Reflexões sobre o pragmatismo e suas interfaces com o campo da Comunicação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21728/logeion.2025v12n1e-7771

Palavras-chave:

pragmatismo; experiência; comunicação; cooperação; mundo comum

Resumo

A abordagem relacional desenhada pelo pragmatismo para observar sujeitos e coletividades definem termos justos e paritários para sua vida em comum deriva, entre outros, dos trabalhos de Charles S. Peirce, John Dewey, George Herbert Mead, Jürgen Habermas e Axel Honneth. Este artigo traz articulações entre tais autores de modo a evidenciar alguns aspectos acerca de como que modo o pragmatismo e a perspectiva praxeológica contribuíram para um entendimento do processo comunicativo como chave para a vida política e democrática em comum. A experiência cotidiana, o contato situado com o outro, a construção de identidades narrativas, a argumentação racional e afetiva são elementos da abordagem pragmatista que nos auxiliam a compreender a comunicação enquanto processo e prática reflexiva, cujas dimensões estética, ética e política são responsáveis pela disposição e entrelaçamento dos eventos que produzem as interdependências que modelam nossas formas de vida.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ângela Cristina Salgueiro Marques, UFMG

    Professora Associada do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais. Doutora em Comunicação Social pela UFMG (2007) e mestre em Comunicação Social pela mesma instituição. Realizou pós-doutorado em Comunicação e em Ciências Sociais na cidade de Grenoble (França).

  • Frederico Vieira da Cruz, Universidade Federal de Viçosa

    Doutor em Comunicação Social pelo PPGCOM-UFMG e professor do PPGCOM da Universidade de Viçosa.

Referências

BARBOSA, Ricardo. Experiência Estética e racionalidade comunicativa. In: GUIMARÃES, C.; LEAL, B.; MENDONÇA, C. (org.). Comunicação e Experiência Estética. Belo Horizonte, MG: UFMG, 2006. p.27-49.

BERNSTEIN, Richard. The resurgence of pragmatism. In: GOODMAN, Russell (ed.). Pragmatism: critical concepts in philosophy. London: Routledge, 2005. v. 4, p. 54-73.

CEFAI, Daniel. Públicos, problemas públicos, arenas públicas: o que nos ensina o pragmatismo. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 36, n. 1, p.187-213, mar./2017.

DEWEY, John. A arte como experiência. In: Dewey: vida e obra. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 89-105. (Os Pensadores)

DEWEY, John. L’art comme expérience. Pau: Farrago, 2005.

DEWEY, John. Em busca do público (1927). In: FRANCO, A.; POGREBISCHI, T. Democracia Cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey (1927-1939). Porto Alegre: EdiPUCRS, 2008. p. 25-50.

DEWEY, John. Democracia criativa: a tarefa diante de nós (1939). In: FRANCO, A.; POGREBISCHI, T. Democracia Cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Dewey (1927-1939). Porto Alegre: EdiPUCRS, 2008, p.135-142.

FASSIN, Didier. Another Politics of Life is possible. Theory, Culture & Society, Reino Unido, v. 26, n. 5, p. 44-60, sept. 2009.

FRANÇA, Vera. Paradigmas da comunicação: conhecer o quê?. In: FRANÇA, V. MOTTA, Luiz G. et al. (org.). Estratégias e culturas da comunicação. Brasília: Editora UnB, 2002, p.13-30.

FRANÇA, Vera. Louis Quéré: dos modelos da comunicação. Fronteiras, São Leopoldo/RS, v. 5, n. 2, p. 37-51, 2003.

FRANÇA, Vera. Reflexões sobre a Comunicação: esse estranho objeto. Geraes: Revista de Comunicação Social, Belo Horizonte, n. 48, p. 2-6, jun./1997.

FRANÇA, Vera. Interações comunicativas: a matriz conceitual de G. H. Mead. In: PRIMO, Alex; OLIVEIRA, A. C.; NASCIMENTO, G.; RONSINI, V. M. (org.). Comunicação e Interações. 1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2008. v. 1, p. 71-91.

GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Ed. 34, 1992.

HABERMAS, J. The Theory of communicative action: reason and the rationalization of society. Boston: Beacon Press, 1984. v. 1.

HABERMAS, J. The Theory of communicative action: lifeworld and system, a critique of functionalism reason. Boston: Beacon Press, 1987. v. 2.

HABERMAS, J. A virada pragmática de Richard Rorty. In: SOUZA, João Crisóstomo de. (org.). Filosofia, racionalidade, democracia: os debates de Rorty & Habermas. São Paulo: Ed. Unesp, 2005. p. 163-212.

HABERMAS, Jürgen. A Reply to my Critics. In: THOMPSON, John B.; HELD, David (ed.). Habermas: critical debates. Cambridge: MIT Press, 1982. p.219-283.

HABERMAS, Jürgen. Ações, atos de fala, interações mediadas pela linguagem e mundo da vida. In: Pensamento Pós-Metafísico: estudos filosóficos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002.

HABERMAS, Jürgen. Jürgen Habermas: Morality, Society and Ethics – an interview with Torben Hviid Nielsen, Acta Sociologica, Londres, n. 33, v. 2, p. 93-114, 1990.

HERRERO, Xavier. O homem como ser de linguagem. In: PALÁCIO, Carlos (org.). Cristianismo e História. São Paulo: Edições Loyola,1982. p. 73-114.

HONNETH, Axel. The struggle for recognition: the moral grammar of social conflicts. Cambridge: MIT Press, 1995.

JOAS, Hans. The creativity of action. In: GOODMAN, Russell (ed.). Pragmatism: critical concepts in philosophy. London, Routledge, 2005. v. 4.

MAIA, R. C; FRANÇA, V. R. A comunidade e a conformação de uma abordagem comunicacional dos fenômenos. In: LOPES, Maria Immacolata Vassallo de (org.). Epistemologia da comunicação. Rio de janeiro: Ed. PUC Rio; São Paulo: Edições Loyola, 2004. p.187-204.

MATURANA, Humberto. Emoções e Linguagem na Educação e na Política. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 1999.

MEAD, G. H. Mind, self and society. Chicago: The University of Chicago Press (Phoenix Books), 1967.

PEIRCE, Charles. Semiótica e filosofia. São Paulo, Cultrix, 1984.

PELBART, Pete Pál. Vida capital: ensaios de biopolítica. São Paulo: Iluminuras, 2003.

QUÉRÉ, Louis. D’un modèle épistémologique de la communication a un modèle praxéologique. Réseaux, v.9, n. 46-47, 1991, p.69-90.

QUÉRÉ, Louis. Le public comme forme et comme modalité d’expérience. In : CEFAI, Daniel ; PASQUIER, Dominique (eds.). Le sens du public, Paris: PUF-CURAPP, 2003, p.113-133.

QUÉRÉ, Louis; OGIEN, Albert. Le vocabulaire de la sociologie de l’action. Paris: Ellipses, 2005.

RANCIÈRE, Jacques. La Mésentente : politique et philosophie. Paris: Galilée, 1995.

RANCIÈRE, Jaques. Dissenting words: a conversation with Davide Panagia. Diacritics, v.30, n.2, 2000, p.113-126.

RANCIÈRE, Jacques. As Desventuras do Pensamento Crítico. In: CARDOSO, Rui (org.). Crítica do contemporâneo: Giorgio Agamben, Giacomo Marramao, Jacques Rancière, Peter Sloterdijk. São Paulo: Fundação Serralves, 2008. p.79-102.

RANCIÈRE, Jacques. The method of equality: an answer to some questions. In: ROCKHILL, G.; WATTS, P. (eds.). Jacques Rancière: History, Politics, Aesthetics. Duke University Press, 2009. p. 273-288.

RANCIÈRE, Jacques. Ten Thesis on politics. In : CORCORAN, Steven (ed.). Dissensus: on politics and aesthetics. London : Continuum, 2010, p.27-43.

RANCIÈRE, Jacques. The method of equality. Interviews with Laurent Jeanpierre and Dork Zabunyan. Cambridge: Polity Press, 2016.

RODRIGUES, Adriano Duarte. Comunicação e Experiência. Revista BOCC, v.2, n.1, 2000, p.1-7. Disponível em: https://arquivo.bocc.ubi.pt/pag/rodrigues-adriano-comunicacao-experiencia.pdf. Acesso em 20 mai. 2025.

RORTY, Richard. Um mundo sem substâncias ou essências. In: MAGRO, Cristina; PEREIRA, Antônio M. (orgs.). Pragmatismo: a filosofia da criação e da mudança. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000. p.53-92.

SILVA, Daniel Reis. Dinâmicas da desmobilização: entraves aos processos de formação e movimentação de públicos. In: SILVA, D.; HENRIQUES, M. (org.). Públicos em movimento: comunicação, colaboração e influência na formação de públicos. 1. ed. Belo Horizonte, MG: Autêntica Editora, 2022. v. 1, p. 261-287.

ZASK Joelle. Anthropologie de l’expérience. In: DEBAISE, Didier (ed.). Vie et expérimentation : Peirce, James et Dewey. Paris: Librairie de Philosophie J. Vrin, 2007, p.129-146.

Downloads

Publicado

10/12/2025