Aspectos da plataformização educacional na educação básica brasileira
a “Escola do Cansaço” na era do Big Data
DOI:
https://doi.org/10.21728/logeion.2023v10nesp2.p418-437Palabras clave:
Ensino de Filosofia, Plataformismo educacional., Cibereducação, Escola do Cansaço, Pedagogia em RedeResumen
Vivemos nos desdobramentos daquilo que Manuel Castells (2005) nomeou de Sociedade em Rede, em cujo cerne estão as Tecnologias de Informação (TIs). Ele indicou as características-chave do novo cenário que diagnosticou, a saber, são tecnologias que agem sobre a própria informação e que também introduziram a lógica das redes; que promovem a convergência tecnológica e, por conseguinte, um sistema altamente integrado de aparatos técnicos; e que acentuadamente penetram pelos diferentes processos e âmbitos sociais. De lá para cá testemunhamos grandes e rápidos saltos tecnológicos bem como o adensamento das transformações na dinâmica econômico-política organizacional e institucional e na construção das vidas humanas e não-humanas no planeta. Essas mudanças alcançaram não apenas modos informais de aprendizagem, mas também a educação formal. O objetivo desse artigo é discutir aspectos atuais da plataformização educacional presentes na educação básica brasileira, tendo como referência o ensino de Filosofia no Ensino Médio. Para tanto será desenvolvida reflexão sobre a plataformização educacional, fenômeno que diz respeito ao modelo de negócios presente na atual fase do capitalismo e que utiliza as plataformas sustentadas pela IA e também a constante extração de dados de quem transita pelas infovias do ciberespaço; sobre o que nomeamos como Escola do Cansaço, em diálogo com o conceito de Sociedade do Cansaço desenvolvido por Byung Chul Han; e sobre algumas implicações decorrentes que já se fazem presentes na administração do trabalho docente, na realização do trabalho docente e nas relações de ensino-aprendizagem.
Descargas
Referencias
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 8 ed. ampliada e revisada. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CETIC.Br. TIC Educação - 2019. Disponível em: <https://www.cetic.br/pesquisa/educacao/>. Acesso em: 22 nov. 2021
CGI-BR. Educação em um cenário de plataformização e de economia dos dados: problemas e conceitos. São Paulo, SP : Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2022. Disponível em: <https://cgi.br/media/docs/publicacoes/1/20220929112852/educacao_em_um_cenario_de_plataformiza%C3%A7ao_e_de_economia_de_dados_problemas_e_conceitos.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2022
DIGILABOUR. A Sociedade da Plataforma: entrevista com José van Dijck. 06 de março de 2019. Disponível em: <https://digilabour.com.br/a-sociedade-da-plataforma-entrevista-com-jose-van-dijck/>. Acesso em: 22 nov. 2022
FERRARIO, Marcela N., SANTANA, Carlos H. V. Capitalismo de Plataformas, corrosão democrática e a consolidação do cibertariado no Brasil. Dez. 2019. Disponível em: <https://enep.sep.org.br/uploads/1621_1615826238_FerrarioSantana-final_revisado_(final)_SEP1503_pdf_ide.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2022
GARCIA, Teise, CORREA, Bianca. Sistema de ensino privado em redes públicas de educação: relações com a organização do trabalho na escola. Educação. Teoria e Prática, [S. l.], v. 21, n. 38, p. 114–131, 2012. Disponível em: <https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/5268>. Acesso em: 09 ago. 2023
GOMEZ, M. V. Educação em rede: uma visão emancipadora. São Paulo: Cortez, 2004
HAN, B-C. A sociedade do Cansaço. Petrópolis: Vozes, 2015.
LEMOS, André. Cibercultura: alguns pontos para compreender a nossa época. In: LEMOS, A., CUNHA, P. (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003. p. 11-23
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999
MATTELART. A. História da sociedade da informação. 2 ed São Paulo: Loyola, 2006.
MENDONÇA NETO, O. R; VIEIRA, A.M; ANTUNES, M. T. P. Industrialização da
Educação, Edtech e Prática Docente. EccoS – Rev. Cient., São Paulo, n. 47, p. 149-170,
set./dez. 2018. Disponível em: <https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/10702/5219>
Acesso em: 06 jan. 2023
MOROZOV. E. Big Tech: A ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Ubu, 2018
SRNICEK, Nick. Capitalismo de plataformas. Buenos Aires: Caja Negra, 2018
OBSERVATÓRIO Educação Vigiada. Disponível em: <https://educacaovigiada.org.br/pt/sobre.html>.
SANTAELLA, Lúcia. Comunicação ubíqua: repercussões na cultura e na educação. São Paulo: Paulus, 2013.
SLEE, T. Uberização: a nova onda do trabalho precarizando. São Paulo: Elefante, 2017
TURMENA, Leandro, NUNES, Sidemar. A financeirização da Educação: os fundos de Investimentos nos “grupos Educacionais”. Rev. HISTEDBR On-line, Campinas, v.22, p. 1-20, 2022
WILKE, Valéria C. L. Fisgados pelos nós das Redes no Mar que Navegamos – Informação e Regime de Visibilidade. Rivista Internazionale di Filosofia Contemporanea, v.1, n. 1-2, 2017.
ZUBOFF, Shoshana. A era do Capitalismo de Vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2021
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Logeion: Filosofia da Informação
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
A revista é publicada sob a licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 4.0 Internacional.
O trabalho publicado é considerado colaboração e, portanto, o autor não receberá qualquer remuneração para tal, bem como nada lhe será cobrado em troca para a publicação.
Os textos são de responsabilidade de seus autores.
É permitida a reprodução total ou parcial dos textos da revista, desde que citada a fonte.