Bibliotecas Populares em Assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Estado de São Paulo sob a perspectiva da Mediação Cultural

Autores

  • Wilson Roberto Veronez Júnior Universidade Estadual Paulista (Unesp) image/svg+xml
  • Claudia Barbosa dos Santos de Souza Universidade Estadual Paulista (Unesp) image/svg+xml
  • Janaina Fernandes Guimarães Polonini Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro image/svg+xml
  • Edmilson Alves dos Santos Júnior Universidade Federal do Rio de Janeiro image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.18225/inc.soc.v18i2.7192

Palavras-chave:

bibliotecas populares, mediação cultural, movimentos sociais, Movimento Sem-Terra, desigualdade informacional

Resumo

As bibliotecas e os bibliotecários não foram, não são e nunca serão neutros do ponto de vista político, ideológico e cultural. Nessa reflexão de Almeida Júnior (1997), pode-se compreender que, eles são a ponte entre a sociedade e a informação e procura representar as demandas informacionais de todos os tipos de territórios e grupos sociais. No caso das bibliotecas populares, a participação social é importante na medida que contribui para a tomada de decisão sobre os rumos da sociedade, seja no aspecto econômico, político e sociocultural. Nesse caso em específico, essas bibliotecas podem ser incorporadas e implementadas em inúmeros territórios, como assentamentos rurais, quilombolas, ribeirinhas, indígenas, entre outros. Dessa maneira, nessa proposta de artigo, tem-se por objetivo discutir aspectos elementares acerca da implementação de bibliotecas populares em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado de São Paulo, a partir de uma perspectiva da Mediação Cultural. Em termos metodológicos, este artigo foi desenvolvido com base na pesquisa bibliográfica, revisão de literatura e abordagem qualitativa. Para o desenvolvimento da parte teórica, os materiais foram recuperados em bases de dados, revistas, periódicos, encontros, congressos e eventos científicos especializados em Movimentos Sociais, Movimento Sem Terra, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Biblioteconomia, Bibliotecas Populares e sobre Mediação da Informação e Mediação Cultural. As bibliotecas populares têm sido criadas como instrumentos de capacitação e resistência dentro do MST, contribuindo para a emancipação intelectual e na promoção da questão agrária. Ao longo deste artigo, apresentou-se a trajetória do MST e sua luta incansável por reforma agrária, direitos humanos e dignidade para os trabalhadores rurais.

Biografia do Autor

  • Wilson Roberto Veronez Júnior, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

    Professor colaborador no Curso de Agroecologia (EAD) na Universidade de Marília (UNIMAR). Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI-UNESP 2021-). Membro do Conselho Científico da Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília (RIPPMar) e da Revista Journal of Sustainable Urban Mobility (JOSUM). Membro dos Grupos de Pesquisa: Fundamentos Teóricos da Informação (GPFTI), Acervos, Dimensões do Documento, Memória e Patrimônio (ADMP) e Mediação, Cultura, Leitura e Sociedade (GPIMCLS). Especialização em Processos Didáticos-Pedagógicos para Cursos na Modalidade à Distância na UNIVESP (2019-2021). Facilitador de ensino à distância nos cursos de Gestão Pública, Engenharia de Computação, Engenharia de Produção e Pedagogia da UNIVESP (2019-2021). Mestre em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI-UNESP 2019-2021). Consultor em Arquivos na empresa CAP Arquitetura Construção LTDA (2019). Bacharel em Arquivologia pela Unesp de Marília (2012-2017). Tem como interesse de pesquisa: Organização e Representação do Conhecimento em Arquivos de Movimentos Sociais (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - MTST) e Frente Nacional de Luta - FNL), Partidos Políticos (Partido dos Trabalhadores - PT) e Movimentos Sindicais (Central Única dos Trabalhadores - CUT), Classificação Arquivística, Diplomática Arquivística Contemporânea, Tipologia Documental e Epistemologia Social.

    https://orcid.org/0000-0003-2939-1917

  • Claudia Barbosa dos Santos de Souza, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

    Professora Assistente de Biblioteconomia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Discente de Doutorado em Ciência da Informação pelo PPGCI da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Mestra em Ciência da Informação pelo PPGCI do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bibliotecária formada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO (2018). Arquivista formada pela Universidade Federal Fluminense UFF (2008). Especialista em Educação EAD: Gestão e Tutoria pela UNIASSELVI (2021). Especialista em Pedagogia Empresarial pela Universidade Cândido Mendes e MBA Gestão Empresarial e Sistemas de Informação pela UFF. Membra do corpo editorial da Revista ACB (Editora de Relacionamento na gestão (2021-2023). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) no período 2020 a 03/2024. Participa do grupo de pesquisas: Informação, Conhecimento e Inteligência Organizacional, coordenado pela profa. Dra. Marta Lígia Pomim Valentim e Comunicação, Redes, Políticas de Informação coordenado pelo prof. Dr. Gustavo Freire. Temas de Interesse: Governança, Gestão de unidades de informação, gestão da Informação e do conhecimento, gestão documental, atuação em biblioteconomia, COINFO, redes e sistemas de bibliotecas, bibliotecas universitárias, educação a distância (EAD). Possui o blog Bibliotecária em Construção (facebook e Instagram).

    https://orcid.org/0000-0002-1520-8053

  • Janaina Fernandes Guimarães Polonini, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

    Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP, Mestra e Licenciada em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO.
    Especialista em Processos Didáticos-Pedagógicos para Cursos na Modalidade a Distância - UNIVESP 
    Bacharela em Arquivologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO.

    https://orcid.org/0000-0003-4174-8042

  • Edmilson Alves dos Santos Júnior, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação (PPGCI) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e a Escola de Comunicação (ECO) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestre em Ciência da Informação pela Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) Marília/SP. Bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP). Especialista em Educação Digital pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Discente do curso de Graduação Licenciatura em Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) e do curso de Especialização em Tutoria em Educação a Distância da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Membro do Grupo de Pesquisa Estudos Contemporâneos em Organização, Análise e Recuperação da Informação (ECOAR), coordenado pela Professora Dr. Deise Sabbag (USP/RP), certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Interesses de Pesquisa: Educação Digital; Educação e Informação; Biblioteca Escolar; Letramento (Leitura e Escrita); Letramento Informacional; Letramento Digital; Papel Social da Informação; Análise e Recuperação da Informação; Cultura e Processos da Informação; Cultura da Convergência; Documento e Documentação; Redes e Mídias Sociais; Dispositivos Infocomunicacionais em Saúde; Informação e Comunicação em Saúde.

    https://orcid.org/0000-0002-4135-0125

Referências

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Publicado

04/09/2025

Edição

Seção

Dossiê: Documentação popular