É POSSÍVEL UMA ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO SEM PARTIDOS?

Autores

  • Aline Elis Arboit

DOI:

https://doi.org/10.21721/p2p.2016v3n1.p110-129

Resumo

Trata-se de uma reflexão sobre a concepção social e ideológica da consciência e do conhecimento, sobretudo aquele impresso nos documentos. Busca inspiração no atual debate ocorrido no contexto brasileiro em torno das manifestações ligadas ao movimento “Escolas sem partido” que defende a não doutrinação ideológica durante o processo de transmissão do conhecimento nas escolas. Postula-se que o conhecimento registrado nos livros, apostilas ou demais documentos não é possível de ser transmitido para os alunos, sem interpretação da visão de mundos dos autores e dos professores dos seus respectivos contextos históricos e sociais, nem tampouco organizado e representado isentando as diversas posturas envolvidas: do autor, do leitor e do próprio profissional responsável pela mediação do conhecimento. Mais do que partidária e não neutra, defende-se uma organização representação do conhecimento democrática, pluripartidária e polifônica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do autor

Aline Elis Arboit

Doutorado em Ciência da Informação - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP.

Referências

ARBOIT, A.; GUIMARÃES, J. A. C. The ethics of knowledge organization and representation from a bakhtinian perspective. Knowledge Organization, v. 42, n. 5, p. 324-331, 2015.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Saraiva, 2011.

______. Formas de tempo e de cronotopo no romance. BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética (a teoria do romance). São Paulo: Unesp, 1988. p. 211-349. Manuscrito de 1973 publicado postumamente.

______. Para uma filosofia do ato responsável. São Carlos: Pedro e João, 2010. Manuscrito de 1920-1924 publicado postumamente.

BAKHTIN, M (VOLOCHÍNOV). Marxismo e filosofia da linguagem. 14. ed. São Paulo: Hucitec, 2010. Publicado originalmente em 1929.

BARITÉ, M. Organización del conocimiento: un nuevo marco teórico-conceptual en Bibliotecología y Documentación. In: CARRARA, K. (Org.). Educação, universidade e pesquisa. Marília: Unesp-Marília-Publicações, 2001. p. 35-60.

_____. La garantía literaria como herramienta de revisión de sistemas de organización del conocimiento: modelo y aplicación. 2011. 360 f. Tese (Doutorado em Información Científica) - Facultad de Comunicación y Documentación. Universidad de Granada, 2011.

BEGHTOL, C. A. proposed ethical warrant for global knowledge representation and organization systems. Journal of Documentation, v. 58, n. 5, p. 507-532, 2002.

_____. Ethical decision-making for knowledge representation and organization systems for global use. Journal of the American Society for Information Science and Technology, v. 56, n. 9, p. 903-912, 2005

BERMAN, S. Prejudices and antipathies: A Tract on the LC Subject Heads Concerning People. 2. ed. Jefferson; NC; London: McFarland, 1993.

CAMPOS, M. L. A. Linguagem documentária: teorias que fundamental sua elaboração. Rio de Janeiro: EdUFF, 2001.

DAHLBERG, I. Fundamentos teóricos-conceituais da classificação. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 6, n. 1, p. 9-21, jan./jun. 1978a.

________. Knowledge organization: a new science? Knowledge Organization, v. 33, n. 1, p. 11-19, 2006.

________. Knowledge organization: its scope and possibilities. Knowledge Organization, v. 20, n. 4, p. 211-222, 1993.

________. Teoria do conceito. Ciência da Informação, v. 7, n. 2, p. 101-107, 1978b.

FARACO, C. A. Linguagem e diálogo: as idéias lingüísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar, 2003.

FIORIN, J. L. Linguagem e ideologia. 8. ed. São Paulo: Ática, 2006.

______. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2008.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

FROHMANN, B. Rules of indexing: a critique of mentalism in information retrieval theory. Journal of Documentation, v. 46, n. 2, p. 81-101, jun. 1990.

______. Deflating information: from science studies to documentation. Toronto; Buffalo: University of Toronto Press, 2004.

_____. O caráter social, material e público da informação. In: FUJITA, M.; MARTELETO, R.; LARA, M. (Orgs). A dimensão epistemológica da ciência da informação e suas interfaces técnicas, políticas e institucionais nos processos de produção, acesso e disseminação da informação. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Fundepe, 2008, p. 19-34.

_____. Discourse analysis as a research method in library and information science. Library and Information Science Research, v. 16, p. 119-138, 1994.

_____. Discourse and documentation: some implications for pedagogy and research. Journal of Education for Library and Information Science, v. 42, n. 1, p. 12-26, 2001.

_____. Subjectivity and information ethics. Journal of the American Society for Information Science and Technology, v. 59, n. 2, p. 267-277, 2008.

GARCÍA GUTIÉRREZ, A. Desclasificados: pluralismo lógico y violencia de la clasificación. Barcelona: Anthropos, 2007.

_____. Epistemología de la documentación. Barcelona: Stonberg, 2011.

_____. Knowledge organization from a “culture of the border”: towards a transcultural ethics of mediation. In: LÓPEZ-HUERTAS, M. J. (Ed.). Challenges in knowledge representation and organization for the 21st century: integration of knowledge across boundaries. Würzburg: ERGON-Verlag, 2002. p. 516-522.

GARCÍA GUTIÉRREZ, A.A .L.; MARTÍNEZ-ÁVILA, D. M. Critical Organization of Knowledge in mass media information systems. Knowledge Organization, v.41, n.3, p. 205-216, 2014.

GUIMARÃES, J. A. C. Aspectos éticos em organização e representação do conhecimento (O.R.C.): uma reflexão preliminar. In: Maria Nélida González de Gomez; Evelyn Goyannes Dill Orrico. (Org.). Políticas de memória e informação: reflexos na organização do conhecimento. Natal: EDUFRN, 2006, , p. 237-264

_______. A dimensão teórica do tratamento temático da informação e suas interlocuções com o universo científico da International Society for Knowledge Organization (ISKO). Revista Ibero-americana de Ciência da Informação, v. 1, n. 1, p. 77-99, jan./jun. 2008.

JENSEN, R. The myth of the neutral professional. Progressive librarian, n. 24, p. 28-34, 2004/2005.

HANSSON, J. The materiality of Knowledge Organization: epistemology, metaphors and society. Knowledge Organization, v. 40, n. 6, p. 384-391, 2013.

HJØRLAND, B. Deliberate bias in knowledge organization? In: Arsenault, C.; Tennis, J. T. (Ed.). Culture and Identity in Knowledge Organization: Proceedings of the Tenth International ISKO Conference, Montréal, 5-8 August 2008. Würzburg: ERGON, 2008a. p. 256-261.

______. What is knowledge organization (KO)? Knowledge Organization, v. 35, n. 2/3, p. 86-101, 2008b.

LÓPEZ-HUERTAS, M. J. Cultural impact on knowledge representation and organization in a subject domain. In: In: ARSENAULT, C.; TENNIS, J. T. (Eds.). Culture and identity in knowledge organization: Proceedings of the Tenth International ISKO Conference (Montréal, Canadá, August 5-8, 2008. Advances in knowledge organization, n. 11. Würzburg: Ergon Verlag, 2008. p. 340-346.

MIOTELLO, V. Ideologia. In: BRAIT, B. (Org.). Bakhtin conceitos-chave. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2010. p. 167-176.

OLSON, H. A. The power to name. Dordrecht: Kluwer, 2002.

OLSON, H. A.; SCHLEGL, R. Standardization, objectivity, and user focus: a meta-analysis of subject access critiques. Cataloging & Classification Quarterly, v. 32, n. 2, p. 61-80, 2001.

PONZIO, A. A concepção bakhtiniana do ato como dar um passo. In: BAKHTIN, M. Para uma filosofia do ato responsável. São Carlos: Pedro e João, 2010. p. 9-38.

_____. A revolução bakhtiniana: o pensamento de Bakhtin e a ideologia. São Paulo: Contexto, 2009.

Downloads

Publicado

19/09/2016

Como citar

ELIS ARBOIT, A. É POSSÍVEL UMA ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO SEM PARTIDOS?. P2P E INOVAÇÃO, Rio de Janeiro, RJ, v. 3, n. 1, p. 110–129, 2016. DOI: 10.21721/p2p.2016v3n1.p110-129. Disponível em: https://revista.ibict.br/p2p/article/view/2339. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos