O princípio de universalização na teoria discursiva de Jürgen Habermas

Autores

  • André Guimarães Borges Brandão Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2022v9nesp.p6-30

Palavras-chave:

Princípio de Universalização. Moral. Direito. Interesses. Práxis Comunicativa

Resumo

O presente artigo científico é parte de pesquisa destinada a investigar as implicações e interpretações advindas da transformação do posicionamento do princípio de universalização (U) operada na teoria do discurso do filósofo alemão Jürgen Habermas, sobretudo a partir de algumas de suas obras das décadas de 80 e 90. A pretensão cognitivista da ética do discurso fundamenta a moral diante da possibilidade de reconstrução racional discursiva das justificativas das normas. O teste de universalização faz parte da fundamentação, mas em que sentido? A fim de afastar o ceticismo quanto a pretensão de justificação prática, Habermas repensa a relação kantiana entre moral e direito. Mais precisamente, diante de sociedades complexas marcadas pelo Estado Democrático de Direito e pelo uso de discursos práticos diversos da moral para a justificação das práticas sociais, a legitimidade das normas passa por explicitar a relação discursiva entre direito, moral e política. É no âmbito deste desafio que o filósofo alemão vem modificando a formulação e o posicionamento de seu princípio de universalização (U) ao longo do tempo, bem como sua relação com o princípio do discurso (D) e, posteriormente, com o princípio da democracia (De). Após percorrermos este caminho, lançamos a hipótese, segundo a qual, a ênfase que Habermas confere ao direito em Facticidade e Validade junto do reposicionamento do ponto de vista moral, permite pensar de maneira dialógica a interação social como práxis comunicativa sem sujeitos

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

AUSTIN, J. L. Quando Dizer é Fazer: palavras e ação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, ANPEd, n. 19, p. 20-28, Abr. 2002.

DUTRA, Delamar Volpato. A Reformulação Discursiva da Moral Kantiana. Porto Alegre:EDIPUCRS. 2002.

HABERMAS, Jürgen. Conhecimento e Interesse. São Paulo: Editora Unesp, 2014.

HABERMAS, Jürgen. Consciência Moral e Agir Comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.

HABERMAS, Jürgen. Vorstudien und Ergänzungen zur Theorie des Kommunikativen Handelns. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1984.

HABERMAS, Jürgen. Comentários à Ética do Discurso. Lisboa: Instituto Piaget, 1999.

HABERMAS, Jürgen. Direito e Democracia: entre facticidade e validade (v. I). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012.

HABERMAS, Jürgen. Direito e Democracia: entre facticidade e validade (v. II). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012.

HABERMAS, Jürgen. A Inclusão do Outro: estudos de teoria política. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

HABERMAS, Jürgen. Entre Naturalismo e Religião: estudos filosóficos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2007.

HUME, David.Investigação sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Editora Unesp, 2004, p. 367.

HUME, David.História da Inglaterra Da invasão de Júlio César à Revolução de 1688. São Paulo: Editora Unesp, 2017

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. Paulo Quintela.Lisboa: Edições 70, 2007.

KANT, Immanuel. A Metafísica dos Costumes. 3 Ed. Tradução. José Lamego. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2017, p.43.

MOUFFE, Chantal. Democracia, cidadania e a questão do pluralismo. In: Política e Sociedade – Revista de Sociologia Política, vol.1, n.3, Florianópolis: EDUFSC, 2003.

REPA, Luiz. Reconstrução e Emancipação: método e política em Jürgen Habermas. São Paulo: Editora Unesp, 2021.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. O Contrato Social. In: Os Pensadores. Tradução de Lourdes Santos Machado. Vol. XXIV. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva.Trad. De Régis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2015, p.17.

WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Tradução: José Carlos Bruni. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores: Wittgenstein)

Downloads

Publicado

15/12/2022

Como Citar

O princípio de universalização na teoria discursiva de Jürgen Habermas. Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 9, p. 6–30, 2022. DOI: 10.21728/logeion.2022v9nesp.p6-30. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/6166. Acesso em: 4 nov. 2024.