Educação humanizadora como elemento-chave na produção de sentidos e de conhecimentos de educadores comprometidos com a inclusão social
DOI:
https://doi.org/10.18225/inc.soc.v16i2.6371Palavras-chave:
formação cultural, direitos humanos, museus, inclusão socialResumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a necessidade da estética e da ética, como base de uma formação humanizadora, ao apresentar o processo de articulação do projeto interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão: “Mediações culturais para a educação humanizadora”, que num primeiro momento se materializa na proposição de um curso de extensão destinado ao fortalecimento do engajamento ético e estético de estudantes e profissionais do campo da Educação, para assumirem um protagonismo crítico-reflexivo em programas e projetos de inclusão social. Afirmando os ideais dos Direitos Humanos (ONU, 1948), reconhecemos novos territórios de diálogos, bem como de interlocutores, a fim de afirmarmos o valor da diversidade e da diferença humana e cultural como elo fundamental à construção de um olhar estético-ético que possibilite (re)escrever o mundo em prol da dignidade da pessoa humana. Trata-se, portanto, de um projeto contemporâneo de formação humana engajado com processos emancipatórios, que "converge na direção do ser mais, na direção dos objetivos universais" (FREIRE, 2012, p. 260), contrapondo-nos à truculência da estética antiética da sociedade capitalista, colonialista e patriarcal (SANTOS, 2021), que visa corromper ou aniquilar valores e manifestações de lutas e resistências de grupos minoritários em prol de transformações estruturais da sociedade. Com vistas ao enfrentamento de tal problemática, a proposta busca conexões com as culturas, apostando nas relações humanas, no fortalecendo da capacidade de criar vínculos entre as pessoas e os conhecimentos, primando por uma escuta profunda do que se passa e do que nos afeta (LARROSA, 2002).
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