INTRODUÇÃO AOS OBSERVATÓRIOS DE INFORMAÇÃO

um estudo sobre possíveis conceituações, funções, objetivos e classificações

Júlio Augusto Enders de Albuquerque[1]

Universidade Federal de Alagoas

juliojaea@gmail.com

Luciana Peixoto Santa Rita [2]

Universidade Federal de Alagoas

lupsantarita@gmail.com

 

Ibsen Mateus Bittencourt Santana Pinto [3]

Universidade Federal de Alagoas

ibsen@feac.ufal.br

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Resumo

O presente artigo tem o intento de compreender os elementos conceituais comuns aos observatórios e propor um entendimento mais efetivo sobre suas missões, funções, objetivos e possíveis classificações. Para alcançar esse objetivo, foram analisados 35 estudos de diferentes setores e contextos sociais, econômicos e políticos, produzidos por cerca de 80 autores. Os resultados do estudo realizado indicam que os observatórios são importantes instrumentos para a produção e disseminação de informações e conhecimentos em diferentes áreas, como saúde, educação, meio ambiente, economia, entre outras. Além disso, foi possível identificar a existência de diferentes modelos de observatórios, que variam de acordo com seus objetivos e público-alvo. O estudo apresenta uma contribuição significativa para a consolidação da temática dos observatórios de informação e conhecimento no meio científico, ao agregar literatura inicial e ampla sobre o tema. Espera-se que essa análise possa subsidiar pesquisas futuras sobre o assunto e contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas e estratégias empresariais que utilizem os observatórios como instrumentos para a tomada de decisão.  Além disso, o estudo aponta para a necessidade de maior integração e articulação entre os observatórios existentes, de forma a evitar duplicação de esforços e a potencializar o impacto de suas ações. Também é destacada a importância de investimentos em capacitação e formação de recursos humanos, bem como em tecnologias da informação e comunicação, para garantir a qualidade e a efetividade das atividades realizadas pelos observatórios.

Palavras-chave: Observatórios de informação. Fontes de informação. Análise de dados. Divulgação da informação. Tomada de decisão.

INTRODUCTION TO INFORMATION OBSERVATORIES

a study on possible conceptualizations, functions, objectives and classifications

Abstract

The present article intends to understand the common conceptual elements of observatories and propose a more effective understanding of their missions, functions, objectives, and possible classifications. To achieve this goal, 35 studies from different social, economic, and political sectors and contexts were analyzed, produced by around 80 authors. The results of the study indicate that observatories are important instruments for the production and dissemination of information and knowledge in different areas, such as health, education, environment, economics, among others. In addition, it was possible to identify the existence of different models of observatories, which vary according to their objectives and target audiences. The study presents a significant contribution to the consolidation of the theme of information and knowledge observatories in the scientific field, by aggregating initial and broad literature on the subject. It is hoped that this analysis can support future research on the subject and contribute to the development of public policies and business strategies that use observatories as decision-making instruments. Furthermore, the study points to the need for greater integration and articulation between existing observatories, in order to avoid duplication of efforts and to enhance the impact of their actions. The importance of investments in training and human resources development, as well as in information and communication technologies, is also highlighted to ensure the quality and effectiveness of the activities carried out by observatories.

Keywords: Information observatories. Information sources. Data analysis. Information dissemination. Decision-making.

1  INTRODUÇÃO

Em que pese o fato de que os observatórios de informação (OI) não possuam, ainda, uma conceituação definida perante a literatura científica – dificultada, muitas vezes, por sua diversidade de temas, funções e propósitos – torna-se possível agregar compreensão satisfatória através da análise dos mais variados estudos sobre essa temática.

            Estes estudos inferem que os OI possuem uma infraestrutura de base tecnológica e instrumental, de controle, avaliação e divulgação de informações temáticas e especializadas (PINTO et al., 2015; ORTEGA e DEL VALLE, 2010). Para isto, é realizada exploração metodológica desta temática, no intento de desvendar suas dinâmicas, acompanhar e investigar os fenômenos percebidos (HUSILLOS, 2006).

Dessa forma, os OI imprimem valor aos usuários quando se propõem a buscar a informação de qualidade, discernir a sua relevância, organizar os achados de modo coerente e confiável, e apresentá-los de forma clara, objetiva e utilitária. Portanto, possuem duas funções básicas e principais: ao investigar os conteúdos percebidos no processo de observação – embasado em métodos de análise de dados consolidados; e o de informar a comunidade-alvo o que fora descoberto, de forma que se constitua como um sistema organizado, estruturado e centralizador das mais diversas fontes de informação (SOARES, et al., 2018; MARCIAL, 2009; PRIETO, 2003; TESTA, 2002).

            Percebe-se que os OI, por possuírem base tecnológica e por tratarem essencialmente dados primários para suas investigações e inferências acerca da realidade a qual se empenha, possuem a vertente da inovação de maneira colateral, ou seja, tendem a inovar ao passo que investigam os achados e recomendam intervenção (PHÉLAN, 2007; GUSMÃO, 2006).

            Com isto, pode-se afirmar que se apresenta uma finalidade comum aos OI, a de auxiliar de maneira acertada e confiável na tomada de decisão por parte de seus usuários, sejam estes gestores públicos, agentes internacionais, empresários ou mesmo cidadãos comuns em suas rotinas. Tornam-se portanto estratégicos. (BOTERO E QUIROZ, 2011; ENJUTO, 2010; TRZECIAK, 2009).

Para que as atribuições essenciais dos OI sejam cumpridas, faz-se necessário uma combinação de elementos básicos e constitutivos, tais quais infraestrutura, governança, inteligência, comunidade, dados, metodologia e principalmente técnicas aperfeiçoadas de visualização das informações processadas (GOMES et al., 2016; DIAS, 2007).

Assim, compreendendo estas proposições iniciais, e inferindo a necessidade de aprofundamento nesta temática na construção do presente artigo, foram analisados 35 estudos sobre os OI, produzidos por cerca de 80 autores. Trazendo, assim, uma multiplicidade de temáticas e setores da sociedade – observatórios do turismo; de políticas públicas; do setor corporativo; de competências; de engenharia do conhecimento; do terceiro setor; de causas sociais; de dinâmicas culturais; de ciência da informação; de logística; de meio ambiente e sustentabilidade; de ciência, tecnologia e inovação; de arranjos produtivos locais; entre outros.

            A análise desses diversos estudos teve o objetivo de compreender elementos conceituais comuns, e de propor um entendimento mais efetivo sobre missões, funções, objetivos e possíveis classificações dos OI.

Dessa forma, esta pesquisa pode ser considerada de cunho exploratório, documental e bibliográfica, uma vez que os dados colhidos se restringem a literatura científica a respeito dos OI, sendo, assim, desenvolvido a partir da análise e descrição de material já elaborado (GIL, 2019; LAKATOS e MARCONI, 2017).

 

2  DESENVOLVIMENTO

2.1  Observatórios de Informação (OI): possíveis conceituações

Pode-se afirmar que na literatura científica a definição de OI ainda não é consenso estabelecido, principalmente por sua importante variedade temática, seu caráter multifuncional, e diversidade de propósitos (MARCONDES, et al., 2021; SOARES, et al., 2018). Entretanto alguns estudos apontam para o entendimento deste como uma infraestrutura de base tecnológica e instrumental, de controle, avaliação e divulgação de informação, com temática especializada, que, em alguns casos, permite a colaboração entre diferentes agentes e setores (ORTEGA e DEL VALLE, 2010; MARCIAL, 2009; PINTO et al., 2015).

Comumente, o termo ‘Observatório da Informação’ pode ser associado à imagens de instalações complexas, geralmente localizadas em altos de montanhas, possuindo como protagonistas, grandes e potentes telescópios, destinados a observar atentamente os elementos astronômicos. Não destoante desta imagem, tal termo também é utilizado, mais recentemente, para descrever plataformas que se dedicam a explorar uma temática em determinado contexto, desvendando suas dinâmicas, acompanhando seus fenômenos e descobrindo seus segredos (PRIETO, 2003; MARCIAL, 2009; HUSILLOS, 2006).

O nascimento da ampliação conceitual do termo ‘Observatório da Informação’, datando do final do século XX, pode ser percebido em uma sociedade que constituiu a concepção de que a informação e o conhecimento são os principais motrizes de desenvolvimento de um país, seja político, cultural e/ou econômico, assim como matéria prima para as tomadas de decisão e direcionamento das políticas públicas de governo. (CASTELLS, 2021; ORTEGA e DEL VALLE, 2010).

Dessa forma, os OI que antes eram apenas utilizados nas percepções de fenômenos naturais, como já descrito, respondendo aos anseios da sociedade da informação e do conhecimento, avançam para a compreensão e estudo de dinâmicas de variados contextos.

[...] No final do século XX, surgiram numerosos observatórios na Europa e noutros continentes, impulsionados sobretudo por instituições públicas, universidades e organizações internacionais, com o objetivo de obter uma visão alargada da evolução de determinados fenômenos e manifestações culturais. (ORTEGA e DEL VALLE, 2010, p. 2)[4]

Compreende-se que a demanda exacerbada por informação estruturada, principalmente no intento de tomada de decisão, ocorre em múltiplos contextos, sejam sociais, econômicos, culturais, empresariais; o que resulta em tratativas igualmente diversas e colaterais, como novos processos, instituição de setores, adequação de instrumentos organizacionais, entre outros. Assim, os OI encontraram ambiência favorável para se desenvolverem nesta diversidade contextual, portanto, tornando-se múltiplos também, e dificultando um referencial conceitual na literatura que abarque esta complexidade (BATISTA et al., 2016).

Ademais, os OI são compreendidos como infraestrutura informática instrumental de temática especializada, ou seja, são suportados em ambiente virtual, em que, para além de toda produção de conhecimento (MORAES, 2013), ainda possibilitam, por  meio de painéis interativos de VI (dashboards[5]), que os usuários possam customizar filtros e manipular os conjuntos de informações projetadas, obtendo assim, as metáforas visuais que necessitam, no intento de interpretação acertada, com finalidade e fidelidade informacional (FREITAS, et al., 2001).

Prieto (2003), afirma que dado a esta característica de especialização das temáticas dos OI, assim como a dedicação destes à pesquisa e registro de informações, é compreensível que, em maioria, sejam geridos e fomentados por instituições que tenham interesse estratégico em tais temáticas, como universidades, institutos de pesquisa, poder público, federações, sindicatos. Sendo assim, essencialmente diversos, uma vez que estas instituições são possuidoras de seus próprios métodos de coleta e análise de dados, de VI e muitas vezes de produção de documentos informativos, como boletins, infográficos, artigos, revistas, relatórios.

Dessarte, os OI respondem a uma necessidade da sociedade da informação e conhecimento de sistematizar diversas fontes de informação existentes, sejam estas primárias, secundárias e/ou terciárias[6] , e oferecer um tratamento a estas, tornando-se uma fonte de informação central, como afirmam Ortega e Del Valle (2010, p. 3) “Os observatórios respondem a esta crescente necessidade de criar fontes de dados completas, integradas, fiáveis e acessíveis de forma a facilitar o acesso à informação e ao conhecimento.”[7]

Galeas e Perez (2011) faz relevante divisão geracionais dos OI, organizam estes em OI de primeira geração, e OI de segunda geração. Para a primeira geração, os OI se instituíram como centros de informação, motivados pela necessidade de integração e processamento de informações e melhoria das condições de conectividade e disponibilidade destas, possuíam uma importante pluralidade temática, acumulando e analisando as informações dispostas com o intuito de tomada de decisão, fosse em ambientes internacionais, estatais ou mesmo privados, ou seja, o foco da observação é indireto e se dedica à massa de dados e publicação referenciada.

Já os OI de segunda geração reivindicaram a possibilidade de construir uma prática comunicativa direta e participativa com a realidade observada e os sujeitos nestas inseridos, alterando o próprio paradigma metodológico de um perfil documental, para um modelo implícito etnográfico, com a observação participante, constituindo-se em observação e vínculos comunicativos permanentes, sendo variável em seu movimento de observação, uma vez que são alimentados e retroalimentados em rede, admitindo em seus métodos de análises, a qualitativa (idem, 2011).

Dessarte, o OI pode ser encarado como um sistema organizado e estruturado de “busca, detecção, análise do ambiente e monitoramento de informações relacionadas a um determinado setor de atuação” (TESTA, 2002, apud SOARES, et al., 2018, p.89). Uma vez que as informações que são dispostas nos OI, devem servir à percepção de oportunidades, fortalecimento do setor, ao qual a especificidade do OI se propõe, e auxiliar na relação entre os setores públicos e privados. (ZAMBRANO, et al., 2020). Em concordância, Aranda et al. (2019), afirma que:

Um observatório é uma organização estruturada sob uma determinada abordagem, que de forma sistemática, confiável e transparente, através da geração e troca de informações, permite a análise, síntese, comparação, avaliação, determinação da evolução e tendências de determinados processos e fenômenos, gerar novas fontes de informação para a tomada de decisão (idem, 2019, p. 485)[8]

Percebe-se, de fato, que os OI demandam recursos tecnológicos, e estão intimamente relacionados à inovação. Gusmão (2006) associa essa intrínseca relação ao fato de estes não produzirem dados primários[9], mas tratá-los nas análises e visualizações as quais se propõem.

Ainda sobre as análises de dados e propostas de visualização dessas, pode-se afirmar que, corrobora Phélan (2007), os OI não apenas reproduzem os dados primários, mas auxiliam na transformação destes em conhecimento, proporcionando estado reflexivo e interpretativo por seus usuários. Neste sentido, o autor ainda afirma que estas plataformas são relevantes para tomada de decisão, principalmente em relação aos governos, quando planejam suas políticas públicas.

Assim, o OI se torna estratégico, pois as informações que podem ser utilizadas advindas deste, para além de auxiliar a tomada de decisão dos gestores públicos, apontam para possíveis forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (análise de SWOT[10]). Uma vez que estes são plataformas que funcionam como instrumentos para a estratégia, proporcionando observação, registro e análise de determinada dinâmica da realidade (TRZECIAK, 2009; ENJUTO, 2010; BOTERO E QUIROZ, 2011).

Todavia, essa característica estratégica dos OI, não deve esquecer que a capacidade de este cumprir seus objetivos e atender às expectativas dos usuários depende significativamente de sua estrutura e de suas características e potenciais operacionais, com a adequada qualificação de sua equipe técnica, uma vez que o conhecimento e a capacitação são a essência de um OI e sem a atualização constante de seus recursos humanos, dificilmente as entregas manterão a alta qualidade exigida. (SILVA et al., 2013)

Em que pese o fato de os OI serem grandes aglutinadores de dados, não devem ser limitados a esta concepção, uma vez que tem como proposta a construção do conhecimento a partir do trato proativo de seus repositórios. Assim, para além de serem um container de dados, devem, através de suas metodologias de tratamento e VI, ser pragmáticos para sociedade a qual se debruça atendendo a uma carência de acesso a dados primários e indicadores relevantes a seus stakeholders[11] (MARTINS, 2007; SILVA et al., 2013; PENA e MOESCH, 2016; SOARES, et al., 2018).

Corroborando com os conceitos supracitados, Silva et al. (2013) atenta para o fato de que considerar o OI como apenas uma plataforma de repositório de informações é equivocado, e que para além da mera reposição, este deve ser imbuído de observação e análise da realidade; em que se possa produzir conhecimentos e reflexão crítica, voltados a disseminar o resultado de tais ações para um determinado público.

Assim, pode-se afirmar que o OI necessita de construção efetiva de um coletivo, este, por sua vez, deve ter como foco o acompanhamento acertado da evolução do fenômeno social ao qual se propôs a observar (ENJUTO, 2010; MARCIAL, 2009).

Tratando-se da preocupação com o público-alvo ao qual o OI se empenhará, faz-se necessário compreender quais são as questões norteadoras essenciais para o planejamento e formulação de um OI, ou seja, ‘para que?’, em que se evidencia qual a finalidade ou objetivo que o OI possuirá; ‘para quem?’, neste deve ser priorizado o público ao qual o OI se dedicará, ou seja, seu público-alvo; ‘por quem?’, aqui se deve ter claro quem será ou serão o patrocinadores e mantenedores de toda estrutura necessária para que o OI possa entregar o objetivo definido; e, por fim, o ‘como?’, neste caso, quais métodos estatísticos serão utilizados, quais processos serão executados e mapeados, e quais recursos serão demandados (SOARES, et al., 2018; UNEP, 1999).

Neste mesmo raciocínio, Batista et al. (2017) propõe um relevante processo de engenharia do conhecimento para OI, para tanto organiza uma linha de instrumentos de apoio estratégico ao que se espera de um funcional OI: mapeamento de informações em um setor de interesse; produção de conhecimentos (estudos e análises) para os atores de um setor de interesse; e estabelecimento de comunicação entre os atores de um setor de interesse, com ambiência propícia à coprodução entre os atores do setor e o pessoal técnico.

Segundo Marcial (2009), as tomadas de decisões em ambientes profissionais se dão através da informação e análise, assim, é relevante que os OI demonstrem dados suficientes, confiáveis e atualizados, caso contrário é possível que as decisões tomadas tendam a enviesar e fracassar quanto ao seu objetivo original. Assim, para que essa informação esteja sempre atualizada e utilizável de maneira eficaz, faz-se relevante uma estratégia de manutenção em que torne essa necessidade possível.

No estudo de caso de Phélan (2007), foram percebidos alguns elementos que são comuns aos OI analisados e que valem destacar nesta pesquisa:

1) Monitoram sistemática e permanentemente um processo, uma política, uma ação empreendida ou um fenômeno. 2) Reforçam e apoiam o desenho de projetos e programas, com as informações analisadas. As informações e conhecimentos gerados influenciam projetos e políticas. Eles também apoiam propostas com informações que revelaram situações das quais surgiram projetos e ideias importantes. 3) Apoiam o desenho de políticas públicas. 4) Promovem elementos de negociação com empresas, com partidos políticos, com sindicatos. 5) Revelam a situação dos setores mais vulneráveis. 6) Apoiam na conceção e implementação de planos de formação, cursos sobre diversos temas. 7) Mercado de rações ou estudos de viabilidade. 8) Encorajam a participação, o debate e a consulta entre os atores locais. 9) Promovem o município, a comunidade e a cidade. (idem, 2007, p. 114)[12]

 

Tais elementos destacados por Phélan (2007) demonstram o poder de participação e interferência na comunidade de usuários em que o OI se dedica. Todavia, o autor pontua que para garantir importante êxito, é sensato que os OI tenham autonomia em suas diferentes funções, e que estes funcionem independentemente da administração pública, que deem preferência às relações com as universidades e organizações sem fins lucrativos, para que se tenha níveis confiáveis de imparcialidade e objetividade ao assumir compromissos que exigirão monitoramento e apoio à transparência, criando, assim, uma imagem de credibilidade a qual os OI necessitam para executar suas devidas funções com confiabilidade de seus usuários.

Por fim, em relevante estudo sobre os OI do meio ambiente, Silva et al. (2014) compreendeu que as principais atividades que são desenvolvidas pelos OI, bem como os produtos, sejam bens e/ou serviços, estão voltados para entregas informacionais, e que estas entregas devem ser encaradas como importantes meios de financiamento, uma vez que os OI tendem a ter pouco aporte e incentivo, sendo uma oportunidade para manutenção de recursos e independência necessária.

 

2.2 Observatórios de Informação (OI): missão, funções e objetivos

Sobre a missão de um OI, Marcial (2009, p. 3) atenta que “a missão de um observatório é vigiar e detectar o que ocorre em seu âmbito de atuação, e seu valor agregado se sustenta em: 1) buscar a informação; 2) discernir sua relevância; 3) organizá-la de modo coerente e 4) apresenta-la de forma clara” , ou seja, envolve acertado processo de inteligência de dados (FREITAS, et al., 2001), em que se tem como entrada a busca pelas fontes confiáveis de informação e como saída a apresentação clara desta, uma vez que a relevância do OI depende da utilidade deste para seus usuários, e assim, a apresentação apropriada é fundamental.

Para Ortega e Del Valle (2010) a função principal dos OI é de facilitar a transferência e acesso à informação e conhecimento, fomentando a reflexão e investigação em torno de uma certa temática, com o intento de ultrapassar a passividade de aglutinador de informações, na intenção de:

[..] fomentar o debate, promover o diálogo, contribuir à reflexão e estimular a criação de pensamento, facilitar a investigação, melhorar o processo de tomada de decisão, e servir de apoio às políticas [..] apresentação de propostas ou recomendações, o desenvolvimento de estudos de consultoria, a elaboração de estratégias e programas de intervenção. (ORTEGA e DEL VALLE, 2010, p. 8) [13]

 

Para Husillos (2006) e Soares et al. (2018), um OI pode se apresentar em dois enfoques básicos: com escopo definido, repositório de informação, apresentação destas, e produção de relatórios, com o intento de tomadas de decisão mais acertadas para seus usuários; e outro enfoque mais dinâmico, baseado em colaboração, comunicação estimulada e reflexão.

Prieto (2003) afirma que independentemente de sua temática, os OI possuem ao menos dois intentos principais, de investigar os conteúdos percebidos no processo de observação; e o de informar aos usuários do OI o que fora descoberto nas investigações.

Nesse sentido, Marcial (2009) aponta para uma característica relevante dos OI, ao passo que são considerados um local para encontro entre partes que se interessam na temática abordada, também podem ser usados como espaço para disseminação dos conhecimentos construídos, possuindo, muitas vezes, uma linha editorial que permite a publicação destes, e limitada a especialidade do OI em questão.

Segundo Soares et al. (2018), um dos principais objetivos dos OI é auxiliar na investigação acertada da realidade acerca de uma temática específica, todavia, tal investigação deve ser mensurada e controlada, de acordo com a metodologia e os objetivos definidos, dessa forma, duas variáveis são importantes para análise, o tema observado e o método que será observado.

Silva et al. (2013) afirma que, sob um ponto de vista contemporâneo, os OI agregam múltiplas funções, entre as quais:

[...] atuar como fonte e acervo de informação e conhecimento especializado, gerir sistemas de indicadores, monitorar setores ou temáticas, servir de ponto de convergência e referência de conhecimento, qualificar e capacitar pessoas, e oferecer suporte ao diálogo e mobilização social. (SILVA et al., 2013, p. 1)

 

É perceptível que, independentemente da concepção de OI, ou mesmo de sua natureza, todo OI tem como principais funções investigar, descrever, caracterizar, avaliar, discutir, questionar e sugerir; os temas em que estão presentes em sua área de interesse (MARCONDES, et al., 2021; MARCIAL, 2009; PRIETO, 2003).

 

2.3 Observatórios da Informação (OI): possíveis classificações

No estudo de Rebouças e Cunha (2010) sobre OI de mídia, propõe-se relevante classificação dos OI quanto às suas estruturas, os autores afirmam que estas práticas percebidas não são excludentes e muitas vezes se dão como complementares, sendo: os OI fiscais, como espaços de monitoramento e promoção da cidadania; os think tank, como organismos que colaboram com intervenções e reflexões em prol de políticas públicas; os laboratórios como espaço de análises, diagnósticos e teorização sobre o tema especializado através de publicações de livros, revistas e artigos; Enquanto o fórum de discussão assume o formato de blogs, sendo menos formais e se limitaando à exposição de críticas pontuais e comentários; centro de aglutinação e difusão de informações que monitora as questões que perpassam a temática, como mercado, financiamento e legislação, além de difundir informações, não são participativos,  menos interativos, mais sistemáticos e as informações difundidas são geralmente institucionais; espaços para capacitação e educação, o primeiro se dirige principalmente aos profissionais da área, o segundo, à população; projetos dentro de movimentos sociais ligados à análise de conteúdo com recortes temáticos bem definidos por grupos e movimentos sociais.

Husillos (2006) apresenta relevante classificação dos OI, tendo em perspectiva as temáticas adotadas por estes: centro de documentação, para armazenamento e classificação de informação; centro de análise de dados, orientada em dados para nortear as tomadas de decisão; e espaço de informação, em que se volta para o intercâmbio e colaboração no trato com as informações dispostas, provocando o conhecimento em rede.

Segundo Batista et al. (2016), os OI podem ser classificados em dois tipos: quanto à sua natureza, unidade organizacional, elemento da organização (departamento, núcleo ou centro) que realiza a função designada para o OI; mecanismo ou processo, dispositivo pelo qual as funções do OI são realizadas pelo grupo responsável; instrumento, tecnologia ou ferramental empregado para o cumprimento da missão do OI; e quanto à sua missão, estudos e análises para tomada de decisão, encontrar, registrar e produzir estudos que ajudem os tomadores de decisão em sua atuação no fenômeno de interesse, monitoramento e acompanhamento setorial, centro de monitoramento por excelência, tanto o realizado sobre indicadores, como o monitoramento sistematizado de um setor ou temática específica; comunicação de informação ou conhecimento estratégico, difundir informações e conhecimento sobre  fenômeno de interesse perante a totalidade de atores sociais potencialmente interessados.

Os OI podem ser percebidos em três classificações de cenários possíveis (SOARES, et al., 2018;  BARRIOS et al., 2006), são estes, o da identificação, neste é evidenciado elementos como sua natureza, vinculação e finalidade; o de quantificação, em que é vinculado à representatividade, temática e atuação; e da avaliação, são abordados as atividades e produtos. Assim, afirmam os autores, estas três classificações são essenciais para o acompanhamento quantitativo da evolução do fenômeno observado.

Já para Silva et al. (2017), os OI podem ser classificados quanto às suas características gerais: quanto ao tipo, análises mais reflexivas, de caráter qualitativo, feitas por universidades, movimentos sociais, núcleos de estudos, instituições sem fim lucrativo, conjunto de dados ou bases de dados sobre um determinado setor ou fenômeno, e indicadores; quanto às áreas e temas, fenômenos específicos locais e regionais; quanto à abrangência, caráter nacional, regional, inter-regional e local. 

 

3 conclusão

Pode-se afirmar que embora não se tenha um consenso na definição de OI, é possível chegar algumas percepções sobre estes, como demonstra o quadro seguinte:

 

Quadro 1 - Possíveis conclusões a respeito dos Observatórios de Informações

Possíveis Conclusões a respeito dos Observatórios de Informações

Autor(es), ano.

São uma infraestrutura de controle, avaliação e divulgação de informação temática especializada

PINTO et al., 2015; ORTEGA e DEL VALLE, 2010; MARCIAL, 2009

Exploram uma temática, desvendam dinâmicas, acompanham fenômenos e descobrem seus segredos

MARCIAL, 2009; HUSILLOS, 2006; PRIETO, 2003

Agregam valor quando buscam a informação, discernem sua relevância, a organiza de modo coerente e a apresenta de forma clara

SOARES, et al., 2018; MARCIAL, 2009

Possuem dois enfoques básicos, com escopo definido, e enfoque dinâmico

SOARES, et al., 2018; HUSILLLOS, 2006

Possuem duas intenções principais, de investigar os conteúdos percebidos no processo de observação; e o de informar aos usuários do OI o que fora descoberto nas investigações

PRIETO, 2003

São um sistema organizado e estruturado de busca, detecção, análise do ambiente e monitoramento de informações relacionadas a um determinado setor de atuação

SOARES, et al., 2018; TESTA, 2002

Estão intimamente relacionados a recursos tecnológicos e inovação

GUSMÃO, 2006

Auxiliam na transformação de dados em conhecimento, proporcionando estado reflexivo e interpretativo por seus usuários

SOARES, et al., 2018; PHÉLAN, 2007

São estratégicos, uma vez que auxiliam a tomada de decisão dos gestores públicos e apontam para possíveis forças, fraquezas, oportunidades e ameaças

BOTERO E QUIROZ, 2011; ENJUTO, 2010; TRZECIAK, 2009

São estratégicos, uma vez que auxiliam a tomada de decisão dos gestores públicos e apontam para possíveis forças, fraquezas, oportunidades e ameaças

BOTERO E QUIROZ, 2011; ENJUTO, 2010; TRZECIAK, 2009

Possuem elementos básicos constitutivos, tais quais infraestrutura, governança, inteligência, comunidade, dados e metodologia

GOMES et al., 2016

Geralmente são geridos e fomentados por instituições que tenham interesse estratégico nas temáticas abordadas

PRIETO, 2003

Podem ser divididos em duas gerações, OI de primeira geração, e OI de segunda geração

GALEAS e PEREZ, 2011

Podem ser classificados em centro de documentação, centro de análise de dados, e espaço de informação

HUSILLOS, 2006

Podem ser classificados em dois tipos: quanto à sua natureza; e quanto à sua missão

BATISTA et al., 2016

Podem ser percebidos em três classificações de cenários possíveis: o da identificação; o de quantificação; e da avaliação

SOARES, et al., 2018; BARRIOS et al., 2006

Podem ser classificados tendo em perspectiva as temáticas adotadas por estes: centro de documentação; centro de análise de dados; e espaço de informação

HUSILLOS, 2006

Podem ser classificados tendo em perspectiva a sua estrutura: OI fiscais; os think tank; os laboratórios; fórum de discussão; centro de aglutinação e difusão de informações; espaços para capacitação e educação; e projetos dentro de movimentos sociais

REBOUÇAS E CUNHA, 2010

Podem ser classificados quanto às suas características gerais: quanto ao tipo; quanto às áreas e temas; quanto à abrangência

SILVA et al., 2017

Fonte: próprio autor, 2023

 

O estudo aponta para a necessidade de uma maior integração e articulação entre os observatórios existentes, de modo a evitar a duplicação de esforços e a maximizar o impacto de suas ações. Essa integração pode ocorrer por meio da criação de redes de observatórios, que permitam a troca de informações, experiências e conhecimentos entre os diferentes observatórios.   

Além disso, é destacada a importância de investimentos em capacitação e formação de recursos humanos, para garantir a qualidade das informações produzidas pelos observatórios. É fundamental que os profissionais envolvidos no trabalho dos observatórios tenham uma formação sólida na área em que atuam, bem como conhecimentos específicos em técnicas de coleta, análise e disseminação de dados.

Outro aspecto importante destacado pelo estudo é a necessidade de investimentos em tecnologias da informação e comunicação, que possam apoiar o trabalho dos observatórios. Ferramentas como sistemas de informação geográfica, softwares de análise de dados, plataformas de compartilhamento de informações, entre outros, podem ser utilizados para aprimorar a qualidade e a efetividade das atividades realizadas pelos observatórios.

É possível inferir, ainda que que os observatórios de informação e conhecimento têm um papel importante a desempenhar na produção e disseminação de informações em diferentes áreas. No entanto, é fundamental que essas organizações sejam bem estruturadas e apoiadas por investimentos em capacitação e tecnologia, de modo a garantir a qualidade e a efetividade de suas atividades.

REFERÊNCIAS

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[1] Mestrando: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, PPGCI/UFAL

[2] Professora Doutora: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, PPGCI/UFAL

[3] Professor Doutor: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, PPGCI/UFAL

[4] No original:  a finales del siglo XX, surgen numerosos OI en Europa y otros continentes, impulsados fundamentalmente por instituiciones públicas, universidades y organismos internacionales, con el fin de obtener una visión amplia de la evolución de determinados fenómenos y acontecimientos culturales (ORTEGA e DEL VALLE, 2010, p. 2)

[5] Dashboard é um painel visual interativo que contém informações, métricas e indicadores. A proposta é que nele estejam representados os números relevantes para a estratégia da temática a qual se dedica e para o alcance dos objetivos traçados. O dashboard tem as seguintes funcionalidades: mostrar indicadores e métricas de forma objetiva e clara, embasar a tomada de decisão, acompanhar o desempenho da empresa, facilitar o monitoramento de dados. (PATEL, 2023)

[6] Para Cunha (2001), as fontes de informação podem ser concebidas em primárias, congressos e conferências, legislação, nomes e marcas comerciais, normas técnicas, patentes, periódicos, projetos e pesquisas em andamento, relatórios técnicos, teses e dissertações, e traduções; secundárias, bases de dados e bancos de dados, bibliografias e índices, biografias, catálogos de bibliotecas, centros de pesquisa e laboratórios, dicionários e enciclopédias, dicionários bilíngues e multilíngues, feiras e exposições, filmes e vídeos, fontes históricas, livros, manuais, internet, museus, herbários, arquivos e coleções científicas, prêmios e honrarias, redação técnica e metodologia científica, siglas e abreviaturas, tabelas, unidades, medidas e estatística; e terciárias, bibliografias de bibliografias, bibliotecas e centros de informação, diretórios, financiamento e fomento à pesquisa, guias bibliográficos, revisões da literatura.

[7] No original: Los observatorios responden a esta necesidad, cada vez mayor, de crear fuentes de información completas, integradas, fiables y accecibles de datos con el fin de facilitar el acceso a la informatión y conocimiento. (ORTEGA e DEL VALLE, 2010, p. 3)

[8] No original: Un observatorio es una organización estructurada bajo determinado enfoque, que de forma sistemática, confiable y transparente, mediante generación e intercambio de información permite la realización de análisis, síntesis, comparación, evaluación, determinación de la evolución y tendencias de determinados procesos y fenómenos, generando nuevas fuentes de información para la toma de decisiones. (ARANA, 2019, p. 485)

[9] Dados primários são aqueles que nunca foram coletados. O pesquisador vai ser o primeiro a coletá-los, sob alguma demanda de pesquisa, diretamente da fonte original (fontes primárias). Também podem ser chamados de first-party data, por serem gerados pela própria instituição. (CASAROTTO, 2021)

[10] Análise SWOT é uma técnica de análise estratégica que ajuda a avaliar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de uma organização, projeto ou iniciativa. É amplamente utilizado na tomada de decisões empresariais e é considerado uma ferramenta de gestão de alto nível. (CASAROTTO, 2019)

[11] Pode-se definir stakeholders como: grupos e indivíduos que, de uma forma ou de outra, apresentam algum nível de interesse nos projetos, atividades e resultados de uma determinada organização. Em uma tradução livre, todas as partes interessadas (RABELLO, 2022).

[12] No original: 1) Dan seguimiento sistemático y permanente a un proceso, políticas, acciones emprendidas o a um fenómeno. 2) Refuerzan y apoyan en el diseño de proyectos y programas, con la información analizada. La información y los conocimientos generados inciden en proyectos y políticas. También apoyan propuestas con información que han revelado situaciones de las que han surgido proyectos e ideas importantes. 3) Apoyan en el diseño de políticas públicas. 4) Promocionan elementos de negociación con empresas, com partidos políticos, con sindicatos. 5) Develan la situación de los sectores más vulnerables. 6) Apoyan el diseño e implementación de planes de formación, cursos sobre tópicos diversos. 7) Alimentan estudios de mercado o de factibilidad. 8) Fomentan la participación, el debate, la consulta, entre los actores locales. 9) Promueven al municipio, a la comunidad y a la ciudad (PHÉLAN, 2007, p. 114)

[13] No original: fomentar el debate, promover el diálogo, contribuir a la reflexión y estimular la creación de pensamiento; facilitar la investigación; mejorar el proceso de toma de decisión; y servir de apoyo a las políticas [...] presentación de propuestas o recomendaciones, el desarollo de estúdios de consultoria, la elaboración de estratégias y programas de intervención (ORTEGA e DEL VALLE, 2010, p. 8)