Institucionalidade, governamentalidade e inteligência artificial

democracia inteligente ou democracia artificial?

Autores/as

  • Gilberto Miranda Junior Universidade Federal do ABC
  • Valéria Cristina Lopes Wilke Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2024v11e-7373

Palabras clave:

Democracia. Governamentalidade algorítmica. Neoliberalismo

Resumen

O presente artigo insere-se no contexto do Programa de Mestrado Profissional (PROF-FILO UFABC) e articula parte da discussão feita na dissertação. Seu objetivo é correlacionar o avanço das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação e o enfraquecimento das Democracias Liberais do Ocidente, tendo como pano de fundo a governamentalidade algorítmica. Em um primeiro momento, a partir do conceito de governamentalidade do filósofo francês Michel Foucault faremos um diálogo com os pensadores alemães Ulrich Beck e Jürgen Habermas, discutindo de que forma foram criados atalhos decisórios fora dos processos políticos no âmbito do conhecimento tecnocientífico alinhado aos interesses do Capital. Em um segundo momento, enquanto consequência desses atalhos, será abordado o risco que a hegemonia oligopolista das Big Techs traz para a vida social através de uma nova governamentalidade, agora algorítmica, em diálogo com as pensadoras Shoshana Zuboff e Antoinette Rouvroy. Essa nova governamentalidade, cujo foco deixa de ser a produção de corpos dóceis e úteis e passa a ter como alvo a construção de subjetividades via psicopolítica – conceito do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han – tem como subprodutos não apenas as Fakenews, ou a possibilidade de disseminação ideológica extremista que tem ameaçado a democracia, mas uma franca queda no caráter deliberativo na formação da opinião pública, afetando também a qualidade da democracia. Por fim, refletimos sobre possíveis alternativas e antídotos para a situação atual em que nos encontramos, recorrendo ao conceito de cosmotécnica do filósofo chinês Yuk Hui.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Referencias

BECK, U. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução de Sebastião Nascimento. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011. 384 p.

DARDOT, P; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.

FERREIRA NETO, J. L. Foucault, governamentalidade neoliberal e subjetivação. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 35, 2029. p. 1-10. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ptp/a/w77HNhPSgRPzrrKrz7ywgYG/?lang=pt. Acesso em: 28 set. 2024.

FOUCAULT, M. Segurança, território e população: curso dado no Collège de France (1977-1978). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008a.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1976).

Tradução de Maria Ermantina Galvão. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Tradução de Flávio R. Kothe. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.

HABERMAS, J. Teoria do Agir Comunicativo: racionalidade da ação e racionalização social. Tradução de Paulo Astor Soethe. São Paulo: WMF Martins Fontes, v. 1, 2012a. 704 p.

HABERMAS, J. Teoria do Agir Comunicativo: sobre a crítica da razão funcionalista. Tradução de Flavio Beno Siebeneichler. São Paulo: WMF Martins Fontes, v. 2, 2012b. 811 p.

HABERMAS, J. Uma nova mudança estrutural da esfera pública e a política deliberativa. Tradução de Denilson Luís Werle. São Paulo: Unesp, 2023.

HAN, B.-C. Psicopolítica: o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Tradução de Maurício Liesen. Belo Horizonte: Ayne, 2014.

HAN, B.-C. Infocracia: digitalização e a crise da democracia. Tradução de Gabriel S. Philipson. Petrópolis: Vozes, 2022.

HUI, Y. On Cosmotechnics: For a Renewed Relation between Technology and Nature in the Anthropocene. Techné. Research in Philosophy and Technology, v. 21, n. 2/3, 2017. p. 319-341. Disponivel em: https://www.pdcnet.org/techne/ content/techne_2017_0021_42769_0319_0341. Acesso em: 15 jul. 2024.

HUI, Y. Tecnodiversidade. Tradução de Humberto do Amaral. São Paulo: Ubu, 2020.

MIGNOLO, W. D. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 32, n. 94, 2017. p. 1-18. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/nKwQNPrx5Zr3yrMjh7tCZVk/. Acesso em: 05 out. 2024.

ROUVROY, Antoinette, BERNS, T. Governamentalidade algorítmica e perspectivas de emancipação: o díspar como condição de individuação pela relação? Revista ECO-PÓS, v.8, n.2, 2008. Dossiê. Disponível em: https://revistaecopos. eco.ufrj. br/eco_pos/article/view/2662.

ROUVROY, Antoinette; ALMEIDA, Maria Cecília P. de; ALVES, Marco Antonio S. Entrevista com Antoinette Rouvroy: governamentalidade algorítmica e a morte da política. Revista de Filosofia Moderna e Contemporânea, Brasília, v.8, n.3, dez. 2020, p. 15-28.

ZUBOFF, Shoshana. Big Other, capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação. In: BRUNO, Fernanda et al. Tecnopolíticas da vigilância: perspectivas da margem. São Paulo: Boitempo, 2018

ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2021.

Publicado

25/11/2024

Cómo citar

MIRANDA JUNIOR , Gilberto; WILKE, Valéria Cristina Lopes. Institucionalidade, governamentalidade e inteligência artificial: democracia inteligente ou democracia artificial?. Logeion: Filosofia da Informação, Rio de Janeiro, RJ, v. 11, p. e-7373, 2024. DOI: 10.21728/logeion.2024v11e-7373. Disponível em: https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/7373. Acesso em: 13 mar. 2025.