PAISAGEM CULTURAL na CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

artigos de eventos e periódicos indexados na Brapci em análise bibliométrica

Lucileide Andrade de Lima do Nascimento[1]

Instituição

lucileide.lima@gmail.com

Marcelo Calderari Miguel[2]

Instituio

marcelocalderari@yahoo.com.vr

Meri Nadia Marques Gerlin[3]

Instituição

meri.gerlin@edu.ufes.br

Rosa da Penha Ferreira da Costa[4]

Instituição

rosapenha2004@ig.com

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Resumo

O estudo assinala a produção temática e científica e outras interfaces referentes ao contexto da Paisagem Cultural na Ciência da Informação. A análise bibliometrica enfoca essencialmente o exame da literatura científica em caráter quantitativo, abrangendo a produção e a comunicação disponível na Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação. O diagnóstico vem a servir como fonte de informação detalhada e sistematizada sobre a produção científica dessa temática. Nessa via, o estudo objetiva utiliza a análise bibliometria para fornecer um diagnóstico da produção científica sobre o termo de busca paisagem cultural no âmbito da Ciência da Informação. Enfoca-se aspectos chave com o espaço documentário das revistas científicas, os artigos, os autores e os descritores mais influentes. A plataforma recupera 88 itens documentais e, no situar do recorte temporal 32 artigos compõem a amostra e cobrem o período de 2007 a 2021. Os resultados assinalam a consistência da base de dados referenciais Brapci e, constata a existência de um número reduzido de artigos nesse âmbito. Conclui que há necessidade de incrementar os debate dessa temática na área da Ciência da Informação correlacionado os subsistemas de investigação e a recuperação da informação em torno de suas especificidades, dinâmicas, lógicas, oportunidades e os desafios que lhe são inerentes.

Palavras-chave: Geografia. Memória. Patrimônio. Representação Cultural. Planejamento territorial. Estado do Conhecimento. Ciência da Informação.

 

 

 

 

 

 

CULTURAL LANDSCAPE IN INFORMATION SCIENCE

articles from events and journals indexed in Brapci in bibliometric analysis

Abstract

The study highlights the thematic and scientific production and other interfaces related to the context of the Cultural Landscape in Information Science. Bibliometric analysis essentially focuses on examining the scientific literature in a quantitative manner, covering the production and communication available in the Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação. The diagnosis comes to serve as a source of detailed and systematized information on the scientific production on this topic. In this way, the objective study uses bibliometric analysis to provide a diagnosis of scientific production on the search term cultural landscape in the context of Information Science. It focuses on key aspects with the documentary space of scientific journals, the most influential articles, authors and descriptors. The platform retrieves 88 documentary items and, in terms of the time frame, 32 articles make up the sample and cover the period from 2007 to 2021. The results indicate the consistency of the Brapci referential database and confirm the existence of a reduced number of articles in this scope. It concludes that there is a need to increase the debate on this topic in the area of Information Science, correlating the research subsystems and the recovery of information around their specificities, dynamics, logic, opportunities and challenges that are opportune.

Keywords: Geography. Memory. Patrimony. Cultural Representation. Territorial planning. State of Knowledge. Information Science.

 

 

1  Na INTRODUÇÃO, os OLHARES PARA A PAISAGEM

Fui um fazedor de universidades. Criei museus, bibliotecas, escolas, centros culturais. Nada disso teria o menor valor, se eu não tivesse criado também o sambódromo. Sei que é perigoso dividir a cultura em erudita e popular, mas às vezes é útil, como agora. Quem tem um olho na universidade, na cultura erudita, tem de ter o outro olho no sambódromo, na cultura popular, porque a cultura é como um pássaro, tem duas asas. Uma não é pior nem melhor que a outra, acontece simplesmente que uma não funciona sem a outra. Se faltar uma delas, o homem não pode voar, não decola ([Darcy] RIBEIRO, fev. 1997).

Caatinga, cânions, cascata, chapadão, dunas, escadarias, falésias, geossítio, droneponto, Lapa do Santo, manguezais, olho d'água, pampas, pantanal, restinga, rotas gastronômicas, sambódromo, santuário, Serra da Canastra, Serra do Curral, sítio histórico da Prainha – entre diversos biomas e canchas há a presença da paisagem, uma trilha fusionada na cultura. Nesse conjunto dinâmico de canais e suas unidades de informação para se garantir a vitalidade do conceito de práxis (no universo informacional), como proposto por Paulo Freire, há que se defender e erguer formas de emancipação na dinâmica da paisagem, constituindo práticas (ações de intervir no mundo) para o desenvolver humano.

Nessa vereda, a paisagem (landscape) designa uma arte e linguagem mais utilizável se denunciar, educar, emocionar, explicar, ilustrar, documentar e preservar a memória. Assim a paisagem, diferencia da pura fotografia e paraíso, pauta um conjunto articulado de elementos de expressão, que adereça e compõem a representação e registro de sensações visuais, éticas e estéticas. Portanto, a paisagem é cenário (santuários, logradouros, urbes, anfiteatros) e espetáculo de escrever a conjuntura planetária das grandes transformações sociais (como a em Mariana, desastre em 2015, e, em Brumadinho, 2019), científicas, culturais e ‘tecnológicas’.

A disseminação do termo ‘paisagem cultural’ se intensificou de tal maneira que se olha e percebe as varias estéticas, o que não está dito e o que se faz presente nas éticas e nas intenções das grandes agências especializadas no objetivo de cooperar para a paz e segurança no planeta mediante a educação, ciências naturais, ciências sociais/humanas e comunicações/informação. Assim, lança alguns olhares e problematizar a paisagem é analisar a produção e a recepção dessa temática, as múltiplas formas de agenciamento (parceria público-privada - PPP), e de certa forma, situar a linguagem imagética de contar algo, sinalizar indícios, apontar fios que ergue o tecido social na dupla dicotomia que há entre a cidade-campo e cultura-natureza (superando a falsa dicotomia entre natureza e construção social).

Por uma questão de temporalidade e do seu recorrente uso, o termo ‘paisagem’ será amplamente divulgada nessa investigação, de modo que a diferença entre cultura e o meio ambiente será convergentes nos tópicos seguintes. Nessa via, o descritor é usado essencialmente correlacionados; por outro lado, também se percebe que vigora, nas relações aqui descritas, a socialização da natureza, como aponta o sociólogo inglês Giddens (1997), uma interface, excursionismo, mediações, ambiências, arquiteturas e espaçamento são tão importantes na escala global como hodiernamente se observa.

Dada a relevância da temática paisagem, faz-se necessário mapeamento desse descritor na literatura científica (os periódicos indexados da Ciência da Informação - CI) situando assim: i) a evolução temporal – ocorrência cronologia e avanços das produções científicas; ii) as principais fontes de informação; e, iii) as autoridades que mais publicitam o tema e as palavras-chaves adotadas na correlação desse painel de análise.

Desse modo, a temática evidencia-se o romper desse dualismo natureza-cultura (cuja existência sempre foi artificial) e o estudo traz um rol de provocações, inclusive, ao longo da história, pois a paisagem não é a obra final de um único criador ou abordagem, mas envolve amplos olhares, conceitos e processos. Destarte, a paisagem adota princípios de autonomia e perspectiva humanística: a imbricada relação entre monumento, memória e paisagem instala ganhos na teatralidade das relações sociais, fortifica o fértil terreno de práticas culturais (ação, fabricação, mediação e animação) em unidades de informação no território nacional.

 

2 PAISAGEM, DÍSTICO DE PERMANÊNCIAS E MUDANÇAS

“Muito recentemente, no Brasil, a paisagem cultural apareceu como uma nova categoria para a preservação do patrimônio cultural”, como argumenta Scifoni (2020, p.1). A pesquisadora aponta que no que diz respeito às propostas institucionais para a proteção das paisagens culturais deve-se considerar que:

Quadro 1 Paisagem cultural: uma nova categoria de patrimônio cultural

Paisagem Cultural – Como Categoria do Patrimônio Cultural

Unesco, em 1992

A paisagem cultural é criada como uma categoria específica do patrimônio cultural.

Conselho da Europa, em 1995

Regulamentou a sua proteção, em território europeu, por meio da Recomendação R (95) 9.

Convenção Europeia da Paisagem, em 2000

É o primeiro tratado internacional exclusivamente dedicado à paisagem. Ele desencadeou importante renovação conceitual, administrativa e metodológica na abordagem da paisagem.

Brasil, Portaria n º. 127 de 2009, do IPHAN

Instituiu um novo instrumento jurídico para sua proteção, denominado de chancela. Estas são três experiências que revelam diferenças significativas na forma de conceber a proteção.

IPHAN, em 2011

Roteiros Nacionais de Imigração (IPHAN, 2011), constituiu-se na primeira proposta de chancela de paisagem cultural

Fonte: elaboração dos autores, com base em Pereira (2018), jul. 2022.

 

Pereira (2018) e Scifoni (2020) relatam que um elemento comum do que vem a ser a paisagem cultural é a sua escala de abrangência: a paisagem cultural diz respeito à determinada porção espacial ou recorte territorial. A paisagem cultural é interpretada como conjunto espacial “composto de elementos materiais construídos integrados a determinadas morfologias e dinâmicas naturais, formas que se vinculam a conteúdos e significados dados socialmente” (SCIFONI, 2020, p.1).

Do ponto de vista da preservação, Scifoni (2020, p.1) assinala que o que identifica a paisagem cultural a ser “protegida” é o caráter peculiar dessa na relação tecida ao longo do tempo e se revela a partir do uso e da apropriação da natureza pelo trabalho humano. Essas relações são capazes “tanto materializar-se na sua morfologia, como podem ser explicitadas por meio de valores que lhe são atribuídos socialmente” (SCIFONI, 2020, p.1).

Nascimento e Scifoni (2010, p. 32) descrevem que a paisagem cultural traz a marca das “diferentes temporalidades” da afinidade dos grupos sociais com a natureza, nascendo, assim, “como produto de uma construção que é social e histórica e que se dá a partir de um suporte material, a natureza” (que é matéria-prima para se produzir a realidade com a base material). Em suma, o enfoque da paisagem cultural permite – alega Scifoni (2020, p.1) – “superar o tratamento compartimentado entre o patrimônio natural e cultural, mas também entre o material e imaterial, concebendo-os como um conjunto único, um todo vivo e dinâmico”. Permite-se compreender as “práticas culturais” na próxima interdependência com as materialidades produzidas e com as formas e dinâmicas da natureza, argui Scifoni (2020, p.1).

Não obstante, hoje, 25 anos depois do início (1997) da sua utilização pela Unesco, mais de 800 paisagens já foram oficialmente inscritas na Lista de paisagem cultural (para a preservação patrimonial e cultural material e imaterial), inscrições que refletem também a diversidade do conceito: dos remanescentes arqueológicos do Vale Bamivan no Afeganistão até os terraços de arroz nas Filipinas, do Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta na Austrália até os Jardins Botânicos Reais em Kew, Inglaterra, as paisagens culturais da lista da Unesco cobrem as diversas regiões do globo (embora a maior parte delas ainda esteja concentrada na Europa) e representam configurações variadas (CASTRIOTA, 2013, p.1).

 

2.1 A Proteção À Paisagem Cultural Em Nível Internacional

Por ocasião da 16ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizado em Santa Fé , no estado norte-americano do Novo México (em 1992) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) estabeleceu o termo 'paisagem cultural' como nova categoria de bens a serem inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, relatam os trabalhos de Castriota (2013), Figueiredo (2014) e Ribeiro (2017). Contudo, a paisagem cultural não substituiu o patrimônio misto, mas ao contrário foi incorporada como uma subdivisão dentro do patrimônio cultural, uma vez que, segundo a Unesco as paisagens culturais são, antes de tudo, bens culturais (SCIFONI, 2020, p.1).

Ribeiro (2017) aponta que em 1992, a Unesco inseriu a paisagem cultural como categoria para a inscrição de sítios onde a relação entre a natureza e a sociedade apresentasse um valor universal excepcional. Buscava-se superar a dicotomia presente na Convenção do Patrimônio Mundial entre a conservação da natureza e a preservação do patrimônio cultural. Tal iniciativa, frisam Ribeiro (2017) e Pereira (2018), prendeu-se à necessidade de superar os óbices existentes no enquadramento de certos sítios – que evidenciavam tanto qualidades naturais dignas de reconhecimento, quanto atributos culturais de valor excepcional, conjuntura que era resolvida por meio de sua classificação como ‘patrimônios mistos’.

Ribeiro (2017) e Pereira (2018) elucidam que ao criar essa nova classificação o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco utilizou-se de uma concepção advinda da geografia tradicional alemã, pensada entre o final do século XIX e início do XX, o de paisagem cultural. Nesse sentido, compreender a paisagem cultural como ‘categoria’ dentro do universo da preservação do patrimônio cultural demanda, também, titular um zelo para a paisagem cultural – enquanto conceito e a problemática em torno de seu significado como destacam os estudos de Ribeiro (2007) e Castriota (2013). Assim, rompendo a história do pensamento geográfico (onde o natural e o cultural, que, naquele momento, aparecem como objetos ou coisas distintas e dissociadas) averigua-se que:

[...] O termo “paisagem cultural” vai abarcar uma diversidade de manifestações dos tipos de interações entre a humanidade e seu meio-ambiente natural: de jardins projetados a paisagens urbanas, passando por campos agrícolas, rotas de peregrinação entre outras, como veremos. E vai ser justamente essa amplitude do termo e sua delimitação ainda um tanto indefinida que leva a controvérsias de toda natureza, como mostram vários estudiosos, que apontam que apesar do renascimento que esse termo vive hoje, ele ainda é marcado por um relativo desconhecimento por parte até de experts, e por uma enorme polissemia [...]. Articulando uma proposta de preservação da paisagem cultural, que explora as suas diversas dimensões [...] os ganhos sociais [do projeto de resgate das práticas agrícolas tradicionais] são óbvios nesse caso: melhoria na renda, no abastecimento e mesmo na saúde da população local, com a possibilidade do cultivo e manipulação de ervas medicinais. Já os ganhos culturais também são de grande monta, podendo se destacar a recuperação e preservação de saber-fazer tradicional, no que se refere ao cultivo, preparo e conservação de alimentos e ervas medicinais, e a recuperação e preservação da paisagem cultural, única no país (CASTRIOTA, 2013, p.1).

O fundador e principal expoente da geografia cultural (SAUER, 1998) propõe a superação da dicotomia do vocábulo, pois explicitamente não se tratam de dois objetos distintos – a paisagem cultural e a paisagem natural – mas duas partes de um objeto que é único, a paisagem. Dessa forma, a paisagem comporta uma noção integradora, ‘uma bilateral unidade’ que contém a dimensão natural (sítio físico, somatório de todos os recursos naturais) e o fragmento dos fatores da cultura humana (formas de uso deste substrato natural, ou seja, a paisagem cultural). Sauer (1998, p. 22) reitera que objetos que existem juntos na paisagem existem em inter-relação e, a realidade (cultural e natural) como um todo que não é propagada como parte de um artefato separadamente, mas como um sistema sujeito a desenvolvimento, mudança e fenecimento nas interações e conjuntos de funções afins.

Scifoni (2020, p.1) enuncia que ao adotar a paisagem cultural como categoria a Unesco retoma um conceito cuja procedência transporta a juízo da divisão, da separação e dicotomia “natural-cultural, já superada em Sauer. Entretanto, a adjetivação cultural agregada ao termo paisagem tem, para as instituições de preservação”, o sentido de reconhecer aquelas as quais “é possível atribuir valor como patrimônio, distinguindo-as do restante”.

Sendo assim, uma paisagem cultural é aquela que, “atendendo aos critérios estabelecidos pelas instituições, deve ser protegida e reconhecida como patrimônio cultural, diferenciando-se, portanto, de outras paisagens” (SCIFONI, 2020, p.1).

Scifoni (2020, p.1) alega que as duas experiências internacionais (Unesco e o Conselho da Europa) permitiu superar a busca do valor de excepcionalidade para justificar a proteção. Frisa-se que as contribuições desses documentos servem para alertar sobre a importância da gestão, do planejamento e da proteção à paisagem, a partir de seus diferentes significados culturais, ou seja, de como ela é vivida e percebida pelos grupos sociais e produzida no universo da cultura, da sensibilidade, das práticas e tradições locais (SCIFONI, 2020).

 

2.2 A criação do corpus legal da proteção à paisagem cultural

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 216o criou possibilidades para que a experiência da proteção das paisagens culturais brasileiras pudesse ser efetivada (SCIFONI, 2020). Antes disso, a edição do Decreto-Lei 25, de 1937, em seu artigo 1o, parágrafo 2o, já indicava as “paisagens de feição notável dotadas pela natureza ou agenciadas pela indústria humana” como, igualmente, passíveis de proteção pelo instrumento do tombamento (SCIFONI, 2020, p.1).

Scifoni (2020, p.1) depreende que o que designava um sítio paisagístico abarcava a diversidade de objetos dos mais diferentes tipos, desde um morro, uma área verde, ou o envoltório natural que conferia situação de qualidade estética a um conjunto construído.

Mas, ao final, o tombamento do que aparecia como paisagístico não se diferenciava de outros tipos de patrimônio, sejam edificações isoladas ou conjuntos. Do ponto de vista dos procedimentos metodológicos ou da atribuição de valor e da gestão, trata-se da mesma forma de ação pública sobre o patrimônio [...]. O que é importante evidenciar aqui, é que a categoria de paisagem cultural, tal como foi instituída pelo órgão federal [...] deu-se sob a influência das práticas internacionais que estavam ocorrendo (SCIFONI, [2020], p.1).

A chancela da paisagem cultural no Brasil traz à tona, de forma potencializada, a constituição de uma rede de proteção que se deve envolver com a gestão compartilhada do patrimônio. Trata-se do reconhecimento de que a preservação das paisagens culturais envolve não somente patrimônio edificado, mas também o ambiente onde vivem e trabalham cotidianamente diversos grupos sociais, assim como as suas tradições, costumes e manifestações típicas (SCIFONI, 2020).

Os caminhos vindouros da Carta Magna indicariam tanto a necessidade de criação do que seria o novo instrumento de proteção, na forma de chancela de valor cultural, como também a nova categoria de patrimônio a ser protegida, a paisagem cultural. Nesse sentido, Meira e Silva (2020, p. 44) reportam que “políticas de preservação do patrimônio cultural, ao longo de décadas, evoluíram da concepção de bem patrimonial reconhecido em sua individualidade para uma visão ampla que buscou articular patrimônio material e imaterial, e incorporou a dimensão da paisagem e do território”.

Meira e Silva (2020, p. 79) averiguam que a formulação de um conceito de paisagem cultural apropriado à realidade brasileira foi sucessória ao evento “comemorativo ao Dia do Patrimônio em 2007”. Os pesquisadores citam que a Carta de Bagé (Carta da Paisagem Cultural), escrita com a colaboração do arquiteto Carlos Fernando de Moura Delphim (especialista em jardins históricos no IPHAN) conceitua a ‘paisagem cultural’ como o bem mais “amplo, completo e abrangente de todos, que pode apresentar todos os bens indicados pela Constituição”.

Meira e Silva (2020, p.80) citam ainda que o Instituto Andaluz de Patrimônio Histórico (IAPH), do governo espanhol, por exemplo, possui em “sua estrutura um Laboratório da Paisagem Cultural com experiência em levantamentos e análises para designação de paisagens culturais, tanto rurais quanto urbanas”. Desta forma, os espaços urbanos e rurais que, em todo o território nacional, podem ser chancelados como paisagem cultural, são aqueles em que a vivência ou a ciência humana imprimiu marcas ou reconheceu valores, tornando-as suporte dos cenários, conhecimentos e das realizações que exemplificam, singularizam ou excepcionalizam a inteiração do homem com o meio natural (IPHAN, 2011).

Alguns aspectos no desenho desta política devem ser levantados: a) a concepção da paisagem cultural como porção do território nacional, um recorte selecionado que contempla relações intrínsecas dos grupos sociais com a natureza; b) a imprescindibilidade de assentar uma rede de proteção, incluindo o poder público e a sociedade, por meio da engenhosidade dos canais de participação e interlocução social na própria elaboração da proposta; c) o entendimento de que a chancela convive com vicissitudes na paisagem, já que a cultura é dinâmica; nesse ínterim, emergem discussões e transformações que articulam formas de desenvolvimento social e econômico sustentáveis, respeitando a preservação dos atributos identificados como de valor.

Scifoni (2020, p.1) menciona que os três aspectos citados anteriormente esclarecem a diferença apontada entre as experiências de tombamento daquilo que foi considerado “paisagístico e a abordagem da paisagem cultural. No primeiro caso, a concepção do paisagístico não parte de um recorte espacial, ao contrário, este é tratado como uma questão meramente complementar; já nos estudos da paisagem cultural a definição de um recorte territorial” é subsídio inicial e precípuo, pois se trata da forma de conceber o objeto. Outra diferença é que o tombamento, inclusive o do paisagístico, com algumas exceções, é procedimento feito discricionariamente, sem envolvimento ou participação social nas decisões. Em panorama, Scifoni (2020, p.1) averigua que a paisagem cultural pede “a criação de canais de interlocução, pois o objetivo é promover a gestão compartilhada entre diferentes sujeitos” (afinal a paisagem cultural parte do pressuposto de que a cultura é dinâmica e sujeita a reapropriações e transformações).

 

3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente diagnóstico adentra na esfera qualitativa, uma vez que analisa dados numéricos por meio de uma visão interpretativista, com auxílio da bibliometria – que estrutura o diagnóstico métrico (nas vias estatística) e estruturado para determinar indicadores acerca da produção científica do tema paisagem, publicados na Brapci no período de 2007 a 2021.

A técnica de bibliometria é imprescindível para se avaliar a atividades científicas de qualquer campo do conhecimento, situar um mapear de informações sobre o estado da arte, o desenvolvimento, crescimento e registros da literatura científica. Diversos pesquisadores, como Bufrem e Prates (2005), Rodrigues e Viera (2016) e Guimarães, Moreira e Bezerra (2021) relatam que a bibliometria se caracteriza como uma metodologia quantitativa que serve para dispor sobre a qualidade, a importância e os impacto científico de campo do saber; em síntese, agrega aspectos estatísticos para validar os indicadores da qualidade e avanço da produção científica. Portanto, estudos bibliométricos sobre a produção científica vêm sendo usado como meios, não como fins, para fornecer aos investigadores uma preciosa ajuda quanto a prospecção das pesquisas e eventos científicos, e, assim:

A Ciência da Informação é a grande área do conhecimento onde estão contidas as pesquisas em Biblioteconomia. Falar de estudos métricos nos remete as redes de colaboração e quantificação das produções científicas. Nesse sentido, conhecer os periódicos científicos, principalmente da área, bem como as formas de utilizá-los em pesquisas, é fundamental para o entendimento das ferramentas bibliométricas [...]. As bases de dados facilitam a pesquisa métricas pois centralizam várias revistas cientificas. Algumas são mais amplas como a SciELO, permeando diversas áreas do conhecimento. Ou são mais específicas como a BRAPCI como a especificidade na ciência da informação [...]. Existem diversos grupos de pesquisa que debatem os temas métricos em ciência da informação em nível internacional. Já no Brasil esses estudos ainda estão se estabelecendo (MATTOS, 2019, p. 61).

Ribeiro (2017), Mattos (2019) e Silveira, Miguel e Lima (2021) argumentam a métrica da ciência que contribue para a proficiência na escrita e a visualização dos rumos da literatura acadêmica na conjuntura produção científica, cultural, artística ou tecnológica. Outra contribuição, constatam os estudiosos, é que as análises bibliométricas deixaram de ser emergentes e se tornaram fontes valiosas de estudos, pois, por meio das técnicas e métricas, as pesquisas situam um rol, e abrangem diversos temas (como neste trabalho) e multiperspectiva, proporcionando, com isso, uma visão ampla de temáticas em torno do panorâmico evolutivo – que prospectar novos cenários e paradigmas investigativos. Para Ribeiro (2017), de maneira macro, o perfil e o padrão de crescimento dos estudos acadêmicos em bibliometria propicia uma melhor compreensão da seriedade deste estilo de estudo para a literatura acadêmica (afinal, são nove áreas do conhecimento, na classificação Capes). Assim, entende-se que avaliar a produção/disseminação científica expressa um fator primordial para o reconhecimento de vocábulos (das Ciências Sociais Aplicadas) e dos pesquisadores junto da comunidade científica nacional e internacional.

Desta forma, o corpus análise (os artigos de periódicos indexados na base de dados referenciais de artigos de periódicos em ciência da informação – Brapci) foi obtido por meio de busca pelo descritor ‘paisage*’ e ‘landscape’ em autores, título, palavras-chaves e/ou resumos (Autor–Title–Abs–Key). Esta pesquisa foi realizada em 16 de julho de 2022 e estabeleceu recorte de quinze anos (2007 a 2021) no delimitar da busca (1ª etapa).

Nota-se (1ª etapa) que a plataforma recupera 88 itens documentais (documentos de 1972 ao dias atuais); no situar do recorte temporal (2007 a 2021; 15 anos) há o retorno de 75 publicações e adentrando no conjunto de artigos na especificidade temática (paisagem cultural) restam o quantitativo de 32 publicitações. Deste modo, a Brapci vem indexando um rol de itens documentais ibero-americanos, podendo se configurar uma plataforma online de excelência para o âmbito da comunicação que envolve o acervo de publicações em CI. Nessa linha de raciocínio, o painel metodológico situa o seguinte horizonte constituinte:

 

Figura 1 – Orbe dos artigos (2007 a 2021), busca por ‘paisage*’ e ‘landscape’

Fonte: elaboração dos autores, com base em dados Brapci e metanálise, em jul. 2022.

No que tange a seleção e averiguação (2ª etapa), os critérios de inclusão e exclusão foram ratificados e retificados em torno do eixo temático paisagem cultural; realizamos a partir da leitura na íntegra dos artigos que se aproximaram em compreender a temática. Desta forma, eliminou-se os itens duplicados e fora do escopo – a segunda etapa de filtragem resulta em 32 (36,36%) publicações (o que possibilitou definir a amostra final).

A fim de melhor analisar o comportamento sazonal do descritor paisagem presente no acervo da Brapci, verifica-se que o uso de métricas (indicadores) aprovisionam rastros sobre a evolução e percurso de um tema. Trata do tema Paisagem e envolve delimitar um construto em torno de enfoques e preceitos. Dessa forma, os indicadores bibliométricos são situados em torno de quatro parâmetros: year, source, autor e title/abstract/keywords.

Grosso modo, o decompor a produção científica reunida em torno do tema paisagem pode indicar evidências para a área da CI – primorosamente entende-se que a temática se articula como arquivo e museus, arte e exposição, preservação e conservação entre outros assuntos. Após a recuperação dessas publicitações, se ponderou acerca do tema diante no crivo da evolução temporal – observa nessa esfera (os artigos por ano) e outros pontos de variação que compõem a análise. Porém, por se tratar da base de dados, sopesa a essência diacrônica de coleta, visto que, se ecoada futuramente, pode haver algumas alterações no arranjo situacional dos dados – posto a inclusão de edições atrasadas, falta de indexação de itens documentais e a retratação de algum material poder alterar o rol de itens válidos á análise.

 

4 PANORAMA DE RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após seleção e filtragem (88 artigos) na base de dados Brapci utilizando a plataforma de busca atinente a paisagem cultural (no terreno da especificidade histórica e totalizante em que é produzida), foram observados 32 publicações e os seguintes pontos: i) a evolução temporal; ii) o situar de periódicos; iii) o painel referencial de autoria; e iv) os termos chaves arrolados na interface desse tema, exposto na sessão a seguir.

 

4.1 Evolução Temporal

A pesquisa examina o termo 'paisage*' e 'landscape' em todos os campos possíveis de busca, e no recorte temporal de 2007 a 2021, e ao estabelecer de refinamento e afirmação do enfoque temática, situa um conjunto de 32 publicações – conforme a indexação da Brapci. A ilustração a seguir (Gráfico 1) expõe o quantitativo de anual da produção científica que adentra na perspectiva temática do diagnóstico.

Gráfico 1 – Evolução temporal da produção relacionada à Paisagem (2007 a 2021)

Fonte: os pesquisadores, jul. 2022.

 

O gráfico 1 representa toda a evolução da produção de artigos relacionados ao tema paisagem durante os últimos 15 anos, observa-se que, a priori, até o ano de 2015, essa temática era menos estudada, visto que, até esse ano, foram produzidos tão somente oito (25,00%) artigos. Deste modo o número de publicações alcança o auge no ano de 2016, com 9 itens documentais indexados na Brapci. Nota-se que o ano 2019 e de 2020 retoma o período de baixa dessa temática, em cada um dos anos há apenas uma publicações atinente ao tema.

A produção científica que envolve as interfaces da Paisagem na CI envolve a exposição crescente da atividade de registros, forças profissionais que lutam para melhorar as praticas de mediação e edificar uma cidade educadora. Arquivos, bibliotecas e museus fortalecem a circunscrição acadêmica sobre a paisagem cultural, autorregulando éticas e sociabilidades.

 

4.2 O Situar De Periódicos

Já com relação às fontes de informação (revistas cientificas) que mais publicaram artigos relacionados à temática, observou-se uma distribuição altamente esparsa, como apresenta a Tabela 1, visto que 56 periódicos publicaram artigos sobre o tema.

Destacam-se que cerca de 80% das publicações assenta-se em periódicos científicos de elevada qualidade, conforme na área de avaliação de ‘Comunicação & Informação’ no sistema Qualis Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) - Classificação atual localizada na Plataforma Sucupira (base padronizadora do Sistema Nacional de Pós-Graduação brasileira) para o Quadriênio 2013-2016. Destarte, salienta-se que um grande rol de revistas citadas possui alto indicativo de qualidade na avaliação do Capes, assim sendo: a) dez (31,25%) itens documentais registrados na classificação Qualis A1 e A2; b) 15 (46,88%) publicações situadas em periódicos classificados na classificação B1 e B2.

Além disso, observa-se que os periódicos com o quantitativo mais expressos da temática são: a revista Acervo - Periódico técnico-científico do Arquivo Nacional (Brasil), responsável cada por 1/9 dos artigos indexados e recuperados, o que equivale a 12,50% do conjunto amostral de itens publicitados na Brapci.

 

 

 

Tabela 1 – Principais fontes de informação

Periódicos Científicos

Issn

Qualis

Artigos

Totais

Transinformação

2318-0889

A1

3

9,38%

Em Questão

1808-5245

A2

3

9,38%

Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação

1518-2924

A2

3

9,38%

Informação & Informação

1981-8920

A2

1

3,13%

InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação

2178-2075

B1

2

6,25%

Ágora

0103-3557

B1

1

3,13%

EPTIC (UFS): Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura

1518-2487

B1

1

3,13%

Ponto de Acesso

1981-6766

B1

1

3,13%

RBBD - Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação

1980-6949

B1

1

3,13%

Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde

1981-6278

B1

1

3,13%

Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação

1983-5213

B1

1

3,13%

Acervo - Revista do Arquivo Nacional

2237-8723

B2

4

12,50%

Comunicação & Informação

1415-5842

B2

2

6,25%

Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina

1414-0594

B2

1

3,13%

BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação

0102-4388

B3

1

3,13%

Biblionline

1809-4775

B5

1

3,13%

Informação em Pauta

2525-3468

B5

1

3,13%

Biblioteca Universitaria (México)

2594-0074

-

2

6,25%

Hipertext.net (Espanha)

1695-5498

-

1

3,13%

Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Ciência da Informação

2177-3688

-

1

3,13%

Total 20 Periódicos/Eventos

-

-

32

100%

Fonte: elaboração dos autores, jul. 2022.

 

Ademais, deve-se destacar      que, a revista ‘Acervo - Revista do Arquivo Nacional’ envoltos na pauta sobre a paisagem nos últimos 15 anos se envolve em torno das edições de 2009, 2012 e 2015 – isso exibe os anos em que a temática teve escassa pauta, representando o único meio (2009, 2012) em que o tema foi (de alguma forma) colocado em evidencia no âmbito da CI. A seguir, no gráfico 2, demonstram-se os títulos dos periódicos com maior número de produções relativas à paisagem na interface da CI, Estudos Culturais e Sociologia, com ênfase em: Relações Mediadas, Identidade Cultural, imagens-símbolo mais legíveis da cidade e centrados nos marcos da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (EPC).

 

Gráfico 2 – Principais fontes de informação indexadas na Brapci (2007 – 2021).

Fonte: elaboração dos autores, jul. 2022.

Compreendendo a afinidade teórica e estética que a temática paisagem tem com outras dimensões sociais, determinados periódicos indexadas na Brapci – apresentam edição especial, temática ou Dossiê – centralizando, fomentando e prospectando a divulgação desse assunto no âmbito da CI, observa-se esse movimento (convocação pública para publicação de trabalhos científicos) de chamadas com a temática nos anos de 2016 e 2018.

 

4.3 Painel Da Autoria

Já o que tange a rede da autoria, os estudos que fazem a interfaces com o tema paisagem (2007 a 2021) destacam 17 (54,84%) itens documentais produzidos em colaboração; nesse painel métrico evidência as seguintes composições: uma autoria, 15 artigos (46,88%); dois autores, 11 (34,38%) trabalho; na parceria de três estudiosos são 3 (9,38%) itens documentais; e grupos com quatro investigadores, um rol de três (9,38%) comunicações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 3 – Expressão da autoria e coautoria na produção acadêmica (2007 a 2021)

Fonte: elaboração dos autores, jul. 2022.

 

Nesse contexto, pode-se suscitar a contribuição de 49 autores, sendo 31 (63,27%) do gênero feminino e, 18 (36,73%) são pesquisadores masculinos (BRAPCI, 2022). Outro diagnóstico é possível com o recorte desse universo em lustro (período de cinco anos) e assim entende-se: i) o quinquênio 2007 a 2011 soma 4 artigos e a 3/4 (75,00%) dessa produção é autoria individual; ii) no quinquênio 2012 a 2016 totaliza 13 itens documentais e seis (46,15%) publicações são autoria única, outros sete (53,85%) artigos são realizações com parecias; iii) o período de 2017 a 2021 agrupa 15 publicitações e sete (46,67%) delas resulta no trabalho em duplas (dois pesquisadores) – isso é a alteração no cenário de pesquisa, o último quinquênio apresenta um maior número de artigos com o temática paisagem e o quinquênio (cenário 2017 a 2021) mostra 24 (48,98%) estudiosos, sendo 13 (54,17%) mulheres e 11(45,83%) homens.

O quadro-síntese evidencia o segundo tópico, que envolve as três leis fundadoras do campo bibliometrico, isto é, a lei de Bradford que envolve a dispersão de periódicos, a lei de Lotka sobre a de produtividade de autores e a lei de Zipf que engloba a frequência de palavras, bem como seus desdobramentos e aplicações em tempos recentes. Os preceitos de Lotka servem para evidenciar aqueles que, quantitativamente, obtiveram maior relevância, bem como algumas observações sobre cada um dos líderes no ranking da produção científica.

Ademais, no que tange o rol dos estudiosos que mais publicaram sobre a temática e o número de publicações (destaque Quadro 2) onde sobressaem: i) Cezar Karpinski, da Universidade Federal de Santa Catarina que é especialista em História e Meio Ambiente, Rio Iguaçu (Séculos XIX e XX), Patrimônio Ambiental, Cataratas e Parque Nacional do Iguaçu, Hidrelétricas e História Oral; e, ii) Andre Vieira de Freitas Araujo, docente na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Verifica-se Karpinski (UFSC) tem cinco itens documentais indexados, abrangendo os anos de 2016, 2018 e 2020; verifica-se que 80% dos trabalhos são em coautoria. Já o pesquisador Araujo (UFPR) situa uma gama de três publicações que cingi os anos de 2016 e 2018, observa-se que 2/3 dos trabalhos são em duplas – engloba temas e interfaces na extensão da memória histórico-informacional da Europa Moderna, a indexação documentária e paisagem cultural que envolve a bibliografia e a bibliofilia.

Tabela 2 – Autores com mais de uma publicação sobre paisagem na Brapci (2007 a 2021)

AUTOR

ID Lattes

Artigos

Titulação

Vínculo/Atividade

Instituição

KARPINSKI, Cezar

3833417126925918

5

Pós-Doutorado em Ciência da Informação, Brasil

Professor permanente do PPGCI da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil.

Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil.

ARAUJO, Andre Vieira de Freitas

7551780669212379

3

Doutor em Ciência da Informação pela

Universidade de São Paulo, USP

Professor Adjunto PPGCI da Universidade Federal do Paraná (DECIGI/UFPR), Brasil

Universidade Federal do Paraná, UFPR, Brasil

GERALDO, Genilson

3704060231978431

2

Doutorando em CI, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC

Diretor de Marketing e Divulgação da Associação Catarinense de Bibliotecários (ACB), SC.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Brasil.

MARTINS, Sabrina

5879716310541511

2

Mestra em CI, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC

Diretora de Gestão na Associação Catarinense de Bibliotecários, ABC, Brasil.

Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil.

SOUZA, Marçal Quevedo de

3951503607929546

2

Bibliotecário,

Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC

Gestor bibliotecário, Universidade Federal da Integração Latino-Americana, UNILA, Brasil.

Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Brasil.

Fonte: elaboração dos autores, jul. 2022.

 

O tema paisagem, no potencial objeto de estudos das CI mostra inúmeras possibilidades para museus, bibliotecas, casa da memória, galerias de artes e outros espaços de educação não formal. O ingrediente básico para entender essa conexão, argumenta Zamarco e Lanzarini (2019), é que “paisagem cultural ilustra a trajetória histórica da sociedade humana em seu ambiente, de acordo com sua produção espacial, social, cultural e econômica”.

 

 

4.4 Explanação Dos Descritores

Com o diagnóstico bibliométrico na Brapci pode-se situar um rol de debates – alguns visando firmar ou desprender o tema paisagem nas relações do colégio invisível. Averigua-se que a temática deve sair da fase embrionária na CI, ainda que seja uma pauta emergente diante do contexto dinâmico da informação (assinalada com idiossincrasias e divergências conceituais), os discursos públicos, das agências internacionais e de dirigentes governamentais, na defesa da inclusão e sustentabilidade que, até mesmo, camuflam intencionalidades de políticas públicas, desconectadas das lutas coletivas.

A Figura 2 engloba um SmartArt identificando as principais keywords (130 palavras-chave no total) que surgem no associação dos 32 artigos indexados. Grosso modo, a ilustração a seguir remete a Lei de Zipf que, segundo Ribeiro (2017), calcula a frequência do aparecimento das palavras em textos, criando um repertório dos exequíveis temas mais abordados

Figura 2 – Principais descritores na correlação com a CI, conforme indexação da Brapci

Fonte: elaboração dos autores, com base nas palavras-chave dos artigos indexados, jul. 2022.

 

Analisando a ilustração dos principais descritores em termos como: Biblioteca pública (9 artigos); Cataratas do Iguaçu e Parque Nacional do Iguaçu (5); Documentário, Patrimônio (documental, natural, cultural, paisagístico, imaterial) e Pesquisa científica (4); Paisagem cultural, Memória (urbana, local), Materiais impressos, Digitalização e Cinema (3); Arquivo fotográfico, Arte Contemporânea, Cultura urbana, Fontes de informação, Indexação, Preservação, Profissionais da informação, Representação (temática e descritiva da Informação documentária) e Turismo (2). Estas palavras enfatizadas na Figura 1 vão ao encontro de um dos escopos da CI, mostrando que a paisagem é o contexto social entre os descritores nas áreas de arquivos, bibliotecas e museus. A Figura 3 (keywords) sintetiza os 130 descritores identificados no diagnóstico, destacando cerca de 1/6 dos termos que se repetem – estão em duas ou mais publicações.

Figura 3 – Nuvem de palavras com os trechos do resumo e correlações

Fonte: elaboração dos autores, com base em create wordart.com, jul. 2022.

 

Analisando a Figura 2, enfatiza-se como descritores alguns municípios, que aparecem como central tema da publicação. Termos que focam a temática paisagem e escrevem: Baixada Santista (Santos, Guarujá e Cubatão), Diamantina (Casa do Muxarabiê), Distrito Federal (Brasília), Foz do Iguaçu, Minas Gerais (Belo Horizonte), Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Argentina. Afinal, entende-se que “enquanto um espaço de encontro entre a natureza e a cultura, a paisagem cultural representa as escolhas e mudanças realizadas pelo homem como integrante de uma comunidade cultural” (MORETTONI, 2018, p. 61).

Karpinski (2018) entende que a constituição documental sobre a paisagem (Parque Nacional do Iguaçu - Parna Iguaçu) foi um movimento político instigado pelo empenho de se dominar uma ambivalência (feição objetiva) e é um bioma fascinante (majestoso e sublime, gera feição subjetiva). Assim, a interconexão entre o objetivo e o subjetivo, aponta Karpinski (2018, p.320), cujas informações implantam a coprodução do espaço natural com as “mesmas características presentes na noção de patrimônio (histórico ou cultural). No caso das Cataratas do Iguaçu, [há a] representação da natureza original, a identidade nacional, a memória coletiva sobre o espaço, sua excepcionalidade e sua estética”.

Nessa direção, não é de se estranhar a paisagem cultural situa complexas redes de informações que fazem viralizar conteúdos digitais – plataforma que por vezes reconstrói imagens (post viral envolve conteúdos e redes sociais). Deste modo, deve-se observar que:

A valorização da paisagem cultural como patrimônio apresenta o potencial de trazer conseqüências diretas ao uso e à fruição comum do espaço por parte dos habitantes e dos visitantes. Valorizando aspectos espirituais, memoriais e afetivos relacionados às paisagens, otimizam-se esforços para o desenvolvimento de ações profícuas neste sentido (STIGLIANO; RIBEIRO; CÉSAR, 2011, p.648).

A Figura 2 destaca a atuação das bibliotecas públicas, como por exemplo, a pesquisa de Silveira (2018) sobre a Biblioteca Estadual de Minas Gerais (popularmente chamada de ‘Biblioteca da Praça da Liberdade’); o autor relata que a instituição faz parte do percurso histórico da cidade (terceira concentração urbana mais populosa do país) e tem dinâmicas visando à sua inclusão social e cidadania. Portanto, a biblioteca dinamiza “a vida intelectual da cidade” e preserva “vestígios importantes da história, da cultura e dos substratos representacionais tanto da identidade intersubjetiva de seus usuários, quanto da cidade e do estado de forma mais ampla” enfatiza Silveira (2018, p.164).

O estudo de Silveira (2018, p.164) esclarece também que a Biblioteca Pública acena aspectos imprescindíveis aos processos de eficiência, eficácia e efetividade dos projetos de qualificação e de inserção social entre o jovem e o idoso, situando uma ambiência de valor enquanto lugar de “leitura, de educação, lazer e sociabilidade [...] [e também] desempenha importante trabalho de conservação, organização e disseminação da memória, do patrimônio cultural e intelectual belo-horizontino, assim como da história mineira e nacional”.

 

5 À GUISA DE DESFECHO

A paisagem de um rio / O artista desenhou, / Água clara e corrente /

Tudo isto observou./ Tinha árvore florida / Borboleta e beija-flor /

[...] O brilho vinha do sol / O jabuti aproveitou / [...] A noite foi chegando /

O artista retornou, / Para casa foi alegre / Com o quadro que pintou [...]

(TAVARES, 2016, p.1).

 

Não há dúvida de que o mundo de hoje é um mundo eminentemente imagético e que a paisagem compõe o cenário atual da hipermidiação. Sugere-se em futuros estudos, expandir a análise dos temas e do vocabulário controlado situados neste diagnóstico, mediante, uma análise de seu conteúdo. Destarte, após a análise dos dados bibliométricos apresentados nesse estudo, aspectos relevantes foram revelados, contudo, deve-se ter um olhar consciencioso – os artigos com o tema paisagem envolvem a vivência profissional e um conjunto de inter-relações que fortalece a força artística e científica em os espaços de memórias e de informação.

Em suma, o tema tem grande afinidade com as humanidades, envolve algumas realizações da história e do desenvolvimento urbano e ambiental. Entendemos tal como Morettoni (2018, p.66) que “a relação com a paisagem cultural se modifica de instituição para instituição”. No entanto, a definição conceitual de Paisagem Cultural se apoia constantemente em outros termos como 'atratividade turística', 'democratização', 'sustentabilidade', que em muitos dos trabalhos indexados pouco se preocuparam em esclarecer, deixando a temática fluir ao gosto do senso comum para promover as associações necessárias.

O objetivo deste estudo foi averiguar o perfil da produção acadêmica dos artigos, considerando o Acervo de Publicações em Ciência da Informação – Brapci, com a temática paisagem. Vale ressaltar que o perfil da produção indexadas se relacionam com a CI, perfaz uma caminhada de 15 anos em uma jornada multidisciplinar nas humanidades. O diagnóstico utiliza de construtos e preceitos bibliométricos, estabelecendo um painel com indicadores métricos, apreendendo assim sobre: os periódicos de maior destaque, os atributos temporais, a autoria – pesquisadores envolvidos, palavras-chave e temas.

A partir da análise dos resultados obtidos observa-se que o potencial criativo, científico e documental que há no termo paisagem cultural (mas de perene vigilância na CI) e, que pode ser disseminado em diversos meios de comunicação existentes, afetando importantes fluxos de informação. No painel que envolve o descritor paisagem situa 20 periódicos publicados, 49 pesquisadores envolvidos. Salienta-se que o tema nas revistas foram foco de diferentes temáticas nestes 15 anos, com relevo para o periódico Acervo (Inss 2237-8723, qualis B2) do Arquivo Nacional que dialogar no campo da história-cidade. A revista Acervo (revista do Arquivo Nacional, publicada desde 1986) foi a que publicou estudos sobre o tema paisagem, com quatro (12,50%) itens documentais indexados. Ressaltam-se no conjunto publicações a autoria única, situando 46,88% dos artigos.

No painel sobre a autoria, se destacam os trabalhos de 31 mulheres (63,27%). Todavia, considerando a questão da produtividade, o cenário destaca a atuação de Pós-Doutor Karpinski (da UFSC) produzindo cinco itens documentais envolvendo a temática nas interfaces da CI – apresentando os estudos na tessitura com os periódicos Ágora, Transinformação e Encontros Bibli. Já em relação aos assuntos mais elencados, evidenciam-se os temas envolvendo: i) o Arquivo - a preservação, conservação, digitalização, práticas de mediação e fotografias; ii) a biblioteca pública - acervo, coleções, livros, ação cultural e gesto bibliográfico; iii) o museu - a questão da comunicação, documentação, democracia, georreferenciamento, história, memória, educação e arte.

Nota-se que há um equilíbrio de itens documentais envolvendo também a área de biblioteconomia e museologia e isso realça a força e a imagem de bibliotecas (públicas e escolares) e dos museus (enquadrando a prática das fotos/selfies) que designam lugar de destaque na infoera por trazer em seu cerne o tratamento, uso e disseminação da informação, que associada às tecnologias da informação e da comunicação garante aos interagentes a recuperação precisa da informação. Outro aspecto a ser ressaltado é quando a paisagem cultural apresenta-se como papel e presença social das bibliotecas. Destaca-se que “as bibliotecas públicas desenvolvem, no século XXI, função fundamental para a participação social e articulação cidadã” (FERRAZ, 2014, p.29) e, esse tipo de Unidade de Informação se configura como uma ambiência cultural essencial na vida cultural dos municípios brasileiros arguem Ferraz (2014) e Silveira, Karpinski e Varvakis (2020).

Tendo em vista os textos contemplados por este levantamento, compreende-se que a paisagem cultural enquanto objeto da curiosidade da CI – como campo de estudo – e dos museus, bibliotecas e Arquivos vem situando como uma pauta relativamente recente, com publicações, que congregam estes temas concentradas nos últimos 15 anos. Portanto, recomenda-se pesquisar fontes secundárias sobre a temática, em especial situando revisões sistemáticas com metanálise, de modo que haja amadurecimento da pergunta de pesquisa. Dessa forma, na perseverança para continuar a delimitar descritor com mais precisão e cuidado ético favorecer e ampliar o debate científico. Uma sugestão para vindouros estudos envolve o adentrar em técnicas de análise de rede social, por meio de estatísticas multivariadas de dados para expandir a análise das redes de coautoria e a relação dos Programas de Pós-Graduação em CI (PPGCI) no avanço da temática na esfera internacional. Além do mais, entende-se que fomentar e reforçar o alinhamento dessa temática com a política pública afeta diretamente o aumento de produtividade acadêmica.

 

 

REFERÊNCIAS

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[1] Doutora em Ciencias da Informação, Dinter UnB/UFES.

[2] Professor do departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espirito Santo.

[3] Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo.

[4] Professora do Departamento de Arquivologia, da Universidade Federal do Espírito Santo.