PERFIL DE AUTORES E COAUTORES DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO NO KM BRASIL

 

Rayan Aramís de Brito Feitoza[1]

Universidade Federal da Paraíba

rayanbritof@gmail.com

Eliane Bezerra Paiva[2]

Universidade Federal da Paraíba

paivaeb@gmail.com

Emeide Nóbrega Duarte[3]

Universidade Federal da Paraíba

emeide@hotmail.com

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Resumo

Os estudos de uso da informação são importantes para caracterização de determinado público de usuários da informação, seja ela científica, acadêmica, organizacional, do contexto social, entre outros. Assim, a necessidade de compreender o atual perfil de autores e coautores que pesquisam em evento sobre o domínio Gestão do Conhecimento é cada vez mais importante para o seu status e (re)conhecimento de seu impacto na sociedade. Esta pesquisa objetiva caracterizar os autores e coautores da produção científica nos anais do KM Brasil 2016 e 2018, a fim de traçar o perfil desses usuários de informações científicas e acadêmicas que vêm contribuindo para o desenvolvimento teórico e prático da gestão do conhecimento. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem quanti-qualitativa, do tipo documental, por meio do método indireto. Para coletar os dados, utiliza os anais do Congresso Brasileiro em Gestão do Conhecimento – KM Brasil, o currículo da Plataforma Lattes e o Escavador. Adota a análise de conteúdo como técnica de análise e interpretação dos dados. Identifica o gênero, o vínculo institucional, a produtividade dos pesquisadores, a tipologia dos autores e dos coautores e as fontes de informação mais utilizadas. Constata a predominância da comunidade acadêmica e universitária (grupo de usuários classificados como estudantes e pesquisadores) no KM Brasil, em todas as categorias analisadas, e conclui que esse grupo se sustenta com pesquisas teóricas e práticas em gestão do conhecimento e seus subtemas (inovação, tecnologia, sistemas de informação, entre outros) nas pesquisas científicas e nas práticas organizacionais.

 

Palavras-chave: usuários da informação; uso da informação científica; gestão do conhecimento; KM Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

PROFILE OF AUTHORS AND COAUTORS OF SCIENTIFIC PRODUCTION ON KNOWLEDGE MANAGEMENT IN KM BRASIL

 

Abstract

Studies on the use of information are important for characterizing a specific audience of information users, be it scientific, academic, organizational, social context, among others. Thus, the need to understand the current profile of authors and co-authors who research at an event on the domain of Knowledge Management is increasingly important for their status and (re) knowledge of their impact on society. This research objective to characterize authors and co-authors of scientific production in the cases of KM Brasil 2016 and 2018, to finalize the profile of users of scientific and academic information that contribute to the theoretical and practical development of knowledge management. It is an exploratory and descriptive research, with a quantitative and qualitative approach, of the documentary type, through the indirect method. To collect the data, he uses the annals of the Brazilian Congress on Knowledge Management - KM Brasil, the curriculum of the Lattes Platform and the Digger. Adopts content analysis as a data analysis and interpretation technique. It identifies the gender, the institutional link, the researchers' productivity, the typology of the authors and co-authors and the most used information sources. Notes the predominance of the academic and university community (group of users classified as students and researchers) in KM Brasil, in all the categories analyzed, and concludes that this group is supported by theoretical and practical research in knowledge management and its subthemes (innovation, technology, information systems, among others) in scientific research and organizational practices.

Keywords: information users; use of scientific information; knowledge management; KM Brasil.

 

1 INTRODUÇÃO

A pesquisa científica tem o objetivo de proporcionar novas descobertas para a evolução da ciência e a construção de novos conhecimentos científicos na sociedade. Para isso, existe um processo de idealização de hipóteses por meio de experiências advindas do homem inserido na realidade em que habita. É o próprio fator humano, em seu contato com o mundo e com o universo, que constrói e valida suas experiências por meio de experimentos, vivências, observações e inserção em determinado recorte de tempo e de espaço, ou seja, por meio de pesquisas que apresentem a evolução das descobertas de qualquer área do conhecimento.

No âmbito dos processos de idealização, planejamento, execução e comunicação de qualquer trabalho científico, o papel do agente pesquisador é de procurar meios que viabilizem a construção do conhecimento científico. Nesse contexto, a busca e o uso da informação científica, dos conceitos e dos métodos adequados e dos objetos ou campos de pesquisa contribuem significativamente com esse processo.

Ao realizar pesquisas, independentemente de sua caracterização, o agente pesquisador é o que busca e usa a informação científica, juntamente com seus dados teóricos e empíricos que fazem parte do contexto e de sua área de conhecimento. Nesse sentido, consideramos o pesquisador um usuário da informação, dentre tantos tipos de usuários, devido às suas necessidades de informações acadêmico-científicas, de fontes de informação e de métodos inseridos em diversas bibliografias, entre outros. Cunha, Amaral e Dantas (2015) asseveram que as pessoas necessitam de informações de vários tipos. Uns precisam encontrar um documento específico com dados descritivos específicos ou documentos ou informação científica sobre um tema.

Trazendo essas concepções para este relato de pesquisa, apresentamos como foco principal os autores e os coautores que comunicaram seus trabalhos científicos em duas edições de um evento nacional sobre Gestão do Conhecimento (GC), intitulado KM[4] Brasil, realizado neste país nos anos de 2016 e 2018.

Considerando que os partícipes dos trabalhos científicos comunicados no KM Brasil nas últimas edições são usuários da informação, tornou-se importante apresentar as principais características desses pesquisadores, porquanto o evento conta com a participação de usuários que congregam uma comunidade de gestão do conhecimento em diferentes setores de atuação.

Visando encontrar respostas para o questionamento: como se caracterizam os autores e coautores da produção científica sobre gestão do conhecimento nos anais das duas últimas edições do KM Brasil?, realizamos uma pesquisa com o objetivo de caracterizar os autores e os coautores da produção científica nos anais do KM Brasil 2016 e 2018, a fim de traçar o perfil desses usuários de informações científicas e acadêmicas que vêm contribuindo para o desenvolvimento teórico e prático da gestão do conhecimento nas organizações públicas e empresariais como também no campo científico.

Além de a Gestão do Conhecimento ser um tema em evidência no campo da Ciência da Informação (Araújo, 2014), os motivos que nos levaram a fazer esta investigação se justificam porque não conhecemos um estudo semelhante realizado com os pesquisadores – autores e coautores ou usuários – do KM Brasil sobre suas características/perfil e porque partimos do pressuposto de que o evento apresenta objetivos para diversos segmentos, o que pode ocasionar diferentes tipos de usuários que produzem e comunicam suas pesquisas.  

 

2 USUÁRIO DA INFORMAÇÃO: CONTEXTO, ABORDAGENS E TIPOS

A informação, como um fenômeno que vem contribuindo para o desenvolvimento científico, tecnológico, social, cultural e político na sociedade, tornou-se necessária para que as pessoas tomem decisões, construam conhecimentos e evoluam como indivíduos inseridos em um contexto adequado.

Nessa perspectiva, Paiva e Ramalho (2017) apresentam a relação do usuário com a informação a partir de múltiplas formas de serem investigadas e justificam a difícil e complexa razão de se entenderem os usuários da informação. Para as autoras, dar sentido ou categorizar quem são e o que são os usuários é uma atividade difícil, porque entendem que isso envolve as mudanças relativas ao contexto e as diferentes características pessoais.

O usuário da informação é “[...] o indivíduo que necessita de informação para desenvolver suas atividades” (Sanz Casado, 1994, p. 19). É o sujeito que precisa de informações que contribuam para que ele alcance seus objetivos, seja para uma finalidade acadêmica ou de pesquisa, seja em uma unidade de informação, numa organização ou empresa e, até, em suas relações coletivas em determinada realidade.

Na visão de Cunha, Amaral e Dantas (2015), o usuário da informação é uma pessoa ou organização que necessita de informação especializada de um centro de serviço de informação existente ou em fase de planejamento. Para Tanus (2014), os usuários da informação são os que usam qualquer tipo de informação. Assim, independentemente de onde é produzida, organizada, gerenciada, sistematizada e disseminada a informação, o sujeito que a usa é considerado usuário.

Para Reddy, Krishnamurthy e Asundi (2018, tradução nossa), o usuário da informação é alguém que usa as coisas; os tipos de usuário são 'individual' ou 'alguém desconhecido', e seu comportamento, em geral, é desconhecido até que ele interaja com o sistema ou fontes de informação. A palavra 'uso', a depender do contexto em que é empregada, pode ser verbo ou substantivo. O verbo implica consumo, entrada em serviço ou busca de informações. Então, esse poderia ser o significado e a definição de 'uso'. Portanto, é um conceito inclusivo e mais pragmático. (Reddy; Krishnamurthy; Asundi, 2018)

Com o objetivo de entender como os livros, as informações científicas, a documentação, as bibliotecas, os arquivos e as fontes são usados quais as necessidades do usuário e como ele se comporta nas buscas por informações nas unidades e nos sistemas, pesquisadores começaram a fazer estudos de usuários visando melhorar a qualidade dos serviços prestados pelas organizações. (Cunha; Amaral; Dantas, 2015)

Os estudos de usuários são investigações que se fazem para saber o que os indivíduos precisam em termos de informação ou se as necessidades dos usuários de uma biblioteca ou de um centro de informação estão sendo satisfeitas de maneira adequada (Figueiredo, 1994). Numa perspectiva teórico-metodológica, Sanz Casado (1994) define os estudos de usuários como um conjunto de estudos que tratam de analisar, qualitativa e quantitativamente, os hábitos de informações de usuários sob as diversas abordagens.

Cunha, Amaral e Dantas (2015) referem que estudar os usuários foi se tornando uma tarefa cada vez mais necessária. Iniciou-se no exterior, desde o Século XIX, e no Brasil, no Século XX. Neste último, a maioria dos estudos foi realizada nos anos de 1940 e teve seu marco em eventos que puderam apresentar estudos orientados para as necessidades dos usuários, como a Conferência da Royal Society, em 1948, e a Conferência Internacional de Informação Científica, em 1958, na cidade de Washington.

            Em síntese, Figueiredo (1994) assevera que os primeiros indícios dos estudos de usuários foram em estudos que podiam medir/quantificar o uso da informação científica de grupos de usuários, frequências de uso nas ciências puras e, mais à frente, engenheiros. Na década de 1960, o objetivo foi o de atender aos interesses de tecnologistas e de educadores. Em 1970, apareceram os estudos dedicados às necessidades dos pesquisadores das ciências sociais e aos altos escalões da administração governamental.

            A literatura científica tem revelado uma evolução nos estudos e nas pesquisas sobre esse tema, o que pode ser considerado o interesse de pesquisadores de diversas áreas de conhecimento. Isso pode ser demonstrado, em nível mundial, nas revisões do Annual Review of Information Science and Technology (ARIST), que apresenta os principais estudos e perspectivas de pesquisas nessa área (Rabello, 2013).

A Ciência da Informação brasileira tem, entre suas subáreas e tendências de pesquisas, os estudos de usuários da informação (Araújo, 2014; 2018), que tendem a acompanhar as abordagens realizadas em outros países, como Estados Unidos e Inglaterra (Baptista; Cunha, 2007). Na realização dessas pesquisas, os estudos de usuários foram passando por transformações e classificados em abordagens que foram aparecendo ao longo do tempo.

A primeira é a abordagem tradicional, em que o usuário é visto como um sujeito passivo, um mero utilizador de sistemas, e em que o estudo de usuários é considerado como de uso da informação, focado em aspectos quantitativos e em que faltam modelos teóricos. Na Ciência da Informação, os pesquisadores ignoravam estudos de outras áreas do conhecimento relacionados aos estudos de usuários. Na abordagem alternativa, surgiram os estudos voltados para o usuário ou sujeito cognitivo/cognoscente, conhecidos como ‘Estudos de necessidades e uso da informação’ e/ou de ‘comportamento informacional’, em que a informação é subjetivada. As pesquisas utilizam modelos aplicáveis a partir de estudos qualiquantitativos.

A terceira e mais recente abordagem é a social, também chamada de sociocultural ou interacionista, cujos aspectos são voltados para práticas informacionais, e em que a informação não é centrada nos centros e nos serviços de informação nem no comportamento ou nas necessidades do usuário, mas na construção social. O usuário é visto como um sujeito informacional, e as pesquisas têm como foco o contexto social e sua totalidade, historicidade e intencionalidade, além de adotar métodos qualitativos. (Araújo, 2018; Cunha; Amaral; Dantas, 2015; Tanus, 2014)

Considerando os paradigmas da Ciência da Informação apresentados por Capurro (2003) - o físico, o cognitivo e o social - Tanus (2014) faz um enlace com os estudos de usuários, em que o paradigma físico corresponde à abordagem tradicional, o cognitivo, à abordagem alternativa, e o paradigma social, à abordagem social, sociocultural ou interacionista.

Em relação aos tipos de usuários e suas possibilidades, é importante ressaltar que este são considerados como sujeitos que podem estar em vários contextos. O usuário pode ser considerado um comunicador (que aproveita os recursos da informação pessoal ou organizacional em quase todos os contextos); um buscador de informações (que envolve o uso de sistemas formais de informação, como qualquer dispositivo, produto ou sistema de informação que esteja organizada, representada, armazenada e conservada); um receptor de serviços de informações (aqueles que prestam seus serviços com divulgação ou promoção para seus usuários) e o que usa a informação (que busca e recebe a informação, que tem acesso a ela e a utiliza para suas necessidades) (Wilson, 2000).

Para Guinchat e Menou (1994), existem seis grupos de usuários: os de estudantes, pesquisadores, pessoal de produção, planificadores/administradores/políticos, professores e cidadãos. Em relação à informação e ao tipo de necessidade de informação no contexto desta pesquisa, nosso foco foram os usuários estudantes, pesquisadores e administradores. Em seu contexto de relação com a informação, os estudantes focam o aprendizado, a partir das necessidades vulgarizadas. Já os pesquisadores exercem influência na criação de informações científicas de modo exaustivo (Guinchat; Menou, 1994).

Os pesquisadores e os estudantes buscam a informação em fontes disponíveis, como citações em periódicos, em livros, em relatórios, em bibliografias e em serviços de índices e resumos e usam-na em serviços mecanizados de recuperação; em serviços computadorizados (online) e nos canais informais (conversas, conferências, cartas), além de exame rápido de obras e leituras casuais e científicas (Figueiredo, 1994).

No que diz respeito aos usuários planificadores, administradores e/ou políticos, Guinchat e Menou (1994) referem-se aos usuários da informação em ambientes organizacionais e/ou governamentais, em que se insere o usuário decisor, por necessitarem de informação precisa e atual no processo de tomada de decisão. Conhecer os hábitos e as necessidades de informação dos usuários que atuam em ambientes empresariais ou organizacionais e governamentais tem sido cada vez mais importante devido à quantidade expressiva de decisões que precisam ser tomadas em suas rotinas. Isso causa impactos em seus recursos técnicos e financeiros (Sanz Casado, 1994).

O usuário decisor é o que é capaz de obter a informação exata e no momento adequado, com o intuito de tomar as melhores decisões, partindo do entendimento de que os gestores de uma organização consideram a informação como um recurso que deve ser gerenciado e valorizado. Assim, no processo de gestão da informação e do conhecimento, o decisor é um usuário da informação (Choo, 1998; Nassif, 2013).

Ao tecer considerações sobre as organizações do conhecimento - aquelas que têm competência para criar significados, tomar decisões e construir conhecimentos – Choo (2003) recomenda que se devem fazer estudos de usuários como prática e ferramenta contínua de gestão organizacional, por entender que seus colaboradores são usuários internos e decisores nas rotinas diárias.

Paiva, Silva e Lopes (2020), ao analisarem a pesquisa de Nassif (2013), constataram que a autora fez um levantamento de pesquisas sobre os estudos do comportamento de decisores, do ponto de vista  dos  estudos  cognitivos contemporâneos e das questões importantes que esses estudos apontam para serem discutidas a  respeito  dos  decisores  como  usuários  de  informação, reconhecendo questões  importantes  dos  decisores  em  situações  de  busca  e  de uso  de  informação para  a  tomada  de  decisão.

Para Nassif, Paula e Crivellari (2019), sob a perspectiva da Ciência da Informação, o decisor é aquele que atua no âmbito da organização, é o usuário da informação com a responsabilidade de emergir a gestão da organização, que está no centro da gestão da informação e da gestão do conhecimento, porquanto é centrado nas ações organizacionais como fruto do seu trabalho de obter vantagem competitiva com o uso da informação e do conhecimento organizacional. Um importante ponto a se levar em consideração é que as ações de gestão do conhecimento são aliadas ao processo de desenvolvimento singular e plural dos usuários, porque os auxiliam a adquirir e a socializar os conhecimentos, tanto na comunicação oral quanto na escrita. (Santos; et. al., 2019)

Partindo das concepções apresentadas, os estudos de uso e de usuários da informação são importantes para compreender as demandas da utilização de fontes de informação e, para conhecer perfis de usuários e suas necessidades informacionais nas unidades de informação, nas organizações, nos sistemas tecnológicos e nas suas relações com o contexto social.

 

3 GESTÃO DO CONHECIMENTO E O KM BRASIL

Com a evolução da sociedade e as demandas impostas por seus diversos setores, a informação e o conhecimento passaram a ser valorizados nos segmentos educacional, cultural, social, político, econômico e organizacional.

Transformações foram acontecendo na sociedade, e nas organizações, os modos de produzir sofreram mudanças significativas, desde a era da agricultura e da industrial até os tempos atuais. Nesse sentido, novas condutas organizacionais foram surgindo, dentre elas, a gestão do conhecimento, com a valorização do conhecimento no mercado e nas organizações. Essa é uma prática que acontece por meio das pessoas ou de usuários no âmbito organizacional. A efetividade dessa gestão acontece quando se transformam as informações em conhecimentos e vice-versa.

Em uma dimensão epistemológica, Nonaka e Tacheuchi (1997) apresentam os tipos de conhecimento que são potenciais para o gerenciamento e a criação do conhecimento organizacional. São eles: o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. O primeiro é inerente ao ser humano, difícil de comunicar e subjetivo, pois reside no interior da mente do sujeito. O segundo é formal e sistemático, possível de transmitir, de codificar, de organizar, de transferir, de usar e de reusar e pode ser compreendido como sinônimo de informação. Os conhecimentos tácito e explícito são a base para a espiral de criação do conhecimento organizacional que potencializa a transformação de um para outro, do intangível para o tangível, por meio das possíveis práticas e estratégias da gestão do conhecimento.

O processo de criação do conhecimento organizacional é definido por Takeuchi e Nonaka (2008, p. 57) como o que “[...] amplifica, organizacionalmente, o conhecimento criado pelos indivíduos e os cristaliza como parte de rede de conhecimento das organizações”. Para que essa criação ocorra, a organização deve criar e utilizar o conhecimento transformando-o de tácito para explícito. Essa transformação segundo os autores, acontece de quatro modos: por meio da socialização, da externalização, da combinação e da internalização.

A gestão do conhecimento é o processo por meio do qual se criam novos conhecimentos, disseminando-os em amplitude por meio da organização e incorporando-os rapidamente em novos produtos ou serviços, tecnologias e sistemas que perpetuam a mudança dentro da organização (Nonaka; Takeuchi, 1997). Entendemos que esse tipo de gestão é formado por um conjunto de estratégias que visam, essencialmente, aos fluxos informais (conhecimento gerado por meio de conversas, relações interpessoais) de uma organização, a fim de criar ideias e de solucionar problemas em suas rotinas. (Valentim, 2002)

Duarte (2003) refere que o gerenciamento do conhecimento tem sua eficácia desde a criação ao uso pleno do conhecimento, os quais são viabilizados pela cultura de aprendizado e pelo compartilhamento dentro das organizações. É importante ressaltar que, nas práticas, a gestão do conhecimento pauta-se exclusivamente nas pessoas, que devem estar motivadas por uma cultura de compartilhamento para criar conhecimentos no âmbito organizacional.

Nas organizações, a conduta de gerenciar o conhecimento das pessoas por meio de estratégias entre grupos ou equipes foi crescendo no campo empresarial e/ou nas organizações públicas e logo foram aparecendo as consequências e os objetivos alcançados. Isso acentuou ainda mais a busca pela vantagem competitiva entre as organizações na sociedade, com o fim de melhorar seus serviços para obter sucesso e inteligência organizacional. Nessa perspectiva, na cultura do compartilhamento de conhecimentos e de informações em ambientes organizacionais, por meio de práticas ou de estratégias com o auxílio ou não de tecnologias, a gestão do conhecimento tornou-se um tema relevante de estudos e pesquisas tanto para as organizações quanto para os centros universitários da atual sociedade.

No campo da Ciência da Informação, a gestão do conhecimento é um domínio estudado juntamente com a gestão da informação, que passaram a ser tendências de pesquisa desde os anos de 1990, com estudos voltados para a inteligência competitiva e a gestão estratégica da informação. Mais à frente, foi reconhecida como uma subárea. (Pinheiro, 1997; Araújo, 2014; 2018)

Pesquisas nessa subárea foram crescendo exponencialmente por meio de trabalhos científicos comunicados nos principais periódicos de Ciência da Informação e na demanda de apresentações orais em um dos Grupos de Trabalhos (GTs) da Associação Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ANCIB) e no Encontro Nacional de Pesquisa e Ciência da Informação (ENANCIB), antes denominado de Gestão de Unidades de Informação, hoje se consolidou como Gestão da Informação e do Conhecimento (GT - 4).

O domínio da Gestão do Conhecimento vem crescendo de maneira a se considerar que, além de ser tema de pesquisa da Ciência da Informação, é uma tendência em outras áreas, como as Engenharias, a Administração, a Computação, a Psicologia e as Tecnologias, além de ser discutido por empresários e empreendedores. Alvares, et al. (2020) aprofundam, em pesquisa, as interfaces disciplinares da gestão do conhecimento por meio das contribuições das ciências cognitivas, da estatística, da administração e da economia e da segurança da informação por meio dos quatros paradigmas de Sagsan (2009), a saber: humanista, sociotécnico, organizacional e tecnológico.

Isso contribuiu para que grupos de interesse fossem se preocupando com essa evolução no país, o que resultou na criação da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC), que foi fundada no início do Século XX, no ano de 2001. É uma organização não governamental sem fins lucrativos, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e representa um dos nodos brasileiros da comunidade mundial de gestão do conhecimento e inovação.

Essa sociedade, formada de empresários, pesquisadores e parceiros, é responsável por criar e manter o Congresso Brasileiro de Gestão do Conhecimento (KM Brasil) que acontece a cada dois anos. Esse evento é de suma importância para a área de Gestão do Conhecimento enquanto disciplina científica e, também, por promover a troca de experiências entre gestores e pesquisadores sobre temáticas relacionadas a essa gestão com vistas ao avanço da área no Brasil.

O KM Brasil é considerado o maior evento da América Latina sobre o tema, em que os participantes têm acesso aos melhores casos de GC, a trabalhos científicos e a painéis de discussão. Congrega toda a comunidade de gestão do conhecimento: profissionais, consultores, pesquisadores e professores dos setores privados, o governo e o terceiro setor. Esse evento já tem em sua história 13 edições, que ocorreram nos anos de 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2014, 2016 e 2018, em que foram abordados temas principais sobre a gestão do conhecimento na política industrial e na relação universidade-empresa, barreiras e facilidades de suas aplicações, sustentabilidade, inovação, cultura organizacional, redes sociais, inteligência, entre outros.

Conforme o site[5] do KM Brasil (edição 2018), a comissão organizadora, em detrimento dos princípios da SBGC, acredita no avanço da área a partir da parceria entre os gestores de empresas e as universidades para produzir conhecimentos relevantes tanto para a ciência quanto para a prática de gestão do conhecimento nas organizações.

 

4 PERCURSO METODOLÓGICO

A trajetória metodológica adotada neste estudo foi uma pesquisa exploratória e descritiva, com o fim de caracterizar o perfil dos autores e dos coautores das pesquisas sobre gestão do conhecimento no KM Brasil em determinado recorte de tempo. As pesquisas exploratórias apresentam uma visão geral acerca de determinado fato e do tipo aproximativo (GIL, 2002), e as pesquisas descritivas têm o objetivo de descrever características de determinada população, de grupos e de fenômenos e de estabelecer relações entre variáveis.

Com a propositura de traçar o perfil desses usuários de informações científicas e acadêmicas que vêm contribuindo para o desenvolvimento teórico e prático da gestão do conhecimento nas organizações públicas e empresariais e no campo científico, este estudo empregou o método indireto de investigação e está no contexto da abordagem tradicional (Pinheiro, 1994; Cunha, Amaral, Dantas, 2015), ao focar nas características dos pesquisadores e na utilização de informações e de fontes. Portanto, adotamos uma abordagem quanti-qualitativa (quanto à formulação do problema, bem como pela natureza de como o material foi obtido), por compreender que é complementar e organiza os resultados da pesquisa de modo satisfatório.

Para atingir o objetivo da pesquisa apresentada neste relato, foi necessário realizar uma pesquisa documental na Web que, nesse contexto, foram as comunicações orais dos trabalhos científicos do Congresso Brasileiro de Gestão do Conhecimento (KM BRASIL), com o intuito de explorar e descrever as principais características que traçam o perfil dos autores e dos coautores dessas produções.  A pesquisa documental toma como fonte de coleta dos dados apenas os documentos que se denominam de fontes primárias, produzidas no momento em que o fenômeno ou fato ocorre ou depois. (Marconi; Lakatos, 2017)

Para coletar os dados inseridos nos documentos de interesse, recorremos aos anais eletrônicos das duas últimas edições do evento, ocorridas nos anos de 2016 e 2018. Foram recuperados (entre os meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020) 43 artigos científicos - 20 na 12a edição (http://www.kmbrasil.org/kmbr16-anais.html) e 23 na 13a e última edição (http://www.kmbrasil.org/2018.html). Vale salientar que não levamos em consideração os trabalhos da modalidade pôster, pois essa modalidade só foi realizada na edição de 2016. Tais edições foram selecionadas por entendermos que foram as últimas que ocorreram no período de 2016 a janeiro de 2020. Assim, procedeu-se à sua leitura, para extrair as informações pertinentes à análise.

Depois de identificar e de analisar os autores e os coautores dos artigos que formaram o corpus da pesquisa, recorremos à Plataforma do Currículo Lattes (http://lattes.cnpq.br) ou ao Escavador para buscar informações mais precisas a respeito de algumas características traçadas e apresentadas nos resultados deste relato. Salientamos, inclusive, que são plataformas de acesso aberto que disponibilizam dados públicos de pesquisadores acadêmico-científicos.

A leitura, a identificação de autores e de coautores e as informações extraídas dos documentos recuperados foram muito importantes para elaborar as seguintes categorias de análise: a) O gênero dos autores e dos coautores; b) Apresentação dos autores e dos coautores mais produtivos; c) Identificação do vínculo institucional e da origem geográfica dos pesquisadores; d) Tipologia dos autores e dos coautores; e e) Identificação das fontes de informações utilizadas pelos autores e coautores.

Para analisar os dados, optamos pela análise de conteúdo proposta por Bardin (2011), seguindo as três fases propostas pela autora. Na fase de pré-análise, buscamos recuperar, selecionar e estudar o tema na literatura; na fase de exploração do material, construímos as categorias para a análise, e na fase de tratamento dos resultados, inferência e interpretação, chegamos às conclusões deste estudo.

A análise de conteúdo visa obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores quantitativos e qualitativos que possibilitam inferir conhecimentos relativos às condições de produção dessas mensagens (Bardin, 2011). Com base nessa orientação metodológica, seguimos este relato de pesquisa com a análise e discussão dos resultados.

 

 

 

 

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

            Nesta seção, apresentamos os dados extraídos da produção dos trabalhos comunicados nas edições do evento KM Brasil, nos anos de 2016 e 2018, que serão expostos a partir de categorias criadas depois da coleta dos dados (post facto) no contexto do gênero, da produtividade, da origem institucional e geográfica, das tipologias dos autores e dos coautores e das fontes utilizadas na busca de informações necessárias para suas produções.

É importante salientar que os dados que foram levados em consideração referentes ao vínculo institucional e geográfico e a tipologia desses pesquisadores são os que foram divulgados na época da publicação dos anais do Congresso.

5.1 GÊNERO DOS AUTORES E DOS COAUTORES

Depois de ler as comunicações orais das edições do evento em análise, encontramos 116 pesquisadores - 42 autores e 74 coautores. O Gráfico 1 os representa e os caracteriza quanto aos gêneros masculino e feminino. Apesar de reconhecer que existe uma pluralidade dessa identidade, levamos em considerações as categorias “feminino” e “masculino”.

 

Gráfico 1 – Gênero dos autores e dos coautores

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

A presença de mulheres na Ciência e seu protagonismo têm crescido consideravelmente como usuárias de informação acadêmico-científica (pesquisadoras) ao longo das últimas décadas. Em um cenário mais específico, no KM Brasil, não é diferente, já que pouco mais da metade de autoras e coautoras – 59 (51%) – predominam nos trabalhos analisados.

Quanto à participação de autores e coautores do gênero masculino, recuperamos 57 pesquisadores (49%) sobre gestão do conhecimento e seus múltiplos temas abordados nas edições do KM Brasil. A denominação do gênero apresentada nos possibilita conhecer, inicialmente, o mapa representativo da inclusão de usuários pesquisadores no contexto acadêmico e no profissional, independentemente da condição e da posição das mulheres e dos homens no cenário científico e, consequentemente, no ambiente especial de pesquisa sobre gestão do conhecimento (KM BRASIL, 2018).

 

5.2 AUTORES E COAUTORES MAIS PRODUTIVOS

Nesta subseção, apresentamos a produtividade dos autores e dos coautores na 12ª e na 13ª edições do Congresso Brasileiro em Gestão do Conhecimento (KM Brasil). Representamos pelos nomes acadêmicos, no Quadro 1, os pesquisadores com mais de um trabalho científico comunicado, como autor ou coautor.

 

Quadro 1 – Índice de produtividade

Autores e coautores

Trabalhos produzidos

DANDOLINI, G. A.

7

SOUZA, J. A.

3

ZIVIANI, F.

3

BAIOCO, G. B.

2

BRAQUEHAIS, A.

2

CRIBB, A. Y.

2

CUNHA, C. J. C. A.

2

FREIRE, P. S.

2

GALINDO, J. F.

2

KRAUSE, M. G.

2

MACEDO, V.

2

NEVES, J. T. R.

2

RIBEIRO, J. S. A. N.

2

STEIL, A. V.

2

WILBERT, J. K. W.

2

ZAMBON, A. C.

2

Demais autores

77

TOTAL

116

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

 

Foram identificados 16 pesquisadores acadêmicos ou profissionais: uma com sete (7) publicações; dois, com três; e 13, com duas nas edições 2016 e 2018 do Congresso. Os autores responsáveis pelos três primeiros maiores índices de produtividade são, respectivamente: Gertudres Aparecida Dandolini, João Artur de Souza e Fabrício Ziviani. Esse grupo de usuários tende a contribuir com a criação da informação científica exaustivamente (Guinchat; Menou, 1994) e ratifica a importância da comunicação e da informação no exercício de seu papel fundamental, porque, além de possibilitar a cooperação e a integração entre os pesquisadores, colaboram com a certificação das pesquisas, com a confirmação das competências e a firmação da credibilidade e a aceitação do/a pesquisador/a na comunidade científica (Oliveira; Noronha, 2005).

Gertudres Aparecida Dandolini, que é Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (USFC), apresentou o maior número, em coautoria, de contribuições com trabalhos que abarcam a gestão do conhecimento no KM Brasil. Suas pesquisas se direcionam a temas como Fron End da Inovação, Inteligência para inovação, Gestão da Inovação, Inovação Social e Universidade Corporativa. Nas produções apresentadas nas últimas edições do KM Brasil, a pesquisadora mostrou sete trabalhos que envolvem estudos sobre comunidades de práticas virtuais e inovação, cultura organizacional e gestão do conhecimento, modelos de maturidade de gestão do conhecimento, promoção e comunicação da gestão do conhecimento e abordagens sobre liderança.

O pesquisador João Artur de Souza é Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Seu foco é em estudos voltados para a Gestão da Tecnologia da Informação, Educação a Distância, Inovação, Gestão da Inovação e Inteligência para Inovação. Apresentou, como coautor, três pesquisas científicas nas edições do KM Brasil em análise, com trabalhos sobre o contexto da gestão do conhecimento, inclusive, em parceria com Gertudres Aparecida Dandolini em algumas das comunicações.

Atualmente, o pesquisador Fabrício Ziviani é Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento da Universidade da Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC). Ele sistematiza os seguintes temas: gestão do conhecimento e da informação; redes de colaboração e aprendizagem; transferência de tecnologia e conhecimento; estrutura organizacional, entre outros. Nas produções apresentadas nas últimas edições do KM Brasil, ele comunicou, cientificamente, trabalhos com temas como gestão do conhecimento holística, compartilhamento do conhecimento, desenvolvimento de competências e desempenho e resultados organizacionais. Em todas as pesquisas, é coautor dos três estudos presentes nos anais.

Os 13 autores e/ou coautores com dois estudos científicos são alunos (Mestrado e Doutorado) e professores de pós-graduação no contexto da gestão do conhecimento, inovação e tecnologia. Os outros 77 são autores e coautores que só produziram um trabalho nas edições do evento. De acordo com Meadows (1999), a colaboração com pesquisas amplia a sua visibilidade, porquanto elas tendem a ser de melhor qualidade e envolvem cientistas produtivos e de renome, o que estimula o amadurecimento mais sólido das ideias.

5.3 VÍNCULO INSTITUCIONAL E ORIGEM GEOGRÁFICA DOS PESQUISADORES

Considerando que os pesquisadores que participam do KM Brasil têm um vínculo institucional no momento em que executam e comunicam seus trabalhos, apresentamos, no Quadro 2, as instituições às quais eles estavam vinculados quando os dados foram coletados.

Quadro 2 – Quantidade (Q) de autores e coautores vinculados a diferentes instituições

Instituições

Q

Instituições

Q

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

29

Fundação Getúlio Vargas (FGV)

2

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

8

Universidade de São Paulo (USP)

1

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

6

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

1

Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC)

6

Instituto Federal do Paraná (IFPR)

1

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

5

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

1

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

5

Universidade Estadual de Maringá

1

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

4

Faculdade de Americana

1

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

4

Centro Universitário UniDomBosco

1

Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

4

Universidade Santa Úrsula

1

Centro Universitário Cesumar – (UNICESUMAR)

4

Faculdade UNA

1

Pontifícia Universidade Católica de Brasília

3

Instituto Atlântico

1

Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

3

ANAC

1

Universidade Nove de Julho

3

Volvo do Brasil

1

Faculdade Pedro Leopoldo (FPL)

3

ANVISA

1

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

2

Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento (SBGC)

1

Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)

2

Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (FEESC)

1

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)

2

Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC)

1

Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP)

2

 

 

Legenda: Q = Quantidade

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

 

As instituições representativas de mais incidência nas edições do evento foram as universidades brasileiras, que têm atividades de ensino, pesquisa e extensão. Entre elas, destacam-se as universidades UFSC, UNICAMP, UFRJ, FUMEC, UFPR, PUC-SP, porque têm, pelo menos, cinco pesquisadores como autores e coautores nos trabalhos científicos do KM Brasil. As Regiões Sul e Sudeste são as que se sobressaem e participam bem mais desse ranking.

A Região Nordeste do Brasil é representada pela UFAL e pela UFPB, e a Região Centro-oeste, por instituições como Universidade Nove de Julho e PUC - Brasília, e por empresas como a Volvo Brasil, a ANAC e a ANVISA. Não foi registrada a presença de pesquisadores da Região Norte.

 

5.4 TIPOLOGIA DOS AUTORES E DOS COAUTORES

Com o intuito de conhecer a atuação dos autores e dos coautores, apresentamos, na Tabela 1, a tipologia dos pesquisadores que foram classificados em estudantes de pós-graduação, professor universitário, profissionais (gestores, diretores executivos), especialistas e estudante de pós-doutorado.

Tabela 1 – Tipologia dos autores e dos coautores

AUTORES E COAUTORES

N

%

Estudante de pós-graduação

51

43,96

Professor universitário

48

41,39

Profissionais

9

7,78

Especialistas

7

6,0

Estudante de pós-doutorado

1

0,87

    TOTAL

116

100%

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

A tipologia ‘Estudante de pós-graduação’ é formada por estudantes de Cursos de Mestrado e Doutorado em área de gestão do conhecimento, inovação e tecnologia das produções. É a que tem o maior número de autores e coautores, mais precisamente, 51 (43,96%). São vinculados a universidades brasileiras, a maioria delas vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da USFC.

Com 48 (41,39%), o grupo de usuários ‘Professor universitário’ é a segunda maior população de autores e coautores que planejaram, pesquisaram, usaram informações científicas e comunicaram nas duas edições estudadas do KM Brasil. Todos são doutores(as) e pertencem a universidades de destaque em pesquisas no país, como a UFSC, a UNICAMP, a FUMEC, a UFRJ, a UFPR, a PUC - SP, entre outras. São professores e pesquisadores em gestão do conhecimento e subtemas como tecnologia, inovação e sistemas de informação.

Corroborando a proposta do congresso de criar um espaço que envolva diálogo, trocas de experiências e vivências entre os profissionais e as universidades, apesar de ser um número inferior aos demais pesquisadores vinculados a centros acadêmicos, as tipologias ‘Profissionais’ (7,78%) e ‘Especialistas’ (6%) têm presença marcada entre autorias e coautorias das produções analisadas.

Os pesquisadores fazem parte do grupo de usuários que se estabelecem nesses espaços de trocas de conhecimentos e comunicação da ciência, com o intuito de auxiliar a buscar e a encontrar a informação em determinado e/ou novo campo científico (Droescher; Silva, 2014). Nesse contexto, a participação desses usuários acadêmicos ou pesquisadores é sobremaneira importante porque possibilita a troca de informações e a abordagem das principais tendências de suas áreas.

Os profissionais são caracterizados como gestores, diretores executivos e tecnólogo em sistemas que ocupam espaços em grandes empresas no Brasil, como a ANVISA, a ANAC, o Instituto Atlântico e outras. Esses usuários decisores que atuam em diversos seguimentos do mercado do conhecimento e da inovação no país, apresentam características de criadores de significados, que tomam decisão e constroem conhecimentos. (Choo, 2003)

Foi notória, também, a presença de uma ‘Estudante de pós-doutorado’ vinculada à USFC, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento. A presença dessa pesquisadora e dos demais professores universitários, de mestrandos e de doutorandos nos trabalhos analisados contribui para o mapeamento de autores e coautores que constroem suas pesquisas usando fontes científicas e alcançam um perfil de usuários acadêmicos em um dos maiores eventos sobre gestão do conhecimento no Brasil.

 

5.5 AS FONTES DE INFORMAÇÃO UTILIZADAS PELOS AUTORES E COAUTORES

As fontes de informação são de grande importância quando é preciso tomar decisões em quaisquer que sejam os objetivos do usuário. No contexto da construção das pesquisas submetidas e apresentadas no KM Brasil (2016 e 2018), os usuários (autores e coautores) usufruíram de fontes que possibilitaram construir esse conhecimento científico.

Encontramos 616 referências na 12ª edição e 850 em 2018, na 13a edição, portanto, 1.466 citações extraídas de fontes informacionais, como mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Fontes de informação mais utilizadas

FONTES

N

%

Artigos de periódicos

772

52,66

Livros e capítulos de livros (impressos ou digitais)

466

31,78

Sítios eletrônicos

85

5,80

Anais (eletrônicos e impressos)

74

5,06

Dissertações, teses e documentos em repositórios

69

4,70

TOTAL

1.466

100%

Fonte: Dados da pesquisa (2020).

Para realizar suas pesquisas, os autores e coautores (usuários da informação acadêmico-científica) recorreram, predominantemente, a artigos de periódicos (52,66%) para construir a parte teórica e validar seus resultados. As produções revelaram a utilização de livros ou capítulos de livros (impresso ou digital) (31,78%) como fonte para os usuários desse tipo de informação.

Percebemos que parte dos periódicos e dos livros corresponde à área de Ciência da Informação, em artigos e capítulos no contexto da gestão da informação e do conhecimento, o que ratifica a importância dessa área para fortalecer as pesquisas dos cientistas sobre o tema de interesse (usuários acadêmicos) e para as práticas organizacionais.

Foram encontrados endereços de sítios eletrônicos (5,80%) ou sites que serviram como fonte de contribuição para as pesquisas, a maior parte referente a legislações, links de sites, documentários, entre outros. Já os anais (eletrônicos e impressos) correspondem a um quantitativo (5,06%) aproximado dos sítios eletrônicos e somam um indicativo significante de eventos com trabalhos científicos que tendem a contribuir com gestores, estudantes e pesquisadores em gestão do conhecimento. Além de artigos de periódicos, livros, sítios e anais, as teses e as dissertações (4,70%) sobre o tema foco do evento KM Brasil serviram de fonte de informação para a construção das pesquisas apresentadas. Isso pode ser comprovado nos anais das edições em análise.

As fontes registradas e utilizadas nas comunicações do KM Brasil nos possibilitaram compreender que seus autores e coautores podem ser designados como usuários de informações científicas, ou seja, são usuários de documentos empregados para fins acadêmicos e de pesquisa (Figueiredo, 1994).

 

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados das análises dos trabalhos científicos comunicados em um dos maiores eventos de Gestão do Conhecimento, no Brasil, apontam que os conhecimentos foram registrados em 43 produções - 20 comunicações orais, na 12a edição, e 23 apresentados no último evento, o que corresponde a um crescimento a cada ano de sua realização.

No que diz respeito ao gênero dos autores e dos coautores, apesar de os resultados terem demonstrado dois do sexo masculino entre os mais produtivos, a maioria é composta de mulheres, com destaque para a coautora que mais publicou no KM Brasil. No tocante à produtividade, pelo menos 16 pesquisadores têm mais de um trabalho científico comunicado nas duas edições. Quanto ao vínculo institucional, constatamos uma participação maior de professores e estudantes da UFSC, da UNICAMP, da UFRJ, da FUMEC, da UFPR e da PUC-SP, além de instituições empresariais como ANVISA, ANAC, Volvo Brasil, entre outros, colocando as Regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste como mais representadas nesse cenário.

No que se refere aos tipos de autores e coautores encontrados nos anais, estudantes de pós-graduação, professores universitários, profissionais, especialistas e estudante de pós-doutorado caracterizam o perfil acadêmico-profissional que contribui para o desenvolvimento da gestão do conhecimento por meio do KM Brasil e ratificam o pressuposto de que tanto usuários decisores quanto acadêmicos participaram dessas duas edições do evento.

Ao extrair os dados sobre as fontes científicas mais utilizadas por esses usuários, concluímos que utilizam mais artigos de periódicos e capítulos de livros para embasar suas pesquisas, além de sítios eletrônicos, anais de eventos, teses e dissertações.

Constatamos, portanto, a predominância da comunidade acadêmica e universitária (grupo de usuários classificados como estudantes e pesquisadores) no KM Brasil, em todas as categorias analisadas, e concluímos que esse grupo se sustenta com pesquisas teóricas e práticas em gestão do conhecimento e seus subtemas (inovação, tecnologia, sistemas de informação, entre outros) nas pesquisas científicas e nas práticas organizacionais.

Ressaltamos, contudo, que esta pesquisa possibilitou admitir que usuários da informação são aqueles que, independentemente do contexto em que se enquadram, necessitam de conteúdos informacionais, buscam-nos, utilizam-nos e os compartilham.

Na ciência ou na construção da escrita científica, são os pesquisadores que precisam de informações, buscam-nas e criam-nas para compartilhar entre seus pares. No contexto organizacional, destaca-se o usuário decisor, que se apropria de informações no momento adequado, objetivando tomar decisões acertadas.

Sugerimos que sejam realizados outros tipos de pesquisa no contexto dos usuários de informação científica e organizacional, para compreender a visão dos próprios pesquisadores e dos gestores.

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[1] Professor do nível Adjunto do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutor e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da UFPB. Bacharel em Arquivologia pela UFPB.

[2] Professora no nível Associado Aposentada do Departamento de Ciência da Informação com atuação no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutora em Línguística, Mestra em Ciência da Informação e Graduada em Biblioteconomia pela UFPB.

[3] Professora do nível titular Aposentada da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Pós-doutora em Ciência da Informação na UNESP - Marília. Doutora em Administração e Mestrado em Biblioteconomia pela UFPB. Graduada em Biblioteconomia pela UFPB.

[4] KM (Knowledge management) significa Gestão do Conhecimento (GC) em português (brasileiro).

[5] Disponível em: http://www.kmbrasil.org/km-brasil-2018.html