Inovação e criação de empregos

 evidências do Brasil a partir dos dados da PINTEC

Fábio Júnior Clemente Gama[1]

Universidade Federal do Delta do Parnaíba

fabio.gama@ufdpar.edu.br

Caio Oliveira Azevedo[2]

Universidade Federal da Paraíba

caio.azevedo@live.com

Suzana Quinet de Andrade Bastos[3]

Universidade Federal do Rio de Janeiro

quinet.bastos@gmail.com

Tadeu Moreira

thadeunogueira43@gmail.com

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Resumo

Este artigo investigou a relação entre inovação e nível de emprego para 58 setores produtivos da Pesquisa de Inovação (PINTEC), a partir da metodologia de dados em Painel e considerando as edições 2011, 2014 e 2017 da pesquisa. Os resultados indicaram relação positiva entre o nível de emprego setorial e as inovações de Marketing e de desenvolvimento. Contudo, foi observada uma relação negativa entre o emprego e as inovações de gestão. Ademais, as evidências também apontaram que as redes de inovação implementadas com instituições nacionais apresentam efeito pouco significativo na determinação das variações no nível de emprego, quando comparadas às redes de inovações realizadas com instituições do exterior.

Palavras-chave: inovação; mercado de trabalho; Brasil.

INNOVATION AND JOB CREATION

evidence from Brazil based on PINTEC data

Abstract

This article investigated the relationship between innovation and employment level for 58 productive sectors of the Innovation Survey (PINTEC), based on the Panel data methodology and considering the 2011, 2014 and 2017 editions of the survey. The results indicated a positive relationship between the level of employment in the sector and innovations in Marketing and development. However, a negative relationship was observed between employment and management innovations. Moreover, the evidence also pointed out that innovation networks implemented with national institutions have little significant effect in determining variations in the level of employment, when compared to innovation networks carried out with institutions abroad.

Keywords: Innovation; labor market, Brazil.

INNOVACIÓN Y CREACIÓN DE EMPLEO

evidencia de Brasil basada en datos de PINTEC

Resumen

Este artículo investigó la relación entre innovación y nivel de empleo para 58 sectores productivos de la Encuesta de Innovación (PINTEC), utilizando la metodología de datos de Panel y considerando las ediciones de 2011, 2014 y 2017 de la encuesta. Los resultados indicaron una relación positiva entre el nivel de empleo sectorial y las innovaciones en marketing y desarrollo. Sin embargo, se observó una relación negativa entre el empleo y las innovaciones en materia de gestión. Además, la evidencia también mostró que las redes de innovación implementadas con instituciones nacionales tienen poco efecto significativo en determinar las variaciones en el nivel de empleo, en comparación con las redes de innovación implementadas con instituciones en el extranjero.

Palabras clave: innovación; mercado laboral; Brasil.

 

1 Introdução

Os avanços tecnológicos, aprofundados principalmente a partir do século XXI, trouxeram consigo diversos debates acerca de suas implicações no mercado de trabalho. O surgimento de novas tecnologias abriu espaço para que a humanidade dinamizasse seus fatores produtivos, tornando os sistemas mais flexíveis e integrados, implicando em minimização dos custos, ampliação da  produtividade e, acarretando maior eficiência econômica. Contudo, essas grandes mudanças tecnológicas, podem gerar efeitos ambíguos no mercado de trabalho.

Segundo Mérida, Hasenclever e Carvalho (2022), os efeitos podem se tornar incertos, pois, além de estarem associados as mudanças tecnológicas, há outros fatores que influi indiretamente nesse processo. Os efeitos indiretos podem ser ocasionados pela conjuntura de um país, representada pelo escopo de acontecimentos econômicos, políticos e sociais interligados; pela natureza das inovações; pela criação e morte de empresas e seu efeito líquido; pela qualificação dos trabalhadores para atender às demandas de emprego; e pela qualidade dos novos empregos, pois, alguns dos novos empregos gerados podem ser mais precários. Assim, a inovação pode criar ou destruir empregos, dependendo da estrutura do mercado, do cenário institucional e do tipo de inovação que a empresa introduz.

Quanto aos tipos de inovação, existem vários métodos utilizados pelas empresas que podem afetar de maneira diferente o emprego. Apesar de haver diversos tipos de inovação, Carvalho (2011) destaca que apenas cinco tipos são necessários para esclarecer os demais, sendo eles: inovação de produtos, inovação de serviços, inovação de processos, inovação de marketing e inovação organizacional, que também pode incluir a cooperação para obtê-la. Esses diferentes modelos podem ter efeitos adversos sobre o mercado de trabalho.

No cenário empresarial, a inovação assume dupla dimensão quanto à sua relação com o emprego. Por um lado, pode favorecer o emprego através da introdução de um novo produto, pois, a introdução de um novo produto pode produzir grande demanda e, consequentemente, maior nível de contratações. Nessa linha, a inovação de marketing pode levar à criação de novos cargos e funções nas organizações, à medida que as empresas adotam novas estratégias de marketing e exploram novas tecnologias, surgindo demandas por profissionais especializados em áreas como marketing. A inovação organizacional pode desempenhar um papel importante na criação de empregos. Quando as organizações adotam práticas de gestão inovadoras, podem impulsionar o crescimento e aumentar a eficiência por meio da busca por novos parceiros, melhorando assim a cooperação e a competitividade, o que, por sua vez, pode levar à criação de novos empregos (Monteiro, 2020).

Por outro lado, o autor também destaca que esses tipos de inovação podem apresentar fatores agravantes. Com o incremento de novos produtos, o inovador pode gozar de poder de mercado e estabelecer preços que maximizem seus lucros, mas que implique em uma redução da produção e, consequentemente, do emprego. A inovação de marketing pode levar à automação de certas tarefas e processos. Com o avanço da tecnologia, algumas funções de marketing podem ser realizadas de forma mais eficiente e econômica por meio de ferramentas automatizadas, inteligência artificial e análise de dados avançada.

O mesmo ocorre para as inovações em processos ou gestão. Esses tipos de inovação podem levar à automatização e robotização de certas tarefas, o que pode resultar na eliminação de empregos em algumas áreas. A inovação de gestão frequentemente exige novas habilidades e competências dos funcionários. À medida que as organizações adotam novas práticas e tecnologias, pode ser necessário requalificar ou atualizar as habilidades dos funcionários existentes. No entanto, nem todos os funcionários podem ser capazes de se adaptar às novas exigências ou adquirir as habilidades necessárias, o que pode resultar em deslocamento de habilidades e, consequentemente, perda de emprego para aqueles que não conseguem acompanhar as mudanças (Frey;  Osborne, 2017).

Mattoso (2000), ao falar sobre os diversos efeitos da tecnologia sobre o emprego, destaca que seus efeitos possuem uma relação conflituosa e complexa. Inovações em produtos podem ser benéficas em alguns países, enquanto em outros seus efeitos podem ser contrários. O progresso técnico pode ser ao mesmo tempo fonte de crescimento e, portanto, de empregos, e origem da elevação da produtividade, que permitiria a supressão postos de trabalho. Isto é, a inovação tecnológica e o aumento da produtividade também podem resultar na criação de novos produtos, empresas, setores e atividades econômicas, e, portanto, na criação de novos empregos.

Na década de 80, os sindicatos brasileiros já enfatizavam a questão da implementação de tecnologia no trabalho, considerando-a um elemento de concentração de capital que poderia causar desemprego e sobrecarga de trabalho. Na época, o uso de máquinas e equipamentos automatizados estava se tornando cada vez mais comum nas empresas brasileiras, principalmente na indústria. Essa automação promovia maior eficiência e velocidade na produção, reduzindo custos e aumentando a competitividade das empresas (Capilongo; Gonzaga; Freire 2020).

Entretanto, para os sindicatos, a implementação de tecnologia no trabalho poderia ter efeitos negativos sobre os empregos, uma vez que as máquinas poderiam substituir os trabalhadores, resultando em aumento do desemprego e na precarização do trabalho. Além disso, a intensidade do trabalho poderia aumentar, com os trabalhadores sendo obrigados a operar as máquinas com maior rapidez e eficiência. Diante desse cenário, os sindicatos passaram a exigir que as empresas adotassem medidas para proteger os trabalhadores diante da automação, como garantir a recolocação de emprego para os funcionários substituídos pelas máquinas, reduzir a jornada de trabalho e melhorar as condições de trabalho.

Desde então, o mercado de trabalho brasileiro tem passado por diversas transformações. Nos últimos anos, o país enfrentou crises econômicas que tiveram impactos significativos no mercado de trabalho, com alta taxa de desemprego e aumento da informalidade. No entanto, algumas áreas têm apresentado um cenário mais positivo. O setor de tecnologia, por exemplo, vem crescendo no país, com o surgimento de startups e a demanda por profissionais de TI (Tecnologia da Informação). Segundo Kohler (2018), com os avanços tecnológicos, incluindo a Inteligência Artificial (IA), há grandes chances de muitos postos de trabalho deixarem de existir nos próximos anos, e os trabalhadores terão que se adaptar buscando novas requalificações.

Não obstante, para que as empresas tenham uma elevada capacidade de inovação, é preciso que seus projetos sejam realizados com êxito. O êxito desses projetos eleva a capacidade de inovação das empresas, refletindo de forma positiva ou negativa no mercado de trabalho. As redes de inovação são um dos fatores que podem impactar no desfecho de um projeto. Um dos principais autores que aborda as características das redes de inovação eficientes é Powell (1990). Em seu estudo, o autor destaca a importância da densidade das relações entre os participantes. Redes mais densas, com maior interconectividade e troca de informações, tendem a ser mais eficientes na produção, pois permitem o compartilhamento rápido de conhecimentos, recursos e melhores práticas.

Na mesma linha, Uzzi (1997) explora a influência da estrutura das redes de inovação na eficiência da produção. O autor ressalta que redes com uma estrutura balanceada, onde há um equilíbrio entre conexões fortes (relações próximas) e conexões fracas (relações distantes), tendem a ser mais eficientes. A presença de conexões fortes permite um alto nível de confiança e cooperação e proporcionam acesso a novos recursos, conhecimentos e oportunidades externas. Por fim, Grandori e Soda (1995) destacam a governança das redes de inovação e sua relação com a eficiência da produção. Os autores argumentam que a governança adequada, baseada em mecanismos de coordenação e controle, é essencial para garantir a eficiência das redes de inovação. A definição clara dos direitos de propriedade intelectual, a transparência nas relações e a definição de regras de compartilhamento de recursos são aspectos fundamentais para a eficiência das redes. Portanto, tanto as características da inovação como as redes podem afetar diretamente ou indiretamente o nível de emprego em uma indústria.

Com o objetivo de contribuir para a literatura em questão, o presente trabalho procura investigar como a inovação afeta o nível de emprego nos setores produtivos, utilizando como base os dados da Pesquisa de Inovação (PINTEC) das edições de 2011, 2014 e 2017. Em termos específicos, o trabalho pretende responder às seguintes questões: 1) Qual o efeito das características da inovação (inovação de marketing, inovação de gestão e inovação de desenvolvimento) sobre o nível de emprego nos setores produtivos? 2) Qual o efeito das redes de inovação, representadas principalmente pelas parcerias de inovação com instituições nacionais e internacionais, sobre o nível de emprego nos setores produtivos? A análise dos efeitos das inovações sobre o mercado de trabalho é de extrema importância, pois permite compreender os impactos que essas mudanças podem trazer para a economia e sociedade como um todo. Entender esses efeitos é fundamental para a adoção de políticas públicas e estratégias empresariais que atenuem seus potenciais efeitos negativos e maximizem os benefícios para a economia e a sociedade como um todo.

A partir das estimações realizadas utilizando a metodologia de dados em painel, os resultados desta pesquisa indicaram que as inovações de Marketing e de desenvolvimento têm um impacto positivo no nível de emprego setorial. Por outro lado, foi observada uma relação negativa entre o emprego e as inovações de gestão. Além disso, em relação às redes de inovação, as evidências indicam que as parcerias de inovação com instituições nacionais têm um efeito pouco significativo na determinação das variações no nível de emprego, quando comparadas às parcerias de inovações realizadas com instituições do exterior.

Além desta breve introdução, o artigo é dividido em mais cinco seções. A segunda seção apresenta os trabalhos empíricos que investigaram a relação entre inovação e mercado de trabalho. Na terceira seção, é exposta a base de dados utilizada. A quarta seção apresenta a análise empírica. Por último, são apresentadas as discussões e considerações finais.

 

2 Referencial Teórico

Vários artigos e estudos sobre os efeitos da inovação no emprego tem sido publicado. Alguns desses trabalhos focam em discutir o tópico em termos teóricos, enquanto outros procuram estimar os impactos que a inovação acarretará sobre o emprego em diferentes países.

Sachuck, Takahashi, Augusto (2008), trazem em sua pesquisa os impactos da inovação tecnológica na competitividade e nas relações de trabalho. As conclusões desta investigação apontaram que as inovações tecnológicas impactam a competitividade organizacional na medida em que reduzem os custos ou contribuem para a diferenciação dos negócios da empresa, otimizando a produtividade, melhorando a comunicação e a qualidade dos produtos, bem como as técnicas de gestão empregadas.

Seguindo o mesmo propósito Wright, Silva e Spers (2020) trazem uma análise dos benefícios que inovações podem provocar no mercado de trabalho, identificando quais as possíveis profissões que podem surgir no futuro mediante as transformações tecnológicas. Em seus resultados, os principais impulsionadores para o surgimento de novas profissões são a ênfase crescente na inovação, a busca por qualidade de vida, o envelhecimento da população e a preocupação com o meio ambiente.

Apesar dos benefícios gerados pelas inovações, alguns trabalhos analisam que seus efeitos podem se tornar incertos e controversos podendo ser diferente em diversos países. Mérida, Hasenclever e Carvalho (2019) trazem essa perspectiva ao retratarem que os efeitos da inovação podem ser controversos no tocante à quantidade e à qualidade de trabalho disponível, frente à velocidade das mudanças tecnológicas. Países avançados apresentam mais facilidades em se adaptar as mudanças tecnológicas do que os países em desenvolvimento, que apresentam um descompasso entre rápido avanço das tecnologias digitais e a lenta mudança do governo, das organizações e dos indivíduos.

Com o surgimento de novas tecnologias novos empregos terão que se adaptar para acompanhar o processo abrupto provocado pelo surgimento de novos empregos. O tempo necessário de requalificação indica que os profissionais precisam estar preparados para lidar com essas mudanças e que a atualização constante de habilidades e competências se torna cada vez mais essencial. Nesse sentido a requalificação constante da mão de obra se faz necessária, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Junior e Brisola (2021) através de seus estudos sobre o relatório intitulado “O futuro dos empregos” organizado pelo Fórum Econômico Mundial relataram o aumento contínuo do tempo em que os trabalhadores precisariam de treinamento. Em 2018 de acordo com o relatório 12% dos trabalhadores precisariam de menos de um mês de treinamento, já em 2020 esse número foi de 21,4% podendo variar em um intervalo de um mês a um ano.

A respeito dos tipos de inovação alguns estudos analisaram os diferentes efeitos provocados pelos díspares métodos utilizados. Fioravante (2007) utilizando modelos econométricos calculou-se os efeitos das inovações tanto em processo quanto em produto sobre a taxa de crescimento do emprego das firmas. Os resultados obtidos o mostraram que, de fato, o mercado reage de forma diferente a estes dois tipos de inovação. A pesquisa comprovou que a introdução de novos produtos no mercado gera um aumento proporcional no crescimento de empregos na empresa responsável pela inovação. Por sua vez, a inovação em processo - ou seja, o aprimoramento de tecnologias internas que otimizam a produção ou reduzem custos - não afeta negativamente o emprego na empresa. Esses resultados são importantes para compreender como a inovação influencia a dinâmica do mercado de trabalho e como as empresas podem planejar suas estratégias de inovação de forma mais efetiva.

Ungerman et al. (2018) analisaram o impacto da inovação de marketing na competitividade das empresas da Industria 4.0. A pesquisa foi elaborada com 50 empresas que foi possível identificar os impactos que as empresas classificaram como mais importantes na utilização do marketing. Dentre eles os mais importantes foram: aumentar a competitividade da empresa, aumentar a produtividade do trabalho e mudar a cultura corporativa. Bang et al. (2016) realizou uma pesquisa mostrando a ligação entre as inovações de marketing em uma empresa e o aumento da competitividade da marca ou varejista. Este estudo também recomenda que as informações sejam agrupadas e usadas tanto pelo comprador quanto pelo vendedor para garantir uma melhor implementação das inovações.

Em seu artigo, Kamp e Parry (2017) provaram que o marketing inovador moderno tem um impacto benéfico no aumento das vendas e na redução de custos, melhorando assim a competitividade. É importante ressaltar que a implementação bem-sucedida de inovações de marketing requer uma abordagem colaborativa, em que as informações sejam compartilhadas e usadas tanto pelo comprador quanto pelo vendedor.

Quandt (2012) destaca também a importância da formação de alianças a nível organizacional que podem contribuir para a formação de redes e a criação de inovações. O interesse crescente na formação de alianças e redes está fortemente associado à percepção da necessidade de ampliar e diversificar os recursos e competências necessários para manter a competitividade de uma organização. As alianças e redes oferecem várias vantagens estratégicas como: acesso a recursos complementares, diversificação de competências, redução de riscos e custos e expansão de mercados e alcance global. Em suma, o estudo verificou que as empresas que relataram a introdução de inovações apresentaram uma tendência pouco maior de interagir com outros atores do Arranjo Produtivo Local (APL) do que aquelas que não inovaram, enquanto a correlação entre intensidade de interações e desempenho dos negócios é mais pronunciada.

Além dos APLs contribuírem de maneira positiva na introdução de inovações, os tecnopolos são também ferramentas que contribuem na efetiva implementação de redes de inovação, é o que demonstra Baptista (2000). Em sua análise o autor investigou os impactos causados pelos tecnopolos nas redes de informação e cooperação na cidade de São Carlos-SP envolvendo 5 empresas do ramo de tecnologia. Após a análise foi possível identificar que as empresas do grande tecnopolo apresentam vínculos empresa - universidades - centros de pesquisa configurando assim como os mais estratégicos no contexto das redes que se formam para a disseminação de informações e conhecimentos, e para inovações tecnológicas e organizacionais. Em uma análise parecida Tálamo e Carvalho (2010) desenvolveram um estudo exploratório em três redes de cooperação intensivas em tecnologia em 15 empresas. Os resultados obtidos demonstraram que a estruturação na forma de redes de cooperação traz resultados efetivos às empresas integrantes, dotando-as de competitividade e flexibilidade frente aos desafios de mercado. Porém, exige amadurecimento tanto da rede de cooperação quando dos próprios empresários que a integram, a fim superarem suas próprias dificuldades culturais, evitando barreiras ao aprendizado e ao perfil sinérgico.

Seguindo o mesmo propósito Neves (2023) investiga como se manifestam as principais Relações de Cooperação Interfirmas (RCIs) estabelecidas por startups em Ambientes de Inovação (AIs) do Rio Grande do Sul. Utilizando um questionário aplicado com acompanhamento de pesquisadores e utilizando procedimentos associados à estatística descritiva dos dados e testes estatísticos, o autor concluiu que de 77% startups que cooperam, 70% interagem com empresas externas aos Ais. Esse fato destacou a importância diante de um mundo cada vez mais globalizado de se buscar conhecimentos externos que permite que as organizações acessem conhecimentos, experiências e perspectivas globais. Cada país e região têm suas próprias abordagens, técnicas e práticas em termos de inovação. Ao colaborar com parceiros internacionais, as organizações podem obter insights valiosos sobre novas tendências, tecnologias emergentes e melhores práticas que podem não estar disponíveis localmente.

Giuliodorie e Stucchi (2010) estudaram o efeito das inovações de produto e processo na criação de empregos no setor manufatureiro espanhol durante o período 1991-2005. Estimando a demanda de cada tipo de trabalho aumentada para incluir inovações de produto e processo, os autores concluíram que o efeito da inovação no número total de funcionários é positivo e significativo tanto para inovações de processo quanto de produto. Foi observado que é tanto as inovações de processo quanto de produto geram empregos um e dois anos após a inovação. No entanto, após dois anos das inovações, não há efeitos adicionais sobre o emprego.

Para capturar essa ideia, Harrison et al. (2008) apresentou um modelo simples para estudar o efeito diferencial da inovação de produtos e processos no crescimento do emprego. Eles estimaram seu modelo para os setores de manufatura e serviços na França, Alemanha, Espanha e Reino Unido. Eles descobriram que o aumento no emprego devido às inovações de produto é grande o suficiente para compensar o efeito negativo das inovações de processo.

 

3 Base de dados e modelo Empírico

Para esta pesquisa, foram utilizados dados da Pesquisa de Inovação do IBGE (PINTEC), referentes às três últimas edições (2011, 2014 e 2017), e 58 ramos de atividade econômica (conforme Anexo 1). Segundo o IBGE (2023), a PINTEC fornece informações para a construção de indicadores setoriais, regionais e nacionais das atividades de inovação das empresas brasileiras com 10 ou mais pessoas ocupadas. O universo de investigação abrange as atividades das Indústrias Extrativas e de Transformação, bem como os setores de Eletricidade e Gás e Serviços selecionados.

Além disso, a pesquisa investiga os fatores que influenciam o comportamento inovador das empresas, como as estratégias adotadas, os esforços e incentivos empreendidos, os obstáculos enfrentados e alguns resultados da inovação. Para isso, as principais variáveis consideradas são: incidência das inovações de produto e/ou processo; investimentos em atividades inovativas; fontes de financiamento; características das atividades internas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); compra de serviços de P&D; impactos das inovações; cooperação para inovação; apoio governamental; métodos de proteção estratégicos; problemas e obstáculos à inovação; inovações organizacionais e de marketing implementadas; Número de empregos.

A pesquisa é realizada a cada três anos, com abrangência geográfica nacional, e apresenta resultados setoriais (divididos por ramo de atividade econômica), regionais e nacionais para as empresas das Indústrias Extrativas e de Transformação; resultados regionais e nacionais para os setores selecionados das atividades de Serviços; e resultados nacionais para as empresas de Eletricidade e Gás (IBGE, 2023).

A variável dependente, pessocup, representa a quantidade de pessoas ocupadas por setor e ramo de atividade em 31/12, na data da realização da pesquisa. Em relação às variáveis explicativas, foram inseridas variáveis que capturam as características da inovação implementada e o formato de cooperação utilizado pelas empresas. Quanto às variáveis de características da inovação implementada, temos: i) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo com técnicas de gestão - implinovcominovorgtecgest ii) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo com técnicas relacionadas às Conceitos/estratégias de marketing - implinovcominovmarkestrmark iii) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo com técnicas de mudança de Estética, desenho ou outras mudanças – implinovcominovmarkdesen.

Para capturar os efeitos do formato de cooperação utilizado pelas empresas, utilizou-se as seguintes variáveis:  iv) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo a partir de cooperação com outras organizações, tendo como principal parceiro empresas de consultoria do Brasil - coopinovlocempconsulbrasil v) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo a partir de cooperação com outras organizações, tendo como principal parceiro empresas de consultoria do exterior - coopinovlocempconsulexter vi) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo a partir de cooperação com outras organizações, tendo como principal parceiro Universidades e institutos de pesquisa do Brasil - coopinovlocuniinstbrasil vii) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo a partir de cooperação com outras organizações, tendo como principal parceiro Universidades e institutos de pesquisa do exterior - coopinovlocuniinstexter viii) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo a partir de cooperação com outras organizações, tendo como principal parceiro Instituições de testes, ensaios e certificações localizadas no Brasil - coopinovlocinsttestbrasil ix) Quantidade de empresas que implementaram inovações de produto e\ou de processo a partir de cooperação com outras organizações, tendo como principal parceiro Instituições de testes, ensaios e certificações localizadas no exterior - coopinovlocinsttestexter. Vale ressaltar que as estimações foram realizadas considerando o lag temporal de um período para as variáveis explicativas.  Segundo Giuliodori e Stucchi (2010) existe um lag temporal entre a implementação da inovação e os seus resultados sobre o mercado de trabalho. Assim, o modelo empírico a ser estimado, está representado pela equação (1):

 

                                                                                                   (1)

A tabela 1 apresenta uma análise descritiva dos dados. A média de pessoas ocupadas no dia 31 de dezembro por setor, ao longo de todo o período, é de aproximadamente 293,063.1. Analisando as variáveis explicativas relacionadas às características da inovação implementada, observa-se que a média mais alta pertence à variável "implinovcominovorgtecgest", enquanto a média mais baixa pertence à variável "implinovcominovmarkdesen". Isso indica que, em média, as empresas brasileiras tendem a implementar mais técnicas de inovação relacionadas à gestão e menos técnicas relacionadas a mudanças estéticas, design ou outras áreas.

Tabela 1 - Análise descritiva dos dados

Variável/Estatística

observações

Média

Desvio Padrão

Min

Máximo

pessocup

174

293063.1

973445

1336

7778050

implinovcominovorgtecgest

174

909.1235

2997.86

6.51

25397

implinovcominovmarkestrmark

174

660.7383

2161.82

2

17590

implinovcominovmarkdesen

174

752.04

2559.86

1

21462

coopinovlocempconsulbrasil

174

107.18

331.89

0

2625

coopinovlocempconsulexter

174

3.90

13.06

0

108

coopinovlocuniinstbrasil

174

91.25

291.86

1

2632

coopinovlocuniinstexter

174

2.47

10.08

0

90

coopinovlocinsttestbrasil

174

58.04

214.05

0

2453

coopinovlocinsttestexter

174

3.22

10.36

0

88

Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da PINTEC.

Em relação às variáveis que capturam o formato de cooperação em inovação por meio de parcerias (redes), verifica-se que, em média, as empresas nacionais estabelecem mais parcerias com consultorias brasileiras (variável "coopinovlocempconsulbrasil") em comparação com as consultorias estrangeiras (variável "coopinovlocempconsulexter"). O mesmo ocorre com as parcerias estabelecidas com universidades, onde a média de empresas que formam parcerias com universidades brasileiras é de 91.25, enquanto com universidades estrangeiras é de 2.47. Por fim, observa-se que, em média, o número de parcerias de inovação implementadas com instituições de testes, ensaios e certificações localizadas no Brasil (variável "coopinovlocinsttestbrasil") é maior do que aquelas implementadas com instituições localizadas no exterior (variável "coopinovlocinsttestexter"). Isso sugere que as empresas brasileiras, em geral, possuem uma maior tendência cultural de estabelecer redes de inovação com instituições localizadas no próprio país.

 

4 Análise Empírica

A estimação dos coeficientes do modelo empírico (equação 1), será realizada a partir da metodologia de dados em Painel. O procedimento para estimação dos modelos de dados em painel passa pela identificação e caracterização dos efeitos observados, o que significa, a comparação das estimações por Pooled Ordinary Least Squares (POLS), Painel com efeitos aleatórios (EA), com efeitos fixos (EF), via testes de Breuch-Pagan e Hausman (Wooldridge, 2002).

A Tabela 2 contém as informações resumidas das estimações obtidas usando o método de dados em painel. Ao todo, foram incluídos 58 setores, sendo que todos foram observados ao longo das três pesquisas (2011, 2014 e 2017), configurando assim um painel balanceado. Além disso, as estimações foram realizadas com as variáveis defasadas em um período, resultando em um total de 116 observações para cada modelo. Por fim, é importante observar que todas as variáveis estão em nível, ou seja, os coeficientes representam a resposta média do nível de emprego diante da variação de uma unidade em uma determinada variável explicativa.

 

Tabela 2 – Regressão - Variável dependente: pessocup

Variáveis\Procedimento

POLS

EA

EF

5.914

(0.951)

-90.687

(0.115)

-157.416***

(0.000)

149.366

(0.231)

195.470***

(0.005)

113.078***

(0.001)

133.473

(0.226)

245.899***

(0.000)

-4.010

(0.913)

-157.315

(0.654)

127.5150

(0.480)

96.230

(0.319)

2996.056

(0.618)

7483.435***

(0.000)

1158.321*

(0.057)

1147.051***

(0.000)

111.962

(0.391)

52.295

(0.532)

 

1618.679*

(0.683)

8480.848***

(0.000)

2764.328***

(0.006)

 

-515.432

(0.479)

22.155

(0.944)

-369.271**

(0.016)

-4381.284

(0.578)

-15080.78***

(0.000)

-10524.036***

(0.000)

1303.512

(0.909)

19430.49

(0.492)

384053.1***

(0.000)

Observações

116

116

116

R2

0.9860

0.9799

0.8910

Testes de especificação

Teste

Estatística

Breusch-Pagan

5.89

(0.007)

Hausman

88.99

(0.000)

       *** p<0.01, ** p<0.05, * p<0.1

           †p-valor entre parênteses

         Fonte: Elaboração Própria

 

Em relação à seleção do melhor ajuste, foram realizados testes estatísticos com o objetivo de verificar qual modelo é mais adequado para a análise, considerando o modelo de efeitos fixos, o modelo de efeitos aleatórios e o modelo pooled. Para identificar a presença de efeitos não observados, foi aplicado o teste de Breusch-Pagan, o qual não rejeitou a hipótese alternativa ao nível de significância de 1%, indicando a presença de efeitos não observados no termo de erro. Portanto, o modelo pooled pode ser descartado, sugerindo a aplicação dos modelos que controlam os efeitos não observados, ou seja, o modelo de Efeitos Aleatórios e o modelo de Efeitos Fixos.

Por fim, é necessário comparar os modelos de efeitos fixos e o modelo de efeitos aleatórios, levando em consideração o Teste de Hausman. O teste de Hausman compara a especificação dos modelos de Efeito Fixo e de Efeitos Aleatórios, e, ao rejeitar a hipótese nula, indica que o modelo de Efeitos Fixos é o mais adequado. Neste caso, como o p-valor é inferior a 1%, o modelo de Efeitos Fixos é recomendado em detrimento do modelo de Efeitos Aleatórios. Portanto, uma vez que os testes preliminares indicaram a melhor adequação do modelo de efeitos fixos aos dados, toda a análise dos coeficientes estimados será baseada no modelo EF.

Quanto às variáveis que medem o efeito das características da inovação no nível de emprego, verifica-se que apenas a variável relacionada à mudança de estética, design ou outras mudanças - - não apresentou coeficiente significativo. Por outro lado, as variáveis que medem o efeito das inovações organizacionais com técnicas de gestão - , e de estratégias de marketing -  , apresentaram coeficientes significativos com um nível de confiança de 99%. O Sinal positivo de  , indica que um aumento no uso de técnicas organizacionais de gestão por parte de uma empresa inovadora no setor está associado a uma redução de aproximadamente 157 trabalhadores. Por outro lado, o sinal positivo de , indica que um aumento no uso de estratégias de marketing por parte de uma empresa inovadora está associado a um aumento de 113 trabalhadores empregados.

No que diz respeito aos efeitos das características da cooperação para inovação no nível de emprego, observa-se que as variáveis que medem o papel das parcerias com consultorias brasileiras - - e das parcerias com universidades brasileiras-  -, apresentam coeficientes não significativos. Por outro lado, as variáveis que capturam os impactos sobre o nível de emprego das parcerias com consultorias do exterior- -, universidades do Exterior -  -, instituições de testes, ensaios e certificações localizadas no Brasil -  - e Instituições de testes, ensaios e certificações localizadas no exterior -  -,  apresentaram coeficientes significativos a pelo menos 95% de confiança. Os sinais positivos dos coeficientes de   e  , indicam que um aumento na cooperação para inovação com consultorias ou universidades do exterior está associado a um aumento de 1158.321 e 2764.328 trabalhadores empregados, respectivamente. Por outro lado, os sinais negativos dos coeficientes de  e , indicam que um aumento na cooperação para inovação com instituições de testes, ensaios e certificações localizadas no Brasil ou no exterior está associado a uma redução de 369.271 e 10524.036 trabalhadores empregados, respectivamente.

 

5 Discussões e Conclusões

Sobre as características da inovação, apenas o marketing apresentou um coeficiente positivo. Isso significa que, à medida que os setores inovam em marketing de produtos, há um aumento no nível de emprego. Segundo Ungerman et al. (2018), essa relação positiva é principalmente resultado das constantes mudanças decorrentes da globalização, que provocaram alterações significativas na forma como as empresas oferecem seus produtos. Os autores destacaram que a implementação de estratégias de marketing em busca de inovações aumenta o número de empregos, principalmente na área de comunicação digital. Ademais, Bang et al. (2016) demonstrou que a adoção de inovações de marketing também pode ter um impacto significativo na posição competitiva de uma empresa. Segundo o autor, a inovação de marketing permite que a empresa se diferencie entre os demais players, podendo, portanto, angariar maiores lucros. Kamp e Parry (2017) também retratam o impacto benéfico da implementação da inovação de marketing nas empresas provocando o aumento das vendas e na redução de custos. De forma geral, os maiores vendas advindas da inovação de marketing, pode resultar em maior demanda por trabalho, afetando positivamente o nível de emprego dos setores.

Por outro lado, observa-se uma relação negativa entre inovação de gestão e nível de emprego. Albuquerque et al. (2019), argumenta essa relação pode ser explicada pela automação cada vez mais comum com o advento de novas tecnologias. Segundo os autores, muitas empresas inovam em métodos de gestão, o que possibilitam a implementação de processos produtivos cada vez mais automatizados, resultando em uma redução de empregos. Frey e Osborne (2017) chegaram a resultados semelhantes. Analisando o mercado de trabalho nos Estados Unidos, os autores chegaram à conclusão de que em torno de 47,0% dos empregos americanos em 10 a 20 anos, serão automatizados. 

A inovação de desenvolvimento é um outro tipo de inovação que pode se enquadrar no grupo das que afetam negativamente o nível de emprego. Inovação de desenvolvimento pode estar presente em vários segmentos, tanto de produto quanto de processo, mas está essencialmente ligada ao incremento de novos produtos. Esse tipo de inovação envolve várias etapas, desde a identificação de oportunidades de mercado até o lançamento efetivo do produto. De acordo com os resultados obtidos para a variável explicativa "implinovcominovmarkdesen", esse tipo de inovação não apresentou coeficiente significativo para a criação de novos empregos. Frey e Osborne (2017) apontam as principais causas da relação negativa que esse tipo de inovação pode ter sobre o emprego. Para os autores, a introdução de inovações de desenvolvimento pode exigir uma reestruturação das empresas, resultando em alterações nas funções e nas necessidades de mão de obra. Isso pode levar a demissões, realocações ou requalificações de funcionários, gerando instabilidade e incerteza no emprego.

No que tange aos efeitos das redes de inovação no emprego, observa-se relações positivas, negativas e não significativas. Uma característica interessante a se destacar, é o papel pouco significativo das parcerias (redes de inovação) nacionais na determinação do nível de emprego. Esse fato pode estar relacionado à cultura de distanciamento entre as instituições de pesquisa e as empresas, o que pode refletir negativamente no sucesso dos projetos de inovação e, consequentemente, não ter impactos significativos no nível de emprego. Suzigan e Albuquerque (2008) argumentam que o Brasil apresenta um "padrão de interações entre universidades e empresas" caracterizado pela existência de "pontos de interação" entre as esferas científica e tecnológica. Isso explica a relação positiva com os parceiros externos, uma vez que o Brasil possui um sistema de inovação pouco desenvolvido, o que dificulta a formação de parcerias qualificadas para as empresas.

Ainda, de acordo com Suzigan e Albuquerque (2008), o padrão de interação universidade-empresa identificado no caso brasileiro ainda é considerado incipiente para estabelecer uma dinâmica econômica baseada na capacidade inovativa do país. Diante disso, o Brasil enfrenta desafios para ampliar os projetos de parceria empreendidos no país e aumentar as colaborações de alto conteúdo tecnológico, nas quais as articulações se mostram pouco expressivas. Nesse sentido, as empresas precisam intensificar as atividades de P&D e familiarizar-se com os mecanismos de colaboração para a inovação, bem como com os instrumentos governamentais disponíveis para estimular a inovação no país. Por outro lado, as universidades podem se beneficiar do fortalecimento dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), que têm o potencial de estreitar as formas de colaboração com as empresas. Para isso, esses órgãos precisam ser fortalecidos nas universidades, com pessoal qualificado para lidar com contratos de pesquisa, comercialização de tecnologias e propriedade intelectual, além de orçamento próprio para operar. Dessa forma, não havendo órgãos que direcionem esses sistema de redes, resta às empresas buscar parcerias em redes de inovação estrangeiras, uma vez que essas redes oferecem oportunidades de compartilhamento de conhecimento, recursos e experiências, impulsionando a inovação e o desenvolvimento conjunto de soluções. As parcerias com empresas estrangeiras podem oferecer acesso a investimentos e recursos financeiros que podem ser cruciais para o desenvolvimento e a implementação de projetos inovadores. Isso pode ajudar as empresas brasileiras a superarem limitações financeiras e acelerar seu crescimento e expansão, uma vez que a cooperação a nível nacional é baixa.

 

Referências

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Anexo 1- Ramos de atividades Econômicas

   Fabricação de produtos alimentícios

   Fabricação de bebidas

   Fabricação de produtos do fumo

   Fabricação de produtos têxteis

   Confecção de artigos do vestuário e acessórios

        Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados

   Fabricação de produtos de madeira

      Fabricação de celulose e outras pastas

      Fabricação de papel, embalagens e artefatos de papel

   Impressão e reprodução de gravações

      Fabricação de coque e biocombustíveis (álcool e outros)

      Refino de petróleo

      Fabricação de produtos químicos inorgânicos

      Fabricação de produtos químicos orgânicos

         Fabricação de resinas e elastômeros, fibras artificiais e sintéticas, defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários

          Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal

Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins e   de produtos diversos

      Fabricação de produtos farmoquímicos

      Fabricação de produtos farmacêuticos

   Fabricação de artigos de borracha e plástico

   Fabricação de produtos de minerais não-metálicos

      Produtos siderúrgicos

      Metalurgia de metais não-ferrosos e fundição

   Fabricação de produtos de metal

      Fabricação de componentes eletrônicos

      Fabricação de equipamentos de informática e periféricos

      Fabricação de equipamentos de comunicação

Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos   e equipamentos de irradiação

      Fabricação de outros produtos eletrônicos e ópticos

      Fabricação de geradores, transformadores e equipamentos   para distribuição de energia elétrica

      Fabricação de eletrodomésticos

      Fabricação de pilhas, lâmpadas e outros aparelhos elétricos

      Motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão

      Máquinas e equipamentos para agropecuária

      Máquinas para extração e construção

      Outras máquinas e equipamentos

      Fabricação de automóveis, caminhonetas e utilitários, caminhões e ônibus

          Fabricação de cabines, carrocerias, reboques e recondicionamento de motores

      Fabricação de peças e acessórios para veículos

   Fabricação de outros equipamentos de transporte

   Fabricação de móveis

   Fabricação de produtos diversos

      Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico   e odontológico e de artigos ópticos

      Outros produtos diversos

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e   equipamentos

  Edição e gravação e edição de música

   Telecomunicações

      Desenvolvimento de software sob encomenda

      Desenvolvimento de software customizável

      Desenvolvimento de software não customizável

      Outros serviços de tecnologia da informação

   Tratamento de dados, hospedagem na internet e outras   atividades relacionadas

   Serviços de arquitetura e engenharia, testes e análises técnicas

   Pesquisa e desenvolvimento

Indústrias extrativas

Indústrias de transformação

Eletricidade e gás

Serviços

Fonte: PINTEC (2017)

 

 



[1] Professor Adjunto A da Universidade Federal do Delta do Parnaíba. Doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

[2] Doutorando e Mestre em Economia Aplicada (2019) pela Universidade Federal da Paraíba. Professor substituto (2021-2023) na Universidade Federal do Delta de Parnaíba (UFDPar), na área de Estatística na Coordenação do Curso de Matemática.

[3] Professora Titular aposentada da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora. Doutorado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro