POTENCIAL EMPREENDEDOR DA MULHER RURAL

 

Albertina Marília Alves Guedes¹

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano albertina.guedes@ifsertao-pe.edu.br

 

Ernani Machado de Freitas Lins Neto²

 Universidade Federal do Vale do São Francisco

ernani.linsneto@univasf.edu.br

 

Rosemary Barbosa de Melo³

 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano rosemary.barbosa@ifsertao-pe.edu.br

 

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Resumo

Este estudo objetiva identificar o potencial da mulher empreendedora rural que reside no Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, situado no munícipio de Petrolina/PE. Caracteriza-se como uma pesquisa de campo exploratória descritiva de abordagem mista a qual teve a participação de 21 mulheres. Os instrumentos de coleta de dados foram: um Roteiro de Entrevista Semiestruturada, Observação Participante e aplicação do Formulário Carland Entrepreneurship Index (CEI). Os resultados obtidos revelam que as participantes tem faixa etária 18 e 63 anos. Empreendem mediante o cultivo e comercialização de legumes, hortaliças e frutas; produção de doces; salgados; prestação de serviços na área de beleza feminina; produção de miçangas e mercearia. Os produtos são comercializados na Agrovila onde residem e em pátios de feiras livres emárea urbana do município. Enfrentam desafios relacionados a gestão do empreendimento, dificuldades de locomoção, acesso a políticas públicas, necessidade de conciliar as responsabilidades domésticas, cuidados com os filhos e a gestão do empreendimento. Com embasamento no CEI foi verificado que as participantes demonstram ter potencial microempreendedor as quais tem o empreendimento como única opção de trabalho e garantia de subsistência de suas famílias. Diante desta realidade, desempenham um papel fundamental promovendo a economia local, gerando emprego e renda. Apesar das dificuldades enfrentadas demonstram o seu protagonismo diante das circunstâncias adversas que enfrentam no dia a dia, bem como maior empoderamento, independência financeira, autonomia e capacidade de tomada de decisão não apenas no empreendimento, mas, principalmente, em suas próprias vidas.

Palavras-chave: mulher rural;potencial microempreendedor; protagonismo.

 

 

 

 

 

ENTREPRENEURSHIP POTENTIAL OF RURAL WOMEN

Abstract

This study aims to identify the potential of rural women entrepreneurs who live in the Senador Nilo Coelho Irrigation Project, located in the municipality of Petrolina/PE. It is characterized as descriptive exploratory field research with a mixed approach in which 21 women participated. The data collection instruments were: a Semi-Structured Interview Guide, Participant Observation and application of the Carland Entrepreneurship Index (CEI) Form. The results reveal that the participants are between 18 and 63 years old. They undertake the cultivation and sale of vegetables, greens and fruits; production of sweets, savory snacks; provision of services in the area of  female beauty; production of beads and groceries. The products are sold in the agrovillage where they reside and in open-air markets in the urban area of the municipality. They face challenges related to business management, mobility difficulties, access to public policies, the need to balance domestic responsibilities, childcare and business management. Based on the CEI, it was found that the participants demonstrated microentrepreneurial potential, and that the enterprise was their only option for employment and guarantee of subsistence for their families. Given this reality, they play a fundamental role in promoting the local economy, generating employment and income. Despite the difficulties faced, they demonstrate their protagonism in the face of the adverse circumstances they face on a daily basis, as well as greater empowerment, financial independence, autonomy and decision-making capacity not only in the enterprise, but, mainly, in their own lives.

Keywords: rural woman; potential microentrepreneur; protagonism.

POTENCIAL CAPACIDAD EMPRESARIAL DE LA MUJER EN LAS ZONAS RURALES

Resumen

Este estudio pretende identificar la potencial capacidad empresarial de la mujer rural que vive en el “Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho”, cerca al municipio de Petrolina/PE. Se hizo una investigación exploratoria descriptiva de enfoque mixto, con la participación de 21 mujeres. Los instrumentos de recolecta de datos utilizados fueron: Fichas de entrevista estructurada, Observación Participante y Aplicación del Formulario Carland Entrepreneurship Index (CEI). Los resultados obtenidos nos traen que las mujeres tienen entre 18 y 63 años. Desarrollan su capacidad empresarial en el cultivo y la venta de legumbres, hortalizas y frutas; en la producción de dulces, platillos salados; en los servicios de belleza; en la producción de rosarios y en la mercería. Los productos son comercializados en la misma villa donde viven y en patios de ferias en la zona urbana del municipio. Tienen dificultades en la parte de la gestión del emprendimiento, en acceder políticas publicas, en el traslado además de la necesidad de conciliar el negocio con sus responsabilidades de la casa y la crianza de los niños.  Basándose en el CEI se pudo ver que las mujeres tienen potencial espíritu empresarial con el emprendimiento como única opción trabajo y garantía de manutención de sus familias. En ese contexto, esas mujeres desarrollan un papel fundamental en la promoción de la economía local, generando empleos y renta. Demuestran su protagonismo, aun que tengan que enfrentar las difíciles situaciones del cotidiano, con empoderamiento, independencia financiera y capacidad de tomar decisiones en sus proprias vidas e en sus negocios.

Palabras clave:mujer rural; capacidad empresarial; protagonismo.

1  INTRODUÇÃO

A mulher empreendedora rural ganhou destaque no cenário atual, sendo protagonista de mudanças significativas no ambiente rural. Historicamente, o meio rural foi visto como um espaço predominantemente masculino, com a mulher muitas vezes limitada a papéis tradicionais principalmente em relação ao cuidado do lar e dos filhos. No entanto, nas últimas décadas, o perfil da mulher que reside no meio rural tem se transformado, refletindo uma crescente participação feminina no desenvolvimento de negócios e iniciativas inovadoras de geração de renda no meio rural (Maia; Gielda; Maia, 2019; Souza, 2013). São mulheres que passaram a assumir papéis de liderança e gestão, não apenas na geração de emprego e renda, mas também promovem práticas sustentáveis e inovadoras.

Para Gavras (2018), a mulher que empreendetem se consolidado como uma figura fundamental para o desenvolvimento do meio rural, sendo responsável por mudanças econômicas e sociais significativas. Em um contexto tradicionalmente dominado por homens, as mulheres tem demonstrando a capacidade de transformar e inovar nos mais diversos segmentos do agronegócio, da agricultura familiar à produção de alimentos orgânicos, passando pela agroecologia e até o turismo rural. Estas preocupações estão intimamente ligadas à busca por maior autonomia financeira, melhoria da qualidade de vida e fortalecimento das comunidades rurais.

Todavia, conforme estudos realizados por Silva (2019), e Guedes, Lins Neto e Melo (2023), apesar dos avanços conquistados, a mulher empreendedora rural ainda enfrenta uma série de desafios estruturais, tais como: falta de acesso ao financiamento; falta de apoio técnico, e; ausência e/ou limites de infraestrutura apropriadas, impactam diretamente na capacidade dessas mulheres de ter um negócio de maior visibilidade, bem como maior capacidade de expansão. Tais desafios também podem dificultar o pleno exercício de sua autonomia e o sucesso de seus empreendimentos.

A inserção de mulheres no âmbito do empreendedorismo rural tem se configurado como um fator essencial para a transformação e o fortalecimento da economia rural. Tradicionalmente, a presença feminina no meio rural estava restrita às atividades domésticas e à colaboração nas tarefas da agricultura familiar, sem o devido reconhecimento de seu impacto econômico e social (Tavares; Minuzzo; Santos, 2021). Contudo, nas últimas décadas, um movimento crescente tem colocado as mulheres em destaque como líderes de negócios e protagonistas de uma nova dinâmica na economia rural. Sendo assim, o empreendedorismo rural feminino reflete uma busca por autonomia econômica, geração de emprego e renda. Em diversas regiões do Brasil, as mulheres se destacam pela criação de empreendimentos nas áreas de: fruticulturas; horticultura; plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Além disso, ainda empreendem por meio da agroindústria, turismo rural, dentre outras atividades (Tonial, 2013; Vedana et. al., 2023).

Entretanto, apesar da ascensão de mulheres em atividades empreendedoras, as mesmas ainda enfrentam uma série de desafios estruturais e culturais que dificultam a consolidação de seus negócios. O acesso limitado às linhas de crédito, a falta de qualificação técnica e o preconceito de gênero são apenas algumas das dificuldades que essas mulheres enfrentam para garantir as metas e a expansão de seus empreendimentos. A falta de infraestrutura básica e a deficiência de políticas públicas específicas para o apoio ao empreendedorismo feminino no contexto rural são obstáculos que exigem soluções urgentes (Guedes; Lins Neto; Melo, 2024).

A partir deste pressuposto este estudo problematiza a seguinte questão: Qual é o potencial empreendedor da mulher rural que resideno Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, localizado no município de Petrolina/PE?

Para responder a questão acima citada foi realizado um estudo descritivo o qual objetivou identificar o potencial empreendedor da mulher rural que residem no Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, localizado no municipio de Petrolina/PE .

Nesta investigação é valorizada a compreensão de Ecologia Humana pautada em Begossi (1993) a qual define como sendo a interrelação saudável e sustentável entre o homem e meio ambiente. Além disso, também destaca a capacidade de adaptação e impacto que as ações humanas no ecossistema.Neste contexto, Sobczuk (2022) menciona que é mediante a relação saudável e sustentável que mulheres buscam empreender no contexto rural buscando criar soluções inovadoras para promover o desenvolvimento econômico nas áreas rurais de maneira sustentável que viabilizem geração de renda. Destarte, os estudos sobre Empreendedorismo Rural e Ecologia Humana devem estar intimamente interligados visto que envolvem a compreensão das interações entre os seres humanos e o meio ambiente, com foco na sustentabilidade e no bem-estar das comunidades.

Além disso, a realização desta pesquisa é considerada importante uma vez que existem poucos estudos acadêmicos e científicos relacionado a mulher empreendedora e, mais especificamente, mulher empreendedora rural, o que resulta no desconhecimento do perfil apresentado pelas mesmas, bem como apontar possíveis fragilidades e/ou potencialidades das participante e, em consequência disso, torna mais difícil a problematização, discussão e planejamento de políticas públicas que possam viabilizar ações mais assertivas no atendimento das necessidades deste público (Farias et. al., 2020; Jazar; Fernandes; Gimenez, 2021). Além disso, não existe no Brasil um “grupo de teóricos amadurecido” com discussões sobre “empreendedorismo da mulher rural”, talvez, devido o Brasil ter um amplo território geográfico com cinco grandes regiões as quais apresentam diversidades distintas relacionadas ao aspecto social, cultural, territorial, ambiental, dentre outras singularidades de cada região (Cruz, 2018).

Este trabalho encontra-se estruturado em cinco partes. Conforme descrito acima, inicialmente é apresentado uma introdução referente à temática em questão – potencial empreendedor da mulher rural, bem como, a descrição do problema, hipóteses, justificativa e objetivo. Posteriormente, tem-se uma fundamentação teórica concernente os principais autores que investigam sobre o perfil e potencial da mulher empreendedora rural. Em seguida, é descrito o procedimento metodológico utilizado para a coleta e análise dos dados coletados. Logo após, são apresentados os resultados os obtidos na coleta dos dados, bem como realizado uma discussão entre os dados coletados e os autores citados na fundamentação teórica. Por fim, nas considerações finais é destacado possíveis lacunas que precisam ser problematizadas visando corroborar e/ou refutar os resultados encontrados.

 

2. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Este estudo diz respeito a uma pesquisa de campo de abordagem mista pautada em De’Carli et. al., (2001). Teve a participação de 21 mulheres empreendedores que residem no Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho (PISNC), localizado na zona rural do município de Petrolina/PE.

Para ter acesso a mulheres empreendedorasrurais, inicialmente, foi realizado contato com as gestoras institucionais da Secretaria Municipal de Educação (SEDUC), e, Gerência Regional de Educação (GRE) para apresentação da proposta da pesquisa, bem como o objetivo e procedimento metodológico, e, solicitar autorização para visitar as escolares municipais e estaduais localizadas no referido Projeto de Irrigação. Esse momento foi imprescindível visto que as escolas localizadas na área rural das 11 agrovilas que compõe o PISNC foram consideradas o ponto de partida para ter acesso as mulheres empreendedoras que residem no referido Projeto de Irrigação.

Após a anuência das gestoras institucionais, foi realizado contato com as gestoras das escolas municipais e estaduais inseridas no PISNC. Tal contato foi importante para ter uma indicação de mulheres inseridas nessa comunidade e que realizam atividades empreendedoras. A partir deste primeiro contato nas escolas foi utilizada uma amostragem não-probabilística intencional, na qual os participantes foram pré-definidos, conforme sugerido por Albuquerque et. al., (2010), utilizando a técnica da bola de neve (Bailey, 1994).

Após esse momento, as gestoras identificaram estudantes que atuavam como empreendedoras. Em seguida, foi agendado com as gestoras de cada escola um dia e horário para que a pesquisadora pudesse falar sobre empreendedorismo com as alunas. Sendo assim, foi realizado o primeiro contato com as mulheres residentes no PISNC que desenvolvem atividades empreendedoras o qual teve como principal objetivo: 1) conhecer mulheres empreendedoras rurais; 2) apresentar a proposta, objetivos e procedimento metodológico da pesquisa; 3) apresentar os critérios estabelecidos para participarem da pesquisa e serem incluídas na amostra da pesquisa, a saber: ter idade superior a 18 anos; residir no PISNC, e; desenvolver alguma atividade empreendedora e/ou que viabilize a geração de renda. Foram excluídas da pesquisa todas as participantes que não atendiam ao critério de inclusão, bem como aquelas que optaram por não participar da pesquisa.

Os instrumentos de coleta de dados foram: um Roteiro de Entrevista Semiestruturadacomposto por questõessocioeconômicas, tais como: idade, nível de escolaridade, quantidade de filhos menor de idade, a quanto tempo reside no PISNC, tipo de empreendimento que desenvolve, a quanto tempo trabalha com esse empreendimento,valor aproximado de renda mensal proveniente exclusivamente do empreendimento, e, se conhece alguma política pública que valoriza o empreendedorismo rural feminino; Observação Participantes embasada em Lapassade (2001), e; o Formulário Carland Entrepreneurship Index (CEI)embasado em Carland, Carland e Hoy (1992) adaptado por Inácio Junior e Gimenez (2004). O referido formulário diz respeito a um questionário de autoresposta composto por 33 pares de questões afirmativas, no qual o respondente deve selecionar apenas uma resposta.

Para Carland, Carlande Hoy (1998), o CEI visa identificar o potencial empreendedor dos respondentes a partir de quatro características: Postura Estratégica – diz respeito a percepção empreendedora do indivíduo ao observar uma oportunidade de negócio (13 questões); Traços de Personalidade – diz respeito a: características pessoais de necessidade de realização que influencia no indivíduo a intenção de empreender, e; capacidades criativas as quais viabilizam a obtenção de conhecimento e motivação (12 questões); Propensão à Inovação e Criatividade está relacionada à combinação adequada dos recursos existentes e à capacidade criativa de obter geração de renda (5 questões), e; Propensão ao Risco diz respeito a característica da personalidade que indica a tendência e o desejo do indivíduo de aceitar ou evitar o risco (3 questões).

Ainda conforme os autores supracitados cada questão vale 1 ponto e, após a resposta do Formulário é feito a média aritmética entre as quatro características visando identificar o potencial empreendedor da participante. Se obter entre 0 e 15 pontos é considerada microempreendedora; se obter entre 16 e 25 pontos é considerada empreendedor, e; se obter entre 26 e 33 pontos é consideradamacroempreendedora.

Inácio Júnior e Gimenez (2004), Souza et. al., (2016) e Silva et. al. (2018) ressaltam que o CEI não tenciona identificar quem é ou não empreendedor, mas posicionar o respondente dentro de um continuum de pessoas mais ou menos empreendedoras uma vez que todas as pessoas tem capacidades empreendedoras, sendo o nível de intensidade e de aproveitamento dessas características o que as diferencia.

Para as mulheres que aceitaram participar da pesquisa foi agendado dia, local e horário conveniente a cada participante. Cada entrevista foi gravada em aparelho de celular e teve a duração de aproximadamente 30 minutos.Ressalta-se que a coleta dos dados iniciou após o recebimento do Parecer Consubstanciado disponibilizado pelo Comitê de Ética de Pesquisa com Humanos, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Conforme recomendações do Conselho Nacional de Saúde, conforme orientação descrita na Resolução 466/12 do Ministério da Saúde, antes da coleta dos dados cada participante foi convidada a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 

 

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

            Inicialmente é apresentado o resultado e discussão obtido mediante o de Roteiro de Entrevista Semiestruturada composto por questão objetivas e subjetivas as quais apresentam o perfil socioeconômico das participantes. Posteriormente é apresentado os resultados obtidos mediante a aplicação o Formulário CEI.

            Conforme observado na Tabela 1 a faixa de idade das participantes é entre 18 e 63 anos. Todavia, o maior quantitativo de mulheres tem faixa etária entre 41 e 49 anos. O maior quantitativo de mulheres reside nas Agrovilas 9 e 10. Ressalta-se que, neste estudo, não houve registro de mulher empreendedora rural nas Agrovilas 3 e 5. Além disso, o maior quantitativo de mulheres reside no PISNC entre 11 e 20 anos. Por outro lado, o menor quantitativo de mulheres reside no PISNC entre 4 e 10 anos.

            Concernente o nível de escolaridade pode-se observar que apenas uma participante da pesquisa tem Ensino Fundamental I, duas participantes tem Ensino Superior Completo, neste caso Bacharel em Pedagogia. Por outro lado, a maioria das participantes tem Ensino Médio. Em relação aoestado civil há uma predominância significativa de mulheres casadas, com um total de 13 participantes nesta categoria. Por outro lado, o quantitativo de mulheres solteiras e viúvas é igual, com 3 mulheres em cada categoria.

A maioria das participantes relataram ter filho menor de idade. Na concepção de Marques e Teixeira (2024), quando a mulher que empreende tem filhos menor de idade, na maioria das vezes, pode influenciar diversos aspectos de suas vidas, tais como,mais responsabilidades diárias, bem como necessidades econômicas e suporte social.Marques e Teixeira (2024) ressaltam que conhecer a configuração familiar de mulheres empreendedoras rurais é fundamental para entender as dinâmicas familiares.

 

Tabela 1 - Perfil Social e Educacional

Participante

Idade

Localde Residência

Tempo de Residência

Nível de

Escolaridade

Estado Civil

Filho Menor

de Idade

1

18 anos

Agrovila 4

4 anos

Ensino Médio

Solteira

Não

2

25 anos

Agrovila 7

6 anos

Ensino Médio

Solteira

Sim

3

29 anos

Agrovila 8

7 anos

Ensino Médio

Casada

Sim

4

31 anos

Agrovila 9

11 anos

Ensino Fundamental II

Casada

Sim

5

33 anos

Agrovila 10

15 anos

Ensino Fundamental II

Casada

Sim

6

36 anos

Agrovila 4

8 anos

Ensino Superior

Solteira

Sim

7

38 anos

Agrovila 10

17 anos

Ensino Médio

Divorciada

Sim

8

39 anos

Agrovila 10

10 anos

Ensino Superior

Casada

Sim

9

41 anos

Agrovila 9

18 anos

Ensino Médio

Casada

Sim

10

42 anos

Agrovila 9

13 anos

Ensino Médio

Casada

Sim

11

42 anos

Agrovila 11

16 anos

Ensino Médio

Divorciada

Sim

12

45 anos

Agrovila 10

22 anos

Ensino Fundamental II

Viúva

Sim

13

47 anos

Agrovila 9

23 anos

Ensino Médio

Casada

Sim

14

49 anos

Agrovila 10

21 anos

Ensino Médio

Casada

Sim

15

53 anos

Agrovila 9

20 anos

Ensino Médio

Casada

Não

16

53 anos

Agrovila 6

25 anos

EnsinoFundamental II

Casada

Não

17

55 anos

Agrovila 2

21 anos

EnsinoFundamental II

Casada

Não

18

56 anos

Agrovila 8

23 anos

Ensino Médio

Casada

Não

19

57 anos

Agrovila 2

25 anos

Ensino Fundamental II

Viúva

Não

20

61 anos

Agrovila 1

19 anos

Ensino Fundamental II

Casada

Não

21

63 anos

Agrovila 1

30 anos

Ensino Fundamental I

Viúva

Não

Fonte: Própria dos Autores (2024).

Em relação as atividades empreendidas pelas participantes a Tabela 2apresentaque a venda de feijão verde, pimentão, pimenta de cheiro, pimenta malagueta, cebolinha, alface e coentro são as culturas mais cultivadas. São produtos cultivados em suas próprias residências e ofertados na Agrovila local aonde residem, bem como nos Pátios de Feiras Livres do Bairro do Jardim Maravilha e do Bairro Cohab Massangano.

A venda de mamão, goiaba, limão, maracujá, banana e melancia é realizado por cinco mulheres as quais ofertam no pátio da Feira Local na Agrovila 4 e no Pátio da Feira no Bairro Jardim Maravilha. Por outro lado, os doces de banana, goiaba, acerola, mamão e pimenta são produzidos por três participantes e ofertados no Pátio da Feira do Bairro Areia Branca e do Bairro Jardim Maravilha. Além disso, duas mulheres produzem salgados e pães de queijo que abastecem algumas das lanchonetes da Agrovila 9. Uma participante faz produtos artesanais com miçangas. Outra participante presta serviços na área de beleza feminina (manicure, pedicure, corte, escovação e hidratação de cabelo), e, por último, uma participante tem uma mercearia na Agrovila 9 que oferta produtos alimentícios, material de limpeza e higiene, bebidas, botijão de gás, e, água mineral, dentre outros.

Tabela 2 - Atividades Empreendedoras Desenvolvidas

Quantidade de Mulheres

Produto

Local de Venda

8

Feijão verde, pimentão, pimenta de cheiro, pimenta malagueta, cebolinha, alface e coentro.

Feira Local da Agrovila onde residem.

Pátio da Feira Jardim Maravilha.

Pátio da Feira Cohab Massangano.

5

Mamão, goiaba, limão, maracujá, banana, melancia.

Feira Local da Agrovila 4

Pátio da Feira Jardim Maravilha

3

Doce de banana, goiaba, acerola, mamão e pimenta.

Pátio da Feira Areia Branca

Pátio da Feira Jardim Maravilha

2

Pastel, coxinha, empada, pão de queijo.

Lanchonetes na Agrovila 9

1

Produção de artesanato com miçangas.

Pátio da Feira Areia Branca

Pátio da Feira Cohab Massangano.

1

Prestação de serviço na área de beleza feminina.

Agrovila 9

1

Mercearia

Agrovila 9

Fonte: Própria dos Autores (2024).

A seguir é apresentado as categorias de análise construídas mediante as questões subjetivas pautada na Análise do Conteúdo de Bardin (2009).

 

3.1. Sentimento de Pertencimento ao Meio Rural do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho

Para Baumeister (2005) citado por Dutra et. al. (2023), o sentimento de pertencimento a um ambiente natural, neste caso diretamente relacionado a natureza, é influenciado por experiências positivas (Baumeister, 2005).

À luz da Ecologia Humana, Begossi (1993), Pires (2011) e Bomfim (2021) apresentam que o "sentimento de pertencimento” a um contexto geográfico corresponde a uma vivência integral e multifacetada, que vai além da simples ocupação do espaço. Trata-se de um vínculo profundo entre o indivíduo e o contexto ambiental, que envolve emoções, práticas culturais, valores ambientais e relações sociais, e que influencia diretamente a forma como as pessoas interagem com o ambiente rural, buscando harmonia e equilíbrio (Pires, 2011 p. 3).

Para Begossi (1993) e Leikkila, Faehnle e Galanakis (2013) este sentimento de pertencimento pode ser entendido como a sensação de que o indivíduo faz parte desse espaço, criando uma conexão emocional e identitária com ele. Bomfim (2021) também destaca que esse sentimento pode ser influenciado por fatores, tais, como as experiências de vida, as tradições culturais, o vínculo com a terra, as relações com a comunidade local e o tipo de atividades realizadas no ambiente rural, as quais podem ser relacionadas a própria comunidade, agrícola, pecuária, dentre outras.

 

Gosto demais de morar aqui na Agrovila 9. Aqui tem muita fruta, tem água, energia, farmácia, mercearia, mercado, padaria, temos tudo o que precisamos aqui. Já tentei morar na cidade, mas não deu certo. Senti muita falta da roça e voltei – Participante 13.

 

Não troca meu sossego aqui da vila por nada. Gosto muito desse lugar, do cheiro de mato. Amo a minha casa. Gosto muito de morar aqui na Agrovila 10. O ar é puro, a vizinhança é boa, gosto de ouvir os pássaros cantando – Participante 5.

 

Ainda na perspectiva da Ecologia Humana, Dutra et. al. (2023) destacam que a convivência entre humanos e natureza é importante para a formação de sentimentos de pertencimento ao meio natural os quais são construídos a partir de conexões e/ou vivências sociais e afetivas. Begossi (1993), Pires (2011) e Bomfim (2021) ainda ressaltam que tal sentimento é um reflexo das práticas culturais e de adaptação que os habitantes de comunidades rurais desenvolvem ao longo do tempo.

 

3.2. Ser Empreendedora Rural

Na concepção de Guedes, Lins Neto e Melo (2023) ser uma "mulher empreendedora rural" inclui também a enfrentar desafios presentes no âmbito social e cultural apesar de desempenharem um papel essencial na agricultura e em diversas atividades relacionadas ao meio rural, tais como: cultivo, aplicação de insumos, colheita, transporte e venda da produção.De acordo com os relatos abaixo, todas as participantes relataram que conciliam as responsabilidades do empreendimento com as tarefas domésticas e o cuidado familiar, o que exige resiliência e capacidade de organização em suas responsabilidades diárias.

 

É difícil. Temos muito trabalho na roça. É preciso acordar cedo, cuidar da casa (lavar e passar roupa, fazer comida, ensinar tarefa do filho, levar e pegar na creche. Tem que organizar as coisas de levar pra feira. Muitas vezes eu desbulho o feijão na feira mesmo porque em casa não dá tempo – Participante 19.

Não é fácil ser mulher empreendedora rural, ainda há preconceitos... algumas pessoas acham que é trabalho de homem, mas com fé, força, coragem e perseverança e muito trabalho, é possível superar os desafios e vencer, obter o sustento para a família – Participante 19.

 

Édifícil. São muitas dificuldades. Eu mesma não tenho transporte, não sei dirigir aí fica difícil levar minhas frutas. Eu preciso pagar um frete para me levar e trazer das feiras – Participante 21.

 

Apesar das dificuldades encontradas, as mulheres relataram que é bom empreender no meio rural. Tal dado corrobora o que é apresentado em um estudo realizado por Guedes, Lins Neto e Melo (2024) o qual descreve que ser mulher empreendedora rural oferece uma série de benefícios, tanto para a mulher – uma vez que pode estar perto dos filhos, planejar seu próprio dia e horários de trabalho. Além disso, a comunidade rural aonde está inserida obtém benéficos em relação a geração de renda e emprego a partir do referido empreendimento.Guedes, Lins Neto e Melo (2024) ainda destacam que um dos principais benefícios diz respeito a independência financeira que permite à mulher maior empoderamento e autonomia.

 

É muito bom. Com o dinheiro que eu ganho já reformei e ampliei minha casa. Ajudo minha família. Comprei minha moto. É muito bom trabalhar e ter seu dinheiro – Participante 10.

 

Eu agradeço a Deus por ter meu trabalho. Desde que montei meu salão consigo pagar minhas contas, sustentar meus filhos, reformei minha casa e sem falar que gosto demais de morar aqui. É perto da natureza, tem transporte toda hora para a cidade. Aqui eu tenho tudo que preciso – Participante 15.

 

Esses dados corroboram os resultados obtidos em uma pesquisa realizada por Souza et. al. (2013) sobre mulher rural e geração de renda. Além disso, contribuino fortalecimento e desenvolvimento da economia local na geração de emprego, renda e oportunidades de trabalho para outras pessoas na comunidade. Outro benefício importante é o fortalecimento da liderança feminina, que ajuda a desafiar normas de gênero tradicionais e a reduzir a desigualdade no meio rural. Neste caso, todas as participantes ressaltaram que, ao empreenderem, puderam elevar significativamente o seu poder de consumo e, por isso, puderam obter e desfrutar de uma melhor qualidade de vida conforme pode ser observado no relato abaixo.

 

 

 

 

 

3.3. Desconhecimento de políticas públicas que incentivam o empreendedorismo rural feminino

Neste estudo também foi observado que todas as participantes desconhecem as políticas públicas que valorizam o empreendedorismo rural feminino, conforme descrito no relato abaixo.

Não conheço nenhuma política pública que fala sobre empreendedorismo da mulher rural – Participante 11.

 

Um estudo realizado por Guedes, Lins Neto e Melo (2024) destaca que o desconhecimento de mulheres rurais em relação as políticas governamentais que podem viabilizar benefícios e oportunidades para desenvolver e/ou ampliar seu empreendimento configura-se como uma barreira. Essa falta de conhecimento impede que a mulher empreendedora aproveite as oportunidades disponíveis para melhorar a produção, diversificar atividades e, em consequência disso, elevar a sua geração de renda.Além disso, especialmente para mulheres que buscam investir em um empreendimento rural, quando não conhecem as iniciativas governamentais, tais como políticas de crédito rural, custeio, assistência técnica, dentre outros, perdem oportunidades de investimentos para a abertura e/ou manutenção do negócio (Alves et. al., 2023).

Batista et. al., (2020) destacam que, apesar da história de vida de mulheres que residem no meio rural seja marcada por vulnerabilidades e carências diversas, configuram-se como uma população que carrega experiências e conhecimentos que reafirmam o seu protagonismo social de ações empreendedoras. Destarte, as comunidades rurais configuram-se como grupos sociais que desenvolvem práticas econômicas de subsistência que, na maioria das vezes, tem o meio rural como a principal e/ou única fonte de sobrevivência.

A seguir é apresentado os resultados obtidos após a aplicação do Formulário CarlandEntrepreneurship Index (CEI) com as participantes da pesquisa. Ressalta-se que, conforme apresentado por Carland, Carland e Hoy (1992) citado por Bendor, Lenzi e Sousa (2020), o comportamento empreendedor ocorre em função de quatro elementos fundamentais: postura estratégica, propensão à inovação, traços de personalidade (que envolvem a necessidade de realização e de criatividade) e a propensão ao risco. A partir desta concepção Carland, Carland e Hoy (1992) destacam que os respondentes do formulário são classificados em três categorias: microempreendedor, empreendedor e macroempreendedor.

Na Tabela 3, dentre as questões que obtiveram maior número de resultados com características empreendedoras destaca-se a Questão 8, “Ao fazer o planejamento do seu empreendimento, você considera que: Para ser efetivo, um plano deveria ser escrito”, com 90% de frequência nas respostas. O segundo comportamento mais frequente foi da Questão 20, “Como você utilizaria o seu tempo dentro desse empreendimento? Utilizaria com planejamento e gerenciamento”, com 81% de frequência nas respostas.

Tabela 3 – Características Empreendedoras Postura Estratégica

 

Questão

RespostasCOM

Característica Empreendedora

RespostasSEM

Característica Empreendedora

Número de Respostas

Percentual (%)

 

Número de Respostas

Percentual (%)

1

16

76%

5

24%

4

14

67%

7

33%

5

11

52%

10

48%

8

19

90%

2

10%

9

12

57%

9

43%

11

16

76%

5

24%

12

12

57%

9

43%

20

17

81%

4

9%

21

13

60%

8

40%

23

9

43%

12

57%

24

10

48%

11

52%

27

9

43%

12

57%

28

10

43%

11

57%

Média

13

        59%

8

41%

Fonte: Dados da Pesquisa, 2024. Adaptado de Gomes et. al. (2023).

 

As respostas obtidas na Tabela 3 correspondem aos resultados encontrados em pesquisas realizadas por Tormemet. al., (2015), Raasch e Silveira-Martins (2017) e Bendor, Lenzi e Sousa (2020) as quais obtiveram, na Questão 8, maior número de respostas positivas em relação a característica de Postura Estratégica. Por outro lado, a média geral de respostas com característica empreendedora foi de 59%. Na concepção de Carland, Carland e Hoy (1992), esse resultado pode estar diretamente relacionado com a maior comprometimento das participantes em relação ao seu empreendimento.

Na Tabela 4 apresenta uma síntese dos resultados obtidos referente a característica Traços de Personalidade, a qual conforme descrito por Carland, Carland e Hoy (1992) citado por Bendor, Lenzi e Sousa (2020), diz respeito a uma necessidade de realização e motivação social, caracterizando o ser que demonstra a preferência por tarefas difíceis e metas ousadas que exigem esforço constante para manter o comprometimento e o elevado padrão de desempenho.

 

Tabela 4 - Características Empreendedoras - Traços de Personalidade

 

Questão

RespostasCOM

Característica Empreendedora

RespostasSEM

Característica Empreendedora

Número de Respostas

Percentual (%)

Número de Respostas

Percentual (%)

2

11

52%

10

48%

3

11

52%

10

48%

6

14

66%

7

34%

7

15

72%

6

28%

10

19

90%

2

10%

13

13

62%

8

38%

14

4

17%

17

83%

15

8

38%

13

62%

16

19

90%

2

10%

18

16

76%

5

24%

29

18

86%

3

14%

32

16

76%

5

24%

Média

13

64%

8

36%

Fonte: Dados da Pesquisa, 2024. Adaptado de Gomes et. al. (2023).

 

Conforme apresentado na Tabela 4,a Questão 10, “Ao tomar uma decisão no seu empreendimento, você: Procederia de acordo com a razão”, e a Questão 16, “Quanto à importância do dinheiro e do sucesso para o seu novo negócio, você considera que: O desafio de chegar ao sucesso é tão importante quanto o dinheiro”, receberam 90% de frequência de resposta. Para Carland, Carland e Hoy (1992) essa frequência de resposta caracteriza-se pela motivação social e necessidade de cumprir atividades e tarefas desafiadoras.Estes resultados referente os Traços de Personalidade apresentados pelas participantes   coincidem com os dados encontrados em estudos realizados por Bendor, Lenzi e Sousa (2020), Raasch e Silveira-Martins (2017), e, Tormen et. al., (2015), sendo que este último também teve como destaque a Questão 16, corroborando com os dados apresentados nestas mesmas questões deste estudo.

Na Questão 14, “Dentro do gerenciamento do seu novo negócio, você: Ansiaria pelo dia em que gerenciá-lo se torne fácil”, foi a questão com mais respostas sem característica empreendedora, 83% em média. A Questão 15, “Ao pensar em suas ações, você: Se considera uma pessoa prática” também atingiu uma alta taxa de respostas sem características empreendedoras resultando uma média de 62%.Em relação aos resultados encontrados na literatura, nas questões sem caráter empreendedor para Traços de Personalidade encontra-se convergência de resultados somente com os de Penz et. al., (2014) as quais também obteve maior frequência de respostas nas Questões 14 e 15. Todavia, nas demais questões as participantes demonstraram possuir Traços de Personalidade que favorecem o seu potencial empreendedor com uma média de 64% de respostas.

Na Tabela 5 apresenta uma síntese das respostas relacionadas a característica de Propensão a Inovação a qual está diretamente relacionado a incorporar a inovação em suas ações empreendedoras, na busca por oportunidades em relação a sua ação motivação e criatividade para gerar competências gerenciais em sua equipe de trabalho (Dornelas, 2008; Tormen et. al., 2015; Bracht; Werlang, 2015).

Tabela 5 - Características Empreendedoras - PropensãoàInovação

 

Questão

RespostasCOM

Característica Empreendedora

RespostasSEM

 Característica Empreendedora

Número de

Respostas

Percentual(%)

Númerode

Resposta

Percentual (%)

17

9

43%

12

            57%

19

6

30%

15

    70%

22

9

43%

12

    57%

25

13

62%

8

    38%

33

18

86%

3

    14%

Média

11

53%

10

     47%

Fonte: DadosdaPesquisa,2024. Adaptado de Gomes et. al. (2023).

No que tange a característica Propensão à Inovação a Questão 25 “Eu adoro a ideia de tentar ser mais esperto que os concorrentes” teve o segundo maior número de resposta das participantes com uma média de 62% de frequência. É possível observar também que o quantitativo de respostas a Questão 33 “No seu ponto de vista, o que é mais importante ao abrir um novo negócio? É mais importante enxergar possibilidades nas situações” apresenta o maior número de resposta das participantes com uma média de 86% de frequência.

Os resultados obtidos nesta característica confirmam com os estudos realizados por Penz et. al. (2014), Tormen et. al. (2015), e, Bendor, Lenzi e Sousa (2020) que encontraram com o maior número de respondentes as questões de número 25 e 33. Esse resultado demonstra a capacidade das respondentes em enxergar oportunidades e possibilidades de crescimento e inovação em diversas situações.

Todavia, a não identificação das respondentes com características empreendedoras é marcada pela Questão 19 “Nas ações de seu novo negócio, você: Considera os procedimentos padrões uma tarefa crucial” obteve 70% das respostas. Entretanto, na Questão 22 “Que tipo de pessoas você gostaria que trabalhassem no seu empreendimento? Pessoas realistas” teve 62% respostas. Comparando os resultados de respostas sobre à falta de características empreendedoras relacionadas à Propensão à Inovação, novamente são semelhantes aos dados encontrados por Penz et. al. (2014), Tormen et. al. (2015), e, Bendor, Lenzi e Sousa (2020) que, em suas pesquisas, também obtiveram altas taxas de frequência na Questão 19 e Questão 22 em relação a Respostas sem característica empreendedora.

Concernente a característica Propensão ao Risco, apresentado na Tabela 6, diz respeito à possibilidade de um evento não ocorrer como planejado é destacado por Freitas et. al. (2009) como uma característica inerente ao empreendedor.

Tabela 6 -  Características Empreendedoras - Propensão ao Risco

 

Questão

RespostasCOM

Característica Empreendedora

RespostasSEM

Característica Empreendedora

 

Número de Respostas

Percentual(%)

Número de Respostas

Percentual (%)

26

9

43%

12

57%

30

12

57%

9

43%

31

12

57%

9

43%

Média

11

52%

10

48%

Fonte: Dados da Pesquisa, 2024. Adaptado de Gomes et. al. (2023).

Referente as respostas com características empreendedoras a Questão 30, “Se você que quer um negócio cresça, você tem que assumir alguns riscos”, obteve com 57% de frequência de respostas. Igualmente a Questão 31, “Eu realmente não sentiria falta de trabalhar para alguém”, obteve também 57% de frequência nas respostas. Esses dados corroboram os achados de Penz et. al., (2014) e Tomen et. al., (2015), os quais obtiveram os maiores índices de respostas nestas mesmas questões. Por outro lado, no que diz respeito às respostas sem características empreendedoras a Questão 26, “A melhor abordagem é evitar o risco tanto quanto possível”, obteve 57% de frequência nas respostas.

Conforme apresentado por Carland, Carland e Hoy (1992), a partir das pontuações obtidas com a aplicação do Formulário CEI é possível verificar como se classifica o potencial empreendedor das mulheres participante da pesquisa. Para esses autores os respondentes são classificados como microempreendedores, quando obtém de 0 a 15 pontos; empreendedores, quando obtém de 16 a 25 pontos, e; macroempreendedores, quando obtém de 26 a 33 pontos.

Na Tabela 7 é apresentado a média geral das respostas das participantes em relação a cada características empreendedoras do CEI. Verifica-se que as características Postura Estratégica e Traços de Personalidade foi computado o mesmo valor de pontuação. Do mesmo ocorreu com as características Propensão a Inovação e Propensão ao Risco.

 

Tabela 7 - Média de Respostas ao Formulário CEI

Característica Empreendedora

Postura

Estratégica

Traços de Personalidade

PropensãoàInovação

Propensão ao Risco

Média Geral

Média

13

13

11

11

12

Fonte: Dados da Pesquisa (2024).

Dentre as características empreendedoras mensuradas pelo CEI, Traços de Personalidade, Postura Estratégica, Propensão à Inovação e Propensão ao Risco, observou-se que Postura Estratégica e Traços de Personalidade obteve mais destaque entre as participantes da pesquisa.Considerando que a média geral das participantes da pesquisa foi 12 pontos podemos inferir que, com embasamento no CEI, as mesmas configuram-se como mulheres microempreendedoras rurais as quais, na concepção de Carland, Carland e Hoy (1992; 1998).

 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização desta investigação foi possível identificar o perfil das participantes da pesquisa, mulheres com faixa etária entre 18 e 63 anos as quais residem no referido Projeto de Irrigação entre 4 e 30 anos. São mulheres que buscam empreender em diversas atividades, tais como, o cultivo de legumes, hortaliças e frutas; produção de doces; salgados; prestação de serviços na área de beleza feminina; produção de miçangas e mercearia. São produtos comercializados, na maioria das vezes, nas feiras locais na Agrovila onde residem, mas também ofertam seus produtos em feiras livres em outros bairros do município de Petrolina.

Na gestão do empreendimento enfrentam desafios diários relacionados a dificuldades de locomoção, acesso a políticas públicas, necessidade de conciliar as responsabilidades domesticas, cuidados com os filhos e a gestão do empreendimento pode gerar sobrecarga e, em consequência disso, limitar sua capacidade e potencial empreendedora. Todavia, apesar das destas dificuldades se destacam pela gestão cuidadosa de suas atividades, pela busca por mercados alternativos e pela valorização de suas produções, seja no setor de hortifrutas, artesanal ou prestação de serviços em pequenos comércios.

Concernente ao potencial empreendedor esta investigação identificou que as participantes da pesquisa são mulheres microempreendedoras as quais percebem o seu empreendimento como sua principal ou única fonte de renda. Esse reconhecimento reflete não apenas a importância econômica da atividade que desenvolvem, mas também o grau de compromisso e dedicação com que envolvem em suas atividades. O microempreendimento não representa apenas uma opção de trabalho, mas sim uma necessidade vital, sendo a única alternativa disponível para garantir o atendimento às necessidades de suas famílias. Diante desta realidade, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de suas comunidades, promovendo a economia local e gerando emprego e renda, muitas vezes, em áreas onde o acesso a outras fontes de trabalho é escasso.

Apesar das dificuldades enfrentadas é verificado o seu potencial enquanto microempreendedora, capacidade de inovação, bem como o impacto econômico nas comunidades onde residem possibilitando as mesmas expressar o seu protagonismo diante das circunstâncias adversas que enfrentam no dia a dia, bem como maior empoderamento, independência financeira, autonomia e capacidade de tomada de decisão não apenas em relação ao microempreendimento, mas, principalmente, em suas próprias vidas.Também é possível verificar que a iniciativa de mulheres no empreendedorismo rural tem se configurado como um fator essencial para a transformação e o fortalecimento da economia rural.

Visando superar a lacuna de desconhecimento e desinformação das participantes da pesquisa em relação as políticas públicas institucionalizadas que valorizam o empreendedorismo rural feminino no âmbito municipal, estadual e federal, ressalta-se que o poder público, nestas três esferas, busquem desenvolver estratégias de divulgação e acessibilidade por parte do público rural feminino, bem como promover a inclusão mulheres rurais nas referidas políticas de desenvolvimento social e econômico.

O presente estudo fornece uma contribuição no avanço do conhecimento sobre o empreendedorismo rural feminino, algo até o momento, pouco investigado no Brasil. Todavia, cabe ressaltar algumas limitações encontradas, tais como, o reduzido número de mulheres microempreendedoras que concordaram em participar deste estudo, bem como ao fato de restringir-se apenas ao município de Petrolina/PE, o que não permite a generalização dos resultados para outros contextos.

Assim sendo, este estudo abre um leque significativo para futuras pesquisas e análises em diversas áreas relacionadas ao empreendedorismo rural feminino, criando oportunidades para um entendimento mais aprofundado das dinâmicas que envolvem as mulheres que residem no meio rural. Como sugestão para futuros trabalhos, recomenda-se ainda ampliar o tamanho da amostra, de modo que se possa avaliar com maior precisão a associação entre o potencial empreendedor e as variáveis econômicas, culturais e sociodemográficas das mulheres que empreendem no meio rural. Recomenda-se também a aplicação da pesquisa em outros municípios e/ou outras regiões, visando fazer um estudo comparativo de resultados.

Além disso, ao investigar a mulher empreendedora rural sob a ótica da ecologia humana, as pesquisas podem contribuir para a desconstrução de estereótipos que associam o contexto rural apenas à pobreza e à marginalização. Elas demonstram que, quando empoderadas e apoiadas adequadamente, não apenas sobrevivem, mas se tornam protagonistas de mudanças significativas em suas comunidades, promovendo uma economia mais sustentável e baseada no respeito à natureza. Dessa forma, essas investigações podem inspirar novos modelos de políticas públicas que reconheçam e promovam a mulher rural como uma agente central de transformação, tanto no âmbito social quanto ambiental, evidenciando o impacto positivo da integração entre a ecologia humana e o empreendedorismo da mulher rural.

 

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