é investigar o software Biblivre como gerenciamento de biblioteca escolar e a usabilidade desse instrumento por bibliotecários usuários do software.

Uma breve revisão de literatura sobre o tema é apresentado, e também foi realizada uma entrevista com dez  bibliotecários escolares atuantes na região da Grande Vitória – ES, usuários do software. O lócus da pesquisa, além da técnica e análise de conteúdo, analisa-se também a literatura científica sobre o Biblivre com base em uma revisão bibliográfica integrativa da literatura indexada na ciência da informação. Assim, busca-se alcançar alguns entendimentos sobre a utilização de Biblivre, junto aos profissionais da informação da região metropolitana da grande Vitória - RMGV, que contribui para se pensar novos cenários laborais, produtos, serviços e outras atenções para se fortalecer a temática no âmbito dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) e das políticas públicas para bibliotecas no país.

 

2 A BONITEZA DE ESTAR NO MUNDO, COM O MUNDO E COM OS OUTROS

Considerando as práticas biblioteconômicas ao longo de sua história, especialmente os serviços prestados pelas bibliotecas, ocorreu na biblioteca escolar uma profunda gama de transformações advinda com a inovação tecnológica. Mudanças necessárias para situar novas competências e saberes às práticas profissionais.

A biblioteca escolar, esclarece Fusatto e Silva (2014), é um ambiente que possui características próprias. Devido a isso, é preciso que ofereça recursos bibliográficos condizentes com o perfil de seus usuários, para que a aprendizagem seja efetiva.

2.1 GESTÃO NA BIBLIOTECA ESCOLAR

Vivenciou-se alterações dinâmicas nas relações sociais e profissionais, “caracterizadas por mudanças quanto à tecnologia, mas também pelo surgimento de novas oportunidades. Porém sabemos que essas mudanças contribuem de forma significativa para a sociedade. (SEVERINO; BEDIN, 2016, p.114)”.

Segundo as Diretrizes da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), a Biblioteca Escolar (BE) configura-se como “um espaço de aprendizagem física e digital na escola onde a leitura, pesquisa, investigação, pensamento, imaginação e criatividade são fundamentais para o percurso dos alunos da informação ao conhecimento e para o seu crescimento pessoal, social e cultural” (IFLA, 2016, p. 19).

As bibliotecas escolares são o meio pelo qual os alunos buscam e compartilham conhecimentos. Mas a biblioteca sozinha não cumpre esse papel, já que os bibliotecários assumem a importante função no campo da disseminação da informação e do conhecimento dentro da escola. “O bibliotecário escolar é o responsável pela mediação dos alunos com a informação, assim pode ser entendido como educador. Ele também cumpre o papel de orientá-lo quanto ao uso adequado da biblioteca, além de também mediar todas as fontes impressas e eletrônicas” (SEVERINO; BEDIN, 2016, p.115).

É preciso pensar a ambiência da biblioteca como um espaço privilegiado, em que se dá o encontro do leitor com as diversas formas de registro do conhecimento. É nesse espaço, também, que se pode estabelecer o diálogo entre indivíduos que compartilham informações, impressões, experiências. É importante que esse local seja agradável e ofereça condições para a interação entre os sujeitos e para a apropriação de informações por parte dos leitores. Pereira (2009, p. 45), observa que “quanto maiores as oportunidades de diálogo, tanto melhores serão as trocas de experiências. Quanto maiores as oportunidades de leitura, maiores serão, também, as possibilidades de se formar leitores autônomos.”

A inovação e a implantação das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs) nas bibliotecas, fizeram essas instituições repensarem suas ações e reorganizarem seu espaço físico. Inicialmente, o uso das tecnologias digitais era tido como responsável pelo distanciamento dos usuários da biblioteca e da interação face a face com os bibliotecários. A mediação das tecnologias mudou as formas de sociabilidade entre bibliotecários e usuários, trazendo outra dinâmica e novas formas de relacionamento dos usuários com a biblioteca e seus gestores.

Na atualidade, as tecnologias de informação e comunicação fazem parte de nosso cotidiano. As tecnologias acompanham o desenvolvimento humano e estão cada vez mais incorporadas nas suas ações. Em muitas áreas, elas passaram a mediar as interações sociais, e com as profissões não foi diferente. As TICs foram responsáveis pela destradicionalização das formas como se constituíam as práticas da profissão do bibliotecário, ligadas ao passado. É evidente que novos conhecimentos e competências passam a ser fundamentadas. A inovação tecnológica trouxe uma mudança gradativa dos formatos tradicionais para o formato digital, o que facilitou e ampliou o trabalho do profissional de Biblioteconomia.

À medida que os bibliotecários passam a empregar as tecnologias de informação e comunicação, de forma ampliada, tais ferramentas passam a se constituir elementos de sua prática profissional. A amplitude do seu uso passa a interferir na relação com os usuários da informação, bem como nas formas de interpretar suas práticas, levando o profissional a construir novos modos de subjetivação de sua profissão e suas práticas Assim, poderíamos pensar à relação entre tecnologia e sociabilidade, percebida a partir da prática profissional , como responsável pela construção da identidade social dos bibliotecários (MORIGI; SILVA; BERNINI, 2014, p 156).

Acredita-se que por meio do desenvolvimento do ensino aprendizagem na biblioteca, os estudantes poderão chegar ao ensino superior mais preparados para a busca e uso das informações concernentes aos seus estudos, sua iniciação profissional e sua inserção na sociedade. Nesse sentido, argui Barreto (2007), as tecnologias da informação trazem grande benefício na sociedade contemporânea, pois modificam aspectos fundamentais em relação ao tempo e espaço, no acesso aos estoques informacionais. Tal mudança na velocidade de acesso e nas possibilidades de uso agrega valor à informação.

Frente a esse cenário, nota-se a importância da biblioteca no ambiente escolar, pois nela disponibiliza-se a informação capaz de promover o processo de aprendizagem nas crianças, não só para as pesquisas escolares, mas para a vida toda. Moro e Estabel (2011, p.13) apresentam uma abordagem interessante, e ao dizer que “a biblioteca escolar saiu das quatros paredes, deixando de ser um castelo fechado em si mesmo e abrindo para a democratização, a construção do conhecimento, transformando - se em um amplo ambiente de aprendizagem”.

As escolas estão mudando na sociedade da informação, com as tecnologias, especificamente com os computadores conectados à internet. A utilização desses recursos está modificando o ambiente de aprendizagem. Com isso, a escola tem papel primordial na preparação dos alunos para o uso inteligente da informação. Para que a biblioteca escolar incentive a leitura faz -se necessário:

[...] um acervo bem atualizado, que contemple todo tipo de suporte de informação; um ambiente físico adequado e acolhedor, e o mediador, a figura do bibliotecário que surge no processo de mediador e incentivo a leitura, com função de atuar produtivamente na seleção do acervo. A biblioteca precisa estar aberta, ser interativa, e constituir-se num ambiente livre para expressão genuína da criança, do adolescente e do jovem (CÔRTE; BANDEIRA, 2011, p.3).

A era tecnológica trouxe novas competências, porém não aboliu a capacidade crítica e a criatividade que esses profissionais necessitam ter. A reflexão sobre suas práticas e o comprometimento com a transformação social não se operam apenas com a apropriação e o uso das tecnologias, mas com a leitura e a refletividade do seu cotidiano. A informação, segundo Freire (2006), é relevante para o desenvolvimento da sociedade, em todos os setores e, principalmente, nos que envolvem a atividade humana.

A sociedade segue em processo de constantes mudanças e, consequentemente, as bibliotecas escolares vêm sofrendo impactos em relação à disseminação da informação. Nesse aspecto, percebe-se a importância da biblioteca escolar para a formação de bons leitores e de cidadãos críticos. Entende-se que a biblioteca escolar automatizada consegue comportar um maior volume informacional, ser mais eficiente e oferecer novos serviços para seu público. Teixeira e Teixeira (2017; 2019) reportam que a modernização tecnológica alcança as bibliotecas e, assim, que os usuários e máquinas passam a interagir mais – tornando o trabalho do bibliotecário mais ágil.

Stumpf (2021, p. 6) menciona que a “atualidade representa verdadeiros desafios tecnológicos”, principalmente no “âmbito da Ciência da Informação, da produção e da distribuição da informação e do acesso às novas tecnologias, são questões que merecem atenção”. A compreensão desse contexto organizacional, dominado pelas tecnologias, faz-se necessária na medida em que os impactos sociais influenciam o fazer bibliotecário e o modo como os profissionais estão se preparando para enfrentar e se adaptar à realidade informacional vigente.

 

2.2 PROJETOS E PROGRAMAS PARA O UNIVERSO E PROGRAMAS PARA O UNIVERSO TECNOINFORMACIONAL

A literatura científica aborda aspectos diversos relativos à importância do Software livre e gratuito de gerenciamento de bibliotecas, considerando a multidimensionalidade e a complexidade implicadas na tarefa de gerenciar informações, quando na iminência do crescimento e organização dos acervos. Assim, os estudos selecionados apresentam uma heterogeneidade quanto aos objetivos, desenho metodológico, características da amostra e instrumentos utilizados para a avaliação e os encaminhamentos da literatura científica, o que não permite a generalização dos resultados.

A Lei Rouanet, de 1991, marcou a história do fomento e custeio à cultura no Brasil, com dezenas de reedições e alterações, mas com o conceito fundamental intacto: o patrocínio a projetos culturais por parte das empresas privadas, por meio do estímulo financeiro da renúncia fiscal. Essa lei pouco beneficiou as bibliotecas públicas, em primeiro lugar, porque o número de projetos apresentados para elas foi reduzido, porém algumas Associações de Amigos das Bibliotecas conseguiram aprovar e executar vários projetos e, no âmbito nacional, a construção de um sistema para gerenciamento de bibliotecas, o BibLivre, totalmente gratuito e desenvolvido em software livre.

Alauzo, Silva e Fernandes (2014), Aguirre (2018) e Santos (2019) apontam que desde 2005 a ‘Sociedade Amigos da Biblioteca Nacional (Sabin)’ propôs o projeto Biblivre para informatizar bibliotecas e propiciar a comunicação entre elas. Os pesquisadores citam que se prognosticou que este software fosse oferecido livremente às bibliotecas que desejassem utilizá-lo, estudá-lo, modificá-lo e distribuí-lo de acordo com os termos de licença que o caracterizassem como software livre. Devido a esta característica, o projeto passou a se chamar ‘Biblioteca Livre’ – de tal modo, se esboça o painel do Quadro 1.

A primeira versão do software foi disponibilizada para os usuários em maio de 2006, na própria página oficial do Biblivre na internet. Desde a sua primeira aparição o sistema vem sendo amplamente utilizado pelas bibliotecas que visam aumentar a acessibilidade dos usuários às novas tecnologias de informação e comunicação. Portanto, o projeto da Sabin teve o intuito de desenvolver um conjunto de programas livres para a automação de bibliotecas que fossem distribuídos gratuitamente, por isso, o nome inicial do programa era ‘Biblioteca Livre’.

Criado em 2005, atualmente o programa está em sua versão 5.0.5. Assim, ao se estabelecer uma parceria com o Instituto Alberto Luiz Coimbra do programa de Pós-Graduação e Pesquisa em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o patrocínio da fundação Itaú Cultural, viabilizou recursos financeiros necessários para desenvolver melhorias no programa e nas versões subseqüentes, arguem Penteado, Homma, Tori e Homma (2020).

Assim, o Biblivre está licenciado gratuitamente como General Public License (GPLv3) da Free Software Foundation, que permite a sua difusão de uma forma ampla e garantindo a liberdade aos seus usuários para copiá-los, usá-los e distribuí-los. Aguirre (2018), explica que como adota padrões internacionalmente utilizados na informatização de bibliotecas como o Machine Readable Cataloging (MARC) e o protocolo Z39.50, o Biblivre permite ao usuário acessar qualquer biblioteca com acesso à internet, uma vez que as conecta e propicia a comunicação em rede de seus acervos. Sobre o protocolo Z39.50, Rosetto (1997, p. 2) descreve que nos softwares que o utilizam é habilitada “uma interface única para conexão com múltiplos sistemas de computação com diferentes sistemas operacionais, equipamentos, formas de pesquisa, sistemas de gerenciamento de bases de dados”.

Quadro 1 - Um breve percurso histórico-evolutivo

Fonte: elaborado pelos autores, com base na literatura e referências utilizadas, maio 2022.

 

O Biblivre é um software livre de gerenciamento de bibliotecas e de acervos gratuito para a catalogação de recursos informacionais variados, e a disponibilização em um catálogo: controla autoridades e vocabulário, gerencia a circulação do acervo envolvendo os processos de consulta, empréstimo, renovação e a devolução dos materiais e a organização do processamento técnico, envolvendo desde o recebimento do material e descrição física até a impressão das etiquetas para armazenamento. (AGUIRRE, 2018).

Entre as características do Biblivre estão: i) o controle de autoridades e de vocabulário; ii) o gerenciamento da circulação do acervo que envolve os processos de consulta; iii) empréstimo, renovação e devolução do recursos; e, iv) a organização do processamento técnico (desde o recebimento do material e sua descrição física com a impressão das etiquetas para guarda nas estantes). O Biblivre 5.0 vem sendo utilizado em cerca de 2000 bibliotecas no Brasil e em países como Angola, Moçambique, Portugal e Estados Unidos, tendo sido traduzido para o inglês e espanhol.

Aguirre (2018) aponta que o Biblivre enfatiza as rotinas e sub-rotinas dos principais procedimentos realizados em bibliotecas, tais como: a busca e a recuperação da informação; a circulação, mediante o controle do acesso para consulta, a reserva, o empréstimo e a devolução de exemplares do acervo; a catalogação de material bibliográfico, de multimídias e objetos digitais, inclusive com controle de autoridades e de vocabulário, e a transferência de registros entre bases de dados; o controle do processo de aquisição de novos itens para o acervo. Ao passo que, em um contexto dominado por softwares proprietários, os softwares culturais livres chegam como variações que colaboram para a expansão da nossa “diversidade cultural e criativa, produzindo alternativas tecnológicas que possibilitam o livre acesso e um constante processo de desenvolvimento e democratização da cultura” (LABLIVRE, 2019, p. 15).

Em consonância com Aguirre (2018), Silva (2019), destaca que o Biblivre necessita de um sistema operacional Windows, Linux, Unix ou compatível e, como outros softwares de gerenciamento de bibliotecas, facilita o controle do processo de aquisição e circulação do acervo; o processamento técnico de documentos diversificados e é compatível com o padrão de metadados Marc 21. O sistema é licenciado como General PublicLicence da Free Software Foundation (GPLv3). Destarte, o Biblivre surge como um software livre e gratuito de gerenciamento de bibliotecas e de acervos que possibilita a catalogação de recursos informacionais variados e sua disponibilização em um catálogo.

Deste modo, o programa é estruturado nas principais técnicas e princípios da biblioteconomia, facilitando não só a catalogação de acervos, mas também a pesquisa por obras com uma ferramenta de buscas que permite filtrar assuntos, autores e diversos outros itens (BIBLIVRE, 2017). Destarte, o programa é, sem dúvida, uma grande contribuição tecnológica alinhada com a filosofia do software livre, que vem ampliando seu espaço diante do software de código fechado, reportam os trabalhos de Aguirre (2018) e Santos (2019).

Em suma, o Biblivre enfatiza as rotinas e sub-rotinas dos principais procedimentos realizados em bibliotecas, tais como: a busca e a recuperação da informação; a circulação, mediante o controle do acesso para consulta, a reserva, o empréstimo e a devolução de exemplares do acervo; a catalogação de material bibliográfico, de multimídias e objetos digitais, inclusive com controle de autoridades e de vocabulário, e a transferência de registros entre bases de dados; o controle do processo de aquisição de novos itens para o acervo (AGUIRRE, 2018).

3 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

O embasamento teórico que norteia essa pesquisa mostra a importância do software livre em relação ao software proprietário, especialmente para as bibliotecas escolares públicas, pelo não pagamento de licenças. O ponto de partida dessa abordagem é uma forma renovada de considerar o conceito seu tempo - como um todo em diferentes níveis e em cada interação entre essa pessoa e a instituição, ou na oferta de produtos e serviços de informação.

Observa-se que as bibliotecas têm tentado transformar seus ambientes em locais que ofertam experiências inesquecíveis (como lugares de memória) para gestão, mediação e uso que trazem uma experiência favorável e útil. O estudo aborda uma perspectiva descritiva e analítica, fundamentada na técnica de análise do discurso, que se estima apresentar melhor adequação à compreensão dos significados encontrados no material captado as entrevistas – seguindo as recomendações de Gomes (2014), foi assegurado com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a documentação da pesquisa com ética.

Diante das discussões acerca da experiência profissional, verifica-se que um programa não livre é um jugo, um instrumento de poder injusto essencialmente em ambientes que lutam e operam para a cidadania. Logo, o presente estudo situa uma readaptação do modelo teórico de entrevista que vai ao encontro dos antigos estudos de usuário; todavia, a pesquisa cinge avanço e adota o modelo já validado em outras pesquisas como a de Teixeira e Marinho (2017). A coleta de dados, como fonte de evidência primária, envolve a entrevista com o objetivo de recolher percepções acerca das experiências dos entrevistados que descrevem seus interesses e experiências (discurso do sujeito coletivo, o bibliotecário).

Para validação do instrumento, antes da realização da primeira entrevista, foi realizada a avaliação da abordagem dos entrevistados. Em relação à quantidade de entrevistados, optou-se pela utilização de dois critérios, mutuamente integrantes: quantidade e saturação empírica (CHEHUEN NETO; LIMA, 2012). Os pesquisadores alegam que a quantidade, segundo a literatura especializada, há indicação de um número mínimo de dez entrevistas. Assim sendo, a seleção dos entrevistados, obedeceu aos seguintes critérios: i) atuar em bibliotecas escolares da RMGV; e, ii) o bibliotecário ter experiência/conhecer o Biblivre.

Os entrevistados foram selecionados por amostragem por bola de neve – técnica não probabilística onde os indivíduos selecionados para serem estudados indicam novos – tem razoável experiência laboral com bibliotecas escolares e conhecem pelo menos a ambiência de mais uma biblioteca escolar da RMGV – o que colabora para a possibilidade de comparação entre as unidades de informação para os sujeitos entrevistados. Foram realizadas dez entrevistas com profissionais (bibliotecários usuários do Biblivre) atuantes nas redes de bibliotecas escolares públicas na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV). Os profissionais foram entrevistados (via rede social Whatsapp) em separado, em datas e horários por eles sugeridos durante a primeira e segunda semana do mês de julho de 2022. Com a finalidade de manter preservada a identidade dos entrevistados, utilizaremos números, resguardando suas identidades. As entrevistas foram gravadas, mediante autorização do entrevistado, e transcritas de forma literal, aumentando assim a validade da análise realizada.

A fase de tratamento de dados comporta análises de dados referentes às visões dos atores pesquisados, com a finalidade de explicitar sua validade, pertinência e importância, permitindo propor inferências e fazer explanações conforme o referencial teórico abarcado, bem como aos objetivos, trazendo à pauta as motivações na relação à atuação do bibliotecário da RMGV com o Biblivre nas unidades de informação.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A carência na literatura quanto à compreensão das experiências e atividade laboral na biblioteca, justifica a aplicação do modelo teórico já validado por inúmeras pesquisas no âmbito das ciências sociais já consolidadas e um corpo de doutrina metodicamente ordenado. O Biblivre abarca uma diversidade de aplicações e práticas inerentes ao projeto que amplia o acesso à informação, promovendo um processo de ensino e aprendizagem e aperfeiçoamento, com diálogo interdisciplinar, que envolve a Biblioteconomia e a Ciência da Computação.

4.1 BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA INTEGRATIVA (RBI) E OS ARTIGOS INDEXADOS NA CI

Os resultados da pesquisa[3], feita no Acervo de Publicações Brasileiras em Ciência da Informação – Brapci e no Portal Científico Oasis.br – trouxe 52 documentos, sendo que somente 29 foram considerados válidos, em sua inteireza, observando os critérios[4] de inclusão.

De acordo com Torraco (2005, p. 357), “uma revisão integrativa da literatura de um tópico maduro aborda a necessidade de uma revisão crítica e a potencial reconceitualização da expansão e base de conhecimento mais diversificada do tópico à medida que continua a se desenvolver”. Os resultados desta RBI vêm ao encontro dessa reflexão, e podem trazer contribuições ímpares sobre a localização de textos referentes ao Biblivre.

No que concerne aos resultados indexados na BD retornaram 15 itens documentais, porém dois itens referiam-se a reduções léxicas, sendo considerado no corpus de análise 12 publicitações que se enquadram nos critérios da temática. De posse dos resultados, percebeu-se os dados principais que se repetiam nos documentos selecionados, o que nos levou a agrupá-los, de acordo com sua proximidade para compor o diagnóstico organizacional desse tema.

Assim, na categoria os textos são evidenciados: Instituições de filiação dos autores e compreende as oitos instituições sendo em ordem decrescente (do maior número para o menor número) representado por: a Universidade Federal do Ceará (UFC) com quatro publicações; a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com dois itens documentais; e, com um item documental pesquisadores estão ligados a instituições como a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB), a Universidade Presbiteriana Mackenzie, a Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade de São Paulo (USP).

Os achados evidenciam que sejam desenvolvidas mais pesquisas relacionadas a essa temática. Os artigos indexados[5] vêm ao encontro da reflexão de que as constantes atualizações têm mostrado evolução em prol da qualidade e segurança do software, o aperfeiçoamento ‘interação humano-máquina’ tende a explorar todas as possibilidades em favor da satisfação humana. No que concerne à literatura indexada, ficou evidente que 3/4 dos trabalhos, relatam a evolução de um software livre que se destina a fornecer lastro tecnológico para o uso, desenvolvimento e fortalecimento da disseminação do conhecimento humano.

Por meio da revisão integrativa, foi possível constatar que a literatura científica da Ciência da Informação, está refletindo problemas importantes relacionados às interferências na tecnologia de modo geral. Outra consideração é que a literatura também chama a atenção, principalmente, no que diz respeito ao uso das reduções léxicas; inferi-se que, em caso de siglas não padronizadas (BibLivre, BIBlivre, Biblivre - software open source, Biblioteca livre), sejam criadas listas com algumas reduções criativas para mesma linguagem. Por meio dessa revisão evidenciou-se que existem fatores que podem contribuir para ampliar as questões de cidadania. Esta revisão destacou a importância da disponibilidade de recursos da comunidade e nos serviços de colaboração. Os estudos e apresentação de Medeiros (2019) sugerem a ampliação e divulgação da comunidade de desenvolvedores.

 

4.2 AS ENTREVISTAS, UMA BREVE ANÁLISE DO DISCURSO COLETIVO

Nessa dimensão, foram avaliados alguns quesitos nas entrevistas e todos os bibliotecários escolares entrevistados foram preponderantes para a avaliação positiva da plataforma biblivre. Foram feitas cinco perguntas aos bibliotecários escolares da Grande Vitória: 1) Como você define o biblivre? 2) Como aprendeu a usar? 3) Como é operar o biblivre? 4) Quais dificuldades, lacunas e falhas do software? e 5) O que pode melhorar?

O quesito, diretamente ligado à organização e informatização do acervo foi totalmente satisfatório, essa satisfação relativa à organização do acervo nas bibliotecas escolares e por se tratar de um software gratuito, além da acessibilidade, praticidade, facilidade e utilidade, advém,sobretudo de dois bibliotecários que assinalam:

O Biblivre é bom porque é um programa gratuito, eu tenho contato com ele já tem uns 10 anos, quando eu fui implantar uma biblioteca infantil numa escola particular em Vila Velha. Ele é bem acessível, é útil para quem quer deixar o acervo organizado e não quer ter custos. Eu aprendi a usar futucando mesmo, pesquisando e achei bem assim prático, bem fácil. A dificuldade que eu vejo são as atualizações, e é isso, hoje eu uso o Biblivre no trabalho, eu trabalho numa biblioteca escolar, mas assim eu conheço muitos bibliotecários que também usam no dia a dia e usam como ferramenta mesmo de trabalho e o programa ajuda muito a deixar o acervo organizado e informatizado. (Bibliotecári@1, jul. 2022).

 

Eu defino como um software gratuito que auxilia o trabalho do bibliotecário de forma a manter o acervo organizado. Aprendi em formação e lendo o manual e também pesquisando na internet. Fácil, só ter conhecimento com as tecnologias. Depois que aprende a usar não há dificuldades. Acho que atende bem, pode escolher os campos que melhor auxiliam a cada realidade da biblioteca.(Bibliotecári@2, jul. 2022).

 

Nas entrevistas advêm respostas muito favoráveis a utilização do software Biblivre em 100% dos relatos. Aparentemente, os bibliotecários valorizam como uma alternativa que atende as necessidades básicas de uma biblioteca e que não possuem assinatura, além da fácil compreensão para utilização do software, e também porque ele possui qualidades de organização do acervo e por ser gratuito e assim relatam.

Afinal, Vieira (2014, p.14) considera que “as tecnologias de informação e comunicação são técnicas inventadas pelo ser humano que contribuem de forma significativa para a humanidade”. Já Morigi e Pavan (2004), Vieira (2014) e Santos (2019), relatam que na ambiência das bibliotecas não foi descoincidente, existiu a necessidade de migrar do habitual ao virtual para acompanhar o desenvolvimento tecnológico, e o bibliotecário deve acompanhar todo esse processo evolutivo e nessa via entende-se que:

Considero [o Biblivre] bom como uma alternativa para as redes que não possuem assinatura, eu sempre o indico em bibliotecas escolares. Ao definir o Biblivre eu digo que é uma alternativa que atende as necessidades básicas de uma biblioteca. Eu aprendi a usar lendo o manual de informações que também está disponível no site da BN. Faz uns sete anos que uso este recurso e ao operar o software tive facilidade para compreender seu funcionamento. Sobre as falhas digo que por conversas com colegas que usam, ainda persiste na falha de configuração da impressão de etiquetas. Acredito que este ponto de impressão de etiquetas é o que me recordo para ser melhorado. Mas mesmo assim utilizo nos serviços da biblioteca escolar que atuo, porque ele possui qualidades de organização do acervo e por ser gratuito (Bibliotecári@3, jul. 2022).

Sobre as lacunas observadas, o bibliotecari@3, relatou a falha de configuração da impressão de etiquetas, e acredita que este ponto de impressão de etiquetas é o que deve ser melhorado. Quanto ao processo de instalação do software Biblivre na Biblioteca, se constata que a análise e seleção de softwares não é uma tarefa fácil de ser realizada, ainda mais diante das múltiplas opções de softwares comerciais e gratuitos existentes no mercado, que provocou insegurança na equipe em relação à tomada de decisão na fase inicial. Assim, aponta-se:

Biblivre contribui com o trabalho do profissional bibliotecário, mas a escolha dessa plataforma não é uma escolha fácil, consultamos diversos colegas para tornar a decisão, saber da segurança e das potencialidades para a biblioteca. Aprendi lendo o manual e também por conta própria. Operar é fácil, por motivo de poder escolher os campos que melhor se adéquam ao uso da biblioteca. A lacuna que existe é que eu ainda não encontrei o campo que pode escolher a impressão das etiquetas com ou sem código de barras por foto do livro. Por ser um software livre e poder usar sem nenhuma cobrança, acho que está de bom tamanho. (Bibliotecári@4, jul. 2022).

 

O defino [o Biblivre] como muito bom, e aprendi a usar instruído por outro usuário do software. Usei muito também nos estágios e uso agora atuando como bibliotecário escolar. É bem tranquilo de lidar, e depois de aprender o básico, não senti dificuldades. Indicaria sim, e o que pode melhorar é que na última versão precisa aumentar a quantidade de caracteres na descrição da obra (Bibliotecári@5, jul. 2022).

 

Aguirre (2018) relata que o Biblivre 5.0 tem uma interface inicial amigável e seu uso local não depende do acesso à web, sem embargo de alguns de seus recursos tecnológicos que estejam habilitados e utilizados por meio de conexão ativa com a internet. Seu menu inclui módulos de Busca, Circulação, Catalogação, Aquisição, Administração e Ajuda. A interface de administração do Biblivre ainda permite a gerência da tipologia de usuários, das permissões de acesso e uso do sistema, das configurações do servidor Z39.50 e das características do programa. Os bibliotecári@s 4 e 5, citam que o Biblivre é uma plataforma que contribui com o trabalho do profissional bibliotecário, de fácil operação pelo fato do profissional poder escolher os campos que melhor se adéquam ao uso da biblioteca.

O Biblivre me proporcionou uma experiência positiva, visto que o software me ajudou a entender de forma dinâmica como é a catalogação, e as ferramentas que utilizamos para lidar no nosso dia a dia com o acervo. Aprendi a usá-lo ainda na graduação. Na disciplina de Tecnologia da Informação. A plataforma é excelente para iniciantes no processo de catalogação com sistemas. Minha maior dificuldade foi entender como funciona a grosso modo, o software, mas após isso não tive problemas quanto ao seu uso. A plataforma é dinâmica, mas é claro, pode melhorar no quesito visual e praticidade. Indico com certeza para quem está iniciando. Lacunas são em relação às questões técnicas. Existe o fato de nem todos os usuários terem familiaridade com este tipo de tecnologia. O Biblivre é um software desenvolvido para atender bibliotecas escolares, públicas, privadas e de grande porte. Oferece recursos para a catalogação em todas as formas de armazenamento de dados. (Bibliotecári@6, jul. 2022).

 

O bibliotecári@6 relata que o software é dinâmico e o Biblivre o proporciona uma experiência positiva, visto que o software o ajudou a entender de forma dinâmica como é a catalogação, e as ferramentas que são utilizadas para lidar com o trabalho diário do bibliotecário com o acervo.

Bibliotecári@7- Um software de gerenciamento de bibliotecas gratuito e que atende pequenos acervos. Aprendi a usar em uma disciplina na Ufes, e a instituição que atuo queria ver melhor ordenamento – a necessidade fez substituir o registro em planilhas eletrônicas do Excel para o novo grátis Biblivre. [Como é operar o biblivre?] O sistema é bem intuitivo, porém o código para empréstimos possui letras e pontos, o que dificulta para uma instituição que não tem leitor de códigos de barras. Na minha opinião, os relatórios também são superficiais, me dando um pouco mais de trabalho para tabular os dados que preciso. Mas consegui me adaptar. [Quais as dificuldades?] Tive algumas dificuldades com o sistema, como por exemplo, colocar ele em rede. (Segui todas as instruções do manual, fiz várias buscas na internet e não consegui colocá-lo em rede. Apenas em rede local). A falta de suporte também é uma dificuldade que eu enfrento, muitas respostas no fórum são antigas e quando vou tentar resolver algum problema por elas, não consigo [risos e prossegue] Bibliotecário é um bicho carente mesmo. [O que pode melhorar?] Eu entendo que é um código aberto e que pode ser feitas mudanças no sistema, mas para isso precisaria de uma pessoa com o conhecimento específico em programação, e não é de interesse da instituição contratar alguém que possa alterar as necessidades da biblioteca, então, tento me adaptar. Ter mais suporte, talvez um fórum mais ativo e modificar a questão do código para empréstimos. Para pequenos acervos atende. Mas não atenderia uma instituição que demanda vários empréstimos e relatórios mais aprofundados. Eu nunca tive problemas em instalar o biblivre, mas sempre segui manual que nem o técnico da informática conhecia antes. Na escola que eu uso o Biblivre, a escola não está em rede web, logo a é rede local. O aluno pode acessar das demais máquinas da biblioteca, mas não conseguem acessar de casa, na rua ou no celular. Então é limitado ao espaço a unidade da biblioteca [...]

O bibliotecári@7, argüi que o Biblivre poderia ter mais suporte, talvez um fórum mais ativo e modificar a questão do código para empréstimos, e os relatórios também são superficiais, e que nunca teve problemas em instalar o software, mas sempre seguiu as características mínimas que o manual pede para o computador.

Bibliotecári@8 Biblivre é uma plataforma online e “gratuita”, é uma ótima opção para automatização de bibliotecas e unidades de informação, onde existe escassez de verbas. Pois conta com ferramentas para catalogação e divulgação do catálogo. Aprendi a usar o Biblivre no ano de 2015, quando trabalhava em uma biblioteca escolar da rede pública, pois na ocasião as bibliotecas escolares daquela rede, não eram automatizadas. O Biblivre é bem intuitivo e de fácil acesso, caso seja baixado no computador para uso interno de cada unidade, é importante que se faça o blackup de forma regular e sistemática, para não correr o risco de perder os dados do sistema. Operar esse sistema é bastante simples, ele conta com manual de instruções para sanar as dúvidas. A dificuldade maior é manter o sistema atualizado, já que a cada versão é interessante que ocorra a atualização do mesmo. Pagando a manutenção do sistema em rede sana quase todas as falhas, o problema é administrar o software sem uma sistematização da gestão.

O bibliotecári@8, relata que o Biblivre é bem intuitivo e de fácil acesso, caso seja baixado no computador para uso interno de cada unidade, é importante que se faça o blackup de forma regular e sistemática, para não correr o risco de perder os dados do sistema. Operar esse sistema é bastante simples, ele conta com manual de instruções para sanar as dúvidas. Com diferentes tecnologias inseridas no cotidiano, sem dúvida a agilidade no acesso e mudanças de informações em tempo real são simultâneas consideráveis nas ambiências das unidades de informação.

Bibliotecári@9- É simples, fácil de manusear. O tombo tinha que ser alterado manualmente, o número de tombo que é gerado, podia ser definido um padrão no começo e o resto ser gerado automaticamente. Por ser simples, não ter muitos campos para preencher, é fácil manusear e o trabalho rende. Eu indicaria para quem não tem recursos para compra de software ele é bem funcional. A questão do tombo que é estranho, ter as letras do software. Não precisei de treinamento, foi bem intuitivo. Eu usei pela primeira vez em 2016, mas lembro que fazia o cadastro e tinha que alterar o número do tombo, mas no geral é tranquilo de usar e funcional, atende a biblioteca que é pequena.

           

Bibliotecári@10 Eu defino o Biblivre como um bom sistema básico, mas atende a nossa realidade (segmento e clientela). Aprendi a usar lendo. Aprendi a usar lendo, pesquisando e perguntando aos colegas que utiliza. Dificuldades: etiquetas de lombada poderiam ter mais modelos/formatos para adequarmos às nossas necessidades. Ex: Acho desnecessária a etiqueta com autor e título e código de barras. Só preciso da lombada. Como é operar o Biblivre? Ainda estou me familiarizando com ele. Às vezes acho que são muitas planilhas abertas (campos que não acho necessário preencher) e vou minimizando. Acho que para melhorar a catalogação, ele poderia já ter gravado os códigos de autores (Cutter) para adiantar o processo. Eu preciso ir à tabela de Cutter online para preencher a planilha. Na minha opinião, os relatórios também poderiam melhorar [...].

Por fim, os bibliotecários @9 e @10, ressaltam que o software, por ser simples, não tem muitos campos para preencher, é fácil manusear e o trabalho rende, é funcional e intuitivo, um bom sistema básico, mas atende a nossa realidade (segmento e clientela). E dão dicas de melhoria do software: achamos que para melhorar a catalogação, ele poderia já ter gravado os códigos de autores (Cutter) para adiantar o processo. Destarte, todas as questões relativas ao software biblivre, obtiveram uma avaliação positiva, mostrando ligeiramente a superação da expectativa dos bibliotecários.

 

5 QUASE CONCLUSÕES

Em princípio, o software bem construído traz todas as indicações do que é preciso ser feito, a equipe multiprofissional auxilia no redesenho do sistema, inclusive para os estabelecimentos das novas demandas das bibliotecas, arquivos e museus. A pesquisa também indica a necessidade de investimentos em treinamento e capacitação tecnológica de bibliotecários para que possam estar aptos e consequentemente formar novos colaboradores e usuários mais capazes de interagir com os sistemas de informação.

Foi possível detectar que o tema Biblivre e Koha (Sistema de Bibliotecas Integradas) adentram no interesse de editoras e no destaque dos prêmios de inovação em bibliotecas. Esferas dinâmicas da sociedade, pois, deve-se considerar que além dos baixos custos envolvidos, os softwares livres podem ser tecnicamente equivalentes ou em alguma medida superiores que os softwares proprietários.

Destarte, os achados da pesquisa foram importantes por permitirem um melhor entendimento das experiências vivenciadas por bibliotecários escolares com o software livre e gratuito Biblivre. Pode-se perceber pelos resultados deste trabalho que todas as questões relativas ao programa ‘Biblioteca Livre’ obtiveram uma avaliação positiva, mostrando ligeiramente a superação da expectativa dos bibliotecários.

A partir das entrevistas avaliadas, pode-se analisar que os bibliotecários valorizam o Biblivre como uma alternativa que atende as necessidades básicas de uma biblioteca e que além da fácil compreensão para utilização do software, e porque ele possui qualidades de organização do acervo e por ser gratuito, pode ser utilizado para as bibliotecas que não possuem assinatura, visto que, também, na opinião dos entrevistados, é uma plataforma dinâmica e proporciona uma experiência positiva, já que o software ajuda a entender de forma dinâmica como é a catalogação de uma biblioteca informatizada.

Destarte, a limitação deste estudo está relacionada à carência de relatos de experiência com a utilização do software, para que seja possível elaborar uma análise comparativa dos cenários e ambiência de unidades de informação. Assim, o estudo visa contribuir para discussões no campo da tecnologia nas bibliotecas, que, apesar de estar em franco desenvolvimento, ainda apresenta uma exploração relativamente pequena por parte do PPCI do Brasil. Nesse painel, os canais no YouTube somam e maximizam possibilidades de aprendizagem para se avançar, inovar, sanar dúvidas sobre instalação/uso e as experiências – o que gera engajamento e fortalece a Biblioteca Livre (# “Somos todos biblioteca escolar”).

 

 

REFERÊNCIAS

AGUIRRE, Eddy. Teste de usabilidade - Biblivre 5. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: http://www.unirio.br/cchs/eb/arquivos/tccs-2018-2/. Acesso em: 04 mar. 2022.

ALAUZO, Jorge Luiz Cativo; SILVA, Danielle Lima; FERNANDES, Tatiana Brandão. Funcionalidades de um software livre de automação de bibliotecas: uma avaliação do Biblivre. Revista Analisando em Ciência da Informação, [s. l.], v. 2, n. 2, 2014. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/81092. Acesso em: 04 jun.2022.

BARRETO, Aldo Albuquerque. Uma história da ciência da informação. In: TOUTAIN, L. M. B. (org.). Para entender a ciência da informação. Salvador: EDUFBA, 2007. Disponível em: https://repositório.ufba.br/ri/bitstream/ufba/145/1/Para%20entender%20ª%20ciencia%20da%20informacao.pdf. Acesso em: 18 ago.2022.

BIBLIVRE. Biblivre 5 chegou e vem com novos recursos e um novo layout. Biblivre. 2017. Disponível em: http://biblivre.org.br/index.php/baixar/category/5-biblivre-5. Acesso em: 27 jul. 2022.

CHEHUEN NETO, José Antonio; LIMA, William Guidini Lima. Tipos de pesquisas científicas. In: CHEHUEN NETO, J. A. (org.). Metodologia da pesquisa científica: da graduação à pós-graduação. Curitiba: Editora CRV, 2012. p. 97-132.

CÔRTE, Adelaide Ramos; BANDEIRA, Suelena Pinto. Biblioteca escolar. Brasília: Briquet de Lemos, 2011.

FIALHO, Francisco Antonio Pereira. Introdução à Biblioterapia. Prefácio. In: SEITZ, Eva Maria. Biblioterapia: uma experiência com pacientes internados em clínica médica. Florianópolis: Habitus, p. 9-14, 2006.

FREIRE, Gustavo Henrique de Araújo. Ciência da informação: temática, história e fundamentos. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 11, n. 1, p. 6-19, 2006. Disponível em: http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/442. Acesso em: 19 ago. 2022.

FUSATTO, Melissa Pedroso; SILVA, Márcia Regina. As bibliotecas infantis e os bibliotecários: afinando competências. Biblioteca Escolar em Revista, [s. l.], v. 3,  n. 1, p. 51-72, 2014. DOI: 10.11606/issn.2238-5894.berev.2014.106604. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/berev/article/view/187811. Acesso em: 20 ago. 2022.

GOMES, Henriette Ferreira. A biblioteca pública e os domínios da memória, da mediação e da identidade social. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 19, p.151-163, dez. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/pci/article/view/22673. Acesso em: 21 ago. 2022.

IFLA/UNESCO: INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS. Diretrizes da Ifla para a biblioteca escolar. 2016. Disponível em: https://www.ifla.org/files/assets/school-libraries-resource-centers/publications/ifla-school-library-guidelines-pt.pdf. Acesso em: 12 jun. 2022.

LABLIVRE. Software é cultura! In: PELLEGRINI, J. et al. (org.). Software e cultura no Brasil: produção, gestão e políticas públicas. São Bernardo do Campo: KMA, 2019.

MEDEIROS, Douglas Félix de. Tutorial Bibilivre: PCNP, Pindamonhanagaba, set. 2019. Disponível em: https://midiasstoragesec.blob.core.windows.net/001/2019/10/tutorial-bibilivre.pdf. Acesso em: 24 jul. 2022.

MORIGI,  Valdir José; PAVAN, Cleusa. Tecnologias de informação e comunicação: novas sociabilidades nas bibliotecas universitárias. Ciência da Informação, Brasília,  v. 33, n. 1, p. 117-125, jan./abril 2004. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1075/1173. Acesso em: 14 ago. 2022.

MORIGI, Valdir José; SILVA, Magali Lippert da; BERNINI, Ismael Maynard. Mudanças tecnológicas e práticas: tensões nas representações dos profissionais da Biblioteconomia. In: ESTABEL. Lisandra Brasil; MORO, Eliane Lourdes da Silva. (org.). Biblioteca: conhecimentos e prática. Porto Alegre: Penso, 2014.

MORO, Eliane Lourdes da Silva; ESTABEL, Lisandra Brasil. Bibliotecas escolares: uma trajetória de luta, de paixão e de construção de cidadania. In: MORO, Eliane Lourdes da Silva et al.(org.). Biblioteca escolar: presente. Porto Alegre: Evangraf, 2011, p.13-70.

PENTEADO, Claudio Luis de Camargo; HOMMA, Luana Hanae Gabriel; TORI, Lucca Amaral; HOMMA, Jana Tiemi Gabriel. Softwares livres e políticas culturais no Brasil: o caso do Mapa Cultural. Políticas Culturais em Revista, Salvador, v. 13, n. 1, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/pculturais/article/view/35312. Acesso em: 20 ago. 2022.

PEREIRA, Andréia Kluge. Biblioteca na escola. Brasília: Ministério da Educação, 2009.

QUEIRÓZ, Thaissa Soncin. Arquitetura de Informação: avaliação de usabilidade da biblioteca digital FGV. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: http://www.unirio.br/cchs/eb/arquivos/tccs-2018-2/TCC%20-%20THAISSA%20SONCIN%20QUEIROZ.pdf/view. Acesso em: 20 ago. 2022.

RODRIGUES, Anielma Maria Marques; PRUDÊNCIO, Ricardo Bastos Cavalcante. Automação: a inserção da biblioteca na tecnologia da informação. Biblionline, [s. l.], v. 5, n. 1/2, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/16516. Acesso em: 20 ago. 2022.

ROSETTO, Márcia. Uso do protocolo z39.50 para recuperação de informação em redes eletrônicas. Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n. 2, 1997. DOI: 10.18225/ci.inf..v26i2.698. Disponível em: https://revista.ibict.br/ciinf/article/view/698.  Acesso em: 24 jul. 2022.

SANTOS, Maria Renilda dos. Processo de automação na Biblioteca Pública Epifânio Dória : uso do Software BIBLIVRE. São Cristóvão, SE, 2019. Monografia (graduação em Biblioteconomia e Documentação) – Curso de Biblioteconomia e Documentação, Departamento de Ciência da Informação, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2019. Disponível em: https://ri.ufs.br/handle/riufs/11659?mode=full. Acesso em: 14 ago. 2022.

SEVERINO, Amanda Vilamoski; BEDIN, Sonali Paula Molin. O Bibliotecário como disseminador da informação nas escolas. In: BLATTMANN, Úrsula; VIANNA, William Barbosa (org.), Inovação em escolas com bibliotecas. Florianópolis: Dois Por Quatro, p.113-135, 2016.

STUMPF, Katiusa. Identidade coletiva do profissional bibliotecário da era da informação: uma discussão permeada pela tecnologia. Biblioteca Escolar em Revista, Ribeirão Preto,  v. 8, n. 1, p. 1-21, 2022. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/berev/article/view/186178/179665. Acesso em: 21 ago.2022.

TEIXEIRA, Cenidalva Miranda de Sousa; MARINHO, Raimunda Ramos. A prática de ensino e a gestão de automação de unidades de informação. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, p. 2403-2418, 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/4309. Acesso em: 04 mar. 2022.

TEIXEIRA, Cenidalva Miranda de Sousa; TEIXEIRA, Cecilna Miranda de Sousa. A utilização do plano diretor de informática como prática de ensino do processo de automação em biblioteca escolar. ConCI: Convergências em Ciência da Informação, Aracaju, v. 2, n. 3, p. 214-231, 2019. DOI: 10.33467/conci.v2i3.13692. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/conci/article/view/13692. Acesso em: 20 ago. 2022.

TORRACO, Richard. Writing Integrative Literature Reviews: guidelinesand examples. Human Resource Development Review, [s. l.], n. 4, 2005. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1177/1534484305278283. Acesso em: 24 jul. 2022.

VIEIRA, Ronaldo da Mota. Introdução à teoria geral da biblioteconomia. Rio de Janeiro: Interciência, 2014.



[1] Especialização em andamento em Pós graduação aperfeiçoamento em gestão aplicada à política do Instituto federal do Espírito Santo. Especialização em MBA em Biblioteconomia. Faculdade Alfa América, ALFA, Brasil.

[2] Doutorado em Pedagogia pela Faculdade de Educação - UFBA, FACED, Brasil. Mestrado em Informática.

   Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, Brasil.

[3] Assim, essa breve Revisão Bibliográfica Integrativa (RBI) foi constituída por seis (06) etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados; categorização dos estudos selecionados; análise e interpretação dos resultados e, apresentação da revisão/síntese do conhecimento. O período de realização do estudo empírico foi realizado em 10 jul 2022. Nos artigos encontrados no Portal Oasis.br, que permite exportar arquivo CSV (valores separados por vírgulas) o que viabiliza o salvamento dos dados em um formato estruturado de tabela e facilitou na identificação dos metadados para a análise

[4] Foram excluídos da leitura os documentos que não contemplassem o critério estabelecido. A estratégia de busca adotada nas plataformas foi no campo [informe o(s) termo(s) de busca] > ‘Biblivre’ em todos os contextos (autores, título, palavras-chave, resumo, texto completo). Ademais, aplica-se o recorte temporal – filtro de delimitação da busca (2001 a 2022) – realçando na seleção o âmbito das duas primeiras décadas do século XXI.

[5]No que tange os periódicos que abriram espaço para temática, destacam-se oito revistas: Ciência da Informação em Revista, ISSN2358-0763, qualis B5 na Classificações Qualis Capes Periódicos Quadriênio 2013-2016; Convergência em CI (ConCI:), e-ISSN 2595-4768 e qualis B4; InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, ISSN 2178-2075 e qualis B1; Informação em Pauta, ISSN 2525-3468 e qualis B5; Informação@Profissões, ISSN 2317-4390 e qualis B5; Revista Analisando em Ciência da Informação (RACIN), ISSN 2317-9708 e qualis B5; Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (RBBD), ISSN 1980-6949 e qualis B1; e, a Revista Folha de Rosto, ISSN 2447-0120 e qualis B5.