ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO E A INDÚSTRIA CRIATIVA

uma revisão sistemática

Matheus Pereira Mattos Felizola[1]

Universidade Federal de Sergipe

matheusfelizola@academico.ufs.br

Jane Aparecida Marques[2]

Universidade de São Paulo

janemarq@usp.br

Amanda Luiza Soares Silva[3]

Universidade Federal de Sergipe

amandalsoaressilva@gmail.com

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Resumo

O propósito da presente pesquisa consistiu em investigar os agentes envolvidos em um ecossistema de inovação dentro da esfera da indústria criativa, valendo-se da literatura internacional pertinente. O interesse emergiu da necessidade de avaliar a existência de exemplos internacionais que identificassem novos protagonistas inovadores. Para tanto, empreendeu-se uma revisão sistemática das publicações indexadas na base de dados da Web of Science, utilizando o método de análise de conteúdo a partir de Bardin (2016). Após a elaboração do protocolo para filtragem e análise, foram identificados e examinados 46 artigos publicados na referida plataforma entre os anos de 2020 e 2024. É possível constatar que a discussão acerca dos ecossistemas de inovação e da indústria criativa transcende as fronteiras regionais, abordando a necessidade de integrar tanto as áreas urbanas quanto as rurais. Essa integração se faz mediante a criação de distritos de inovação, zonas de inovação, coletivos de criatividade, cidades criativas e cidades inteligentes, todos os espaços pautados por preocupações de sustentabilidade, com o propósito de unificar os interesses da indústria, da sociedade civil, do governo e do meio acadêmico. Para a efetiva geração de produtos inovadores, torna-se indispensável contar com profissionais criativos dotados de habilidades gerenciais específicas, respaldados por modelos de negócio e fluxos organizacionais bem definidos. Além disso, é essencial manter uma atenção constante aos aspectos relacionados aos registros de propriedade intelectual e à implementação de políticas públicas que fomentem o desenvolvimento da indústria criativa.

Palavras-chave: ecossistema de inovação; inovação; indústria criativa; revisão sistemática.

 

INNOVATION ECOSYSTEM AND THE CREATIVE INDUSTRY

 a systematic review

Abstract

The purpose of the present research was to investigate the agents involved in an innovation ecosystem within the realm of the creative industry, drawing on relevant international literature. The interest emerged from the need to assess the existence of international examples identifying new innovative protagonists. To this end, a systematic review of publications indexed in the Web of Science database was undertaken, using the content analysis method based on Bardin (2016). After developing the protocol for filtering and analysis, 46 articles published on the platform between 2020 and 2024 were identified and examined. It is possible to observe that the discussion about innovation ecosystems and the creative industry transcends regional boundaries, addressing the need to integrate both urban and rural areas. This integration is achieved through the creation of innovation districts, innovation zones, creativity collectives, creative cities, and smart cities, all spaces guided by sustainability concerns, with the purpose of unifying the interests of industry, civil society, government, and academia. For the effective generation of innovative products, it becomes indispensable to have creative professionals endowed with specific managerial skills, supported by well-defined business models and organizational flows. Furthermore, it is essential to maintain constant attention to aspects related to intellectual property rights and the implementation of public policies that promote the development of the creative industry.

Keywords: innovation ecosystem; innovation; creative industry; systematic review.

ECOSISTEMA DE INNOVACIÓN Y LA INDUSTRIA CREATIVA

una revisión sistemática

Resumen

El propósito de la presente investigación fue investigar los agentes involucrados en un ecosistema de innovación dentro del ámbito de la industria creativa, utilizando la literatura internacional pertinente. El interés surgió de la necesidad de evaluar la existencia de ejemplos internacionales que identificaran nuevos protagonistas innovadores. Para ello, se realizó una revisión sistemática de publicaciones indexadas en la base de datos de Web of Science, utilizando el método de análisis de contenido según Bardin (2016). Después de desarrollar el protocolo para filtrar y analizar, se identificaron y examinaron 46 artículos publicados en dicha plataforma entre los años 2020 y 2024. Es posible observar que la discusión sobre los ecosistemas de innovación y la industria creativa trasciende las fronteras regionales, abordando la necesidad de integrar tanto áreas urbanas como rurales. Esta integración se logra mediante la creación de distritos de innovación, zonas de innovación, colectivos de creatividad, ciudades creativas y ciudades inteligentes, todos ellos guiados por preocupaciones de sostenibilidad, con el propósito de unificar los intereses de la industria, la sociedad civil, el gobierno y el ámbito académico. Para la generación efectiva de productos innovadores, es indispensable contar con profesionales creativos dotados de habilidades gerenciales específicas, respaldados por modelos de negocio y flujos organizacionales bien definidos. Además, es esencial mantener una atención constante en aspectos relacionados con registros de propiedad intelectual y la implementación de políticas públicas que fomenten el desarrollo de la industria creativa.

Palabras clave: ecosistema de innovación; innovación; industria creativa; revisión sistemática.

1  INTRODUÇÃO

Na literatura científica internacional, o termo ecossistemas de negócios surge na década de 1990 para apresentar as redes envolvendo a indústria, a sociedade, a academia e os consumidores. Autores como Adner (2006, 2010), Carayannis e Campbell (2009, 2010), Iansiti e Levien, (2004), Isenberg (2014), Moore (1993, 1996) e Teece (2007, 2010) analisaram os ecossistemas de inovação e perceberam a dinâmica envolvendo os novos atores que disputam o mercado internacional. 

 Ainda na década de 1990, surge o conceito de "indústrias criativas", que está associado às mudanças econômicas e sociais, que provocaram uma transição das atividades industriais convencionais para aquelas que demandam um alto nível de conhecimento, comumente encontradas no âmbito do setor de serviços criativos e inovadores. Autores como Blythe (2001) e Caves (2000), envolvidos com a análise do Reino Unido, percebem a potencialidade e a escalabilidade da produção artística e cultural da indústria criativa.   

A partir dessa realidade, buscou-se investigar na literatura mais atual, os agentes envolvidos em um ecossistema de inovação dentro da esfera da Indústria Criativa, valendo-se da literatura internacional pertinente. O interesse emergiu da necessidade de avaliar a existência de exemplos internacionais que identificassem novos protagonistas inovadores nesse setor específico. Para tanto, empreendeu-se uma revisão sistemática das publicações indexadas na base de dados da Web of Science, utilizando o método de análise de conteúdo a partir dos passos e preceitos de Bardin (2016). Após a elaboração do protocolo para filtragem e análise, foram identificados e examinados 46 artigos publicados na referida plataforma entre os anos de 2020 e 2024 (até o mês de abril).

A opção pela condução de uma revisão sistemática foi motivada pela convicção de que tal procedimento constitui uma etapa primordial em qualquer empreendimento científico. Além de proporcionar uma compreensão aprofundada dos conceitos subjacentes, dos atores de maior influência e das publicações científicas mais relevantes, esse método também ofereceu a oportunidade de identificar as instituições com maior envolvimento na discussão, fomentando potenciais colaborações interdisciplinares em projetos futuros.

 

2  PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No presente estudo científico, objetivou-se identificar a literatura mais atual e relevante disponível na plataforma Web of Science da empresa Clarivate Analytics. Para tal propósito, procedeu-se à pesquisa dos termos "Entrepreneurial ecosystem in the creative economy *" e "Innovation and Creative Industry Ecosystem*" nessa base de dados, valendo-se da identificação das palavras-chave nos campos de título, resumo ou palavras-chave dos trabalhos científicos indexados.

Inicialmente, foram recuperados 847 artigos relacionados ao tema, abrangendo o período de 1998 a 2024. A análise preliminar dos resumos revelou que uma proporção significativa desses trabalhos apresentava discussões pouco esclarecedoras, antigas ou abordava casos de ecossistemas com escassa representatividade. Diante disso, adotou-se uma nova estratégia de triagem, concentrando-se nos artigos publicados entre os anos de 2020 e 2024, resultando em 448 trabalhos selecionados.

Em seguida, para refinar ainda mais a seleção, utilizou-se o filtro de documentos para restringir a busca a artigos, excluindo-se assim artigos de conferências e capítulos de livros, trabalhos em revisão, ou a duplicação de publicações baseadas na mesma pesquisa. Tal procedimento culminou na obtenção de 385 artigos. Prosseguindo com o processo de triagem, foram identificados 198 artigos com acesso aberto na coleção principal do Web of Science. No entanto, muitos desses textos abordavam questões extremamente específicas relacionadas à inovação ou à criatividade, muitas vezes com resultados parciais e carência de referencial teórico de suporte, além dos textos se afastarem do objetivo da presente pesquisa.

Diante desse cenário, adotou-se um novo critério de filtragem, enfocando as seguintes categorias do Web of Science: Management e Business (26 artigos) e Urban Studies (19 artigos) e Economics (12 artigos), resultando em um conjunto de 57 artigos. Na Figura 1, apresenta-se os 4 clusters de palavras-chave encontrados nos 57 artigos: Cluster 1 (cor vermelha), destacando a classe criativa, a política e o desenvolvimento de inovações, além das relações e competições dentro de uma região; Cluster 2 (cor verde), destacando o impacto da indústria criativa e sua relação com o espaço físico como cidades e clusters tecnológicos; Cluster 3 (cor azul), destacando o papel da cultura, criatividade e inovação para geração de empregos na área criativa; e Cluster 4, destacando conhecimento dos artistas, dos negócios criativos e a preocupação com questões da ecologia.

 

 

 

 

 

 

 

Figura 1 - Mapa de co-ocorrência dos 57 artigos

 

Diagrama

Descrição gerada automaticamente

Fonte: VOSViewer (2024).

Após a leitura cuidadosa dos resumos, verificou-se que 46 artigos estavam alinhados com os objetivos da presente pesquisa. Em relação às áreas de publicação, a plataforma permite que um mesmo artigo esteja em mais de uma área, sendo assim, observou-se, a maior parte dos trabalhos estavam nas áreas de Business (26 artigos), Management (12 artigos), Economics (12 artigos), Regional Urban Planning (10 artigos) e Environmetal Studies (8 artigos). Em relação aos países dos pesquisadores, a Inglaterra (13 artigos) é o país com o maior número de trabalhos, seguidos da Austrália e França (3 artigos) e Canadá, Bélgica, República Tcheca, Finlândia (2 artigos), outros países tiveram apenas uma publicação. Para facilitar a visualização dos procedimentos metodológicos, logo abaixo um diagrama dos passos da construção do artigo científico.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2 - Diagrama com as Etapas da Construção do Artigo Científico

 

Tabela

Descrição gerada automaticamente

Fonte: Elaborado pelos autores (2024) por meio da ferramenta Diagrams: Show Me.

A revisão efetuada revelou uma literatura recente e substancial no campo do ecossistema de inovação. Dessa forma, no próximo tópico, serão minuciosamente expostos os resultados alcançados nesta investigação. Ao término deste estudo, almeja-se que os resultados obtidos possam servir de auxílio e incentivo a outros pesquisadores interessados na temática dos ecossistemas de inovação e indústrias criativas.

 

3  RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção, apresenta-se os resultados acerca da importância da Indústria Criativa e dos atores do Ecossistema de Inovação e da Indústria Criativa.

 

3.1  IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA INDÚSTRIA CRIATIVA

Partindo da importância econômica, para Bednář, Danko e Smékalová (2023) o conceito de indústrias criativas assume um papel estratégico nas políticas públicas de países desenvolvidos, em linhas gerais a economia criativa envolve criatividade, ideias, conhecimento, tecnologia e inovação. Burlina, Casadei e Crociata (2023) destacam que governos e líderes políticos têm aumentado consideravelmente seus investimentos nas indústrias culturais e criativas, as quais se tornaram uma parte significativa da economia contemporânea.

Ao observarem os aspectos transformadores e o impacto econômico, para Wise, Gokbulut e Fillis (2022) as indústrias criativas e culturais desempenham um papel importante na transformação social e cultural, e é necessário que os decisores públicos compreendam como o empreendedorismo ajuda a criar valor na transição dos espaços públicos. Os autores mencionados investigaram a transformação urbana e o empreendedorismo cultural em Liverpool na Inglaterra a partir de um estudo de caso e observam a relevância da indústria criativa como impulsionadora de uma nova economia criativa e inovadora. Na perspectiva dos Wise, Gokbulut e Fillis (2022), a indústria criativa tem potencial para se fortalecer tanto em seus espaços culturais criativos, como o caso que eles investigaram no Triângulo Báltico de Liverpool, ou como negócios criativos com potencial de escalabilidade espalhados em espaços alternativos ou convencionais.

Para Gasimova et al. (2022) na economia criativa, o incentivo à inovação é fundamental, visto que as soluções tradicionais são muitas vezes insuficientes para resolver problemas cotidianos da sociedade. Ao estimular a criatividade, a inovação e a colaboração, a economia criativa cria um ambiente favorável para novas ideias e abordagens. Para os autores, a economia criativa baseia-se na capacidade de resolver problemas emergentes e potenciais através de métodos não tradicionais. Isto não só aumenta a competitividade, mas também aumenta o impacto econômico e social das invenções.

Batabyal e Nijkamp (2022) ao desenvolverem uma revisão de literatura sobre a economia criativa, apontam que alguns estudos analisam áreas criativas em que a produção de um ou mais produtos finais se baseia na utilização de capital criativo e físico como recursos. Outros estudos destacam que a mobilidade do capital criativo ajuda a explicar parcialmente por que as regiões competem entre si para atrair esse capital criativo. Outra linha teórica estuda quais são as melhores estratégias para atrair a classe criativa para as cidades e regiões conceituadas na área da economia criativa e inovação. Alibekova et al. (2021) analisaram que o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) tornou-se uma questão crucial que impacta diretamente a prosperidade socioeconômica dos países. Bakos (2021) avalia que no processo da construção criativa na indústria, é necessário o incentivo para o desenvolvimento de profissionais criativos, de processos inovadores e criativos, de ambientes propícios à inovação e a criatividade, com esses esforços é possível pensar em produtos criativos, na visão do autor, o impacto do empreendedor inovador e preocupado com o social na economia, é um grande catalisador do crescimento e desenvolvimento da sociedade. No próximo tópico buscou-se identificar os principais atores atuantes no ecossistema de inovação e na indústria criativa avaliados nos casos e citados ao longo dos artigos analisados.

 

3.2 ATORES DO ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO E DA INDÚSTRIA CRIATIVA

Nesta subseção, apresenta-se os resultados acerca atores do Ecossistema de Inovação e da Indústria Criativa: academia, espaços inovadores e os profissionais criativos.

 

3.2.1 Academia

A partir dos dados da revisão sistemática, a universidade assume um importante papel no ecossistema de inovação e na indústria criativa, na visão de Cockshut, Brown e Hardey (2020), que realizaram uma pesquisa-ação em zona rural no Nordeste do Reino Unido, pela  Universidade de Durham, a universidade assume um papel como um centro de inovação, e também desempenha uma função fundamental na promoção e incentivo da produção criativa e cultural, essa ação é realizada através de seus espaços dedicados à criatividade, seus diversos departamentos acadêmicos e dos cursos oferecidos. Além disso, as universidades desempenham importante ação na preservação cultural, por meio de centros artísticos afiliados, tais como: museus, teatros ou outros espaços para atividades musicais, garantindo assim a continuidade e a valorização do patrimônio cultural, em linhas gerais, para Cockshut, Brown e Hardey (2020), a universidade deve ser protagonista na relação com as micro e pequenas empresas criativas, potencializando a inovação transformadora e social.

Nessa seara, Ali (2021), também observa que as universidades assumem o papel de principal ator social na produção de recursos de conhecimento na sociedade pós-industrial, e que logicamente, tem papel fundamental na difusão de produtos, processos e conceitos relacionados com a indústria criativa e com a inovação.

  Ao avançar na discussão dos espaços de influência das universidades, autores como Zandiatashbar e Kayanan (2020) observaram que embora existam diferenças de nomenclatura e constituição, os parques tecnológicos ligados a ambientes universitários, estão mais envolvidos com resultados de pesquisas, enquanto que nos distritos de inovação, a presença da universidade não é obrigatória, embora seja importante estrategicamente, já nos distritos criativos, o foco é a presença de profissionais criativos e técnicos e preocupados com a sustentabilidade econômica da localidade. Em comum nos tipos de construções, está a ideia de desenvolvimento econômico e social de uma localidade.

Ao observar a relação entre as universidades e outros atores,  os pesquisadores Burlina, Casadei e Crociata (2023) reforçam a importância das universidades, no tocante às medidas de apoio à conexão entre pessoas e empresas criativas, e podem abranger iniciativas para estabelecer infraestruturas físicas ou virtuais destinadas a atrair talentos criativos e empreendedores, além de promover sinergias e colaboração com as principais partes interessadas. No próximo tópico, será possível identificar outros atores atuantes no ecossistema de inovação e na indústria criativa avaliados nos casos e citados ao longo do estudo, dando ênfase aos espaços com características inovadoras, tais quais, os centros de inovação, distritos de inovação, zonas de inovação, dentre outros.

 

3.2.2 Espaços Inovadores

Ao aprofundarem o estudo para os distritos de inovação, os pesquisadores Zandiatashbar e Kayanan (2020) analisam que estratégias atuais de vários países buscam impulsionar uma economia criativa e sustentável, com a criação de espaços interativos, como distritos de inovação, centros de inovação e zonas de inovação que se tornam locais de trocas culturais e construção de produtos inovadores. A partir de Davidson et al. (2023) que avaliaram a realidade de Melbourne na Austrália, e perceberam que a inovação está no topo da agenda das políticas públicas de planejamento urbano. Ao construírem distritos de inovação, as cidades criativas assumem um papel decisivo em incentivar uma dinâmica que favoreça a inovação. Os autores observaram algumas características dos distritos, sendo elas: a inovação oscila entre objetivos econômicos, sociais e ambientais; não existe uma definição clara, do que seria inovação para os distritos de inovação; os distritos de inovação oferecem espaço para experimentação urbana e que o surgimento dos distritos de inovação está atrelado às pressões externas sobre resultados da economia.

Em relação à dinâmica dos centros de inovação, autores como Koval, Neboha e Nesenenko (2021) ao avaliarem as características dos centros criativos de inovação, percebem que as estratégias partem de três premissas. Centralização: Optar por uma localização estratégica que facilita contatos frequentes, promovendo a interação entre os diversos envolvidos; Interesses Comuns: Promover áreas de atividades interconectadas e identificar mercados potenciais que reúnam participantes e partes interessadas com objetivos compartilhados; Interação: Estimular o relacionamento e a interdependência entre as partes interessadas, por meio de uma ampla gama de relações formais e informais.

Para Zandiatashbar e Hamidi (2022) os centros de alta tecnologia estão cada vez mais interessados em implementar estratégias de desenvolvimento econômico local, como distritos de inovação, para estimular a economia. Em outra análise, os pesquisadores Khrushch et al. (2022) ao avaliarem o potencial econômico da região de Walbrzych na Polônia percebem que o impacto do potencial econômico no desenvolvimento da economia criativa perpassa pela importância da gestão governamental, ao dar suporte metodológico, jurídico, contábil e incentivos na geração de recursos humanos e financeiros. Khrushch et al. (2022) argumentam, que a economia criativa também se fundamenta no potencial inovador do sujeito, ao fazer escolhas não usuais para alcançar resultados satisfatórios de melhorias e perpassa também, no incentivo para que novos profissionais criativos atuem no mercado. A partir da necessidade de formação de recursos humanos para o ecossistema de inovação e indústria criativa, o próximo tópico irá abordar a realidade dos profissionais criativos.

 

3.2.3 Os Profissionais Criativos

Ao observar os profissionais criativos que movimentam o ecossistema de inovação da indústria criativa, autores como Paulsen, Alper e Wassall (2021) ao analisarem a indústria criativa a partir dos formandos em artes, observaram que as indústrias criativas englobam uma ampla gama de setores, com destaque para os serviços especializados de design, que se destacam como a principal área de atuação para graduados universitários, principalmente como artistas independentes (freelancers). Além disso, algumas indústrias criativas, estão envolvidas com a área de propriedade intelectual, que nos últimos anos estão despertando a atenção dos jovens estudantes, dentre essas indústrias, eles citam: editores de jornais, periódicos, livros, software e produção cinematográfica. 

Em pesquisa realizada na África, os pesquisadores Rosenberg e Brent (2020), que fizeram uma pesquisa qualitativa sobre os profissionais criativos que trabalham na cidade de Nairobi no Quênia que é conhecida como “Savana do Silício”, em referência ao Vale do Silício, observam que existe uma estreita relação entre urbanização, infraestrutura e atração dos profissionais criativas, em especial no caso de Nairobi, que se transformou em um importante centro continental para profissionais criativos, especialmente no setor de novas tecnologias da comunicação, embora segundo Rosenberg e Brent (2020)  a realidade do lugar gere sentimento de frustração e falta de interesse para uma grande parcela dos criativos.

Tsou e Chen (2022) a partir da visão do ecossistema da indústria cultural e criativa de Taiwan analisam que para a promoção da cultura de competitividade nas empresas, os empreendedores devem fazer uma análise dos seus pontos fortes e fracos frentes aos concorrentes, aprimorar sua posição no mercado e adotar uma postura mais ousada e resiliente. Tsou e Chen (2022), ainda sob a lente do ecossistema da indústria cultural e criativa de Taiwan, advogam que as empresas inseridas neste domínio devem atentar-se aos seus modelos de negócios, instituir fluxos de trabalho organizados, dedicar-se ao desenvolvimento de programas voltados para pesquisa e desenvolvimento, além de propiciar a formação e capacitação contínuas de seus profissionais criativos.

Toth et al. (2022) que investigaram designers gráficos de 17 países diferentes, buscaram entender em seu estudo, a realidade de profissionais que atuam como empreendedores individuais e sem o envolvimento de intermediários, tais como as agências criativas tradicionais e perceberam que os profissionais criativos, apostam em plataformas de serviços especializados para divulgação do seu trabalho. Ainda no âmbito do ecossistema de inovação e da indústria criativa Alibekova et al. (2021) ao avaliarem o setor da Indústria Criativa no Cazaquistão, em especial as TICs, observam que a contribuição da indústria para o PIB do país, está estagnada, pois embora exista um ambiente de negócios convencional bem estruturado e com fluxo de investimento internacional já consolidado, na indústria criativa, o país não está dedicado a incentivar os profissionais criativos, não consegue atrair criativos de outros países, existe pouco capital de risco e faltam maiores conexões com o ecossistema de inovação global.

Ao analisarem os espaços de trabalho dos criativos, autores como Fitzgibbon e Tsioulakis (2022) ao adentrar na economia criativa investigaram dois coletivos de freelancers de artes em Belfast na Irlanda do Norte e Atenas na Grécia e observaram que embora essas cidades possuem espaços colaborativos, muitos profissionais criativos trabalham de maneira virtual e isolada em suas casas e possuam múltiplas responsabilidades de organização pessoal e profissional. Em relação aos espaços alternativos, o trabalho de Pickerill et al. (2024) argumenta que as eco comunidades podem atrair profissionais criativos e ter impacto econômico sustentável em regiões que buscam inovar de maneira consciente

Gawel (2021) observa que na indústria criativa e inovadora, o ecossistema empreendedor engloba um conjunto de elementos econômicos, sociais e institucionais interconectados que sustentam projetos empreendedores dos profissionais criativos, proporcionando as condições essenciais para seu desenvolvimento e comercialização. Este contexto também é percebido como uma área geográfica conectada de startups, empresas consolidadas, empreendedores maduros, academia e centros de pesquisa, que modificam o cenário da economia local.

Uyttebrouck, Remøy e Teller (2021) investigaram a relação de trabalho e vida pessoal em Amsterdã na Holanda e Bruxelas na Bélgica e observam a potencialidade do estudo para a economia criativa. Den Hartog (2021) que estudou a realidade de Xangai na China, observou a importância da atração de mão de obra qualificada, com a criação de zonas urbanas propensas a atender as necessidades individuais e coletivas e promover a economia e o desenvolvimento sustentável da região. O’brien, Rees e Taylor (2023) no tocante a realidade da Inglaterra analisam que os debates dos conceitos de indústria criativas, classes criativas, profissionais criativos e “economia cultural" são amplos e estão associados a um tema que necessita de investigação mais profunda e com parâmetros mais diretivos. Por fim, os pesquisadores Fillis, Lee e Fraser (2022) avaliaram que na indústria criativa, em especial nos artistas emergentes, a noção de empreendedorismo está bastante associada com o desenvolvimento das carreiras autônomas dos artistas. Após a análise da realidade dos profissionais criativos, no próximo tópico, será possível observar com mais detalhes os desafios do ecossistema de inovação e da indústria criativa citados nos artigos científicos.

 

3.3 ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO E A INDÚSTRIA CRIATIVA

Em relação às empresas, os autores Friz e Guenther (2021) examinaram o comportamento inovador das empresas durante a crise econômica de 2008/2009, o estudo concentrou-se nos países em transição da Europa Central e Oriental e da Ásia Central, que passaram por uma reestruturação completa de seus sistemas de inovação ao mudarem de economias planejadas para economias de mercado. Os resultados revelam um declínio significativo na atividade de inovação em todas as economias em transição como consequência direta da crise.

Essa visão pessimista de um recorte importante da economia global, também parece ser a tônica da análise de Gasparin e Quinn (2021), que desenvolveram uma pesquisa científica qualitativa sobre a realidade da Indústria Criativa do Vietnã e observam que apesar do enorme potencial da economia criativa e das atividades culturais, a indústria criativa enfrenta dificuldades tais como: Falta de uma definição clara do setor; Escassez de educação em propriedade intelectual; Ausência de um ecossistema criativo e inovador; Carência de criatividade e educação em gestão da inovação; Falta de modelos de negócios inovadores adequados para o setor criativo; Baixa educação e interesse dos consumidores; Dificuldades no acesso ao financiamento; Autocensura dos criativos devido à presença de censura estatal; Desafios nos sistemas regulatórios;  Pouca adoção e implementação de tecnologias digitais desenvolvidas; Dificuldade construir modelos de negócio que sejam sustentáveis. Sendo assim, na ótica de Gasparin e Quinn (2021) as dificuldades citadas, representam obstáculos significativos ao desenvolvimento e sucesso da indústria criativa.

Hnatenko et al. (2020) ao proporem ações para o desenvolvimento da economia criativa e inovadora na Ucrânia, avaliam ser importante construir diretrizes para estabelecer infraestruturas de empreendedorismo inovador em âmbito nacional e regional podem orientar as autoridades públicas na criação de um mecanismo regulatório unificado para essas infraestruturas de inovação. Ao investigar o ecossistema de inovação e a indústria criativa, os pesquisadores Batabyal e Nijkamp (2022) apontam a importância da criação de políticas fiscais e subsídios financeiros para atrair a classe criativa em diferentes regiões.

Jones, Van Assche e Parkins (2021) a partir da perspectiva da indústria criativa do artesanato avaliam que é fundamental aprimorar os modelos de gestão e organização dos negócios criativos internamente e também avançar para outros modelos de governança comunitária. Kézai, Fischer e Lados (2020), um ambiente criativo e inovador, necessita de empreendedorismo e inovação, com preocupação com o registro da propriedade intelectual, foco na produtividade e na adaptação de mercado, integrado com as discussões internacionais e com capacidade para implementar mudanças na sociedade.

Preocupados também com aspectos ligados à produtividade, os pesquisadores Bogoyavlenska, Persia e Bondarenko (2020) argumentam que a adoção de logística inteligente impulsiona a produtividade por meio de inovações na gestão e potencializa a comercialização de produtos criativos. Em uma pesquisa importante para o ecossistema de inovação e da indústria criativa da América do Norte, os pesquisadores Graizbord e Santiago (2021) analisaram a indústria criativa, a partir da realidade de mais de 300 cidades do México e perceberam três grupos de atividade mais impactantes na área, que são os meios audiovisuais, o design gráfico e arte e cultura. Essas áreas da indústria criativa, estão configuradas em cidades com maior potencial econômico e político e tem maior representatividade econômica, social e política.

Ainda no quesito produtividade, os pesquisadores Bruhn, Demirguc-Kunt e Singer (2023) que fizeram uma pesquisa global sobre a realidade das pequenas empresas após a pandemia do novo coronavírus, observaram que em países com baixa concorrência, o poder de barganha de mercado e as relações políticas, influenciam quais as empresas que alcançam melhor resultado em momentos de crise econômica e social. A produtividade não é um fator tão influente em economias de baixa concorrência, essa característica limita o potencial inovador e a resiliência frente a crise.

Ao argumentarem sobre o ecossistema de inovação e a indústria criativa, os pesquisadores Kézai, Fischer e Lados (2020), analisam que dentro de uma economia criativa, as startups, pequenas empresas criativas, turismo, mobilidade, serviços financeiros, comércio e indústria, desempenham papeis cruciais no desenvolvimento de cidades inteligentes. Saiyed et al. (2023) investigaram o empreendedorismo na Índia e perceberam que grupos marginalizados, podem usar a experiência em suas comunidades para resolver problemas com mais criatividade e alcançar mercados internacionais. Em outra pesquisa relevante para o ecossistema de inovação e a indústria criativa, os pesquisadores Khlystova, Kalyuzhnova e Belitski (2022) desenvolveram uma pesquisa em seis localidade diversas, analisaram os envolvidos com o ecossistema de criatividade e inovação, perceberam, a participação da academia, dos financiadores de empresas inovadoras, do governo, dos parques tecnológicos, incubadoras de criativos, profissionais de criatividade e tecnologia, gestores de organizações, empresas multinacionais e diversas outras instituições.

Em relação a diversidade de interesse e de colaboração, autores como Grandclement e Grondeau (2022) ao analisarem o impacto urbano, social e econômico do parque científico e tecnológico de Sophia-Antipolis que foi criado na década de 1970 na França e atinge cinco municípios, observam as dificuldades de governança com um grande número de pautas divergentes entre os seus diversos atores.  Os pesquisadores Ziyae, Jusoh e Madadian (2020) observam que a capacidade empreendedora de criar e observar oportunidades no mercado, é fator fundamental para o crescimento das empresas.

A partir da leitura dos textos da revisão sistemática, foi possível construir o Diagrama mindmap com Markmap logo abaixo, a partir das principais discussões e conceitos surgidos ao longo da investigação científica.

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 3 - Ecossistema de Inovação na Indústria Criativa

 

Fonte: Elaborado pelos autores (2024) por meio da ferramenta Diagrams: Show Me.

A partir da figura e dos textos citados, é possível observar que a base da estruturação do ecossistema de inovação na indústria criativa está associada aos principais atores, que são:  Indústria, Sociedade Civil, Governo, Meio Acadêmico, Propriedade Intelectual e Políticas Públicas. Sendo importante observar, que o governo assume em algumas realidades, um papel de governança, além do papel tradicional de propositor de políticas públicas. A partir dessa base, surgem as áreas criativas e inovadoras, que tais como:  Distritos de Inovação – Foco na integração e na sustentabilidade; Zonas de Inovação – Espaços inovadores e desenvolvimento regional; Coletivos de Criatividade- Integração de talentos e colaboração; Cidades Criativas- Inclusão urbana e rural e as Cidades Inteligentes – Plataformas digitais e infraestrutura avançada. 

 

4  CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos artigos analisados na pesquisa, foi possível observar que o debate sobre ecossistemas de inovação e indústria criativa vai além das fronteiras locais, destacando a importância de envolver tanto áreas urbanas quanto rurais, além da necessidade de redimensionar parâmetros relacionados com as localidades e regiões. A revisão sistemática, possibilitou observar a importância da construção de distritos e zonas de inovação, além de coletivos de criatividade, cidades criativas e cidades inteligentes, todos orientados por critérios de sustentabilidade.

A necessidade de alinhamento e conexão, entre os interesses da indústria, sociedade civil, governo e setor acadêmico continuam sendo desafiadores, e os artigos demonstram que para criar produtos inovadores, é crucial ter profissionais criativos com competências gerenciais específicas, apoiados por modelos de negócio e estruturas organizacionais claras. Adicionalmente, é vital manter um foco contínuo em questões de propriedade intelectual e na aplicação de políticas públicas que promovam o crescimento da indústria criativa.

A revisão sistemática, apresentou ainda, que as cidades inteligentes e criativas, além da óbvia introdução de novas tecnologias, também avançam para a problemática social e da urbanização, questão fundamental para a atração e retenção de profissionais criativos. O ecossistema de inovação na indústria criativa, tem ainda o desafio de inovar criativamente, além de desenvolver a cultura, a sustentabilidade e a inclusão social.

Por fim, um aspecto observado na leitura dos artigos, refere-se à necessidade de incentivar a proteção da propriedade intelectual da indústria criativa, algo fundamental para potencializar o valor da inovação dentro dos ecossistemas de inovação na indústria criativa. Desta forma, aumenta a responsabilidade, das universidades como difusoras de conhecimento e dos governos e parlamentos que necessitam criar leis e normas que protejam os direitos dos profissionais criativos, desta maneira, é possível garantir um retorno econômico dos investimentos com a inovação e potencializar o crescimento sustentável da indústria criativa.

 

AGRADECIMENTOS

 

Agradecimentos ao apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq/Brasil no PDS realizado na Universidade de São Paulo (EACH/USP).

 

 

REFERÊNCIAS

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[1] Professor Associado IV do curso de Publicidade e Propaganda da UFS Pós-doutor pela UFRGS e USP. Professor do Mestrado Profissional em Ciência da Informação - PPGCI da UFS- Universidade Federal de Sergipe. Líder do Grupo de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação (UFS) e Investigador do Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta de Portugal. Doutor em Ciência da Propriedade Intelectual (2021) pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Doutor em Ciências Sociais (2012) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

[2] Doutora (2008) em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo Professora Livre Docente na área de Comunicação e Marketing na Universidade de São Paulo. Atual coordenadora do curso de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo e atua também no Mestrado Profissional em Empreendedorismo, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade e no curso de graduação em Marketing da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, todos da Universidade de São Paulo.

[3] Doutora em Ciência da Propriedade Intelectual (2022) pela Universidade Federal de Sergipe - UFS com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Mestra em Ciência da Propriedade Intelectual (2017) da UFS com bolsa da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe - FAPITEC/SE. Graduação em Administração pela UFS (2014).