INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E OS SEUS IMPACTOS NA TRANSFORMAÇÃO DO GOVERNO DIGITAL

 

Hermes Oliveira Gomes [1]

Universidade Federal de Sergipe

Hermesk25@hotmail.com

 

Maria Emília Camargo [2]

Universidade Federal de Sergipe

mariaemiliappga@gmail.com

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Resumo

Muitas organizações públicas e privadas estão cada vez mais sendo desafiadas a implementar soluções tecnológicas em suas rotinas operacionais, muitas recentemente pela influência de fatores externos como foi a caso da covid-19, outras a fim de modernizar seus processos e serviços internos com soluções mais eficientes para o usuário. Neste sentido, em muitos países, governos têm implementado processos de transformações tecnológicas e digitais a fim de modernizar e dinamizar a prestação de serviços para com os cidadãos, buscando redução de custo e melhoria na eficiência dos serviços. Essa pesquisa visa identificar as ferramentas de transformação digital e seus impactos nas iniciativas de políticas públicas do governo digital. Para isso, usa-se uma técnica de mapeamento sistemático de revisão de literatura. Como resultado, constata-se que as pesquisas sobre governo digital vêm crescendo ao longo do tempo, sendo mais recorrente a publicação de artigo em revistas especializadas, como é o caso da Government Information Quarterly, IEEE Access, Digital Government: Research and Practice, entre outros.  Entre as principais tecnologias usadas, destaca o Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, assim por diante. Já relacionado às pessoas, o trabalho identificou que a falta de conhecimento das pessoas e a falta de recursos são uns dos principais entraves na implementação das políticas públicas do governo digital.

Palavras-chave: mapeamento sistemático; governo digital; inovação digital; transformação digital.

TECHNOLOGICAL INNOVATIONS AND THEIR IMPACTS ON THE TRANSFORMATION OF DIGITAL GOVERNMENT

Abstract

Many public and private organizations are increasingly being challenged to implement technological solutions in their operational routines, many recently due to the influence of external factors such as Covid-19, others in order to modernize their internal processes and services with more efficient solutions. for the user. In this sense, in many countries, governments have implemented technological and digital transformation processes in order to modernize and streamline the provision of services to citizens, seeking to reduce costs and improve the efficiency of services. This research aims to identify digital transformation tools and their impacts on digital government public policy initiatives. To do this, a systematic literature review mapping technique is used. As a result, it appears that research on digital government has been growing over time, with the publication of articles in specialized journals being more recurrent, such as Government Information Quarterly, IEEE Access, Digital Government: Research and Practice, among others. Among the main technologies used, Big Data, Artificial Intelligence, Internet of Things, etc. stand out. Regarding people, the work identified that people's lack of knowledge and lack of resources are one of the main obstacles in the implementation of digital government public policies.

Keywords: systematic mapping; digital government; digital innovation; digital transformation.

1 INTRODUÇÃO

Transformação digital na administração pública passou a ser um tema recorrente no cenário das políticas públicas, bem como no arcabouço legal e científico em muitos países, sustentando-se suas ações em sua maioria, através de ferramentas Tecnológicas de Informação e Comunicação (TICs) (Dobrolyubova, 2021; Xiao; Han; Zhang, 2022).

Ao mesmo passo, pesquisas têm investigado fatores internos impulsionadores ou de impacto desta transformação digital na construção de políticas pública de governos locais e cidades inteligentes (Xiao, Han; Zhang, 2022; Moser-Plautz, Schmidhuber, 2023).

Entre os fatores externos importantes para essas mudanças na oferta de serviços pelos entes públicos, ocorreu a pandemia da COVID- 19, evento esse que exigiu a busca por soluções tecnológicas que permitissem a continuidade dos serviços aos cidadãos em meio a necessidade do isolamento provocado pela quarentena (Barrutia; Echebarria, 2021; Safonov et al, 2022; Xiao; Han; Zhang, 2022; Moser-Plautz; Schmidhuber, 2023).

Importante ressaltar que tais iniciativas também têm sido impulsionadas por organismos internacionais como Organização das Nações Unidas (ONU), instituição essa que avalia a qualidade, desempenho e inovação dos serviços públicos em diversos países. Neste tema específico, a sua atuação paira sobre a avaliação através do índice de desenvolvimento do governo eletrônico e/ou digital (ONU, 2023).

Estudiosos têm apontado que o processo de implantação da transformação digital de um país tem forte relação com os seus índices de desenvolvimento econômico e social, assim, quanto mais se investe em inovação, tecnologias e serviços públicos digitais, mais desenvolvido o país pode se tornar (Safonov et al., 2022).

Diante desse cenário, esse artigo tem como objetivo apresentar um panorama sobre a relação entre Governo Digital e a Transformação Digital. Para tanto, algumas Questões de Pesquisa (QP) se fazem necessárias: QP1- Quais as tecnologias da transformação digital estão sendo apropriadas através das políticas públicas de Governo Digital? QP2- Como as tecnologias têm impactado as pessoas com a implantação das políticas do Governo Digital? (Manana; Mawela, 2022).

A relevância deste estudo consiste na possibilidade de entender quais tecnologias estão sendo usadas na implementação destas transformações tecnológicas, bem como entender como os usuários destes serviços tem concebido estes novos serviços digitais.

Importante ressaltar que qualquer que seja o contexto de implantação tecnológica das políticas públicas de governo digital, faz-se necessário a inserção de indicadores de avaliação da qualidade, permitindo que os serviços públicos sejam acessíveis a todos os usuários e as partes interessadas (Dobroliubov, 2021).

Destaca-se que além da ampliação da acessibilidade dos serviços, pesquisas têm apontado a possibilidade de redução de custos e orçamento, assim como da possibilidade de maior especialização dos servidores públicos na qualidade e atendimento de usuários em casos de extrema necessidade (Safonov et al., 2022).

Em contraponto, destaca-se que tais iniciativas de transformação digital podem ser desastrosas, isso devido a uma falta de planejamento estratégico de política pública nacional, implicando em um não direcionamento entre as diferentes esferas administrativas da iniciativa pública (Scupola; Margel, 2022).

Por fim, o artigo está estruturado com uma revisão de literatura, seguida dos procedimentos metodológicos, discussão dos resultados e elementos conclusivos a respeito do impacto da transformação digital nas políticas públicas do governo digital.

 

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta revisão, conceituamos Transformação Digital na perspectiva do setor públicos, analisando o que se entende de Governo Digital e seus termos sinônimos na literatura, correlacionando estas duas variáveis ao objeto de estudo.

 

2.1 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

O conceito de transformação digital tem ganhado atenção significativa na literatura, embora tal definição varie muito, uma maioria correlaciona ao uso de TIC, outros a modelo de gestão, processos administrativos e organizacionais (Dobrolyubova, 2021; Moser-Plautz; Schmidthuber, 2023).

Mergel et al. (2019) definem a transformação digital como uma nova forma de lidar com os stakeholders, seja na iniciativa pública e/ou privada, criando formas de relacionamento e infraestrutura na prestação de serviços. Já Safonov et al. (2022) apresentam a transformação digital como sendo o uso operacional de tecnologias digitais para garantir a excelência na prestação dos serviços

Tais pesquisas ressaltam a importância da digitalização dos serviços públicos para otimizar e qualificar a prestação dos serviços aos cidadãos, aumentando a eficiência, reduzindo os custos e impactos ambientais (Dobroliubov, 2021).

Neste sentido, baseado no relatório do índice de governo digital da OECD (2019) e relatórios de índice de maturidade do GovTech do BANK WORLD (2022), apresenta-se a Figura 1, como processo evolutivo da transformação tecnológica do setor públicos.

Figura 1 - Transformação tecnológica no setor públicos

Fonte: Elaboração própria, baseada nos Relatórios da OCDE (2019) e do Banco Mundial (2022) *tradução em português.

Assim, na Figura 4, observa-se que a Transformação Digital no setor públicos é formada por um processo de maturidade tecnológica em relação a relação governo-usuário, passando de um modelo centrado nos processos internos para um modelo sistêmico orientado para os cidadãos e resultados, configurando-se em plataformas unificadas.

 

2.2 GOVERNO DIGITAL / ELETRÔNICO/ INTELIGENTE

Ações do governo digital e/ou eletrônico são práticas comuns dos governos intitulados como inteligentes, ao entregar digitalmente serviços públicos através de canais de interfaces em sites e aplicativos mobile (Scholl, 2020; Sucupira Furtado et al., 2023).

Para Nasir et al (2019), governo digital ou serviços governamentais digitais consistem em serviços online com a utilização de internet, usando ferramentas de aplicativo móvel, big data, dados abertos, mídia sociais e digitais, e serviços de computação em nuvem. 

Na diferenciação das nomenclaturas, pode-se entender o governo digital como uma evolução do governo eletrônico. Dado que o governo eletrônico faz como principal ferramenta o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para alcance da eficiência operacional, ao passo que o governo digital usa das mudanças de paradigmas na prestação de serviços, transformando serviços físicos em digitais, além da transformação dos procedimentos em “digital by disign” (Gardenghi et al., 2020; OCDE, 2023).

Governo inteligente contém características semelhantes ao termo governo digital e eletrônico, todavia, o governo digital pode ser visto como um processo evolutivo de múltiplos estágios (Thamjaroenporn; Achalakul, 2020). Além disso, os mesmos autores definem que com a utilização sistemática de tecnologias de big data, um governo pode passar por transformação digital e se transformar em um governo inteligente.

 

2.3 TRANSFORMAÇÃO DO GOVERNO DIGITAL

Na perspectiva da união da transformação tecnológica e políticas públicas governamentais, estudiosos do setor públicos introduziram o conceito de Transformação do Governo Digital (TGD), termo este mais específico dentro das pesquisas em órgãos públicos.

Tangi et al. (2021, p. 2), definem TGD como sendo:

[...] mudanças organizacionais de segunda ordem possibilitadas por tecnologias digitais transformando a forma como as organizações são estruturadas e organizadas, resultando em um novo estado do ponto de vista de processos, cultura, papéis, relacionamentos e possivelmente todos os aspectos da organização.

 

Os autores, Moser-Plautz e Schmidthuber (2023), explicam que pela perspectiva organizacional, a transformação compreende a redefinição de processos, infraestruturas e serviços. Além disso, esses processos diferenciam do governo eletrônico, uma vez que a transformação do governo digital é mais ampla, pois envolve mudanças no sistema técnico, social, cultural e organizacional.

 

 

 

2.4 IMPACTOS DA TRANSFORMAÇÃO TECNOLÓGICA NOS USUÁRIOS

Quando se trata de iniciativa pública, percebe-se que a transformação tecnológica tem o objetivo de aumentar a eficiência na prestação dos serviços. No entanto percebe-se que é preciso entender quem é o usuário do serviço e as relações de troca de informações em plataformas digitais.  

A autora Cingolani (2021), caracteriza os usuários e as relações na prestação do serviço públicos do governo digital, definindo os seguintes tipos: a) Cidadão para Governo (C2G); b) Governo para Cidadão (G2C) e, c) Cidadão para Cidadão (C2C). Já Dobrolyubova (2021), amplia a caracterização informando que existem as conexões de Governo para Governo (G2G); Governo para Empresas (G2E), e Empresas para Governo (E2G).

Isso permite entender que as políticas públicas do governo digital não apenas beneficiam o cidadão contribuinte, mas também organizações empresariais e de terceiro setor, além dos próprios órgãos públicos em suas relações interinstitucionais (Oumkaltoum et al., 2021).

 

3 METODOLOGIA

Através de uma abordagem qualitativa, a pesquisa é considerada exploratória por se basear em diferentes fontes o tema de estudo; descritiva por narrar os achados da pesquisa; e, explicativa ao analisar e interpretar os dados evidenciados no estudo (Gil, 2022).

Para tanto, usou-se de artigos científicos como elementos constitutivos do estudo documental e da análise de conteúdo, através de mapeamento sistemático. Além disso, como norteadores teóricos e metodológicos os seguintes trabalhos foram importantes para construção do caminho analítico, conforme a tabela 1.

Tabela 1 - Trabalhos referências para a condução metodológica do artigo

Autores

Título

Ano

Revista

BEHEER, B. A.; LAMAS, D.; SOUSA, S.

A Systematic Literature Review on Existing Digital Government Architectures: State-of-the-Art, Challenges, and Prospects

2020

Administrative Sciences

A2

SILVA, R. E.; SIQUEIRA, S. W. M.; NUNES, M. A. S. N.; MACHADO, R. P.

Do software companies appropriate their inventions? A systematic mapping of software intelectual property

2023

Brazilian Journal of Information Systems

B2

DE FALANI BEZERRA, S. Y. A.; TORKOMIAN, A. L. V.

Technology Transfer Offices: a Systematic Review

of the Literature and Future Perspective

2019

Journal of the Knowledge Economy

A2

Fonte: Elaboração própria (2023).

Nesse ínterim, os trabalhos de Beheer et al. (2020), Silva et al. (2023) e De Falani Bezerra e Torkomian (2019), foram basilares na construção do fluxograma dos processos metodológicos em três etapas, conforme figura 2.

Figura 2 - Etapas metodológicas da elaboração do artigo

Fonte: Elaborado baseado Silva et al (2023) e Baherr et al (2020).

 

 

3.1 PLANEJAMENTO METODOLÓGICO

A primeira fase, a do Planejamento, consiste em: seleção de artigos de revisão sistemática para realização de benchmarking sobre as questões metodológicas (Tabela 1); elaboração das questões de pesquisa; identificar o modo de buscas das bases no portal de periódicos;  delimitação dos critérios das bases escolhidas (Tabela 3), tendo como referência Lyzara (2019), Baherr et al. (2020) e Silva et al. (2023); definição dos parâmetros e operadores booleanos usados nas bases (Tabela 2); estabelecer os critérios de inclusão e exclusão de trabalhos (Figura 3); e, por fim, formatar um demonstrativo de qualidade baseado na metodologia PRISMA e autores, para refinar a amostra dos artigos a serem analisados (Tabela 4).

3.2 CONDUÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE PESQUISA

A segunda fase trata-se da Condução dos trabalhos, tendo em vista a base de dados do Portal de Periódico da CAPES com o intuito de coletar os trabalhos disponíveis na plataforma, conforme o tema e objetivos da pesquisa. É importante destacar que o acesso ao Portal foi feito por meio do sistema CAFe com o login institucional da universidade em que os pesquisadores estão vinculados, entre os dias 01 e 06 de junho de 2023. Com esse método, é possível acessar conteúdos mais restritos e disponíveis apenas para as instituições vinculadas à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Assim, na tabela 2, apresenta-se as técnicas de busca com as palavras-chave e operadores booleanos utilizados, já na tabela 3, demonstra-se as bases consultadas e número de trabalhos encontrados.

Tabela 2 - Operadores booleanos de busca na plataforma de periódico da CAPES

Categoria de busca

Local de busca

Palavras-chave (01)

Operadores booleanos usados

Palavras-chave (02)

Advanced search

All fields

“Digital Government”

and

Technological transformation or digital

Fonte: Autoria própria (2023)

 

De acordo com o planejamento, na condução usa-se os critérios (figura 3) de inclusão e exclusão com o objetivo de refinar a qualidade dos achados de pesquisa, bem como permitir o uso de artigos mais atuais e relevantes à temática proposta.

Os critérios de inclusão são importantes na medida em que permite uma melhor seleção dos achados de pesquisa, uma vez que pode ser encontrado muitos artigos para os filtros de busca utilizados.

 

 

 

 

 

Figura 3 - Critérios de inclusão e exclusão na amostra

Fonte: Elaborado baseado Silva et al. (2023) e Baherr et al. (2020)

 

Para esta pesquisa, em seu primeiro momento de busca, utilizou-se bases de dados já utilizadas em trabalhos relacionados ao tema, como referência o trabalho de Silva et al. (2023) e Baherr et al. (2020), entre outras bases possivelmente relevantes.

 

Tabela 3 - Seleção de artigos por critérios de inclusão e exclusão

Base de dados

Artigos encontrados

Filtro 01

(critérios de inclusão e exclusão)

Filtro 02

Incluído após a leitura do título e resumo

Incluído

excluído

Web of Science - Coleção Principal (Clarivate Analytics)

24

5

19

2

ScienceDirect (Elsevier)

351

35

316

14

SCOPUS (Elsevier)

1405

35

1370

22

IEEE Xplore

99

71

28

33

Compendex (Engineering Village - Elsevier)

217

24

193

21

Total

2096

170

1926

92

Fonte:  Elaborado baseado Lyzara (2019), Baherr et al. (2020) e Silva et al. (2023).

 

Observa-se que das bases pesquisadas, aplicando os critérios de inclusão e exclusão, ainda restaram 170 (cento e setenta) trabalhos para análise qualitativa, assim optou-se por fazer uma leitura do título e resumos dos trabalhos para refinar a busca. Ao final, após esse processo de refinamento, ainda restaram 92 trabalhos. E na última fase (Inclusão), define-se os trabalhos que serão avaliados qualitativamente, por meio da leitura completa dos textos, tabulação e análise.

Tabela 4 - Demonstrações dos resultados do mapeamento sistemático

Categorias

Ações

Resultados

Identificação

(+) Nº de trabalhos encontrados nos bancos de dados

2096

(=) Total identificado

2096

 

Seleção

(-) Nº de trabalhos excluídos por critérios (figura 3)

(1926)

(=) Total selecionado

170

Elegibilidade

(-) Nº de trabalhos excluídos após a leitura do título e resumo

(78)

(=) Total elegível

92

Inclusão

(-) Nº de trabalhos duplicados excluídos

(3)

(+) Nº de outras fontes adicionadas ao artigo

13

(=) Total final

102

Fonte:  Elaboração própria, baseado na metodologia PRISMA (2023); Silva et al. (2023); Baherr et al. (2020); de Falani Bezera e Torkomian (2023).

 

3.3 ANÁLISE DOS DADOS 

Para essa análise foi usada a ferramenta do Zotero para organizar as referências, e o NVivo para tabular e identificar as principais ferramentas tecnológicas usadas na implementação das políticas públicas do governo digital, tendo como base de avaliação 89 artigos selecionados das bases do portal de periódico da Capes.

Na figura 4, observa-se a evolução anual dos trabalhos encontrados, o que se constata uma linha de crescimento ao longo dos anos pesquisados, tendo apenas o ano presente, um número baixo, possivelmente, por ter sido feito o corte na base de dados em junho de 2023.

 

 

 

 

 

 

 

Figura 4 - Número de artigos sobre Governo Digital da amostra

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Elaboração própria (2023).

Destaca-se também outras características da base de trabalhos encontradas (figura 5), tais como: identificou que 59% são na modalidade de Jornal Article e 41% na modalidade de artigo de Concerence. Dos trabalhos apresentados nas conferências (39), destaca-se a “International Conference on Digital Government Research” com 9 (23%) trabalhos, e a “International Smart Cities Conference” com 2 (5%), outros 28 (72%) em eventos diversos. Das 56 revistas (Jornal Article), 13 (23%) são da revista “Government Information Quarterly”, 7 (13%) são da “IEEE Access”, 5 (9%) “Digital Government: Research and Practice”, 3 (5%) “International Journal of Advanced Computer Science and Applications”, e outros 50% pulverizados em outras revistas.

Figura 5 - Número de artigos por formas de publicações

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Elaboração própria (2023).

 

No levantamento dos dados pesquisados, com recurso da ferramenta Nvivo, foi possível identificar uma nuvem de palavras (figura 6) mais recorrente nos 89 artigos selecionados das bases da Capes. Nesta figura 6 é possível ver que a palavra “governo” e “digital”, aparece em destaque entre os artigos pesquisados, estando na centralidade das discussões. Eletrônico se destaca por ser termo sinônimo digital, quando se associa ao “governo digital". Ademais, a palavra “transformação” também se associa ao eletrônico e ao digital, sendo um termo correlacionado ao objeto de pesquisa. 

Figura 6 - Nuvem de palavras sobre a pesquisa relacionada ao tema Governo Digital

Texto

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Elaboração própria (2023).

 

4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Na tentativa de responder às questões de pesquisa, explora-se nesta seção, a análise da base do artigo com suporte do software NVivo, respondendo à questão de pesquisa 1(um) e 2 (dois). Em resposta a questão de pesquisa 1, foi identificado as seguintes tecnologias em destaque na tabela 5. 

Entre os artigos pesquisados, observa-se que a questão referente a tecnologia trazida pela “Big data”, está presente em 54 (60%) dos artigos; seguido da “Inteligência artificial” com 46 (51%); “Internet das coisas” com 35 (39%) artigos; “Data center” tendo 32 (35%) trabalhos;  “Computação em nuvem” com 29 (32%) artigos; “Blockchain” com 21 (23%) trabalhos; “segurança cibernética” com 19 (21%) arquivos, tecnologias “5G” com 8 (9%) arquivos; “Machine Learning” com 6 (7%) artigos;  e “Accountability” com 4 (4%) artigos, assim por diante.

Tabela 5 - Tecnologias apropriadas nas políticas pública do Governo Digital

Ordem de relevância na questão de pesquisa

Tecnologias de transformação digital

Principais referências por ordem de importância

Big data

(Yukhno, 2022); (Matheus et al, 2021); (Thamjaroenporn; Achalakul, 2020) (El Khatib et al, 2022); (Sucupira Furtado et al, 2023)

Inteligência Artificial (IA)

(Mittal, 2020); (Ojo et al, 2019); (Yukhno, 2022); (Andrews, 2019); (Fernandez-Aller et al, 2021)

Internet das coisas (Iot)

(Chohan; Hu, 2020); (Lytras; Serban, 2020); (Kotsev et al, 2020); (El Khatib et al, 2022); (Purba; Arman, 2022)

Data center

(Dubirova; Mendybayev, 2021); (Lindgren et al, 2021); (Thamjaroenporn; Achalakul, 2020); (Wilson; Mergel, 2022); (Kim; Kim, 2021)

Computação em Nuvem

(Koç et al, 2022); (Abied et al, 2021); (Purba; Arman, 2022); (Xiao, et al, 2022); (Putri, 2021)

Blockchain

(Baudet; Medina, 2023); (Geneatakis et al, 2020); (Purba; Arman, 2022);  (El Khatib et al, 2022); (Mittal, 2020)

Segurança Cibernética

(Geneiatakis et al, 2020); (Aigner et al, 2022); (Mittal, 2020); (Bharosa, 2022); (Thamjaroenporn; Achalakul, 2020)

5G

( Purba; Arman, 2022);  (Mensah et al, 2022); (Xiao, et al, 2022); (Shin et al, 2020)

Machine Learning

(Schol, 2020);  (Maksimova et al, 2022); (Lytras; Serban, 2020);  (Wiggberg et al, 2022);  (Yuan et al, 2023)

10º

Accountability

(Bharosa, 2022); (Dobrolyubova, 2021); (Abied et al, 2021)

 

Fonte: Elaborado baseado Silva et al. (2020).

 

Observasse que o termo “Big Data” se torna uma ferramenta de grande relevância no processo de transformação tecnológica do governo digital, parte dessa importância se deve ao fato de ser uma tecnologia que engloba e potencializa as demais (Yukhno, 2022) (Thamjaroenporn; Achalakul, 2020).

Segundo Alexander Yukhno (2022, p.1):

À medida que as economias se tornam cada vez mais orientadas por dados, as tecnologias de big data e os produtos de software estão se transformando em ferramentas essenciais para gerenciar processos tecnológicos em tempo real para uma prestação mais eficiente de serviços públicos aos cidadãos.

 

Observa-se que as ferramentas de “inteligência artificial” e “internet das coisas” estão presente na maioria dos artigos, isso permite identificar que as políticas de governo digital têm cada vez mais usado estas interfaces para dinamizar a prestação do serviço de forma autônoma e integrada em múltiplas plataformas (MIttal, 2020).

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), enquanto ferramentas tecnológicas também apontam tendências, ao passo que a prestação de serviços públicos vai expandindo e consolidando com os usuários, além disso, maiores investimentos vão sendo exigidos na implementação de “data center”, “segurança digital”, “tecnologias 5G”, “accountability”, entre outros (Gastil; Davies, 2020).

Na tentativa de responder a segunda questão de pesquisa foi mapeado alguns fatores que afetam as pessoas nas relações com as tecnologias do governo digital, como se observa na tabela 6 e discursos.

Tabela 6 - Impactos tecnológicos gerados nas pessoas usuárias do Governo Digital

Ordem de relevância na questão de pesquisa

Impacto das tecnologias nas pessoas

Principais referências por ordem de importância

Falta de conhecimento das pessoas

(Koç et al, 2022); (Bharosa, 2022); (Thamjaroenporn; Achalakul, 2020); (Barrutia; Echebarria, 2021); (Wilson; Mergel, 2022)

Falta de recursos

(Paramita et al, 2022); (Mittal, 2020);  (Manana E Mawela, 2022);  (Hur et al, 2019)

Falta de acesso à internet

(Wiggberg et al, 2022); (Safonov et al, 2022); (Chohan; Hu, 2022)

Linguagem de fácil acesso

(Sucupira Furtado et al, 2023); (Matheus et al, 2021)

Fonte: Elaborado baseado Silva et al. (2020).

Entre os artigos pesquisados, a falta de conhecimento das pessoas sobre o uso da tecnologia é encontrada em 7 (0,08%) artigos; outros  3 (0,04%) trabalhos apontam que a falta de acesso à internet é ainda um problema na implantação de tecnologias; 7 (0,08%) artigos abordam as questões relativas à falta de recursos (humano, financeiro e tecnológico) como um fator de impacto na prestação de serviço do governo digital; e em 2 ( 0,02%) artigos, identifica-se a importância do uso de uma linguagem simples nas interfaces das plataformas do governo digital.

Quando se investiga sobre impacto das tecnologias nas pessoas, 79 (%) dos 89 artigos pesquisados apresentam resultados, mostrando o quão é relevante entender como o usuário final tem recepcionado as mudanças na prestação do serviço. Especificamente, os trabalhos de Bannister e Connolly (2020) e de Wiggberg et al. (2022) abordam sobre o impacto social da tecnologia, o que leva a entender que a tecnologia além de dinamizar a prestação dos serviços públicos também molda os padrões de comportamento social e as relações de trabalho dos servidores públicos.

Neste diálogo Wilson e Mergel (2022, p.2) apresentam as barreiras que tem afetado as políticas do governo digital, destacando:

As barreiras estruturais são proeminentes em uma revisão recente da pesquisa e prática da transformação digital, incluindo barreiras tecnológicas (infraestrutura, falta de interoperabilidade, acesso a dados), fatores organizacionais (falta de estratégia, recursos humanos, habilidades digitais, capacidades dos gerentes), legais e éticos fatores (falta de confiança do cidadão) e fatores relacionados a orçamentos limitados ou competição por recursos financeiros.

 

Pesquisas como a de Putri (2021) chamam a atenção no sentido de mostrar que existe uma diversidade cultural, econômica e tecnológica muito grande entre os países, no entanto, muitos têm pouco avançado na transformação tecnológica por conta do baixo nível de escolaridade e conhecimento digital dos usuários dos serviços. Além disso, internamente no próprio país existe uma diferenciação tecnológica social, uma vez que muitas áreas rurais não dispõem de infraestrutura tecnológica.

Entre os gargalos tecnológicos relacionados aos usuários, Lytras e Serban (2020) destacam que os níveis educacionais fazem grande diferença para uso das tecnologias, seguida das habilidades digitais, bem como do acesso à internet.

  Outro fator de impacto na implantação do Governo digital consiste na diferença de idade das pessoas, pesquisas apontam que pessoas mais velhas podem ser mais céticas aos potenciais benefícios do uso das tecnologias (Barrutia; Echebarria, 2021). Outros estudos chamam a atenção pelo fato de as pessoas mais velhas, às vezes requisitar atendimentos e serviços diferenciados, pois podem sofrer de limitações visuais e auditivas que impedem o bom uso das ferramentas de uso comum (Guo, 2022).

Importante entender que na relação de implantação das ações de governo digital existe um conflito entre o gerenciamento de risco de informações e o processo de estabelecimento de confiança com os usuários. Com isso, ressalta-se a importância da confiança digital como fator de qualidade e gestão de risco (Guo, 2022).

E, por fim, destaca-se que as tecnologias podem incluir, ampliar e oportunizar a prestação de serviços digitais em que o físico não poderia ir, no entanto, observa-se que a sua implementação não estratégica pode se transformar em uma ferramenta de exclusão social (Chohan; Hu, 2022).

 

5 CONCLUSÃO

As políticas públicas do Governo Digital têm se mostrado relevante em consonância ao próprio processo evolutivo social e tecnológico. Tudo isso está relacionado principalmente ao que a pandemia fez, modificando o olhar e a ação de todos os setores econômicos, políticos e culturais.  Desta forma, essas e outras iniciativas de transformação tecnológica tiveram que ser mais aceleradas, dado o contexto pandêmico.

Em observância às questões de pesquisa, nota-se que existem muitas tecnologias usadas na implementação das políticas públicas do Governo Digital (Big data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Data Center, Computação em Nuvem, Blockchain, Segurança Cibernética, Tecnologias 5G, Machine Learning, e Accountability, entre outros. No entanto, observa-se nos estudos que algumas tecnologias vêm tendo maior discussão cientifica e implementação de uso técnico quando se compara com as demais. Isso permite identificar lacunas de pesquisa ainda pouco exploradas, seja para implantação de tecnologias, bem como para investigação enquanto campo de estudo.

Em relação às pessoas, o governo digital tenta ampliar a prestação de serviço, porém algumas questões precisam ser mais bem exploradas nas iniciativas política do governo digital. Estudos demostraram que as dimensões sociais, culturais e tecnológicas muitas vezes são negligenciadas, deixando de respeitar as características local em um país. Ou seja, quando se trata de políticas públicas de governo digital, não se deve apenas fazer copias de iniciativas de outros países e implantar localmente, sem que se considere as características social, educacional, econômica e tecnológica local.

Portanto, a reflexão que fica é que tipo de inclusão tecnológica está sendo oportunizada para as pessoas mais carentes, bem como o questionamento se isso está sendo conduzido entre os próprios usuários e prestadores de serviço públicos. Assim, se não houver essa preocupação, todos os esforços advindos destas ferramentas não cumprirão o seu papel final de atendimento dos anseios da sociedade.

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[1] Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual – PPGPI/UFS e Mestre no Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT)/ Ponto Focal – UFBA.

[2] Pós-Doutorado em Métodos Quantitativos Aplicados à Gestão pela Universidade de Algarve em Faro/Portugal (2005), Pós-doutorado em Controle Estatístico de Processo pela Universidade Estatal Técnica de Kazan (Rússia) (2000).