CORES E INFORMAÇÃO

barreiras e soluções para daltônicos

 

Tiago Alessandro Vasconcelos Silva[1]

Universidade Federal de Pernambuco

tiago.alessandro@ufpe.br

Marcia Ivo Braz [2]

Universidade Federal de Pernambuco

 marcia.ibraz@ufpe.br

Daniela Eugênia Moura de Albuquerque [3]

Universidade Federal de Pernambuco

daniela.eugenia@ufpe.br

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Resumo

Este artigo analisa como o uso das cores pode ser essencial no entendimento das informações e como isso afeta a vida das pessoas que possuem daltonismo, condição que dificulta ou impossibilita a percepção das cores. Trata-se de uma pesquisa com fins exploratórios e meios bibliográficos, de natureza qualitativa, que utilizou a entrevista semi-estruturada como instrumento de coleta de dados. Ao todo, foram realizadas dez entrevistas com pessoas daltônicas que mostraram o lado prático desta pesquisa. Como resultado das entrevistas, todos os entrevistados concordaram com as dificuldades apontadas nas questões e relataram experiências pessoais, como dificuldade em visualizar algumas cores na prova do Exame Nacional do Ensino Médio ou confundir a luz do poste com a de um semáforo de trânsito, que ajudaram a exemplificar o dia a dia de quem possui daltonismo. Por fim, tivemos a exemplificação de soluções práticas: os códigos do ColorADD, o modo daltonismo do Trello e um guia de acessibilidade cromática, essas soluções podem facilitar a vida dos daltônicos tanto em ambientes físicos quanto em ambientes digitais.

Palavras-chave: daltonismo; acessibilidade; psicologia das cores; colorADD; ciência da informação.

COLORS AND INFORMATION

barriers and solutions for colorblind people

Abstract

This article examines how the use of colors can be essential for understanding information and how it impacts the lives of people with color blindness, a condition that hinders or prevents color perception. This is an exploratory study of a qualitative nature, utilizing bibliographic research and semi-structured interviews as a data collection instrument. A total of ten interviews were conducted with individuals with color blindness, providing practical insights into the research. As a result of the interviews, all participants acknowledged the difficulties addressed in the questions and shared personal experiences, such as struggling to distinguish certain colors on the National High School Exam or confusing a streetlight with a traffic signal. These examples highlighted the daily challenges faced by people with color blindness. Lastly, practical solutions were showcased, including the ColorADD codes, Trello’s color blindness mode, and a chromatic accessibility guide. These solutions can ease the lives of individuals with color blindness in both physical and digital environments.

Keywords: color blindness; accessibility; color psychology; colorADD; information science.

COLORES E INFORMACIÓN:

barreras y soluciones para personas daltónicas

Resumen

Este artículo analiza cómo el uso de los colores puede ser esencial para la comprensión de la información y cómo impacta la vida de las personas con daltonismo, una condición que dificulta o impide la percepción de los colores. Se trata de un estudio exploratorio de naturaleza cualitativa, que utiliza la investigación bibliográfica y entrevistas semiestructuradas como instrumento de recopilación de datos. En total, se realizaron diez entrevistas con personas daltónicas, proporcionando una visión práctica de la investigación. Como resultado de las entrevistas, todos los participantes reconocieron las dificultades abordadas en las preguntas y compartieron experiencias personales, como la dificultad para distinguir ciertos colores en el Examen Nacional de Educación Media o confundir la luz de una farola con la de un semáforo. Estos ejemplos ilustran los desafíos cotidianos que enfrentan las personas con daltonismo. Por último, se presentaron soluciones prácticas, como los códigos de ColorADD, el modo daltonismo de Trello y una guía de accesibilidad cromática. Estas soluciones pueden facilitar la vida de las personas con daltonismo tanto en entornos físicos como digitales.

Palabras clave: daltonismo; accesibilidad; psicología del color; colorADD; ciencia de la información.

 

 

 

1  INTRODUÇÃO

Estamos rodeados de informações e uma forma simples, comum e objetiva de informar é através das imagens e das cores. Sinalizar ambientes, objetos e vias públicas ajudam a manter a ordem e auxiliam na orientação das pessoas. Mas quando as cores são elementos essenciais para o entendimento de uma situação, é preciso ter certeza de que ela foi percebida corretamente.

A discromatopsia, popularmente conhecida como daltonismo[4], “é um distúrbio da visão que interfere na percepção das cores” (Bruna, 2015) e, por conta disso, simples situações podem se transformar em momentos de dificuldade, desde escolher uma roupa, conseguir se guiar no trânsito ou até mesmo para se localizar em corredores de uma biblioteca que utiliza a classificação por cores como forma de organizar o seu acervo.

São comuns adaptações de conteúdo para pessoas com alguma limitação, a exemplo da audiodescrição e pisos táteis para pessoas cegas ou com baixa visão, Libras para pessoas com deficiências auditivas, rampas e elevadores para pessoas com deficiências motoras. Essas soluções ajudam na independência e mostram que todos são capazes de ter uma vida plena. Mas em relação ao daltonismo são poucas as alternativas difundidas massivamente ou incentivadas ao uso, tornando essa deficiência bastante negligenciada. Isso traz como consequência um baixo conhecimento sobre o assunto em várias áreas do conhecimento, como diz Pereira (2021):

 

[...] há uma enorme carência de pesquisas acadêmicas sobre o assunto nas mais diversas áreas do conhecimento, como na medicina, na pedagogia e, sobretudo, na comunicação e no design – o que contribui para a falta de informação sobre como criar com acessibilidade.

 

Algo parecido também ocorre na Ciência da Informação, onde, por exemplo, não se obteve nenhum resultado satisfatório sobre o termo “daltonismo” em bases de dados como a Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI) e Scientific Electronic Library Online (SciELO) no processo de pesquisa para esse trabalho. Além, também, da existência de uma resistência social em acreditar na dificuldade que é viver com o daltonismo, e até mesmo em situações preconceituosas ou vexatórias.

A partir dessas observações, pode-se indagar o seguinte problema de pesquisa: Como o uso das cores pode ser essencial no entendimento das informações e quais são os desafios que as pessoas daltônicas precisam enfrentar em ambientes informacionais?

Assim, o objetivo geral deste artigo é analisar como o uso das cores pode ser essencial no entendimento das informações. Como objetivos específicos, pretende-se:

 

a)      Expor as limitações e os desafios dos daltônicos dentro do universo das cores;

b)      Propor soluções que facilitem o dia a dia das pessoas daltônicas no uso das cores;

c)      Indicar qual pode ser o papel da ciência da informação nesse problema.

 

Como hipóteses para responder a este questionamento temos a adoção de códigos que auxiliam na identificação das cores, a importância de um diagnóstico precoce de pessoas daltônicas para auxiliar na sua adaptabilidade, além de conscientizar a sociedade sobre a importância em adaptar conteúdos para pessoas com dificuldade de enxergar as cores, para assim garantir uma maior acessibilidade em ambientes informacionais e em outros espaços.

Em relação à estrutura, este artigo será dividido da seguinte forma: A seção 2, após a introdução, será dedicada a explicar sobre o daltonismo e seus tipos. Após, teremos a seção 3 sobre o impacto das cores na informação, onde falaremos sobre as cores em diversas áreas incluindo a linguagem, comunicação e saúde. A seção 4 trata da metodologia utilizada neste trabalho e encerra o nosso referencial teórico. Em seguida, entramos na parte mais prática com a seção 5 sobre as perspectivas dos daltônicos, onde serão abordadas as entrevistas realizadas com 10 voluntários. A seção 6 será sobre as possibilidades de soluções para auxiliar os daltônicos. E para finalizar traremos as considerações finais com o percurso realizado nesta pesquisa e as observações feitas após todo o processo.

 

2 DALTONISMO

Poder enxergar o mundo em sua totalidade não é um privilégio para todos. As patologias oculares prejudicam a visibilidade das pessoas e acometem uma grande parte da população mundial. Elas podem causar cegueira, complicações na leitura, dores de cabeça, sensibilidade à luz e até dificuldade ou impossibilidade de enxergar cores. Sobre esse último sintoma, ele é acometido por uma deficiência chamada de discromatopsia, mas popularmente conhecida como daltonismo. Sobre esta, a Color Blind Awareness (2023), que é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a conscientização sobre as necessidades dos daltônicos, diz que “é uma condição que afeta um em cada 12 homens e 1 em cada 200 mulheres. […] Em todo o mundo, estima-se que existam cerca de 300 milhões de pessoas com daltonismo, quase o mesmo número de pessoas que toda a população dos EUA” (Color Blind Awareness, 2023, tradução nossa).

Para um diagnóstico exato do daltonismo, é necessário que a pessoa se consulte com um oftalmologista, que realizará algum teste para identificar o defeito na visão cromática[5]. Um dos testes mais utilizados é o de Ishihara, no qual cartões com fundo e números formados por círculos coloridos em cores estratégicas podem identificar se o paciente é daltônico. A seguir veremos um exemplo do teste na Figura 1.

Figura 1 - Teste de Ishihara contendo o número 2

Fonte: Acessibilidade para daltônicos na web (2021)

 

2.1 Tipos de daltonismo

Nossa visão possui três cones receptores de cores. A visão sem defeitos é denominada de tricromacia, por possuir esses três cones em pleno funcionamento.

Em relação aos defeitos, um autor que fala sobre o assunto é o Pereira (2021), que também possui daltonismo e diz que o primeiro defeito é chamado de monocromacia é o mais grave e é dividido em dois subtipos, monocromacia típica no qual a pessoa pode enxergar tudo em preto, branco e tonalidades de cinza, ou monocromacia atípica em que o único cone funcional é o responsável por perceber a cor azul.

Para a ausência de um dos três cones, na dicromacia (o segundo defeito), existem três subtipos de daltonismo: deuteranopia que é a ausência de cones verdes, protanopia que é a ausência de cones vermelhos e tritanopia que é a ausência de cones azuis. E para quem possui alguma deficiência ou falha em um dos três cones, a tricromacia anômala (o terceiro defeito), também existem três subtipos: deuteranomalia que é a alteração dos cones verdes; a protanomalia que é a alteração dos cones vermelhos; e a tritanomalia que é a alteração dos cones azuis, e é o subtipo mais raro (Pereira, 2021). Abaixo, nas Figuras 2 e 3 podemos observar simulações das visões das pessoas daltônicas de acordo com cada tipo e subtipo.

 

Figura 2 - Simulação da monocromacia

Fonte: Revista Arco (2021)

 

Figura 3 - Simulação da dicromacia e tricromacia anômala

Fonte: Revista Arco (2021)

3 O IMPACTO DAS CORES NAS INFORMAÇÕES

As cores nos estimulam visualmente e isso as tornam importantes códigos informacionais. Pedrosa (2007, p. 34), fala sobre a importância das cores na informação:

As cores, nas mais diversas situações, auxiliam o homem a entender e interagir com o mundo que o rodeia. Ajudam-no a perceber quando uma fruta está madura ou quando um alimento está estragado, permitem a identificação de objetos, plantas e animais, ajudam no diagnóstico de doenças, expressam sentimento, na sinalização organizam fluxos de pessoas e veículos evitando acidentes. Essas informações transmitidas pelas cores muitas vezes garantem a sobrevivência dos seres humanos.

Outros papéis que as cores podem desempenhar são de organizar, hierarquizar ou atribuir significado, mesmo que a sua atuação seja individual ou dependente de outros elementos como figuras, textos ou até mesmo sons. Para essas atribuições foi denominado o conceito “cor-informação” (Guimarães, 2003).

Por ser parte dos planos comunicacionais, a cor também deve ser compreendida como um dos elementos da sintaxe da linguagem visual, e essa linguagem como um dos diversos tipos de linguagens utilizadas pelo ser humano (Guimarães, 2000). Então, todo o tipo de linguagem que se apoiar no sentido da visão pode receber a contribuição ou influência das cores, como é o caso da linguagem escrita, literária, artística e até a digital, sendo utilizadas por diversas profissões e áreas do conhecimento.

A saúde é uma das áreas impactadas pelas cores que têm o poder de auxiliar, inclusive em tratamentos de algumas doenças, conforme destaca Heller (2022), que fala da importância de expressar os sentimentos nos momentos de enfermidade. Para aqueles que possam ter dificuldade em exprimir os seus sentimentos através de palavras ou até pela música, a pintura se torna uma aliada para diminuir a angústia que um tratamento pode proporcionar, por exemplo. Não estamos falando de cura, mas quem se sentir melhor com esse tipo de atividade terapêutica provavelmente terá mais forças para enfrentar qualquer doença (Heller, 2022).

A engenharia não fica de fora do impacto das cores. Em sua recente dissertação, para a obtenção de título de mestre em engenharia elétrica e computação, o autor Benites (2020) relata experimentos práticos com uso de robótica na associação de notas musicais com cores no ensino musical para crianças surdas. São tecnologias que atuam de diversas formas, como traduzir notas musicais em cores, cores em notas musicais, luzes de LED que brilham e mudam de cor conforme a música e outros tipos de soluções.

Por falar em música, a arte é um dos campos em que as cores se expressam de forma bastante singular e ao mesmo tempo universal. Trazemos agora como exemplo a cantora e compositora Taylor Swift, que em várias de suas composições utiliza do simbolismo das cores para descrever sentimentos. Em uma de suas músicas intitulada “Red (Taylor's Version)” (2021, tradução nossa), ela diz o seguinte: “Perdê-lo foi azul, como eu nunca tinha sentido. Sentir saudades dele era cinza escuro, totalmente sozinha. Esquecê-lo foi como tentar conhecer alguém que você nunca encontrou. Mas amá-lo era vermelho”. Nesse trecho, a artista utiliza das cores relatadas para intensificar os sentimentos que estão associados à elas, o que torna a experiência além de sonora, também sensorial, mesmo que imaginativa. 

            O cinema também utiliza as cores como forma de expressar a mensagem passada pelo enredo de um filme. No longa-metragem de animação Inside Out, de 2015, com o nome adaptado para o Brasil como “Divertidamente”, é retratado como as emoções presentes no interior da cabeça de uma criança, lidam com situações vivenciadas pela personagem. Cada emoção é interpretada por um personagem com cores específicas: a alegria na cor amarela, raiva na cor vermelha, medo na cor roxa, nojo na cor verde e a tristeza na cor azul.

Essa recorrente associação das cores com sentimentos é objeto de estudo da psicologia das cores, do mesmo modo que as possíveis sensações passadas por elas. Usando mais uma vez a cor azul como exemplo, temos o fato dela ser considerada como uma cor fria. Isso se dá graças às nossas experiências: nossa pele fica azul no frio, nossos lábios também, além do gelo e da neve ter uma cintilação azulada. O azul tem um efeito mais frio do que o branco, pois esse segundo tem um significado mais ligado à luz (Heller, 2022).

Já a moda, provavelmente, é uma das áreas que mais se beneficia do uso das cores. A história da humanidade pode ser muito bem representada simplesmente ao demonstrarmos as roupas utilizadas em determinadas épocas e países, incluindo as cores dessas roupas. Na década de 50, por exemplo, as roupas possuiam coloração mais sóbria para passar a ideia de algo mais concreto e seguro, reflexo do fim da segunda guerra mundial. Já na década de 60 com o movimento hippie e as ideias contracultura, as roupas tinham cores vibrantes e animadas para ambos os gêneros.

Também precisamos falar sobre a empresa Pantone, mundialmente conhecida por sua escala de cores, uma ferramenta que possibilita a seleção e organização de padrões de cores através de um sistema de numeração proprietário e formato de cores em chips. Essa linguagem é utilizada mundialmente por vários setores da produção como o têxtil, vestuário, beleza, interiores e design (Pantone, 2024). Conquistando notoriedade a partir do ano de 1963, criou o programa Pantone Cor do Ano, que desde o ano de 1999 elege uma cor que representa as tendências, um processo que leva meses de pesquisa de comportamento do consumidor e tudo o que estiver acontecendo na nossa cultura daquele ano. Na Figura 4, podemos ver exemplos do sistema de cores da Pantone.

Figura 4 - Sistema de cores Pantone

Fonte: Pantone (2024)

A utilização das cores, em todas essas áreas e situações, possui propósitos e intenções definidas através de estudos e reflexões. Mas isso só foi possível a partir das observações dos primeiros filósofos e cientistas que se interessaram pelo fenômeno da visão cromática e em como ele se relaciona com nossas vidas.

Aristóteles afirmava que as cores principais eram sete e que as demais eram misturas dessas, Leonardo da Vinci teve um trabalho póstumo, intitulado de "O tratado da pintura e da paisagem", publicado a partir de seus escritos sobre a primeira teoria das cores, Isaac Newton publicou o livro “Óptica: um tratado sobre a reflexão, refração e as cores da luz”, e Johan Wolfgang Goethe com seu trabalho intitulado de “Esboço de uma teoria das cores” é responsável pela moderna divisão de campos que estudam as cores (Bruni; Cruz, 2006).

 

4 METODOLOGIA

Esta pesquisa científica é voltada à acessibilidade das pessoas que vivem com daltonismo e para entender o papel das cores nas informações. Quanto aos meios, é uma pesquisa exploratória por não buscar resolver o problema, mas levantar informações que ajudem a entendê-lo melhor (Michel, 2015). Sobre os resultados a metodologia tem natureza básica, por conta da sua geração de conhecimento novo, por ser uma pesquisa exploratória sua coleta de dados baseia-se como bibliográfica, por meio de abordagem qualitativa, por se propor a colher e analisar dados descritivos e enfatizar o processo mais do que o resultado (Michel, 2015). Para a coleta de dados, foram utilizados um formulário, para a captação de participantes, e uma entrevista semi-estruturada realizada individualmente com cada voluntário.

Inicialmente, em março de 2023, foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Scielo e Brapci, a escolha dessas bases se deu pela importância das mesmas na área da Ciência da Informação. Os descritores utilizados foram “cores” e “daltonismo”. Para o termo “cores”, na Scielo tivemos um resultado de 120 arquivos, mas apenas 1 teve relevância para a pesquisa, e na Brapci a pesquisa com o mesmo termo obteve 61 arquivos como resultado, mas nenhum satisfatório para o tema. Em relação ao termo “daltonismo”, na Brapci não foi encontrado nenhum resultado, já na Scielo a pesquisa resultou em 6 arquivos, mas nenhum com relevância ou proposta semelhante a esta pesquisa.

Por conta da dificuldade de se encontrar conteúdo a partir do termo popular (daltonismo), foi preciso identificar no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), o nome científico dado a essa patologia, denominado de discromatopsia, levando então à recuperação de conteúdos que auxiliaram no trabalho.

Em seguida foi lançado um formulário para a captação de voluntários daltônicos. O período em que o formulário ficou aberto foi entre março e abril de 2024. Foram coletadas 21 respostas, das quais entramos em contato com 21 pessoas, sendo que efetivamente entrevistados foram 10. Esse número final se deu por diversos fatores, como falta de retorno aos contatos, falta de disponibilidade para agendar as entrevistas ou mesmo pessoas que se inscreveram, mas não cumpriam requisitos básicos da pesquisa, como não daltônicos.

A entrevista foi composta de 10 perguntas, que foram divididas da seguinte forma: 1 a 3 sobre aspecto pessoal, 4 a 6 sobre como se relaciona com o mundo, 7 a 9 como se relaciona com a Ciência da Informação e 10 sobre experiência de vida. A realização das entrevistas ocorreu no mês de abril de 2024, com os dez participantes, todas por meio da plataforma Google Meet e em horários pré estabelecidos entre o autor e o entrevistado.

Para melhor aprofundamento teórico e para não revelar dados que possam identificar os entrevistados (Conselho Nacional de Saúde, 2016, p.2), ao final de cada entrevista foi solicitado que cada participante escolhesse uma cor para lhe representar. Os comentários, respostas e principais achados foram organizados e dispostos na seção seguinte, intitulada como “Perspectivas dos daltônicos”.

 

5 PERSPECTIVAS DOS DALTÔNICOS

Nesta seção, vamos tratar as questões abordadas nas entrevistas individuais, tendo a oportunidade de entender mais sobre os desafios enfrentados pelos daltônicos.

Os entrevistados foram identificados pelas suas cores favoritas, solicitadas aos mesmos ao final de cada entrevista. Sendo assim tivemos os participantes denominados de vermelho, azul, azul piscina, azul metálico, azul escuro, azul bebê, verde escuro, vermelho carmesim, preto e cinza.

A primeira impressão que podemos tirar das escolhas das cores dos participantes é a predominância da cor azul, mesmo que em tons variados. Cor essa dita como a preferida das pessoas, como diz Heller (2022) “o azul é a preferida entre as cores. É a cor predileta de 46% dos homens e 44% das mulheres”.

Ao início da entrevista, o primeiro bloco de perguntas foi sobre aspecto pessoal, e contou com as questões: “Em que momento da sua vida você descobriu que é daltônico?”, “Você recebeu o diagnóstico de um profissional oftalmologista?” e “Já passou por algum constrangimento por conta do daltonismo?”.

Em relação à primeira pergunta, metade dos participantes falaram que descobriram na infância enquanto faziam atividades escolares que envolviam pintura, três relataram descobrir apenas na fase adulta enquanto dirigiam um carro ou ao renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e dois afirmaram ter sido na adolescência, também na fase escolar.

Sobre a segunda pergunta, metade dos participantes responderam que receberam o diagnóstico de um profissional e a outra metade informou que não foram diagnosticados por não procurarem um oftalmologista. A participante vermelho contou que os professores desconfiaram porque em algumas atividades de pintura ela pintava de marrom o que era pra ser pintado de vermelho, e o que era pra ser pintado de verde ela pintava de vermelho. A partir das observações dos professores, a mãe dela foi avisada e a levou a um oftalmologista que diagnosticou o daltonismo.

E para a terceira pergunta, as respostas para esta pergunta foram bem diversas. Alguns participantes alegaram não se incomodar e até acham graça das piadas. Outros afirmam se sentirem muito constrangidos quando outras pessoas descobrem a sua condição, e até preferem ocultar o daltonismo para evitar esse tipo de situação. Podemos destacar duas respostas bem singulares. A participante vermelho alegou que na primeira vez que fez o exame do ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, algumas questões de matemática possuíam figuras com cores que atrapalharam suas respostas. Enquanto o participante preto diz que antes de receber o diagnóstico do daltonismo, chegou a pensar que era “maluco” por não enxergar as cores igual as outras pessoas.

É importante pensar no papel dos pais e dos professores ao observar a interação das crianças com as cores, e assim identificar o quanto antes o daltonismo para poder buscar ajuda com algum oftalmologista e assim encontrar soluções. Também vale lembrar que em qualquer doença ou condição, o diagnóstico de um profissional é um ponto de partida para começar a entender o problema e saber como agir.

O segundo bloco, sobre que tratou como o assunto do trabalho se relaciona com o mundo, contou com as seguintes perguntas: “De acordo com as atividades do seu dia a dia, qual é a mais impactada pelo daltonismo?”, “Você necessita do auxílio de outra pessoa para escolher e diferenciar objetos pelas cores?” e “Sente falta de algum tipo de identificação das cores em locais públicos como lojas, bibliotecas, trânsito ou outros?”.

Sobre as atividades do dia a dia, a maior parte dos entrevistados trabalha diretamente com o computador, em funções como designer, programação, marketing digital e desenvolvimento de front-end. Todos eles alegaram dificuldades em realizar algumas de suas tarefas por conta das cores. Uma opinião unânime entre eles é a preferência por padrões de cores mais fáceis de serem diferenciados, o que facilitaria muito o dia a dia deles. O participante azul escuro utiliza uma estratégia interessante para se comunicar nas redes sociais, quando deseja utilizar algum emoji que possua alguma cor predominante, ele pesquisa digitando o nome da cor, assim o smartphone mostra todas as opções disponíveis e ele se sente mais seguro para utilizá-los.

Quando perguntados se necessitam de auxílio, praticamente todos os participantes afirmaram que sim, mesmo que seja para situações específicas. Apenas o participante azul bebê alegou não pedir ajuda para outra pessoa, mas por um motivo importante: o preconceito. Ele prefere não falar sobre isso e tentar outras alternativas que não necessitem da participação de outras pessoas.

E sobre a identificação de locais públicos, A maior parte dos entrevistados informou que algo que identifique as cores pode ajudar em várias situações. Apenas o participante azul escuro discordou e levantou uma questão interessante, o mesmo não demonstra muita preocupação com a sua condição, pois ele consegue perguntar para as pessoas. Mas ele pensa na dificuldade que deve ser para uma pessoa surda e daltônica nesse tipo de situação.

Para o terceiro bloco, que relacionou o assunto da pesquisa com a Ciência da Informação, as perguntas foram: “Você considera as cores um aspecto importante para a captação de informações e para se comunicar?”, “Por conta do daltonismo ainda não ter uma cura, você acha que é importante que existam mais estudos como esse?” e “Você já conhece algum tipo de identificação das cores para os daltônicos? E o que você acha sobre poder identificar as cores através de sistemas de símbolos? (Mostrar o ColorADD para o entrevistado, como exemplo)”.

Todos os participantes concordam que as cores são aspectos importantes para a informação e comunicação. A participante vermelho acrescentou que as cores são importantes porque elas atribuem sentimentos e sentido. O participante verde escuro diz não ter dúvidas que as cores têm um sentido social e político. O participante azul metálico informou que quando pensa em comunicação visual é como se os daltônicos tivessem menos capacidade linguística. O participante azul bebê disse que as cores são primordiais para se guiar. E o participante vermelho carmesim informou que como as cores expressam emoções é preciso saber qual cor usar para conseguir passar a informação certa.

Sobre a importância do estudo, todos os participantes confirmaram que é algo que precisa ser feito. O participante azul metálico acrescentou que isso ajuda na conscientização das pessoas que produzem conteúdos com cores. O participante azul bebê ressaltou que muitos assuntos não são postos em pauta por fazerem parte de uma minoria e que quanto mais discutirmos sobre isso, mais poderemos achar soluções.

E sobre os códigos que identificam as cores, apenas dois participantes conheciam o ColorADD e nenhum outro tipo de código foi mencionado por eles. Todos concordaram que esse tipo de linguagem ajudaria em determinadas situações e demonstraram animação ou entusiasmo ao perceber esta forma de identificação nas cores. O participante verde escuro diz que prefere utilizar outras maneiras porque aprendeu a desconfiar das cores, mas afirmou achar o código importante. O participante preto prefere o uso de contrastes fortes nas cores, mas também concorda que o código é uma ótima alternativa.

O quarto e último bloco trouxe uma única pergunta: “Você tem alguma experiência pessoal sobre o daltonismo que gostaria de compartilhar?” e as respostas foram as seguintes:

Vermelho: Durante um tempo fiz um curso de informática, voltado para limpeza de máquinas. Um amigo me pediu para pegar a chave vermelha e eu trouxe a errada. E foi desesperador, as chaves tinham funcionalidades diferentes e eu não estava conseguindo achar a vermelha. Foi bem constrangedor.

Azul escuro: Minha mãe trabalha com confeitaria, e às vezes eu vou comprar os materiais para ela, se não tiver a cor escrita isso me complica muito, sempre tenho que perguntar pra alguém.

Verde escuro: Uma vez dirigindo o carro de um amigo por ele ter bebido, ultrapassei vários sinais porque eu confundi a luz do poste com um sinal verde.

Azul metálico: Com dez anos de idade, eu jogava um jogo para conectar os caminhões por cor e eu tinha muita dificuldade para diferenciar o amarelo e o verde.

Preto: Trabalho na área de programação, alguns dados são diferenciados por cores e isso é complicado.

Cinza: A experiência que eu me lembro é assistindo Os Simpsons, pois eles são amarelos, mas eu enxergo verde.

Vermelho Carmesim: O que me marcou mais foi a professora reclamando comigo. E geralmente quando descobrem ficam perguntando as cores dos objetos. Prefiro não falar que sou daltônico.

Azul: Às vezes quando vou ajudar minha esposa, que trabalha com papelaria, preciso pedir a ajuda dela para confirmar as cores. Às vezes acho que eu atrapalho mais do que ajudo.

As experiências relatadas permeiam por vários âmbitos da vida dos entrevistados, como educação, locomoção, entretenimento e trabalho. É preciso e é possível buscar alternativas que melhorem o cotidiano dessas pessoas. Já existem algumas, elas serão vistas na próxima seção e mostrarão em sua totalidade que são simples e geralmente fáceis de serem implementadas.

 

6 TODOS MERECEM PERCEBER AS CORES

Após entender o problema do daltonismo e a importância das cores nas informações, partimos agora para a parte de propor soluções que facilitem o dia a dia das pessoas daltônicas no uso das cores. Nesta sessão, iremos elencar algumas propostas ou soluções encontradas no Brasil ou em outras partes do mundo.

 

6.1 ColorADD

Uma das provas de que é possível viabilizar uma linguagem acessível para os daltônicos foi desenvolvida pelo Designer Gráfico português Miguel Neiva e tem o nome de ColorADD. Um sistema de códigos que transforma cores em símbolos, dando mais autonomia e segurança para os daltônicos identificarem objetos. De acordo com o conteúdo do site do ColorADD (2022): “cinco símbolos gráficos, representam as cores primárias (Azul, Amarelo e Vermelho), mais o Branco e Preto”, ilustrado na Figura 5.

Figura 5 - Símbolos das cores primárias

Fonte: ColorADD (2022)

Ele ainda complementa dizendo que “Através do conhecimento adquirido da ‘Teoria da Adição de Cores', os Símbolos do Código podem ser relacionados e toda a paleta de cores identificada”. Podemos visualizar isso na Figura 6.

 

 

 

Figura 6 - Símbolos das cores relacionadas

Fonte: ColorADD (2022)

Como sugestão, o uso deste código em bibliotecas e unidades de informação pode tornar ainda mais inclusiva a já conhecida classificação por cores, bastante utilizada em bibliotecas comunitárias e escolares, que utiliza fitas coloridas para identificar a classificação dos livros de um acervo. Essas fitas auxiliam bastante usuários que não tem conhecimento sobre classificação e até crianças ou adultos que ainda não possuem domínio da leitura, mas são limitantes em relação aos daltônicos. Então, a união do símbolo “ColorADD” com a classificação por cores é uma ótima alternativa para abranger ainda mais o público.

A parte limitante deste código se dá pelo fato de que a sua utilização só pode ser feita através da compra de uma licença, mas que também dá direito a um suporte que identifica necessidades específicas e auxilia na melhor forma de implementar essa linguagem no local desejado.

 

6.2 Trello

O Trello é um aplicativo de gerenciamento de trabalho que pode ser utilizado na criação, organização e colaboração de projetos individuais ou entre membros de uma equipe (Trello, 2023). Sua interface permite a criação de pastas, e para identificar essas pastas é possível adicionar etiquetas. É nessas etiquetas que se encontra mais um tipo de solução para facilitar a vida das pessoas daltônicas. Por padrão essas etiquetas são identificadas por cores, mas selecionando o modo daltonismo, disponível no aplicativo ou website, as etiquetas ganham padrões de formas e símbolos gerando mais um tipo de identificação. Temos um exemplo na Figura 7.

 

 

 

Figura 7 - Etiquetas do Trello no modo padrão e no modo daltonismo

Fonte: Coletivo UX (2017)

Esse tipo de solução mostra como geralmente são simples as medidas que podem ser implementadas para tornar a usabilidade de sites e aplicativos mais inclusivas. Também é possível inserir esse tipo de padronização em ambientes físicos, como identificação de pastas ou caixas em unidades de arquivos ou até mesmo uma união com a já mencionada classificação por cores nas bibliotecas.

 

6.3 Guia de acessibilidade cromática para daltônicos

Este guia é o resultado do trabalho de conclusão de curso de Comunicação Social, de Thiovanne Pereira. Composto por condutas ditas como indispensáveis para minimizar possíveis barreiras, o guia procura exemplificar vários tipos de situações que possam dificultar a visualização das pessoas com dificuldades para enxergar as cores.

O processo de criação contou com a avaliação de várias pessoas daltônicas, e com o auxílio delas foi possível para o autor coletar opiniões referente às possíveis estratégias que poderiam ser utilizadas para compor as recomendações do guia.

Na Figura 8, podemos notar a incorporação do sistema ColorADD, mencionado na subseção 6.1, como uma das soluções sugeridas e que foi bem avaliada pelos participantes da pesquisa.

 

 

 

 

 

 

Figura 8 - Exemplo do uso do ColorADD no guia de acessibilidade cromática

Fonte: Pereira (2021)

 

Outras propostas utilizadas pelo autor, e também aprovadas pelos participantes, foram a incorporação de símbolos em gráficos e em botões. Na Figura 9 temos o exemplo da solução criada para botões:

 

Figura 9 - Incorporação de símbolos em botões

Fonte: Pereira (2021)

 

A utilização deste guia na formação de novos profissionais criadores de conteúdos, e a incorporação do mesmo no dia a dia de trabalho daqueles que já atuam nessas áreas é uma adição que além de trazer bons resultados para as pessoas daltônicas, ajudará na normalização de novos hábitos, tornando assim a criação de conteúdos muito mais acessível.

As soluções propostas nesta seção mostram como é possível adaptar conteúdos em ambientes físicos e digitais, além da possibilidade de já pensar na criação deles por um aspecto mais inclusivo. São adaptações simples, que não interferem no entendimento de quem não possui o daltonismo, e auxiliam na independência de muitas pessoas.

A interdisciplinaridade deste campo traz a oportunidade de aprender com outras áreas e com as ações já implementadas na sociedade. Isso, para a Ciência da Informação, é uma chance de trilhar um caminho que viabilize não apenas soluções pontuais, mas algo sistemático, organizado e padronizado, como tantos outros conceitos amplamente disseminados na área.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo evidenciou a importância das cores como objetos informacionais, e  as dificuldades das pessoas que não conseguem enxergar totalmente ou parcialmente as cores, que são as pessoas que possuem daltonismo. Outra questão abordada no trabalho foi saber qual o impacto das cores na Ciência da Informação.

O objetivo geral que era analisar como o uso das cores pode ser essencial no entendimento das informações, foi cumprido com um levantamento bibliográfico através de pesquisas em diversas áreas do conhecimento, assim como o desenvolvimento das etapas específicas. Os objetivos específicos que foram: expor as limitações dos daltônicos e os seus desafios dentro do universo das cores; e propor soluções que facilitem o dia a dia das pessoas daltônicas, também foram satisfatoriamente alcançados com seções dedicadas a cada um deles. Apenas o último objetivo específico, que era indicar qual pode ser o papel da Ciência da Informação em relação às cores, por conta da sua natureza exploratória, ainda precisa de mais amparo científico de pesquisadores e estudiosos.

A importância dada às cores como elementos informacionais neste trabalho, enfatiza a sua relevância para surgirem novos estudos no âmbito da Ciência da Informação. A já conhecida classificação por cores, utilizada em algumas bibliotecas como modo de identificação do acervo para a melhor recuperação por pessoas que não possuem o conhecimento sobre catalogação, já demonstra uma utilidade das cores bastante importante para a área, que é a da organização da informação. A partir disso, podemos começar a pensar em novas perspectivas e estudos que irão ajudar a explorar cada vez mais o uso das informações passadas pelas cores.

Em relação ao daltonismo, ainda há muito o que ser pesquisado e principalmente divulgado. A conscientização de que o daltonismo é um problema que afeta consideravelmente a vida das pessoas pode ser um ponto de partida para que mais pesquisas e possíveis soluções surjam.

As cores podem nos ensinar muito sobre nossos sentimentos, cultura e sobre a nossa história. Elas não identificam apenas objetos, mas também conseguem identificar grupos, intenções, informações e organizar nosso passado, presente e futuro. Para os daltônicos, as cores podem ser um tipo de obstáculo, mas com o apoio da ciência e todas as suas possibilidades qualquer obstáculo pode ser ultrapassado.

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[1] Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (PPGCI-UFPE), Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Pernambuco (2024) e em Administração pelo Instituto Pernambucano de Ensino Superior (2016). Áreas de interesse de pesquisa: Acessibilidade da informação, com ênfase no estudo das cores como objetos informacionais.

[2] Coordenadora do curso de graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal de Pernambuco. Professora Adjunta do Departamento de Ciência da Informação da UFPE nas disciplinas de Organização da Informação. Possui Doutorado em Ciências da Linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco (2020), Mestrado em Ciência da Informação (2013) e bacharelado em Biblioteconomia (2010) pela UFPE.

[3] Bibliotecária formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutoranda e Mestra no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (PPGCI-UFPE). Pesquisadora na área da Memória da Informação Científica e Tecnológica. 

[4] Este termo será adotado no texto deste trabalho

[5] Termo referente a capacidade de enxergar as cores.