Engajamento do profissional bibliotecário na biblioteca pública sob o viés da biblioteconomia social, crítica e progressista
por uma práxis orientada ao enfrentamento da desigualdade social em consonância com a Agenda 2030
DOI:
https://doi.org/10.21728/logeion.2024v11n1e-7241Palavras-chave:
Biblioteca pública, Práxis bibliotecária, Engajamento profissional , Desigualdade social , Agenda 2030Resumo
A partir da observação do avanço das desigualdades sociais no contexto brasileiro e, acreditando na importância da informação como ferramenta de combate à desigualdade social, discute a importância da atuação bibliotecária na biblioteca pública na perspectiva de uma práxis profissional engajada, orientada ao enfrentamento das desigualdades sociais. Ciente dos dilemas sociais, argumenta como a práxis engajada pode contribuir para mudanças no quadro da desigualdade social. Desenvolve pesquisa exploratória, de base teórica operacionalizada a partir de pesquisa bibliográfica. Para realização da pesquisa bibliográfica utiliza a Base de Dados em Ciência da Informação (Brapci), priorizando obras em português e espanhol, para recuperação de fontes foram utilizados os termos de busca: “Biblioteca Pública” AND “Agenda 2030”; “Biblioteca Pública” AND “Desenvolvimento Sustentável”; “Biblioteca Pública” AND “Inclusão Social”; “Biblioteca Pública” AND “Bibliotecário” AND “Responsabilidade Social”; “Responsabilidade Social”, sendo recuperados 458 artigos que, após seleção resultou na amostra de 10 artigos considerados pertinentes à temática em discussão. Na perspectiva do viés social da práxis bibliotecária nas bibliotecas públicas, as produções bibliográficas recuperadas apontam ações que estão em consonância com os direcionamentos estabelecidos pela Agenda 2030 , bem como, com a teoria defendida na Biblioteconomia Social, Crítica e Progressista. É possível apontar trabalhos que contemplam a práxis e a Library Advocacy na perspectiva da atuação de BP voltada às classes excluídas, cumprindo o seu papel para promover a plena cidadania. Reconhece-se a importância da informação como catapulta que pode impulsionar transformações sociais. Que a partir do acesso os cidadãos possam se opor-se ao quadro, cobrar, questionar, buscar direitos, exercer na prática a cidadania. A biblioteca pública como porta de livre acesso à (in)formação por meio da práxis engajada do profissional bibliotecário em muito pode contribuir para mudanças no quadro da exclusão informacional, cumprindo com o seu papel social, bem como, com a responsabilidade socioinformacional perante aos que realmente precisam, a ralé estrutural, o não-público, aqueles expostos a situações de vulnerabilidade social, a gente invisível aos olhos da sociedade, que necessitam de suporte para mudar suas histórias de vida.
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