ECODESIGN PARA MATERIAIS GRÁFICOS

a influência no comportamento dos consumidores

Ana Claudia Lustosa de Mello[1]

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

aninha_lustosa_@hotmail.com

Vanessa Marques da Rosa [2]

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

vanessamarquesdarosa@gmail.com

Jerry Adriani Johann [3]

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

jerry.johann@unioeste.br

Geysler Rogis Flor Bertolini [4]

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

geysler_rogis@yahoo.com.br

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Resumo

Esse estudo procurou abordar o comportamento sustentável e a consciência ambiental dos clientes de uma indústria gráfica, no desenvolvimento de produtos pela metodologia do Ecodesign, tratando dos produtos mais relevantes para o negócio: embalagens e revistas. Seguindo uma abordagem quantitativa, com o desenvolvimento teórico e científico acerca do tema e posteriormente, realizando um teste T para verificação das hipóteses propostas, além da utilização da estatística descritiva, os principais resultados mostram um perfil de consumidor mais sustentável para este tipo de produto, além da inclinação destes clientes a pagarem valores maiores por produtos eco-friendly.

Palavras-chave: Ecodesign; Produtos sustentáveis; Indústria gráfica; Influência; Consumo sustentável.

ECODESIGN FOR GRAPHIC MATERIALS

the influence on consumer behavior

Abstract

This study sought to address the sustainable behavior and environmental awareness of customers in a printing industry, in product development using the Ecodesign methodology, dealing with the most relevant products for the business: packaging and magazines. Following a quantitative approach, with the theoretical and scientific development on the subject and later, carrying out a T test to verify the proposed hypotheses, in addition to the use of descriptive statistics, the main results show a more sustainable consumer profile for this type of product, in addition to the inclination of these customers to pay higher values for ecofriendly products.

Keywords: Ecodesign; Sustainable products; Graphic industry; Influence; Sustainable consumption.

ECODISEÑO PARA MATERIALES GRÁFICOS

influencia en el comportamiento del consumidor

 

Resumen

Este estudio buscó abordar el comportamiento sustentable y la conciencia ambiental de los clientes de una industria gráfica, en el desarrollo de productos utilizando la metodología Ecodiseño, abordando los productos más relevantes para el negocio: empaques y revistas. Siguiendo un enfoque cuantitativo, con desarrollo teórico y científico sobre el tema y posteriormente, realizando una prueba T para verificar las hipótesis propuestas, además del uso de estadística descriptiva, los principales resultados muestran un perfil de consumidor más sustentable para este tipo de producto, además de la inclinación de estos clientes a pagar precios más altos por productos ecológicos.

Palabras clave: Ecodiseño; Productos sostenibles; Industria gráfica; Influencia; Consumo sostenible.

1  INTRODUÇÃO

A mudança no comportamento da sociedade unida ao crescimento da consciência ambiental, tanto por parte dos consumidores quanto por parte dos empresários, traz uma nova ordem social, a qual integra as diversas racionalidades ambientais (Tiozo; Bertolini, 2021). É fato que as questões ambientais permeiam as decisões empresariais, e isso vem sendo cobrado não apenas por clientes e consumidores, mas até mesmo por concorrentes (Schiochet, 2019; Moreira; Lima; Souza; Menezes Júnior, 2024). Além disso, em se tratando de peças impressas, esse tipo de design relaciona-se diretamente com a 2 sustentabilidade ambiental, uma vez que cabe ao projeto definir o que faz um produto ser ecoeficiente ou não. As questões ambientais permeiam as discussões de diversos setores da sociedade, portanto, colocar atenção em todo o processo produtivo deve ser dever das empresas dentro deste contexto (Moysés; Romeiro Filho; Mendonça, 2019). Além desta mudança de pensamento, observa-se também uma outra perspectiva: o que os consumidores pensam sobre a empresa trabalhar dentro da sustentabilidade para esse tipo de produto (Teske et al., 2024).

  Dentro deste contexto, o termo ecodesign surge como uma forma de aplicar um método de desenvolvimento e produção que funcione dentro dos termos da sustentabilidade. Essa aplicação depende de estímulos internos e externos, assim como as barreiras, na qual àquelas devem ser maiores que estas (Luiz et al., 2017).

  As indústrias gráficas são grandes geradoras de resíduos, uma vez que trabalham com diversos tipos de materiais: revistas, livros, folders, cartões (Kiurski et al., 2017). Além dos produtos mais comuns, as indústrias gráficas trabalham também com embalagens, mercado que cresceu exponencialmente durante a pandemia da Covid-19. Dessa forma, é essencial que esse tipo de indústria conheça e entenda a sua responsabilidade mediante as questões ambientais, em se tratando de suas escolhas no desenvolvimento dos projetos, assim como para a produção dos seus produtos (Moysés; Romeiro Filho; Mendonça, 2019). 

 Fazendo um levantamento do que já foi estudado sobre o tema, verificou-se que os artigos passam pelo impacto do ecodesign no desenvolvimento de produtos (Schiochet, 2019); práticas de ecodesign em produtos gráficos (Kiurski et al., 2017; Moyses; Mendonça; Romeiro Filho, 2019); percepções de sustentabilidade e ecodesign (Braga, 2012; Koeijer; Lange; Wever, 2017; Laruccia; Garcia, 2015); análise de investimento em sacolas biodegradáveis (Guilhen; Silva; Bertolini, 2017); os principais estímulos da adoção do ecodesign (Luiz et al., 2017) e a integração entre logística reversa e ecodesign (Gontijo; Dias, 2014). 

 Nesse sentido, verifica-se uma lacuna de pesquisa quanto ao ecodesign no desenvolvimento de produtos numa indústria gráfica, voltados para uma análise do comportamento e interesse destes consumidores para produtos mais sustentáveis, e o entendimento deste sobre o valor agregado da criação de tal portfólio. Assim, para este estudo, parte-se da seguinte questão: considerando a opinião dos clientes (pessoas jurídicas), o comportamento sustentável e a consciência ambiental influenciam o consumidor a pagar um valor maior por um produto desenvolvimento dentro da metodologia do ecodesign? O objetivo geral desta pesquisa é analisar o comportamento sustentável e consciência ambiental de uma metodologia pautada no ecodesign, para uma gráfica de pequeno porte, na visão de seus clientes. 

 Esta pesquisa justifica-se pelo fato de que, conforme mencionado anteriormente, tanto empresas quanto clientes estão cada vez mais preocupados com o meio ambiente em que estão inseridos, além dos poucos estudos voltados ao ecodesign dentro de uma indústria gráfica, a qual é grande geradora de resíduos em todo o seu processo produtivo

2  REFERENCIAL TEÓRICO

As indústrias gráficas são empresas que prestam serviços de impressão, acabamento, dobraduras, encadernação, colagem e outros efeitos (Ideia..., 2022). Embora o papel, principal matéria prima utilizada pela indústria gráfica, tenha subido significativamente em 2021, cerca de 65% de acordo com Alves (2022), este custo tem sido repassado aos clientes, principalmente no ramo das embalagens. 

Kai, Lima e Costa (2014) afirmam que a indústria gráfica atende a diversos setores da economia e, por consequência disso, possui uma produção muito diversificada, abrangendo folders, catálogos, revistas, pastas, agendas, embalagens, sacolas, envelopes, entre outros. Esse setor tem grande importância para a indústria brasileira.

Nesse sentido, as práticas sustentáveis são necessárias, atreladas à importância de um setor industrial que cresce significativamente a cada ano, com novas empresas e novas tecnologias. Juntamente à preocupação com o meio ambiente, há a legislação, a qual deve ser seguida à risca para que os negócios neste setor possam acontecer. As questões ambientais dentro deste setor passaram a ser discutidas há menos de dez anos, tendo, portanto, pouco tempo para entendimento dos problemas ambientais que a indústria gráfica pode trazer nacional e globalmente, tornando-se necessário mais estudos relacionados à sustentabilidade e a nova forma de trabalhar com os produtos oferecidos por tal indústria. Nesse sentido, inicia-se uma sinergia entre indústria gráfica e meio ambiente, na qual as indústrias repensam suas atividades e priorizam as práticas ecologicamente corretas, buscando um caminho mais ambientalmente sustentável (Silva et al., 2021).

Assim, deve-se considerar práticas que tornem o setor mais sustentável, principalmente nas fases de impressão, as quais podem abranger: consumo de tintas, aparas de impressão, solventes e panos de limpeza. Brandi e Giacaglia (2012) apresentam soluções para esta fase do processo produtivo, as quais estão relacionadas com conceitos de manutenção preventiva, controle de qualidade e gestão autônoma. Por exemplo, com relação ao consumo de tintas, uma solução simples e de fácil aplicação seria evitar o uso de tinta em excesso no reservatório, pois essa prática resulta em sobras a serem destinadas como resíduos. 

A indústria gráfica tem se tornado um mercado competitivo, assim como diversos segmento no pós-pandemia. Dessa forma, a evolução tecnológica unida a práticas mais sustentáveis torna-se grandes diferenciais, não apenas pela redução de custos, mas também para a utilização da total capacidade produtiva com a redução de desperdício e resíduos. É crescente a busca por ecoinovação nas organizações, sobretudo em ambientes que possibilitem essa transformação tecnológica (Bíscoli et al., 2017).

2.1  ECODESIGN

Ecodesign é um termo do design que possui uma preocupação ambiental e que busca o viés consciente dos recursos naturais e não renováveis em cada etapa do ciclo de vida de um produto, a reinserção de materiais criados, após o término do ciclo de vida de um produto individual, ou por uma motivação ecológica (Naime et al., 2012).

De acordo com Shäefer e Löwer (2021), o ecodesign ainda está no início de sua evolução. O termo em si, inicialmente utilizado em 1996, tem ganhado força e sendo repetido durante os anos, com algumas variações, assim como a implantação das práticas de ecodesign no desenvolvimento de produtos. Por outro lado, a preocupação com o meio ambiente no design configurou-se no final da década de 1960, após o impacto negativo da industrialização, representado pelo consumo em massa, sucateamento de bens e consumo, produtos com ciclos de vidas curtos, acúmulo de resíduos referente a este consumo, escassez de recursos naturais, matérias primas, poluição com emissão de gases em geral e efeito estufa produzidos pela indústria. As questões ecológicas começaram a ter um significado importante no desenvolvimento de produtos em 1974, quando surgiram as primeiras propostas de design de produtos com reciclados, apresentando a primeira interpretação do termo Ecodesign (Naime et al., 2012).

 Após este início, o interesse do design sustentável cresceu, e teve um engajamento de empresas no ecodesign, com o desenvolvimento de pesquisas na área, sendo que para alguns autores consideram sinônimo para o termo, design verde, design limpo e funcional, ou seja, clean, design sustentável e design para o ambiente (Silva, 2017). Com essa gama de sinônimos encontra-se uma dificuldade de uma definição simples do ecodesign, compreende-se em um esforço em ter um perfil ambiental de um produto em todas suas fases, desde o seu projeto de criação, produção, uso do produto, e reutilização ou não do término deste produto (Luiz et al., 2017).

 O ecodesign atua na prática da gestão ambiental, com enfoque no desenvolvimento de um produto sustentável, centrado nas fases de criação de um produto, processo de produção, substituição de matéria prima que apresente poluentes, distribuição de forma sustentável, utilização do produto e reciclagem deste produto (Luiz et al. 2017). No processo estratégico, o ecodesign atua dentro das práticas da sustentabilidade, sendo implantado nos diferentes níveis. No nível operacional envolve o que o produto precisa necessariamente atender. No nível tático, métodos práticos e sistemas que irão conectar os objetivos dentro do processo, e no nível estratégico, no processo de tomada de decisão, definindo de que forma a sustentabilidade deve ser integrada na organização (Shäefer e Löwer, 2021).

 A inter-relação de negócios com a sustentabilidade, é apresentado no ecodesign no desenvolvimento de um ambiente consciente no ciclo de vida de um produto, a análise dos atributos ambientais, eficiente, custo e economia, desenvolvimento sustentável, com produtos e métodos inteligentes, soluções de sistemas eficazes (Oliveira et al, 2011).

2.2 PERFIL DO CONSUMIDOR SUSTENTÁVEL

A economia e a sustentabilidade estão ligadas em uma rede de causa e efeitos, com a preocupação de que o avanço econômico possa interferir no meio ambiente. Estes questionamentos, ocorrem em um crescimento de um consumo sustentável, onde o consumidor, com o seu poder de consumo, pode determinar os impactos positivos no processo de compra consciente. O consumidor sustentável na prática, envolve a escolha de produtos que utilizam menos recursos naturais em sua produção, adquire de forma consciente e utiliza e descarta produtos, causando o menor impacto possível ao meio ambiente (Tódero et al., 2011).

Em contrapartida, de acordo com Shäefer e Löwer (2021), os consumidores não pagam pelos produtos “mais verdes”, justificando as prateleiras com alguns produtos convencionalizados como sustentáveis e integrantes de uma “boa” marca. Ainda de acordo com os autores, consumidores “eco-conscientes” são oportunidades para as empresas, mas ao mesmo tempo, as empresas sentem a falta de incentivo neste mercado. Os autores complementam dizendo que estudos como estes, de viabilidade destes produtos, aliados à percepção do mercado podem ser considerados lacunas de pesquisa. 

O consumidor sustentável analisa a postura ambiental da empresa, são fatores determinantes na percepção e avaliação individual dos benefícios e custos, o interesse da empresa em encontrar novas soluções que permitam padrões sustentáveis de consumo e produção, são determinantes para a escolha deste consumidor. A consciência para o consumo ocupa um nicho de mercado que buscam seus direitos e deveres no que tange a qualidade do produto e seus impactos com o meio ambiente, e compreende que como cliente tem deveres em analisa como o seu consumo pode impactar a sociedade e a natureza (Heimann et al, 2021; Sanches et al., 2018)  

Estes consumidores tendem a valorizar produtos remanufaturados (produtos verdes) menos do que os convencionais, a menos que seja informado sobre seus respectivos impactos ambientais. Além das variáveis relacionadas com qualidade e preço, inclui em seu poder de escolha a variável ambiental, preferindo produtos que não agridam ou sejam percebidos como não-agressivos ao meio ambiente (Tódero et al., 2011). O que tange a sensibilidade a preço é o nível de consciência sustentável, porém ainda é um obstáculo à compra, no motivo que os produtos com características ecológicas possuem um valor superior aos demais produto (Lira et al., 2022)

No entanto, é válido ressaltar que as variáveis que influenciam na compra são relacionadas a atitudes da empresa em relação ao meio ambiente, se seu produto possui um ciclo de vida sustentável.  Este perfil de consumidor possui características socialmente responsáveis, e não está apenas em satisfazer suas próprias necessidades, mas também com o bem-estar da sociedade e do meio ambiente (Colares; Mattar, 2016).

 

2.3 CONSTRUÇÃO DAS HIPÓTESES

Após o delineamento dos constructos da pesquisa, sendo estes: perfil dos respondentes; comportamento sustentável e consciência ambiental (Schiochet, 2019; Moysés; Mendonça; Romeiro Filho, 2018; Luiz et al., 2017; Naime et al., 2012; Shäefer e Löwer, 2021), estratégias e tomada de decisão (Koeijer; Lange; Wever, 2017; Laruccia; Garcia, 2015; Braga, 2012; Gontijo; Dias, 2014) e influência e decisão na compra (Guilhen; Silva; Bertolini, 2017; Lira et al., 2022; Colares; Mattar, 2016); foi possível verificar a relação entre eles e, por conseguinte, levantar as hipóteses. Primeiramente, a associação entre a consciência ambiental e o comportamento sustentável, ligados ao processo de Ecodesign, evidencia a interação de aspectos ambientais ao desenvolvimento do produto e a mudança sustentável de seus consumidores (Luiz et al., 2017). A existência da correlação entre o conhecimento de questões que envolve o ciclo de vida do produto, resíduos, preocupação ambiental e o comportamento sustentável que as empresas apresentam no decorrer de suas atividades, demonstra que o impacto em suas práticas sustentáveis é perceptível ao consumidor (Naime et al., 2012). Corroborando com a análise de que o comportamento sustentável do consumidor está atrelado às políticas sustentáveis de seus fornecedores, a primeira hipótese elaborada é a seguinte:

Hipótese 1- A consciência ambiental no ciclo de vida de um produto tem impacto no comportamento sustentável do consumidor.  

A base da hipótese que relaciona a consciência ambiental com o entendimento dos custos dessa prática está em Luiz et al. (2017). Adotar estratégias mais sustentáveis gera vantagem competitiva aos stakeholders, além de aumentar a eficiência dos recursos e melhorar a imagem da empresa. Sendo a questão ambiental fonte de diferencial competitivo para as organizações, o conceito de valor para os consumidores ecológicos é considerado alto, portanto, pagam mais caro por um produto que não agride o meio ambiente (Bertolini et al., 2017). Assim, a segunda hipótese levantada é a seguinte:  

Hipótese 2 - Empresas com diretrizes voltadas à consciência ambiental e práticas sustentáveis pagam mais por produtos sustentáveis.

Diante do apresentado, estruturou-se os constructos de pesquisa, conforme será demonstrado no próximo tópico.

3  METODOLOGIA

No que se refere a abordagem do problema, esta pesquisa é quantitativa, uma vez que empregou ferramentas e instrumentos estatísticos para o tratamento e análise dos resultados. A pesquisa quantitativa utiliza coleta e análise de dados a fim de responder às questões de pesquisa e testar hipóteses previamente estabelecidas. Quanto aos objetivos, enquadra-se como descritiva e exploratória. Descritiva, pois descreveu as características de determinada população ou fenômeno, estabeleceu relação entre as variáveis e mensurou a proporção de elementos que possuem mesma características e comportamentos, dentro de uma população específica. Exploratória, pois visou proporcionar maior familiaridade e interação com o problema, com abordagem quantitativa (Zanandrea et al., 2017). 

 Com relação à natureza, a pesquisa foi aplicada, pois buscou-se gerar conhecimento para aplicação prática a solução de um problema específico, e os procedimentos aconteceram por meio de Survey, pois procurou-se obter informações quanto ao comportamento dos consumidores de uma indústria gráfica, e este tipo de pesquisa traz informações quantitativas sobre determinado grupo de pessoas. (Cesário, 2020).

A abordagem probabilística, tem como, a priori, a generalização dos resultados da investigação por meio da população dos valores amostrados, assim garante a sua imparcialidade e a representatividade. (Abreu, 2022). A população foram os clientes da gráfica pesquisada e a amostra, não-probabilística e por conveniência, foram os clientes de um determinado vendedor, de embalagens e revistas. A escolha destes produtos, assim como do vendedor em questão, deu-se pelo fato de serem mais significativos para a empresa, por representarem um volume maior de vendas, em se tratando de valor agregado. A amostra resultou num total de 71 clientes. Destes, 56 responderam ao questionário proposto, ou seja, aproximadamente 80%. 

O instrumento para a coleta de dados foi por meio de questionários, pela plataforma Google Forms, que é uma ferramenta que oferece suporte para a criação de formulários personalizados de forma simples (Google, 2022). Além de auxiliar no desenvolvimento do formulário, a ferramenta do Google disponibiliza a apresentação dos dados em uma tabela, bem como dispostos em gráficos. O questionário foi composto por 4 seções, conforme demonstrado na tabela 1, a qual mostra, além dos constructos que compuseram o instrumento, o número de questão e as referências de onde tais constructos foram retirados. Como medida de mensuração de algumas das respostas, fez-se uso da escala do tipo Likert de 5 pontos, assim como questões de múltipla escolha e questões abertas (para definição do perfil).

 

Tabela 1 — Constructos da pesquisa

Seção

Constructo

Questões 

   Referências   

Seção 1 - Perfil dos respondentes

Perfil

7

   Elaborada pelos autores  

Seção 2 - Empresas "eco-conscientes"

Comportamento sustentável

8

   Schiochet (2019); Moysés; Mendonça & Romeiro Filho (2018); Luiz   et al. (2017); Naime et al. (2012); Koeijer; Lange & Wever (2017); Laruccia &   Garcia (2015); Braga (2012); Gontijo & Dias (2014).   

Política de consciência ambiental

6

Seção 3 - Compra por produto

Influência na Compra

5

 Guilhen; Silva; Bertolini (2017); Lira et al. (2022); Colares e Mattar (2016).

Decisão da Compra

3

Fonte: Dados da Pesquisa.

A análise dos dados deu-se por meio do software JAMOVI. Como procedimentos de análise dos dados efetuou-se, num primeiro momento, o cálculo de estatísticas descritivas para a análise do perfil dos respondentes. Em seguida, utilizando os mesmos procedimentos, foram feitas as análises de comportamento, consciência ambiental, estratégias, tomada de decisão, influência na compra e decisão de compra. Por conseguinte, foram verificadas as hipóteses construídas, por meio do Teste T de Student, utilizando o mesmo software.

4  ANÁLISE DOS DADOS

A empresa é uma indústria gráfica localizada na cidade de Cascavel-PR. De acordo com o site da empresa, a gráfica está presente no mercado desde 2000, e hoje possui um quadro de 57 colaboradores. Além dos recursos humanos, a empresa conta com recursos tecnológicos de última geração, tais como a impressora offset Heidelberg XL - 74-5+L, a qual, embora não seja a última geração em máquinas offset, possui uma tecnologia de alta qualidade, agregando valor para os produtos da empresa. A gráfica conta com um volume de produção de aproximadamente 8 mil folhas / hora e uma carteira de mais de 500 clientes, entre pessoas físicas e pessoas jurídicas. Os produtos fabricados são livros, pastas, folders, catálogos, envelopes, calendários, cartões de visitas, flyers, artigos em papel para festas, revistas e embalagens de papel, sendo estes dois últimos os produtos mais vendidos e que são mais representativos para a empresa, justificando a aplicação da pesquisa para estes dois. 

Embora tenha mais de vinte anos no mercado, a empresa possui pouco conhecimento em se tratando de sustentabilidade, restringindo suas atividades nesse tema com a destinação correta dos resíduos, principalmente do papel. Não há uma lei que obrigue as indústrias gráficas a destinarem os materiais corretamente, porém, para qualquer certificação, como por exemplo a FSC (Forest Stewardship Council), esse seria um dos parâmetros básicos. Dessa forma, verificou-se a necessidade de dois pontos: o primeiro é compreender de que forma a empresa pode trabalhar com seus materiais de maneira mais sustentável, dentro do conceito de Ecodesign, do início ao fim da produção. O segundo ponto seria verificar a viabilidade de transformar os dois produtos mais comercializados e com maior valor agregado (embalagens e revistas) em produtos mais sustentáveis, partindo do pressuposto de que, por tornarem-se mais caros, seriam viáveis para os clientes ou não.

4.1 CARACTERÍSTICAS E PERFIL DA AMOSTRA

A amostra pesquisada, conforme referido anteriormente, foi composta por 56 empresas. Foram observados alguns aspectos que pudessem especificar e caracterizar sumariamente a amostra pesquisada. Estes aspectos estão representados na Tabela 2.

 

 

Tabela 2 — Perfil da amostra de empresa

Variável

 Alternativa

 Percentual


 

 

 Ramo de Atuação  

Prestação de serviços; Consultoria

25%

 Industria, Fabricas, Frigoríficos

21,4 %

 Incorporação, Construção Civil e Mercado Imobiliário

 14,3 %

 Publicidade Propaganda/ Marketing

 14,3 %

 Editora; Revistas

 10,7 %

Comercio

 8,9 %

 Automotivo/ Concessionaria

 3,6 %

 Agronegócio

 1,8 %

 

 

 

Tempo de atuação no 
mercado

 até 5 anos

 14,3 %

 6 a 10 anos 

 14,3 %

 11 a 15 anos

 23,2 %

 16 a 20 anos

 8,9 %

 21 a 25 anos 

 17,9 %

 26 a 30 anos 

 1,8 %

 acima de 30 anos

 19,6 %

 

 Porte das Empresas 

 Grande empresa

 10,7 %

 Média empresa

 16,1 %

 Pequena empresa

 64,3 %

 MEI

 8,9 %

  

 

Nº de Colaboradores 

 1 a 9 colaboradores

 66,1 %

 10 a 49 colaboradores

 16,1 %

 50 a 149 colaboradores

 5,4 %

 150 a 249 colaboradores

 1,8 %

 250 colaboradores ou mais

 10,7 %

 

 

  Natureza Jurídica 

 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) 

 3,6 %

 Empresário/Empresa individual (EI) 

 5,4 %

 Microempreendedor individual (MEI) 

 8,9 %

 Sociedade Anônima (S/A) 

 8,9 %

Sociedade Limitada (LTDA

73,2%

Fonte: Dados da Pesquisa.

 

Os dados da Tabela 2 relevam uma amostra heterogênea em diversos aspectos.   Observa-se também que existe uma relevância referente ao porte das empresas que tem uma significância de 64,3% de pequenas empresas e quanto a natureza jurídica que apresenta 73,2% de sociedade limitada.

4.2 EMPRESAS "ECO-CONSCIENTES”

Para a análise da consciência ambiental das empresas entrevistadas foram realizadas questões relacionadas a importância da sustentabilidade como conceito, o conhecer do ciclo de vida do produto e sua relevância com o meio ambiente e sua análise sobre produtos eco sustentáveis. A Tabela 3, apresenta as estatísticas descritivas relacionados as questões do constructo de consciência ambiental.

 

Tabela 3 — Estatísticas descritivas para o constructo de consciência ambiental

 Questões

Estatísticas Descritivas

Média

 Mediana

 Moda

 Desvio-padrão

 11.Qual a importância da sustentabilidade para a sua 
empresa?

4,34

5

5

0,92

12. Qual a importância da utilização de material 
reciclável pelos seus fornecedores gráficos?

3,98

4

5

1,18

 13. A importância de conhecer a produção do seu 
produto gráfico. 

4,14

4

5

0,99

 14. Quão importante você considera conhecer a 
produção do seu produto gráfico? 

4,3

5

5

1,01

 15. A significância de conhecer as máquinas que 
fabricam o seu produto gráfico. 

3,64

4

5

1,23

 16. Quão significante é conhecer as máquinas que 
fabricam o seu produto gráfico?

4,3

5

5

0,95

 25.A sustentabilidade e o design ecológico são novas 
oportunidades de negócios?

4,34

5

5

0,92

  Fonte: Dados da Pesquisa.

 

Ao analisar as estatísticas das questões, observa-se e que a moda (Mo) de todas as questões é 5, o que evidencia que as empresas mostram semelhança em suas respostas, direcionadas a consciência ambiental. A sustentabilidade, o conhecimento do ciclo de vida dos seus produtos e o design ecológico como oportunidades de negócios, estão alinhados de forma subjetiva como fatores relevantes para estas empresas. As questões 12, 14 e 15 apresentam um desvio padrão (S) entre 1,01 e 1,23, uma pequena dispersão referente a importância dos processos produtivos dos seus fornecedores, fatores que potencialmente influenciam a implementação de considerações ambientais nos processos de desenvolvimento do ciclo de vida dos seus produtos.

O comportamento sustentável, que traz conceitos preestabelecidos do consumo ecologicamente consciente, mostra na prática que os produtos, serviços e ações vão além da aplicação verbal, sendo inciativas de fatores decisórios que as empresas viabilizam em seus processos estratégicos e operacionais. Dos 56 entrevistados, 66,1% afirmaram ter estratégias e políticas de Responsabilidade Social; 87,8% declaram que suas estratégias e políticas estão ligadas a missão ou visão da empresa; 67,9% acreditam que os valores investidos em processos sustentáveis não estão ligados ao porte da empresa; 80,4% realizam gestão de resíduos recicláveis em suas empresas. Os itens das escalas apresentaram moda (Mo) 4, “referente a influência que a sustentabilidade apresenta para a empresa; e relevância da logística reversa no processo de ciclo de vida do produto”, seus respectivos desvios padrão (S) foram 1,06 e 1,16, e média 3,68 e 3,52. De forma geral, as modas (M0) mostraram um aspecto positivo quanto ao comportamento sustentável, o desvio padrão (S) significa que ocorreu uma dispersão, apresentados pela média(͞x), a qual foi inferior a 4. 

Nesse sentido, ao realizar o teste não-paramétrico equivalente de wilcoxon-mann-whitney, verificou-se que empresas que têm consciência ambiental no ciclo de vida de um produto adotam práticas sustentáveis, ou seja, o conhecimento sustentável nos processos apresenta impacto no comportamento sustentável. Assim, com o  p-valor  de 0,99, e índice de confiança de 95% aceita-se a hipótese 1, que  a consciência ambiental no ciclo de vida de um produto tem impacto no comportamento sustentável do consumidor. 

 Fazendo um paralelo com a teoria, de acordo com o constructo, os resultados encontrados nas pesquisas de Schiochet (2019), Moysés; Mendonça; Romeiro Filho (2018) e Naime et al. (2012), trazem os mesmos resultados encontrados nesta hipótese, isto é, uma vez que o processo de desenvolvimento de um produto vai muito além de apenas trabalhar com a matéria prima mais sustentável, o conhecimento sobre o ciclo de vida deste produto torna-se essencial para um comportamento também mais sustentável. Por outro lado, os resultados propostos por Luiz et al. (2017) são relativamente contrastantes com a hipótese mencionada pois, segundo ele, apenas a consciência ambiental não é atrativa para as empresas tanto quanto utilizar o ecodesign como uma forma de redução de custos. Além disso, Koeijer; Lange & Wever (2017) são bastante incisivos em suas análises quando mostram que, para que se tenha um comportamento sustentável, é necessário fazer uso de trade-offs, sejam financeiros, de mercado ou técnicos. Em contrapartida, Laruccia; Garcia (2015), Braga (2012) e Gontijo; Dias (2014) concluem que a utilização do ecodesign traz benefícios não somente à imagem social da organização, mas também auxilia na redução de resíduos, o que acaba refletindo no comportamento do consumidor sustentável.

4.3 DECISÃO DE COMPRA POR PRODUTO SUSTENTÁVEL

O estudo demonstrou que a consciência ambiental e comportamento sustentável por parte dos consumidores, não necessariamente determina o consumo de produtos ecologicamente corretos e uma disposição a pagar mais por determinados produtos. Diante deste contexto da pesquisa estão os constructos das influências e a decisão de compra dos consumidores da gráfica.

Por serem consumidores pessoas jurídicas, foram analisadas questões referentes ao perfil dos colaboradores das empresas e seus cargos de liderança, a tomada de decisão de compra dos gestores, a percepção do valor agradado de produtos eco sustentáveis seus e de seus clientes, e quanto estão dispostos a pagar.

 Quanto ao perfil das empresas, a relação de número de colaboradores referente ao sexo, 44,6% apresentam um número maior do sexo masculino; 41,1% mais colaboradores do sexo feminino e 14,3% apresentam homogeneidade.  No que se refere aos cargos de liderança, 48,2% possuem mais gestores do sexo masculino, 32,1% possuem liderança feminina e 19,6% têm equidade em suas lideranças. O grau de formação dos líderes das empresas, 44,6% possuem curso superior, 35,8% especialização, 17,9% ensino médio completo e 1,8% cursos tecnólogos.

Em relação a política de compras, 69,6% pagariam mais caro por produtos que promovem proteção ambiental, e 62,5% afirmam que seus clientes compreendem o valor agregado de um produto sustentável.

Uma análise nova foi realizada para verificar se as empresas que possuem liderança feminina possuem tendência a pagar mais caro por produtos sustentáveis. Com o IC (índice de confiabilidade de 95% o p-valor de 0,94, revelou que empresas que possuem gestão feminina tendem a ter a tomada de decisão de compra por produtos sustentáveis e disposição a pagar mais caro por estes produtos, como pode ser observado na figura 1.

 

Figura 1 — Histograma tomada de decisão de compra relacionada com o gênero

A graph of different sizes and numbers

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Fonte: Dados da Pesquisa.

 

O teste de independência (qui-quadro), referente a associação entre o grau de formação dos líderes com a política de compra de produtos sustentáveis, apresentou um p-valor de 0,7, χ² 2,93, com o índice de confiabilidade de 95%, o que demonstra que não existe correlação entre a tomada de decisões de compra com o grau de formação dos líderes das empresas. Interpretando os resultados, compreende-se que independentemente do tipo de produto, ou da decisão a ser tomada, a formação da liderança não irá interferir. 

Analisando a disposição a pagar a mais por um produto sustentável e compreendendo que, dos 56 respondentes, 39 responderam que seus clientes estariam dispostos a pagar mais caro por um produto sustentável, foi possível verificar que os clientes pagariam até 25% a mais por esse tipo de produto, entretanto, o percentual maior foi de clientes que considerariam pagar 5% a mais, conforme verificado na figura 2. Fazendo um paralelo com a teoria, nesta análise confirma-se a premissa de que a maioria dos clientes prefeririam um produto sustentável e compreendem a importância da causa, entretanto, não estão dispostos a pagar o que um produto sustentável vale. 

 

Figura 2 — Representação gráfica da percepção das empresas com relação à disposição   de seus clientes para pagar a mais por um produto sustentável

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Fonte: Dados da Pesquisa.

Em contrapartida, analisando a porcentagem de quanto as próprias empresas pesquisadas estariam dispostas a pagar por um produto sustentável, verifica-se um aumento nesta porcentagem. Dos 41 pesquisados que responderam “sim” a essa questão, em torno de 41% marcou a opção 10%, enquanto 9% afirmaram que pagaria até 25% a mais por esse tipo de produto, de acordo com a figura 3.

 

 

 

 

Figura 3 — Representação gráfica de quanto as empresas estão dispostas a pagar

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Fonte: Dados da Pesquisa.

Ao realizar o Test T para amostras independentes, o p-valor apresentado foi de 0,142. Com um índice de confiança de 95%, no que tange ao conhecimento do ciclo de vida dos produtos desenvolvidos no Ecodesign, que reduz o impacto para o ambiente com seu conceito sustentável, faz com que empresas conscientes tenham a disposição de pagar um valor mais elevado. Nesse sentido, valida-se a hipótese 2: empresas com diretrizes voltadas à consciência ambiental e práticas sustentáveis pagam mais por produtos sustentáveis.

Embora tal hipótese tenha sido validada, é importante fazer uma análise com os resultados de estudos anteriores, principalmente os que são contrários aos resultados desta. Por exemplo, os resultados encontrados por Guilhen; Silva e Bertolini (2017) mostram que há uma inclinação para a utilização de produtos sustentáveis, porém, é necessário um incentivo de descontos para isso. Assim, verifica-se que, de acordo com este estudo, tal hipótese seria refutada. De outro modo, os estudos de Lira et al. (2022) e Colares e Mattar (2016), mostram que a consciência ambiental incentiva na intenção de compra e que os preços não são barreiras para tal consciência do consumidor. Dessa forma, diversamente, ambos os estudos mencionados aceitariam a hipótese 2.

5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa em questão preocupou-se em analisar se consumidores conscientes estão dispostos a pagar um valor diferenciado, por um produto com ecodesign de uma indústria gráfica, sendo o este o objetivo principal. Embora não tenha sido analisado neste artigo a viabilidade para indústria gráfica realizar a criação tal portfólio, já deixando possibilidade para pesquisas futuras, foi possível verificar que os principais clientes da empresa, dos produtos mais significativos em termos de receita – embalagens e sacolas – estariam dispostos a pagar mais caro por produtos ecologicamente corretos. Esse é o ponto de partida para que a indústria verifique a possibilidade de trabalhar dentro desses conceitos, buscando fornecedores que estejam alinhados com as questões sustentáveis, e iniciando um processo de desenvolvimento de produtos mais alinhado com a produção verde. 

 O termo ecodesign ainda é bastante novo em termos de pesquisas, principalmente para empresas cuja matéria prima principal é o papel, as quais partem da premissa de que todos os processos devem ser pensados de forma a não agredir o meio ambiente. Analisar o ciclo de vida do produto, desde o seu desenvolvimento até a chegada à outra ponta da cadeia, é de fundamental importância para os consumidores mais atuais. Nesse sentido, por meio da verificação de ambas as hipóteses testadas, a pesquisa justifica-se em termos de preocupação ambiental com empresas geradoras de resíduos. 

 A principal contribuição teórica do artigo foi analisar os conceitos de ecodesign dentro das indústrias gráficas, promovendo uma reflexão sobre como implantar tal metodologia para estes tipos de produtos, principalmente para embalagens, as quais tiveram uma demanda crescente no período da pandemia (Veloso et al., 2022). Outra contribuição do artigo foi demonstrar, na prática, a preocupação dos clientes destes produtos com relação às práticas sustentáveis de seus fornecedores de produtos gráficos, além de mostrar que a liderança feminina tem um cuidado maior que a liderança masculina, na decisão de compra de produtos sustentáveis, assunto este que também pode ser 16 desenvolvido em pesquisas futuras. Espera-se que o artigo sirva futuramente como ferramenta para outras pesquisas envolvendo os temas discutidos. 

 Não obstante o artigo tenha trazido contribuições também para a empresa pesquisada, somado às pesquisas acadêmicas na área, algumas limitações precisam ser destacadas para verificação em trabalhos posteriores. Primeiro, a limitação relacionada à amostra. Apesar da dificuldade em conseguir mais respostas ao questionário proposto, sendo necessária uma ação mais incisiva com estes empresários, seria interessante buscar aumentar a amostra, com clientes de outros produtos e de outros vendedores, realizando assim, uma análise mais robusta com relação às práticas de consumo sustentável. Outra limitação foi relacionada ao entendimento do processo produtivo do material gráfico, uma vez que esses produtos possuem diversas variações. Caso as pesquisas futuras englobem processos de viabilização da fabricação será necessário dispender um tempo maior para esse entendimento, ou focar em apenas um tipo de produto, gerando assim, resultados mais plausíveis.

 

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[1] Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

[2] Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE.

[3] Doutor em Engenharia Agrícola. Docente do Doutorado Profissional em Administração, do Doutorado em Engenharia Agrícola, do Mestrado em Contabilidade e do curso de Graduação em Engenharia Agrícola da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

[4] Doutor em Engenharia de Produção. Docente do Doutorado Profissional em Administração, do Doutorado em Desenvolvimento Rural Sustentável, do Mestrado em Contabilidade, do Tecnólogo em Gestão Pública -EAD e do curso de Graduação em Administração da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).