ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE MARCAS DE PROVENIÊNCIA NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO BRASILEIRA

 

Roberta Fernanda da Silva[1]

Universidade Federal de Pernambuco

robertafs001@gmail.com

Rinaldo Ribeiro de Melo[2]

Universidade Federal de Pernambuco

ribeiro.rinaldo@gmail.com

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Resumo

As marcas de proveniência são sinais deixados em materiais bibliográficos que indicam a posse, uso ou origem de um exemplar, desempenhando um papel fundamental na preservação da memória e na trajetória de acervos. Tem como objetivo geral apresentar o panorama das discussões dos estudos sobre marcas de proveniência na Ciência da Informação no Brasil. Pesquisa bibliográfica quanto aos procedimentos e exploratória quanto aos objetivos, utiliza a técnica de bibliometria para analisar artigos científicos indexados na Base de Dados em Ciência da Informação. Foram elaborados indicadores de produção que revelaram um total de 39 publicações, concentradas em 32 instituições tanto públicas quanto privadas. Os principais resultados apontam que as discussões sobre marcas de proveniência, especialmente sobre ex-líbris e marcas de propriedade, ainda são incipientes na área da Ciência da Informação, havendo a necessidade de mais pesquisas para fortalecer essa temática. Conclui-se que, apesar de não ser um assunto recente na literatura científica, as marcas de proveniência ainda aparecem como tema pouco explorado nas pesquisas da Ciência da Informação no Brasil, indicando uma lacuna que precisa ser preenchida.

Palavras-chave: marca de proveniência; ex-líbris; marca de propriedade; marca de uso; bibliometria.

ANALYSIS OF SCIENTIFIC PRODUCTION ON PROVENANCE MARKS IN BRAZILIAN INFORMATION SCIENCE

 

Abstract

Provenance marks are signs found in bibliographic materials that indicate the ownership, use, or origin of an item, playing a crucial role in preserving memory and documenting the history of collections. Its general objective is to present the panorama of discussions on provenance mark studies in Information Science in Brazil. Bibliographical research in terms of procedures and exploratory research in terms of objectives, employs bibliometric techniques to analyze scientific articles indexed in the Information Science Database. Production indicators were developed, revealing a total of 39 publications, concentrated in 32 institutions, both public and private. The main results indicate that discussions on provenance marks, especially on ex libris and property marks, are still incipient in the field of Information Science, and there is a need for more research to strengthen this theme. It is concluded that, despite not being a recent subject in scientific literature, provenance marks are still a little explored topic in Information Science research in Brazil, indicating a gap that needs to be addressed.

Keywords:provenance mark; ex libris; ownership mark; usage mark; bibliometrics.

 

ANÁLISIS DE LA PRODUCCIÓN CIENTÍFICA SOBRE MARCAS DE PROCEDENCIA EN LA CIENCIA DE LA INFORMACIÓN BRASILEÑA

Resumen

Las marcas de procedenciasonseñalesdejadasenmateriales bibliográficos que indicanlaposesión, el uso o elorigen de unejemplar, desempeñandoun papel fundamental enlapreservación de la memoria y enlatrayectoria de colecciones. Tiene como objetivo general presentar el panorama de lasdiscusiones sobre losestudios de marcas de procedenciaenlaCiencia de laInformaciónen Brasil. Investigación bibliográfica encuanto a losprocedimientos y exploratoriaencuanto a los objetivos, utilizala técnica de bibliometría para analizar artículos científicos indexados enla Base de DatosenCiencia de laInformación. Se elaboraron indicadores de producción que revelaronun total de 39 publicaciones, concentradas en 32 instituciones tanto públicas como privadas. Los principales resultados apuntan que lasdiscusiones sobre marcas de procedencia, especialmente sobre exlibris y marcas de propiedad, aúnson incipientes enel área de laCiencia de laInformación, existiendolanecesidad de más investigaciones para fortalecer esta temática. Se concluye que, a pesar de no ser un tema recienteenla literatura científica, las marcas de procedenciatodavíaaparecen como un tema poco explorado enlasinvestigaciones de laCiencia de laInformaciónen Brasil, lo que indica una laguna que necesita ser llenada.

Palabras clave:marca de procedencia; exlibris; marca de propiedad; marca de uso; bibliometría.

1  INTRODUÇÃO

Marcas de proveniência, marcas de procedência ou marcas de propriedade, ao longo do tempo significou exatamente o que diz o termo “proprietário”, são marcas que identificam a quem pertence à obra bibliográfica. Apesar dos termos serem similares, utilizar-se-á “marcas de proveniência” como um termo guarda-chuva para abranger os diversos tipos e modelos de registro de pertencimento bibliográfico, considerando essa nomenclatura mais abrangente e adequada ao contexto atual (Rodrigues et al., 2022a).

Essas marcas são representações físicas e visuais da origem da obra segundo seu proprietário, podendo ser adquiridas por meio de compra, doação, escambo (entre pessoas ou instituições) e herança. Ao adquirir uma obra, é comum demonstrar o seu pertencimento, adicionando a ela assinaturas, carimbos, ex-líbris, super ex-líbris, etiquetas de livros, entre outros. Não se incluem aqui as etiquetas de livrarias, sebos, antiquários; ou marcas produzidas por encadernadores, restauradores, ilustradores, que são consideradas respectivamente, marcas de circulação relacionadas à venda ou personalização da obra e marcas de manufatura relacionadas à recuperação e/ou personalização da capa.

O tipo de registro de propriedade, varia conforme a preferência e condições financeiras do proprietário. Algumas coleções particulares ou institucionais podem apresentar múltiplos tipos de marcas, como assinaturas e carimbos.

A marca de propriedade indica que um objeto permanecerá por um longo período na coleção, tornando-se um item essencial para o acervo. Quando a coleção é transferida para uma instituição, a marca se torna necessária para a confirmação da origem e a quem pertenciam os exemplares, especialmente se o proprietário se tornou uma figura pública ou relevante no meio acadêmico.

As marcas de uso ocorrem de forma natural quando o usuário faz anotações, corrige erros de digitação, busca significado de palavras, traduz expressões, ou marca trechos de interesse. Tais marcas podem incluir marginalias, grifos, marca-textos, marca-páginas, dobras de páginas, entre outros. A forma de marcação varia entre indivíduos e isto contribui para o estudo da sua coleção, porque a minúcia de seus estudos releva as repetições de suas marcas e o viés de seu objetivo de estudo.

Os copistas, livreiros, encadernadores, editores, restauradores, são considerados os responsáveis pela presença ou ausência de conteúdo de interesse ou não de seus clientes. Este conteúdo presente ou ausente nas obras, são considerados as marcas do processo de manufatura. Na Biblioteconomia, o estudo das marcas de proveniência tem interesses distintos das livrarias, por exemplo, que não vão estar necessariamente ligados a interesses econômicos ou financeiros sobre as coleções bibliográficas, seu foco está mais direcionado aos aspectos relacionados à memória e cultura associados à coleção (Rodrigues et al., 2022a).

Ao ser abordado um assunto sobre acervos bibliográficos, é quase automático mencionar o bibliotecário como gestor de acervos e responsável pelos direcionamentos organizacionais que melhor se adequa à biblioteca/acervo. Contudo, a responsabilidade pelo cuidado envolve diversos profissionais que lidam com o acervo, desde a aquisição ou doação até o possível descarte, e principalmente na segurança das obras e dos profissionais envolvidos.

Essa multiplicidade de profissionais favorece o compartilhamento de informações e a atualização constante sobre o desenvolvimento, história, uso e segurança dos acervos.

Com base no que foi discutido anteriormente, este estudo pretende responder à seguinte questão: como se configura a produção científica sobre marcas de proveniência na Ciência da Informação no Brasil?

Asdiscussões sobre as marcas de proveniência na Ciência da Informação (CI) no Brasil como pontuam Rodrigues et al. (2022a) ainda apresentam uma escassez de recursos e são frequentemente associados a coleções especiais. Discussões são necessárias para mudar e aprofundar a visão sobre essas marcas, sobretudo no âmbito da comunidade da CI.

Este trabalho busca apresentar um panorama das discussões sobre marcas de proveniência na Ciência da Informação no Brasil, por meio da elaboração de indicadores de produção científica baseados nos trabalhos já publicados, contribuindo para a consolidação dos estudos sobre o tema.

Nesse contexto, o objetivo geral da pesquisa é apresentar o panorama das discussões dos estudos sobre marcas de proveniência na Ciência da Informação no Brasil. Os objetivos específicos são: a) identificar os artigos científicos sobre marcas de proveniência indexados pela Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI); b) elaborar indicadores de produção científica sobre marcas de proveniência produzidos por pesquisadores da Ciência da Informação no Brasil; e c) identificar as temáticas mais discutidas e recorrentes sobre marcas de proveniência de acordo com os artigos indexados pela BRAPCI.

Assim, este trabalho visa compreender a dinâmica da produção dos estudos sobre marcas de proveniência no Brasil, utilizando métodos da bibliometria, para levantar de indicativos subsidiem o entendimento do desenvolvimento desta área.

 

 

2  MARCAS DE PROVENIÊNCIA

O entendimento de posse e compreensão de poder, está arraigado ao homem desde a Idade Média, pois quando o clero e os mais afortunados entendem que conhecimento é poder, constroem-se muros que separam quem pode, “merecem” ter acesso ao saber, de quem não o tem. Esta divisão de poder, ocasionou a dependência dos menos favorecidos, para com os de condição mais favorável, e a exemplo determinante, temos o clero.

O clero, era a instituição que possuía os mais diversos acervos sob seu controle, além de ter especialistas em transcrição (copistas) e arrendavam de seus fiéis e da igreja o apoio necessário para manter todas as demandas da instituição.Este domínio da igreja foi perdendo força quando a disseminação informacional foi sendo abrangida para as outras classes sociais, para além da igreja e dos reis.A informação, antes restrita a poucos começa a expandir-se com a invenção da prensa de tipos móveis de Johann Gutenberg, responsável pelas primeiras publicações, os chamados incunábulos (Burke, 2002).

Os colecionadores, desenvolviam suas coleções baseadas nos tipos de objetos de estudos de sua preferência, essas coleções iniciaram-se com os primeiros exemplares disponíveis, que custavam valores absurdamente altos por conta de seu processo de produção artesanal e demorado. A aquisição de exemplares permanecia nos grupos familiares de posição elevada, pois podiam cobrir os custos exigidos pelos livreiros.

Este modelo de desenvolvimento de coleções permanece até hoje, contudo novas alternativas foram atribuídas principalmente se falando das instituições, pois nem toda instituição tem recursos financeiros para estar com certa frequência adquirindo livros novos para suas coleções, ou acabariam gerando estagnação de suas coleções. Para que isso não ocorra, as instituições recorrem a obtenção de mais exemplares através de doações; no caso de ex-funcionários e ex-alunos, doação/repasse completo ou parcial de seu acervo para a instituição; compra de livros novos e usados (sebos, antiquários).

Para Leung (2016), a procedência de um livro histórico é frequentemente descrita como uma sequência cronológica que abrange seus proprietários, a custódia e a localização. Além dos nomes, são incluídas informações contextuais adicionais, como tempo e local, que são relevantes para a história do livro. Esses dados permitem uma compreensão mais profunda das interações que as pessoas tiveram com os livros ao longo do tempo.

A identificação da procedência de um material bibliográfico, seja ele raro ou comum, requer uma análise detalhada do objeto em busca de evidências que indiquem propriedade e anotações que permitam rastrear o percurso do material, revelando assim aspectos de sua história. Essa abordagem enfatiza a importância de considerar tanto nomes quanto outras informações contextuais, como tempo e local, para entender melhor as interações históricas com o exemplar (Galbraith; Smith, 2012).

O processo de aquisição, inventário e catalogação, quando bem desenvolvido pelos gestores da instituição, corroboram para garantir a autenticidade de pertencimento da obra daquela instituição, além de possibilitar uma análise minuciosa de cada exemplar e garantir-lhes o detalhamento das informações de área de conhecimento.

Desse modo, presumir que o conteúdo informacional de um material bibliográfico se encontra restrito apenas à produção intelectual originária da obra, pode ser considerado um equívoco nos dias de hoje. Quem produziu o conteúdo, o assunto abordado, o tipo de papel escolhido, se é manuscrito ou impresso, se é apenas texto ou se tem figuras, o tipo de capa, tudo que foi inserido ao longo do tempo, e tudo que foi produzido a partir desses exemplares, é considerado informação e é relevante para os gestores e usuários.

Esse olhar mais meticuloso ao se avaliar uma obra ou coleção vai sendo desenvolvido através de estudo e práticas do cotidiano, é necessário manter-se atualizado tanto os gestores, bem como todos os colaboradores da instituição que atuam nos acervos para que não ocorram falhas no trato dos exemplares e auxílio aos usuários. Entender que aquele exemplar possui um valor informacional construído no decorrer do tempo, faz dele um item de cobiça e consumo com intenções variadas. Já que para os gestores das instituições, a riqueza está voltada para a informação e seu acesso, enquanto para os colecionadores, livreiros e antiquários, o valor está entre posse e comércio financeiro. Corroborando com essa discussão Rodrigues et al. (2022a, p. 166), pontuam que para a “Biblioteconomia, o interesse pela proveniência possui propósitos diferentes, [...], mas muito mais sobre os aspectos históricos, sociais e culturais agregados à coleção, os quais podem determinar o seu valor patrimonial”.

 

2.1 TIPOS DE MARCAS ENCONTRADAS NOS MATERIAIS BIBLIOGRÁFICOS

Há na literatura diversas definições sobre tipos de marcas deixadas nos materiais bibliográficos que vão trazer indícios de sua proveniência, mas o termo “marca de proveniência” acaba sendo utilizado para representar esse conjunto de marcas. Assim, “a indicação de proveniência de um livro está presente não só nas marcas de propriedade (carimbos, exlibris, assinaturas, super-libros, etc.), mas também nas marcas de circulação, como etiquetas de livrarias e encadernadores” (Greenhalgh, 2022, p. 406).

Por meio de determinadas atribuições físicas adquiridas durante o processo produção das obras tem-se a criação das marcas de manufaturas, como adição de uma encadernação, encadernação especializada e luxuosa; produção artesanal do papel, manchas de tintas entre outros. De acordo com Rodrigues et al. (2022b) as marcas de manufaturas “São as marcas produzidas por pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na confecção do livro, tais como tipógrafos, encadernadores, ilustradores, gravadores, impressores, entre outros”.

Toda marcação atribuída por um indivíduo que consulta uma obra, pode se enquadrar como uma marca de uso, que são gravadas e anexadas nos exemplares à medida que seu dono a consulte, correspondendo aos manuscritos, marginálias, notas, rabiscos entre outras. Essas marcas “[...] podem dar informações sobre a trajetória histórica de um item e sobre seus proprietários, traçando sua proveniência” (Greenhalgh, 2022, p. 406).

Nesse contexto, os autores Rodrigues et al. (2022a), propõem o agrupamento das marcas de proveniência em quatro categorias: 1) Marcas de manufatura; 2) Marcas de uso; 3) Marcas de posse; e 4) Marcas de propriedade, cada uma das categorias “[...] apresenta peculiaridades que explicam possíveis origens ou antigos proprietários de um determinado item” (2022a, p. 206).

Dentre os exemplos mais conhecidos de marca de proveniência encontra-se o ex-líbris, já bastante discutido na Biblioteconomia e CI sobretudo nas discussões sobre obras raras. Cavalcanti e Cunha (2008, p. 162) conceituam como “[...] marca ou etiqueta, gravada ou impressa, colocada em livros para identificar a quem pertencem”. No entanto, como trazem os autores Rodrigues et al. (2022a) as marcas de proveniência podem ser categorizadas em quatro tipos.

Com o intuito de No Quadro 1, apresentado a seguir, são exibidos de forma resumida os diferentes tipos e subtipos de marcas de proveniência.

 

Quadro 1Tipos de marcas de proveniência

Tipos de marcas

Descrição

Exemplos

Marcas de manufatura

Marcas produzidas por pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na confecção do livro, tais como tipógrafos, encadernadores, ilustradores, gravadores, impressores, entre outros.

marcas de tipógrafos, alegorias, etiquetas de livros, vinhetas, encadernações, entre outros.

Marcas de uso

Marcas produzidas pelos leitores, consulentes, pesquisadores, ao utilizar uma obra.

desenhos, rabiscos, bilhetes, anotações, manchas, entre outros.

Marcas de posse

Marcas deixadas por pessoas físicas ou jurídicas que estiveram, em algum momento da história desse objeto, de posse dele, e que muitas vezes não são, necessariamente, seus proprietários.

marcas de circulação, marcas deixadas por comerciantes, marcas deixadas por censores, pelos próprios autores, dedicadores, patrocinadores, tais como anotações, papéis avulsos, obliterações, entre outros.

Marcas de propriedade

Marcas deixadas pelos proprietários (pessoas, instituições, famílias) de uma obra, cuja finalidade consiste em atestar a sua propriedade sobre ela.

ex-líbris, carimbos, etiquetas, assinaturas, monogramas, entre outros.

Fonte: Adaptado de Rodrigues et al. (2022b).

 

As marcas de manufatura que de acordo com Azevedo e Loureiro (2019) “[...] nos contam quem fez o livro, seja o tipógrafo, editor, gráfica; que tipo foi utilizado; que papel foi escolhido etc.” Ou seja, esse tipo de marca traz informações sobre a produção do material bibliográfico com um todo, não sendo possível identificar outros elementos, porém ainda sim capaz de traçar caminhos que identifiquem a origem do material.

As marcas de uso, são marcas “[...] deixadas pelos seus antigos leitores e donos: inscrições, palavras apagadas, anotações feitas à margem, rabiscos, marcações, páginas dobradas, e acréscimos externos, como marcadores, fotos ou plantas prensadas [...]” (Heritage, 2019, p. 26). Esses traços físicos sobrevivem para serem encontrados por futuros leitores, criando uma ligação tangível adicional com a memória construída por seu antigo dono, podendo representar um determinado período ou contexto informacional e cultural.

As marcas de posse “[...] são as marcas deixadas por pessoas físicas ou jurídicas que estiveram, em algum momento da história desse objeto, de posse do mesmo, e que muitas vezes não são, necessariamente, seus proprietários” (Rodrigues et al., 2022b

Essa categoria de marca, traz um sentido de “posse/propriedade temporária”, pois ela permite ser aplicada pela pessoa física ou jurídica, em qualquer momento que por ela transite. Um autor, que se encontre publicando/vendendo sua obra, em uma noite de autógrafos poderá vir dedicar livros a diversos dos seus leitores, contudo em meio a essas dedicatórias nem todos os exemplares irão exatamente pertencer a quem o adquiriu naquele momento.

Por último tem-se as marcas de propriedade: “[...] são as marcas deixadas pelos proprietários (pessoas, instituições, famílias) de uma obra, cuja finalidade consiste em atestar a sua propriedade sobre a mesma” (Rodrigues et al., 2022b).

Este tipo de marca é literalmente uma propriedade autenticada, ao ser adicionado a sua coleção pessoal ou institucional, costuma-se (e orienta-se) que seu proprietário adicione a ela uma marca física, legível/compreensível ou peculiar de sua coleção para garantir sua propriedade, se porventura seu exemplar for extraviado ou roubado. Há exemplos temos, assinaturas, carimbos, super ex-líbris, ex-líbris, entre outros. Segundo o colecionador Luiz Felipe Stelling o “ex-líbris é uma etiqueta que é fixada dentro de um livro para indicar, clara e efetivamente, o proprietário daquele exemplar” (Stelling, 2021, p. 9). Na Figura 4 pode-se observar o ex-líbris comemorativo da “Primeira Exposição de Exlibris do Recife” ocorrida em 1952.

Sendo assim, percebe-se que o termo de marcas de proveniência abrange outros conceitos que possuem características individuais, porém estão relacionadas entre si, sendo possível o levantamento de informações capazes de contar a história de determinados indivíduos, instituições ou até mesmo grupo de pessoas.

 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa pode ser qualificada como bibliográfica, quanto aos meios, pois tem como fonte de análise as informações contidas nos artigos de periódicos disponibilizados na BRAPCI e no que diz respeito aos fins se caracteriza como uma pesquisa exploratória.

Visando atender os objetivos propostos por esta pesquisa utilizou-se a bibliometria, uma técnica já consolidada no campo da Biblioteconomia e Ciência da Informação, buscando apresentar os autores mais produtivos; as temáticas mais discutidas dentro do campo das marcas de proveniência no cenário brasileiro; a distribuição temporal; os periódicos que mais publicaram sobre esse tema; e a distribuição temporal e geográficas dos trabalhos.

O corpus da pesquisa, explicitado na Tabela 1, é formado pelos artigos de periódicos nacionais, indexados pela BRAPCI, com delimitação temporal de 1960 a 2024, este intervalo justifica-se por buscar englobar todo acervo disponibilizado na base.

 

3.2 PERCURSO METODOLÓGICO

As buscas foram realizadas na BRAPCI no dia 31 de julho de 2024, foi selecionado o campo “todos” e foram utilizados os termos “ex-líbris”; “marcas de proveniência” “marcas de manufatura”; “marcas de propriedade”; “marcas de uso”; “marcas de posse” como descritores durante as buscas. Como critério de inclusão, escolheu-se artigos científicos publicados por pesquisadores da Ciência da Informação vinculados a instituições brasileiras que trataram do tema, seja de forma teórica ou aplicada. Quanto aos critérios de exclusão, foram retirados os artigos duplicados, ou seja, que apareceram em ambas as buscas ou na mesma busca e; artigos que não se enquadravam no escopo da pesquisa, muitas vezes contendo os termos selecionados, mas não discutindo sobre o tema. Para isso analisou-se: título do artigo, resumo e palavras-chave.

Após a coleta, os trabalhos foram inseridos no softwareMicrosoft Excel para facilitar o manuseio e a recuperação das informações.A Tabela 1, expressa a quantificação dos artigos que compuseram o corpus desta pesquisa.

 

Tabela 1 – Distribuição quantitativa dos artigos recuperados

DESCRITORES

RECUPERADOS

DUPLICADOS

FORA DO ESCOPO

INCLUÍDOS

Marcas de manufatura

0

0

0

0

Marcas de propriedade

5

3

1

1

Marcas de uso

40

1

35

4

Marcas de posse

4

0

0

4

Marcas de proveniência

32

7

3

22

Ex-líbris

30

10

12

8

Total

111

19

47

39

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

 

Após a organização das informações dos artigos em planilha no Microsoft Excel foi possível padronizar das entradas com os nomes dos autores, instituições, periódicos, palavras-chave, temáticas e ano de publicação. Essa padronização permitiu a elaboração de quadros, tabelas e representações gráficas que possibilitará a apresentação do panorama atual dos estudos sobre as marcas de proveniência na área da Ciência da Informação no Brasil.

 

4 ANÁLISES E DISCUSSÕES

Nesta seção, são discutidos os resultados encontrados na pesquisa, apresentando os indicadores de produção científica sobre marcas de proveniência no Brasil. A Tabela 2, a seguir, mostra as autorias com mais de uma publicação. Ao todo, foram identificados 69 autores com ao menos um artigo publicado sobre o tema.

Dos 69 autores, nove se destacam com pelo menos duas publicações sobre marcas de proveniência. Desses, quatro possuem doutorado, um está em processo de doutoramento, e quatro não têm esse título. Além disso, com o objetivo de verificar se essa temática é realmente uma área de interesse para o grupo presente na Tabela 2, foi realizada uma análise no Currículo Lattes desses pesquisadores, identificando-se que seis não têm as marcas de proveniência como foco principal de pesquisa, enquanto os outros três as têm. Quanto ao vínculo institucional, sete autores estão ligados a programas de pós-graduação, e dois não possuem essa afiliação; sete são formados em Biblioteconomia, e dois têm formação em outras áreas.

Tabela 2 – Autores mais representativos

AUTORIA

ARTIGOS

Alícia DuháLose

2

AlissaEsperon Vian

2

Fabiano Cataldo de Azevedo

2

Fátima Duarte de Almeida

2

Heytor Diniz Teixeira

2

Maria Claudia Santiago

2

Raphael Diego Greenhalgh

2

Thais Helena de Almeida Slaib

2

Thiago Cirne Freitas

2

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

 

Ao analisar a tabela, percebe-se que não há uma autoria que se destaque significativamente na produção sobre marcas de proveniência. Os autores com mais produções têm apenas duas publicações em revistas indexadas na BRAPCI. Isso sugere que as marcas de proveniência, na Ciência da Informação, ainda são tratadas de forma periférica, como é evidenciado pela produção científica apresentada.

Com o intuito de identificar a distribuição das produções a partir dos vínculos institucionais dos autores, apresenta-se o Gráfico 1 que representa o total de autorias por instituição em relação ao total de artigos pulicados por instituição. Vale destacar que, são apresentadas as instituições com no mínimo uma autoria e ao mesmo tempo exibe-se a quantidade de trabalhos por instituição. Ao todo foram encontrados 32 vínculos institucionais.


 

Gráfico 1 – Instituições com mais representações e produções

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

 

Com o intuito de facilitar a divisão entre autorias e artigos publicados por instituição, no gráfico anterior visualiza-se a distribuição quantitativa das autorias na cor azul e o total de artigos na cor laranja, uma vez que, mais autoria não significa mais produção de artigos, como fica evidente nos números da FBN onde o quantitativo de autorias (n=10) é maior que o quantitativo de artigos publicados (n=4). Desse modo, verifica-se que as instituições com maior número de publicações foram a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com um total de cinco publicações cada uma, logo em seguida a FBN e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), que tiveram um total de quatro publicações cada, já a Universidade de São Paulo (USP) e o Museu de Astronomia e Ciência Afins (MAST), tiveram um total de três publicações cada, ficando em terceiro lugar no ranking das instituições mais produtivas.

Das 32 instituições que fazem parte do recorte, 31 são de caráter público e, apenas uma de caráter privado, a Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Analisando a distribuição geográfica das respectivas instituições, é possível verificar as regiões brasileiras que mais produziram a respeito do tema, e em ordem decrescente dispomos o Sudeste com dez instituições, sendo oito delas no estado do Rio de Janeiro e duas no estado de São Paulo; o Nordeste com quatro instituições, duas no estado do Ceará, uma no estado da Bahia e uma no estado de Pernambuco; no Sul, temos duas instituições no estado do Rio Grande do Sul; no Centro Oeste temos uma instituição em Brasília-DF; o Norte, foi a única região que não houve instituição associas a publicação de artigo sobre a temática aqui abordada.

Buscando situar toda a produção científica sobre as marcas de proveniência indexada na BRAPCI através dos anos foi elaborado o Gráfico 2, que exibe os anos que tiveram ao menos uma produção publicada, o recorte definido foi de 1960 à 2024, no entanto como é observado apenas nove anos fazem parte do gráfico.

Percebe-se por meio desse recorte temporal que há poucas publicações abordando o tema, os únicos anos com mais de uma produção foram os anos de 2017 (n=2), 2021 (n=4), 2022 (n=26) e 2023 (n=2).

 

Gráfico 2 – Artigos por ano

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

 

O ano de 2022 se destaca como o ano com mais publicações o que destoa um pouco dos demais, mas isso deve-se ao fato da revista PontodeAcesso, ter publicado um número especial nesse ano sobre essa temática. De acordo com Toutain, Silva e Souza (2022, p. 1), esse número especial foi “[...] com o intuito de divulgar reflexões e experiências teóricas, metodológicas e práticas sobre à dinâmica da pesquisa de marcas de proveniência e bibliografia material [...]”. Vale ressaltar que a revista PontodeAcesso é vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI), da UFBA que aparece em primeiro lugar entre as instituições mais produtivas e possui dois pesquisadores entre os produtivos, Alícia DuháLose e Fabiano Cataldo de Azevedo respectivamente.

Alguns motivos possíveis do porquê haver tão poucas publicações referentes ao tema; pode ser pelo fato desse tema se relacionar diretamente com as temáticas: coleções de obras especiais e raras, e já serem tratadas nesse contexto mesmo que não tão aprofundadas; ou pelo fato dessa temática estar muito ligada a área da História, logo as publicações sobre o tema podem ser encontradas em periódicos voltados para essa área, assim não entraria na indexação da BRAPCI que é uma base de dados voltada para a literatura científica em CI.

A seguir, buscou-se levantar a produção dos trabalhos publicados em periódicos e eventos, a Tabela 3 apresenta essa distribuição de forma detalhada.

 

Tabela 3 – Periódicos e evento que mais publicaram sobre o tema

PERIÓDICO-EVENTO

OCORRÊNCIA

QUALIS

PontodeAcesso

24

B1

Revista Acervo: Revista do Arquivo Nacional

3

A1

BIBLOS (Rio Grande)

2

B3

Cadernos de Informação Jurídica

2

B3

ENANCIB

2

Não se aplica

Brazilian Journal of Information Science

1

A4

Em Questão

1

A2

Encontros Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação

1

A2

Páginas A&B, Arquivos e Bibliotecas

1

A4

Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação

1

A3

Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação

1

A3

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

 

Vale ressaltar que, para a análise dos trabalhos recuperados foram selecionados apenas os que apresentaram pelo menos uma autoria nacional. Dentre os 39 trabalhos analisados, as revistas que mais se destacaram foram a PontodeAcessocom 24 publicações;Revista Acervo: Revista do Arquivo Nacional com três publicações;BIBLOS (Rio Grande)com duaspublicações; eCadernos de Informação Jurídica,também, com duaspublicações. Ainda pode-se destacar oEncontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação (ENANCIB), maior evento da área de Ciência da Informação no Brasil, com duas 2 publicações recuperadas.

Dentro da relação das revistas já mencionadas na tabela também é apresentado o Qualis[3] referente a cada uma. Nota-se que os artigos estão sendo publicados em revistas com boa reputação no Qualis: B1 (n=24), B3 (n=4), A1 (n=3), A2, A3 e A4 (n=2), infere-se uma preocupação dos autores com a avaliação do periódico escolhido para publicar suas pesquisas.

Na Figura 6, apresenta-se a distribuição temática encontrada no material bibliográfico recuperado por meio das palavras-chave extraídas. No total foram encontradas 86 palavras-chave nos artigos que compuseram o corpus da pesquisa, no entanto a figura é composta pelas palavras-chave que se repetiram ao menos duas vezes. Os termos mais utilizados nos artigos foram: marcas de proveniência (n=20), ex-líbris (n=9), obras raras (n=8), coleções bibliográficas (n=6), catalogação (n=6), memória (n=5), que caracterizam bem o contexto que que a temática está inserida, especialmente quando se trata das obras raras, coleções especiais, ex-libris, marcas de propriedade e memória, que são facilmente relacionados ao objeto “propriedade” seja de uma pessoa ou de uma instituição, pois os objetos fluem dentro das temáticas abordadas que englobam estes assuntos. Termos que que aparecem na figura e que não são destaques em relação a temática são: Catálogo (n=2); Livros Didáticos (n=2), que não são comuns para tratar do assunto em questão, e Brasil (n=2).

 

Figura 6 – Distribuição das Tendências Temáticas dos Artigos

Fonte: Dados da pesquisa (2024).

 

Ao analisar todos esses dados, mesmo sendo definido o país de pesquisa, o recorte temporal, o tipo de material a ser utilizado (bibliográfico), e que seriam recuperados de uma base de dados (BRAPCI), ainda assim nota-se que o retorno tende a sofrer certas inconsistências quando os termos podem vir a se relacionar com temáticas distintas ou quando citam de forma superficial ao ponto de não validar o objeto pesquisado ao assunto da pesquisa.

E quando os dados correspondem à temática, é perceptível que o assunto, na maioria das vezes, vem sendo relacionado com outros temas e de maneira não tão aprofundada. A abordagem em torno doa estudos sobre marcas de proveniência acontece mais em uma determinada região, em que os pesquisadores da área tendem a se repetir e mesmo assim, o índice de produção ainda é pouco se comparado às outras temáticas relacionadas, como por exemplo a memória. Dessa forma, percebe-se que ainda há necessidade de desenvolvimento de discussões teóricas e práticas acerca do tema na Ciência da Informação.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das discussões levantadas nesta pesquisa, especialmente na seção de resultados, foi possível apresentar um panorama da produção científica acerca das marcas de proveniência na Ciência da Informação no Brasil. As marcas de proveniência têm um papel central na preservação e na compreensão da história dos acervos bibliográficos. Entretanto, percebeu-se que a produção acadêmica sobre o tema não reflete todo o seu potencial e importância para a CI. A pesquisa revelou que poucos autores e instituições brasileiras têm se dedicado a aprofundar as discussões nessa temática, o que aponta para a necessidade de mais trabalhos e pesquisadores no campo, que tem sido tratado de forma periférica.

Ao identificar e analisar os artigos indexados na BRAPCI, foi possível observar que a produção sobre marcas de proveniência no Brasil, publicadas em artigos de periódicos, é relativamente recente e está concentrada em poucos anos, com destaque para o ano de 2022, quando houve um aumento significativo nas publicações em decorrência de um número especial em uma revista. Isso pode significar que o tema tem potencial de crescimento, mas ainda depende de pesquisadores interessados que tenham esse tema como prioridade em suas publicações e área de interesse. Além disso, o mapeamento das instituições que publicaram sobre o tema revela uma concentração geográfica na região Sudeste, o que aponta para a necessidade de expansão dessas discussões para outras regiões do país.

Outro aspecto relevante identificado foi a análise dos periódicos que publicam sobre o tema. A revista PontodeAcesso, vinculada à UFBA, lidera o ranking de publicações, seguida pela Revista Acervo, ligada ao Arquivo Nacional. Esses periódicos possuem boa reputação no Qualis, o que indica que, embora o tema seja pouco explorado, ele está sendo discutido em revistas bem avaliadas na área que são reconhecidas pela comunidade científica.

Em relação aos objetivos específicos da pesquisa, considera-se que todos os três foram alcançados com êxito. No primeiro, a identificação dos artigos científicos sobre marcas de proveniência foi cumprida, revelando 39 artigos que se enquadravam nos critérios da pesquisa, uma baixa quantidade de trabalhos para um recorte temporal de 64 anos, o que pode ser entendido com uma lacuna a ser preenchida.

No segundo objetivo específico, a elaboração dos indicadores de produção científica mostrou que os estudos ainda são esparsos e quase inexistentes quando se olha para o recorte da pesquisa, e que há poucos autores que tem essa temática como área de interesse de pesquisa. Isso pode indicar que os estudos sobre marcas de proveniência ainda não se consolidaram como uma área de pesquisa representativa dentro do campo da Ciência da Informação no Brasil.

Por último, no terceiro objetivo específico, a identificação das temáticas mais discutidas e recorrentes foi observado que termos como “ex-líbris” e “marcas de posse” são frequentemente explorados, enquanto “marcas de manufatura” e “marcas de uso” ainda recebem menos atenção. Essa distribuição pode refletir uma ênfase em coleções especiais e raras, onde essas marcas são mais comuns e visíveis. No entanto, a análise também apontou que muitos estudos tangenciam o tema, abordando-o de forma superficial, o que reforça a necessidade de uma maior profundidade nas pesquisas futuras.

Em termos de contribuições para a área, este trabalho oferece um panorama inicial dos estudos sobre as marcas de proveniência, contribuindo para a consolidação dessa temática no campo da Biblioteconomia e da Ciência da Informação no Brasil a partir dos indicadores de produção apresentados.

A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que as marcas de proveniência ainda representam um campo pouco explorado na CI, que necessita de maior atenção e aprofundamento teórico. Assim, para que o tema se consolide, é necessário que mais pesquisas sejam realizadas e que mais pesquisadores estejam engajados, ampliando as discussões sejam no campo teórico ou aplicado dos estudos sobre essa temática.

Por fim, é importante ressaltar que este estudo possui limitações, especialmente no que se refere ao número de artigos disponíveis para análise, à concentração geográfica e institucional das publicações e, sobretudo, à exclusividade de análise dos trabalhos provenientes apenas de uma base de dados, a BRAPCI. No entanto, essas limitações também apontam caminhos para a continuidade da pesquisa, como a inclusão de bases de dados internacionais, como a Web of Science e a Scopus; a expansão das análises para outras áreas do conhecimento que tenham interesse nos estudos sobre marcas de proveniência, como é o caso da História. Assim, espera-se que este trabalho contribua para o fortalecimento das discussões sobre marcas de proveniência na Ciência da Informação no Brasil, incentivando novos estudos e reflexões sobre o tema.

REFERÊNCIAS

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[1] Bacharela em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atua na área de preservação, conservação e restauração de documentos. Tem como foco de pesquisa estudos sobre obras raras, marcas de proveniência e preservação documental.

[2] Doutorando e Mestre em Ciência da Informação no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (PPGCI/UFPE).  Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Pernambuco. Licenciado em Matemática pela Universidade de Pernambuco (UPE).

[3]A busca foi realizada no dia 20 de agosto de 2024 no endereço eletrônico: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/. Utilizou-se como referência para a análise o quadriênio (2017-2020) do Qualis.

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